A mais recente série documental da emissora Lifetime, ‘Surviving R. Kelly‘, continua repercutindo mundialmente e a cantora e atriz decidiu se posicionar a respeito das inúmeras acusações feitas contra o artista no programa.
O posicionamento surge em virtude da famigerada colaboração da artista com o cantor para a polêmica música “Do What U Want (With My Body)”, lançada em 2013.
Com a exibição das três partes do documentário, o hit voltou a ocupar as manchetes devido ao seu teor agressivo e hiper sexualizado – que sugere um comportamento excessivamente permissivo e abusivo do homem em relação à mulher.
Em resposta, Gaga se pronunciou por meio de sua conta oficial do Twitter, afirmando que acredita e apoia todas as vítimas que, publicamente, relataram seus traumas na TV.
Gaga ainda admitiu que, na época do lançamento da parceria, ela passava por um momento conturbado e perturbador, em que ainda não compreendia a dimensão de seus próprios traumas.
A artista ainda se comprometeu a retirar a canção de todas as plataformas de streaming, afirmando que jamais fará outra colaboração com R. Kelly.
Confira:
I stand by anyone who has ever been the victim of sexual assault: pic.twitter.com/67sz4WpV3i
— Lady Gaga (@ladygaga) 10 de janeiro de 2019
“Eu apoio 1000% essas mulheres, acredito nelas, sei que elas estão machucadas e sofrendo, e sinto fortemente que suas vozes devam ser ouvidas e levadas a sério. O que eu estou ouvindo sobre as alegações contra R. Kelly é absolutamente horrível e indefensável. Como vítima de agressão sexual, eu fiz a música e o vídeo em um momento sombrio da minha vida, minha intenção era criar algo extremamente desafiador e provocativo, porque eu estava com raiva e ainda não tinha processado o trauma que havia ocorrido na minha própria vida. A música é chamada de ‘Do What U Want (With My Body)’. Acho que está claro o quanto meu pensamento estava distorcido no momento. Se eu pudesse voltar atrás e ter uma conversa comigo mesma, eu a diria para ir à terapia que passei desde então, para que eu pudesse entender o confuso estado pós-traumático em que estava – ou se a terapia não estivesse disponível para mim ou para qualquer um na minha situação -, eu diria para buscar ajuda e falar tão aberta e honestamente o quanto possível sobre o que passamos. Eu não posso voltar, mas posso ir adiante e continuar a apoiar mulheres, homens e pessoas de todas as identidades sexuais e de todas as raças, que são vítimas de abuso sexual. Eu demonstrei meu ponto de vista sobre esse assunto em vários outros momentos da minha carreira. Eu não compartilho isso para me justificar, mas para explicar. Até que aconteça contigo, você não saberá como é. Mas eu sei como eu me sinto agora. Eu pretendo retirar essa canção do iTunes e de outras plataformas de streamings e não trabalharei mais com ele. Eu sinto muito, tanto pelo meu mal julgamento quando eu era mais jovem e por não falar abertamente sobre isso antes. Eu amo vocês”.