O cineasta James Cameron, conhecido pela franquia bilionária ‘Avatar’, comentou recentemente sobre o crescimento do uso da inteligência artificial em Hollywood e os impactos dessa tecnologia no futuro do cinema.
Em entrevista ao Deadline, o diretor falou sobre a possibilidade de, no futuro, profissionais trabalharem em parceria com a IA na produção de grandes filmes, destacando tanto o potencial quanto os riscos envolvidos.
“Sim, meu instinto diz que você está absolutamente certo. Estamos falando de IA generativa, não de superinteligência artificial, que é um problema totalmente diferente”, explicou Cameron. “Provavelmente todos nós estaremos mortos em cem anos, então vamos aproveitar o cinema enquanto isso. A IA generativa é uma ferramenta muito poderosa; só precisamos domá-la e usá-la de forma ética”.
Cameron ressaltou que ainda não utilizou IA em seus filmes e que ‘Avatar’ não recorreu a esse tipo de tecnologia.
“Não sou especialista em IA. Como eu disse, ainda não trabalhei com isso. Mas estou muito curioso. Existem tarefas específicas dentro do pipeline de efeitos visuais que são extremamente entediantes e repetitivas e que poderiam ser realizadas por modelos generativos”, afirmou.
Segundo o diretor, as grandes empresas de tecnologia estão mais focadas em aplicações de uso massivo e corporativo do que nas necessidades da indústria do entretenimento.
“Google, Meta e outras companhias pensam em uma base de bilhões de usuários. Nós somos um mercado pequeno para eles. Por isso, talvez tenhamos que desenvolver nossas próprias ferramentas”, disse.
James Cameron revela reação de Bob Iger após assistir ao corte inicial de ‘Avatar: Fogo e Cinzas’
Cameron destacou que vê a IA como uma forma de reduzir custos, desde que existam limites bem definidos.
“Isso precisa acontecer sem invadir o trabalho do artista, do roteirista e, principalmente, do ator. Vou ser muito enfático nisso. Não podemos substituir atores, nem criar uma geração de diretores que ache que pode eliminar a atuação do processo criativo”, destacou.
O cineasta também deixou um conselho para novos realizadores: “Eu diria a qualquer jovem diretor que está empolgado com essas ferramentas: a primeira coisa que você deve fazer, depois de aprender softwares como Maya e Houdini, é fazer uma aula de atuação. Mesmo que você seja péssimo, não importa. Você precisa entender o que é dar vida a um personagem”.
Por fim, Cameron reforçou sua posição: “Quero garantir que não estamos substituindo atores e que não estamos formando uma próxima geração de diretores que acredita ser possível cortar a atuação do processo. Isso seria um erro enorme para o cinema”.
Atualmente, ‘Avatar: Fogo e Cinzas’, novo filme da franquia, está em cartaz nos cinemas nacionais.
De acordo com o Deadline, a sequência deve arrecadar em torno de US$ 340-380 milhões em seu primeiro final de semana nas bilheterias mundiais.
Para termos de comparação, o segundo filme, ‘Avatar: O Caminho da Água‘, abriu com US$ 444 milhões neste mesmo período, em 2022.
A expectativa é que o novo longa do James Cameron supere o live-action de ‘Lilo & Stitch‘ (US$341M), e se torne a segunda maior estreia global do ano – atrás apenas da animação ‘Zootopia 2‘ (US$560.3M).
Internacionalmente, a produção deve somar em torno de US$ 250-275 milhões.
‘Avatar: Fogo e Cinzas’ será lançado nos cinemas nacionais amanhã (18).
Na trama, décadas após o primeiro contato da humanidade com Pandora, uma nova expedição retorna para coletar o que restou dos recursos do planeta — apenas para descobrir que a espécie alienígena está se preparando para contra-atacar a Terra.
O elenco ainda conta com Erika Marks, Jordan Iverach, Biagio Castelo e William McNamara.