Lady Gaga é uma artista única.
A vencedora do Oscar e múltipla vencedora do Grammy é uma das maiores performers da história e sua versatilidade continua a encantar inúmeras gerações desde sua estreia oficial no cenário fonográfico em 2008, com o álbum de ‘The Fame’. Desde então, trilhou uma carreira recheada de sucessos e prêmios, além de estender seu legado para inúmeros artistas veteranos e novatos.
No dia de hoje, 28 de março, Gaga completa 37 anos de idade – e é claro que não poderíamos deixar essa data passar em branco.
Pensando nisso, preparamos uma breve matéria trazendo dez canções de sua carreira que mereciam ter virado singles oficiais – desde a subestimadíssima “Scheiße” até a nostálgica “Babylon”. Para tanto, estamos apenas levando em considerações seus álbuns solo de estúdio – o que significa que excluímos a trilha sonora de ‘Nasce Uma Estrela’ e as colaborações com Tony Bennett, ‘Cheek to Cheek’ e ‘Love For Sale’.
Veja abaixo as nossas escolhas:
“I LIKE IT ROUGH”
Álbum: The Fame
Revivendo o electro-pop e o synth-pop com força descomunal, “I Like It Rough” pode ser uma escolha inusitada para a lista, mas certamente é uma das músicas que melhor representa o álbum. Falando sobre vícios e, em particular, sobre um relacionamento masoquista, a canção é uma das melhores entradas da discografia de Gaga por sua indesculpável explicitação.
“THE FAME”
Álbum: The Fame
A música-titular de ‘The Fame’ passou longe do radar mainstream, mas continua como uma das melhores produções de Gaga. Aliando-se a Martin Kierszenbaum, a faixa é infundida com synth-pop e fala sobre todas as ambições que uma artista estreante poderia ter após encontrar sucesso absoluto.
“DANCE IN THE DARK”
Álbum: The Fame Monster
Gaga contrariou o desejo dos fãs e parece ter se esquecido de transformar “Dance in the Dark”, uma das melhores incursões de sua prolífica carreira, em um single oficial. A amálgama de Europop, new wave e retro-pop traz análises sobre a falta de aceitação corporal, além de apostar algumas fichas em relacionamentos tóxicos, além de honrar nomes lendários da cultura popular, como Judy Garland, Marilyn Monroe e Sylvia Plath.
“SPEECHLESS”
Álbum: The Fame Monster
“Speechless”, escrita inteiramente e apenas pela performer, é um dos primeiros grandes contatos com o electro-rock e com a sutileza romântica da guitarra e do piano. A power ballad é inspirada pelas incursões setentistas, incluindo da banda Queen, e foi injustamente criticada por ser “uma fraude” – algo se provaria mentira pela densidade de canções futuras.
“SCHEIßE”
Álbum: Born This Way
Guiada pelo icônico alemão-falso que introduz a ode ao electro-pop de ‘Born This Way’, “Scheiße” pode até ser conhecida pela fanbase de Gaga, mas deveria ter um status maior do que realmente tem no mainstream. A vibrante produção é cortesia de RedOne, um dos frequentes colaboradores, enquanto os versos pungentes variam desde uma antêmica construção feminista até uma afeição pela libertação da sexualidade e pelo empoderamento feminino.
“HEAVY METAL LOVER”
Álbum: Born This Way
“I want your whisky mouth all over my blonde south” certamente é uma das maneiras mais inesperadas de começar uma música – e essa total despreocupação e uma afeição gigantesca pela indesculpável sexualidade que tornam “Heavy Metal Lover” uma das faixas mais intrigantes de ‘Born This Way’ (e que mais ressignificam o próprio título do álbum). A track reverbera electro-rock, servindo como contraponto a “Bad Kids”, e aproveita para se infundir no futurismo do synth-pop que Gaga já vinha explorando desde ‘The Fame’.
