No fim do ano passado, diversos grupos religiosos protestaram contra o especial de Natal do Porta dos Fundos, intitulado ‘A Primeira Tentação de Cristo‘ e exibido pela Netflix.
Para quem não assistiu, a trama acompanha a comemoração do 30º aniversário de Jesus, que é retratado como um personagem gay, o que incomodou a comunidade cristã.
De acordo com a Veja, o Templo Planeta do Senhor, uma das igrejas envolvidas na polêmica, cobrou R$ 1 bilhão de indenização à Netflix ao Porta dos Fundos na tentativa de lucrar com a situação.
No entanto, os responsáveis pelo processo acabaram desistindo da causa devido aos altos custos para manter a ação judicial, que resultou num prejuízo de R$ 82 mil à igreja.
Isso porque o processo gerou inúmeras despesas processuais, obrigando a juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Patrícia Conceição, a não conceder o direito da Justiça gratuita.
Como Anselmo Ferreira de Melo da Costa, o líder da referida igreja, não quis recorrer da decisão, o processo chegou ao fim em menos de seis meses, e a Netflix e a Porta dos Fundos nem chegaram a ser oficialmente notificadas.
Caso isso acontecesse, a conta ainda sairia muito mais cara, pois a igreja teria que pagar os honorários dos advogados das companhias.
Lembrando que o perder do processo ainda deveria pagar até 10% do valor da causa para cobrir despesas com honorários, o que também motivou a desistência do líder religioso.
Mais um episódio da polêmica:
Logo após o lançamento do especial, o Estadão divulgou que ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), cancelou a decisão de censurar a exibição.
A medida que havia sido aprovada por Benedicto Abigair, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, decretava a remoção da produção do catálogo da Netflix para “acalmar os ânimos” depois a sede do Porta dos Fundos foi alvo de um incêndio criminoso.
No entanto, Toffoli apoiou a Netflix, que recorreu da decisão alegando que “a censura do TJ do Rio tem efeito equivalente ao da bomba utilizada no atentado terrorista à sede do Porta dos Fundos: silenciar por meio do medo e da intimidação.”
Os representantes da plataforma de streaming argumentaram que o especial é direcionado ao público adulto e é classificado como comédia, sátira e humor ácido.
Além disso, o requerimento aponta que a decisão do TJ estava ferindo o direito à liberdade de expressão, já que qualquer tipo de censura executada sem motivos concretos e sem bases institucionais é inválida.
“Por ser assim, as referidas ordens judiciais devem ser prontamente suspensas e, ao final, cassadas, de forma a resguardar a liberdade de expressão da reclamante, em sua dimensão de liberdade de criação artística e de programação.”, diz parte do apelo da Netflix.
Por fim, a Netflix garantiu que não seleciona o conteúdo assistido pelos assinantes e “se limita a disponibilizar os mais diversos temas, assuntos e gêneros para que os usuários optem livremente pelo que desejam assistir, concedendo-lhes total liberdade de escolha.”
Assista ao trailer:
Na trama, Jesus completa 30 anos e leva um convidado especial para conhecer sua família, mas a festa reserva outras surpresas.