É um fato dizer que Kylie Minogue não tem o reconhecimento que merece.
A artista australiana, que começou sua carreira como atriz, se tornou um dos símbolos da música pop desde sua estreia nos anos 1980, sendo responsável por trazer originalidade ao gênero e influenciar diversas performers, veteranas ou novatas – desde Madonna, ao servir de inspiração para a construção do icônico ‘Confessions on a Dance Floor’, até Dua Lipa e Hailee Steinfeld.
Mesmo quatro décadas depois de seu début, Minogue continua expressiva no cenário musical e passou por um “renascimento” muito bem-vindo com o lançamento de ‘Tension’, seu 16º álbum de estúdio que, em pouco tempo, viralizou nas redes sociais e relembrou a todos de seu poder musical com uma obra-prima aplaudível, nostálgica e refrescante.
No dia de hoje, 28 de maio, Kylie completa 56 anos de idade e, pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando seus cinco melhores álbuns.
Veja abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual o seu favorito:
5. IMPOSSIBLE PRINCESS (1997)
É um fato dizer que o mundo não estava pronto para quando Minogue provocou uma grande mudança de estilo e sonoridade em 1997, com o lançamento de seu sexto álbum de estúdio – o extremamente subestimado ‘Impossible Princess’. À época, o compilado de originais teve recepção polarizante por parte da crítica, mas, com o passar dos anos, adquiriu um status cult e foi condecorado como uma das melhores discos da artista. Aqui, ela mergulha em uma arquitetura mais experimental e pessoal, acompanhando de perto a revolução fonográfica que ocorria na segunda metade dos anos 1990 – encontrando uma identidade nova e muito mais liberdade para construir as canções.
4. DISCO (2020)
‘Disco’, como o título já premedita, é uma infusão exuberante de disco-pop e faz flertes com o eurodance popularizado em 1970. Diferente de Dua Lipa, que mergulhou de cabeça no synth-dance com ‘Future Nostalgia’, e de Lady Gaga, que entregou um apaixonante house com ‘Chromatica’, Kylie nos convidou para a pista de dança e a nos esquecer dos problemas – falando sobre amores platônicos e a paixão pela música com composições certeiras. No final das contas, não resta mais nada a se fazer por agradecê-la por um mimo que não sabíamos que precisávamos até darmos play na faixa inicial – e pelo fato dela ter, assim como sua iteração predecessora, um controle bem maior das próprias canções.
3. TENSION (2023)
Em um dos vários comentários para promover ‘Tension’, Minogue afirmou que, diferente de suas duas últimas incursões, o álbum não veio acompanhado de um tema, e sim de uma liberdade criativa que se desenrolava pouco a pouco. “Queria celebrar a individualidade de cada música e mergulhar nessa liberdade. Eu diria que é uma mistura de reflexões pessoais, abandono de clubes e picos melancólicos”, ela disse. E tal ambição, muitas vezes problemática, se concretizou com um testamento da artista a si mesma, perpassando por todas as incríveis eras que já entregou a seus fãs em uma vibrante explosão de dance-pop, electro, pop-rock, disco e house – cuja prometida individualidade é, em contraposição, o fio condutor desse coeso anthem das pistas de dança.
2. APHRODITE (2010)
‘Aphrodite’ cumpriu o que prometia e resgatou a glória de Kylie após certos deslizes dos anos anteriores: a performer, agora, era uma fênix que ganhava o mundo mais uma vez com um disco que não apenas envelheceu muito bem, mas que, quase uma década e meia mais tarde, continua original, inovador e dançante ao extremo. Dominando as paradas da Billboard com seus quatro singles alcançado o topo da Hot Dance Club Songs, ela reencontrava a si mesmo com competentes e memoráveis rendições – além de ter tido a oportunidade de trabalhar com um dos produtores mais requisitados do momento. Mais do que isso, o álbum provou que ainda havia muito a se contar dentro do saturado gênero do dance-pop, fosse pela nostalgia, fosse pelo arrojo – afinal, “qual é o motivo de viver se você não quer dançar?”, como bem ela nos pergunta em “Better Than Today”.
1. FEVER (2001)
‘Fever’ continua tão original quanto quando estreou: ao longo de breves doze faixas, Kylie demonstrou um apreço pelo minimalismo estético e pela coesão sonora, marcado pelas batidas envolventes e eletrônicas que refletiam sua entrada no “mundo moderno” e no novo milênio – fazendo um barulho considerável que estendeu seus ramos para inúmeros discos futuros, incluindo o elogiado ‘Confessions on a Dance Floor’, de Madonna, em 2005; o aguardado comeback de Britney Spears em 2007, ‘Blackout’; a estreia de Paris Hilton no escopo fonográfico com sua obra homônimo, em 2006; e até mesmo com a mistura explosiva do synth-pop e do electro-pop de ‘The Fame’, de Lady Gaga. Enquanto alguns historiadores insistem em reafirmar que não há como estudar a relação de causa-consequência entre um e outro, ouso discordar e dizer que quaisquer referências não são mera coincidência.