“ELECTRIC CHAPEL”
Álbum: Born This Way
Em “Electric Chapel”, Gaga parece fazer uma espécie de “Act of Contrition” visto em ‘Like a Prayer’, de Madonna, retomando temáticas e versos já mencionados em músicas anteriores – mas fugindo da obviedade. As ressonantes guitarras dialogam com o glam metal dos anos 1970 e 1980, enquanto transformam a pista de dança em um templo religioso movido pelos sinos e pela rouquidão vocal da lead singer.
“VENUS”
Álbum: ARTPOP
À época de seu lançamento, “Venus” não teve recepção consideravelmente favorável por parte da crítica; de qualquer forma, caiu no gosto popular e ascendeu à fama como uma das faixas mais populares e apreciadas da artista; inspirada pelo synth-pop dos anos 1980, os versos falam sobre libertação e empoderamento sexual, fazendo inúmeras alusões à mitologia greco-romana.
“FASHION!”
Álbum: ARTPOP
A criatividade defendida com unhas e dentes por Gaga em ‘ARTPOP’ não se restringe apenas à sua persona, mas também alastra-se àqueles que sempre participaram de sua vida e permitiram que insurgisse como o ícone que é hoje. Pode-se falar, então, que a extensão de sua personalidade finca-se nos próprios figurinos irreverentes e completamente chocantes que utiliza, saudados com imensa ovação na incrível composição de “Fashion!”, que ala com grandiloquência sobre o trabalho dos designers e sobre sua capacidade de tradução materialista os desejos mais inerentes do ser humano.
“GYPSY”
Álbum: ARTPOP
‘ARTPOP’ sofreu com a maldição do quarto álbum e levou um bom tempo até que fosse resgatado como uma subestimada e importante obra musical. “Gypsy” é um dos inúmeros pontos altos da produção e ganhou o público pela simplicidade da produção, movida por sintetizadores e piano, e pela densidade romântica e elegíaca dos versos.
“DANCIN’ IN CIRCLES”
Álbum: Joanne
O retro-country-funk “Dancin’ In Circles” tinha potencial de sobra para se tornar uma das músicas promocionais de ‘Joanne’, mas ficou à sombra de outras escolhas da produtora. De qualquer forma, a faixa caiu no gosto popular pela sensual rendição de Gaga e por uma lírica pungente e explícita – do jeito que os fãs adoram.
“DIAMOND HEART”
Álbum: Joanne
A maturidade psicológica e emocional da artista em ‘Joanne’ emerge com “Diamond Heart”. Usando e abusando de suas habilidades vocais, que mantém-se em um nível esplendoroso e aplaudível principalmente por sua arquitetura rouca e ao mesmo tempo natural, Gaga diz que ela tem um coração tão impenetrável feito diamante, mas que brilha com um potencial a ser explorado.
“A-YO”
Álbum: Joanne
‘Joanne’ pode não ser um dos álbuns favoritos da performer pelos fãs, mas certamente gerou inúmeras músicas incríveis. “A-Yo” é uma delas: a infusão country-pop é pincelada com adições do funk e do techno-rock com perfeição – e com uma das melhores rendições vocais da cantora.
“ALICE”
Álbum: Chromatica
A faixa de abertura de ‘Chromatica’ é inspirado pelo clássico romance ‘Alice no País das Maravilhas’. Movido pelo melhor do house e por beat drops incríveis, “Alice” é uma emocionante aventura muito mais profunda do que aparenta – e recheada de pequenos detalhes que podem passar despercebidos quando ouvidos pela primeira vez.
“BABYLON”
Álbum: Chromatica
“Babylon” fecha ‘Chromatica’, o último álbum solo lançado por Gaga, com chave de ouro. Incorporando elementos do house e fazendo homenagem às clássicas canções dos anos 1990, a faixa perdeu a chance de se tornar single oficial de uma das eras mais instigantes da artista – mas não passou longe do nosso radar e ganhou um espaço merecido na lista.