terça-feira , 5 novembro , 2024

Lanterna Verde | Filme ‘Problemático’ da DC Completa 10 Anos em 2021

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Primeira tentativa de adaptar o Cavaleiro Esmeralda foi um exemplo de fiasco no gênero de filmes de quadrinhos

Apesar da distância imediatamente sugerida, o ano de 2011 não era tão diferente do que se tem hoje em termos de entretenimento. De fato, à época ainda não havia se iniciado a guerra dos serviços de streaming com as ofertas em excesso desses produtos e suas produções originais cada vez mais requintadas. No entanto, a configuração do mercado cinematográfico hollywoodiano não era tão diferente do que é atualmente.

Naquele ano a palavra de ordem já era adaptar ao máximo histórias em quadrinho, muito disso motivado pelo sucesso da Marvel Studios (que até aquele momento já tinha dois filmes do Homem de Ferro, estreava o do Capitão América e o do Thor e estava em vias de lançar o primeiro Vingadores). A única outra empresa que, a princípio, tinha material o suficiente para competir com a Marvel em popularidade a curto prazo era a DC Comics.

Esta, por sua vez, vivia em uma outra realidade de mercado. Enquanto a competição estabelecia um modelo comercialmente rentável de universo compartilhado, a DC se concentrava em produzir o terceiro capítulo da trilogia Cavaleiro das Trevas do Christopher Nolan que era uma outra proposta de filme, mais tradicional e fechada em seu próprio universo sem maiores ligações com outros personagens.

A Warner estava focada demais na trilogia do Batman mas via potencial em algo do Lanterna Verde

É claro que a Warner Bros, que é a detentora dos direitos sobre as propriedades da DC Comics, acompanhava de perto a situação do mercado e já havia o planejamento de lançar seu universo compartilhado. Um roteiro para uma adaptação do Lanterna Verde já rondava os corredores da Warner há um bom tempo, mais ou menos desde 1997 quando o estúdio abordou Kevin Smith (que nesse mesmo período estava envolvido no projeto natimorto de Tim Burton para o Superman) para dirigir o possível longa sobre o herói esmeralda.

Smith, no entanto, recusou a oferta por acreditar que haviam diretores mais competentes para dar seguimento à ideia. Poucos anos mais tarde, Zack Snyder recebeu o mesmo convite mas foi outro que recusou pois já estava comprometido com a produção de Watchmen. Outros nomes seriam especulados para a cadeira de diretor (de David S. Goyer até Quentin Tarantino) mas sem sucesso.

Eventualmente o estúdio acabou partindo para uma escolha que, se não era a mais glamorosa ou impactante, era em teoria a mais estável. Martin Campbell era um nome conhecido por seus trabalhos em grandes franquias; mais notavelmente com os filmes do 007 (Goldeneye em 1995 e o renascimento da série em 2006 com Cassino Royale) e com os dois filmes do Zorro estrelados por Antonio Banderas.

Martin Campbell realizou alguns dos melhores filmes do 007 de todos os tempos

Apesar de nunca ter se autoproclamado como um fã ardoroso do personagem em si, Campbell tinha a confiança do estúdio de que o projeto se desenvolveria bem e, pessoalmente, conforme ele expôs em uma entrevista para Steve Weintraub no Collider, ele achava que “o universo envolvendo a tropa dos Lanternas Verdes era rico o suficiente”.

O roteiro foi outro elemento bem controverso; por um bom tempo o projeto esteve associado ao rascunho feito por Corey Reynolds visando uma trilogia focada no Lanterna Verde John Stewart. Hal Jordan, portanto, seria um personagem que seria introduzido apenas mais tarde. Esse roteiro, intitulado Green Lantern: Birth of a Hero, foi retrabalhado do zero pela equipe de novos escritores contratados: Greg Berlanti, Marc Guggenheim e Michael Green.

Para o papel principal houve uma disputa entre Bradley Cooper, Ryan Reynolds e Jared Leto sendo que o favorito do diretor era Cooper, mas o estúdio decidiu optar por Reynolds por ser a escolha mais econômica. Como consequência a relação entre o astro e o cineasta se deteriorou rapidamente durante a produção, com Campbell obrigando o ator a repetir a mesma cena diversas vezes, além de criticar sua atuação em diversos momentos.

Lanterna Verde” é o tipo de projeto que os envolvidos não querem lembrar que fizeram parte

O filme teve um orçamento de US$ 200 milhões e globalmente arrecadou nas bilheterias cerca de US$ 219 milhões, o que foi considerado um fracasso monumental (pois a diferença entre o custo e a receita do filme foi bastante tênue). A atuação de Reynolds, a direção de Campbell e o uso exagerado de CGI, muitos deles envelhecidos muito mal e muito rapidamente, foram apontados com unanimidade pela crítica como elementos que enterraram a produção.

O fracasso de Lanterna Verde também adiou o início de um universo compartilhado da DC Comics até 2013, quando estreou Homem de Aço. De forma inusitada, no entanto, Lanterna Verde se tornou um dos filmes mais assistidos em streaming nos EUA no início da pandemia no ano passado. Não sabemos o que dizer, só sentir. Atualmente o personagem permanece em suspensão, com a alta possibilidade no horizonte de uma série a ser produzida pela HBO Max focada na Tropa dos Lanternas Verdes.

