O cineasta James Cameron, responsável por sucessos como ‘Titanic’ e ‘Avatar’, abordou recentemente a criação de atrizes feitas por Inteligência Artificial (IA), como Tilly Norton, destacando que “não faria isso” e questionando abertamente se substituir atores por algoritmos é algo “desejável”.
Conforme a Variety, Cameron se posicionou recentemente ao lado dos atores reais, contra o uso substitutivo da IA.
“Não tenho interesse pessoal em usar essas ferramentas, em usar qualquer caminho tecnológico que substitua a criatividade humana”, disse Cameron.
Ele levantou a questão da singularidade na arte: “Podemos até ser capazes de substituir um ator [com um personagem gerado por IA]. Eu digo ‘podemos’, mas eu não faria isso. Isso é realmente desejável? Isso cria um personagem único, baseado em dois conjuntos de experiências humanas únicas, as do roteirista e as do ator?”.
O cineasta reconhece a utilidade da IA na indústria criativa, mas alertou sobre suas limitações ao lidar com a originalidade: “Podemos melhorar o fluxo de trabalho, torná-lo mais eficiente, torná-lo mais criativo [com IA generativa]? Acho que sim. Desde que mantenhamos um padrão muito alto de uso, ético, moral e prático”.
No entanto, ele enfatizou que a tecnologia tende à mediocridade quando se trata de inovação: “Se você tenta usar um modelo treinado em tudo, como isso pode ser único? Não pode. Ele vai te dar a média. Ele pode entregar o medíocre, mas não o especial e único. Também não pode criar aquilo que nunca foi visto”.
Cameron ilustrou o ponto com o universo de ‘Avatar’: “Se você pegar um modelo generativo e pedir ‘me dê algo que pareça Avatar’? Ótimo! Ele pode fazer isso o dia inteiro: bioluminescência, criaturas voadoras. Agora peça ao modelo para fazer isso antes de Avatar existir. Ele vai travar. No fim das contas, tudo ainda depende da criatividade humana”.
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