E você, acha que o filme merece uma segunda chance?

 

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Apesar da distância imediatamente sugerida, o ano de 2011 não era tão diferente do que se tem hoje em termos de entretenimento. De fato, à época ainda não havia se iniciado a guerra dos serviços de streaming com as ofertas em excesso desses produtos e suas produções originais cada vez mais requintadas. No entanto, a configuração do mercado cinematográfico hollywoodiano não era tão diferente do que é atualmente.

Naquele ano a palavra de ordem já era adaptar ao máximo histórias em quadrinho, muito disso motivado pelo sucesso da Marvel Studios (que até aquele momento já tinha dois filmes do Homem de Ferro, estreava o do Capitão América e o do Thor e estava em vias de lançar o primeiro Vingadores). A única outra empresa que, a princípio, tinha material o suficiente para competir com a Marvel em popularidade a curto prazo era a DC Comics.

Esta, por sua vez, vivia em uma outra realidade de mercado. Enquanto a competição estabelecia um modelo comercialmente rentável de universo compartilhado, a DC se concentrava em produzir o terceiro capítulo da trilogia Cavaleiro das Trevas do Christopher Nolan que era uma outra proposta de filme, mais tradicional e fechada em seu próprio universo sem maiores ligações com outros personagens.

A Warner estava focada demais na trilogia do Batman mas via potencial em algo do Lanterna Verde

É claro que a Warner Bros, que é a detentora dos direitos sobre as propriedades da DC Comics, acompanhava de perto a situação do mercado e já havia o planejamento de lançar seu universo compartilhado. Um roteiro para uma adaptação do Lanterna Verde já rondava os corredores da Warner há um bom tempo, mais ou menos desde 1997 quando o estúdio abordou Kevin Smith (que nesse mesmo período estava envolvido no projeto natimorto de Tim Burton para o Superman) para dirigir o possível longa sobre o herói esmeralda.

Smith, no entanto, recusou a oferta por acreditar que haviam diretores mais competentes para dar seguimento à ideia. Poucos anos mais tarde, Zack Snyder recebeu o mesmo convite mas foi outro que recusou pois já estava comprometido com a produção de Watchmen. Outros nomes seriam especulados para a cadeira de diretor (de David S. Goyer até Quentin Tarantino) mas sem sucesso.

Eventualmente o estúdio acabou partindo para uma escolha que, se não era a mais glamorosa ou impactante, era em teoria a mais estável. Martin Campbell era um nome conhecido por seus trabalhos em grandes franquias; mais notavelmente com os filmes do 007 (Goldeneye em 1995 e o renascimento da série em 2006 com Cassino Royale) e com os dois filmes do Zorro estrelados por Antonio Banderas.

Martin Campbell realizou alguns dos melhores filmes do 007 de todos os tempos

Apesar de nunca ter se autoproclamado como um fã ardoroso do personagem em si, Campbell tinha a confiança do estúdio de que o projeto se desenvolveria bem e, pessoalmente, conforme ele expôs em uma entrevista para Steve Weintraub no Collider, ele achava que “o universo envolvendo a tropa dos Lanternas Verdes era rico o suficiente”.

O roteiro foi outro elemento bem controverso; por um bom tempo o projeto esteve associado ao rascunho feito por Corey Reynolds visando uma trilogia focada no Lanterna Verde John Stewart. Hal Jordan, portanto, seria um personagem que seria introduzido apenas mais tarde. Esse roteiro, intitulado Green Lantern: Birth of a Hero, foi retrabalhado do zero pela equipe de novos escritores contratados: Greg Berlanti, Marc Guggenheim e Michael Green.

Para o papel principal houve uma disputa entre Bradley Cooper, Ryan Reynolds e Jared Leto sendo que o favorito do diretor era Cooper, mas o estúdio decidiu optar por Reynolds por ser a escolha mais econômica. Como consequência a relação entre o astro e o cineasta se deteriorou rapidamente durante a produção, com Campbell obrigando o ator a repetir a mesma cena diversas vezes, além de criticar sua atuação em diversos momentos.

Lanterna Verde” é o tipo de projeto que os envolvidos não querem lembrar que fizeram parte

O filme teve um orçamento de US$ 200 milhões e globalmente arrecadou nas bilheterias cerca de US$ 219 milhões, o que foi considerado um fracasso monumental (pois a diferença entre o custo e a receita do filme foi bastante tênue). A atuação de Reynolds, a direção de Campbell e o uso exagerado de CGI, muitos deles envelhecidos muito mal e muito rapidamente, foram apontados com unanimidade pela crítica como elementos que enterraram a produção.

O fracasso de Lanterna Verde também adiou o início de um universo compartilhado da DC Comics até 2013, quando estreou Homem de Aço. De forma inusitada, no entanto, Lanterna Verde se tornou um dos filmes mais assistidos em streaming nos EUA no início da pandemia no ano passado. Não sabemos o que dizer, só sentir. Atualmente o personagem permanece em suspensão, com a alta possibilidade no horizonte de uma série a ser produzida pela HBO Max focada na Tropa dos Lanternas Verdes.

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