quarta-feira , 20 novembro , 2024

Lembra dele? | Antes do sucesso de ‘Barbie’, Mattel fracassou com ‘Max Steel’

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A cada dia que passa, as projeções de bilheteria de Barbie só aumentam. O sucesso é tão grande que diversos cinemas no Brasil tiveram que abrir sessões extra para atenderem a demanda de público completamente fora do normal nesses últimos tempos. Com isso, a aventura da boneca mais famosa do mundo já soma números muito expressivos não apenas aqui, mas em todo o mundo. Parece simplesmente impossível ir a um shopping ou complexo de cinemas e não ver pelo menos metade das pessoas do recinto vestidas de rosa, o que se deve ao trabalho publicitário fantástico do longa e principalmente à qualidade inquestionável da produção, que é efetivamente um filmaço.



Nas redes sociais, porém, existe uma piada que parece revelar uma demanda reprimida dos fãs da Mattel. Desde que Barbie foi anunciado, surgiram diversos memes sobre a cena pós-créditos anunciar a chegada de um filme de outro brinquedo da marca, o parrudo Max Steel. Sucesso entre os meninos e principal pesadelo do Ken, o boneco foi lançado no final dos anos 90 sob forte inspiração da linha Big Jim, que a Mattel lançou nos EUA entre os anos 70 e 80. O mais curioso é que a nova linha não era exatamente popular nos Estados Unidos, mas se tornou um verdadeiro sucesso nos países da América Latina e na Europa. No Brasil, inclusive, a linha se tornou um hit com a parceria entre a marca de brinquedos e o canal SBT, após fecharem uma parceria para exibição dos filmes e desenhos animados do Max, que mostravam o rapaz como um agente especial da N-Tek, que viajava o mundo resolvendo missões contra vilões completamente excêntricos, como o Psycho e o monstrão Elementor.

O Max Steel fez bastante sucesso com seus filmes animados em 3D

Porém, após mais de uma década de sucesso de vendas, a Mattel decidiu fazer um reboot na linha de brinquedos e consequentemente nas animações. Assim, em 2013, o jovem bombado de supostamente 19 anos deu espaço às aventuras de Max, um adolescente magrinho de 16 anos com aquele cabelo ao estilo Justin Bieber em 2010, e Steel, um robozinho alienígena foragido na Terra após se voltar contra seu povo e impedir que seu líder, Makino, tomasse o planeta dos humanos.

Assim, ele se liga ao jovem Max após seu pai, Jim McGrath (lembram do Big Jim?) – o primeiro a se conectar com o Steel, desaparecer no espaço, e começa uma série de novas aventuras da dupla se entendendo e criando os mais diversos aparatos para lutar, rendendo uma série animada, alguns filmes animados e o tão sonhado live action.

Reboot do Max Steel não foi exatamente um sucesso

O problema é que o reboot conseguiu manter um número razoável de vendas, mas não o bastante para replicar o sucesso da franquia no início da década passada. Com isso, a saga de Max Steel foi entrando numa espiral de obscuridade tão grande que decidiram envelhecer um pouco mais o personagem e deixá-lo mais próximo do visual de antes. Só que até chegarem a essa conclusão, o filme de cinema já estava encomendado, com elenco escalado e contava até mesmo com o medalhão Andy García na história.

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Lançado em 2016, Max Steel foi um verdadeiro fracasso de público e crítica. Adaptando uma história que não tinha cativado nem mesmo seu público alvo (a molecada que brincava com os bonecos), o longa chegou aos cinemas e arrecadou míseros 6,2 milhões de dólares ao redor do mundo. Sem contar o valor usado na divulgação, a aventura custou aproximadamente 10 milhões de dólares. Ou seja, prejuízo brabo para a Mattel. Além disso, a repercussão foi tão negativa que certamente contribuiu para a queda nas vendas da franquia. Afinal, criança nenhuma quer brincar com um ‘herói’ que virou sinônimo de piada. Para complicar ainda mais a reputação de Max, o filme segue até hoje com um humilhante 0% da crítica especializada no agregador de notas Rotten Tomatoes.

A pior parte acerca desse projeto que já nasceu fadado ao fracasso é que ele começou com uma parceria que poderia ter feito sucesso, mas foi afetada pelo malfadado reboot do personagem. Em 2009, numa época em que os filmes baseados em brinquedos estavam em alta em Hollywood, com produções como Transformers e G.I. Joe tomando as salas, a Mattel fechou uma parceria com a Paramount para desenvolver um filme de ação sobre o Max Steel, trazendo no papel principal o galã da época, Taylor Lautner, em alta com a franquia Crepúsculo.

Porém, poucos meses depois, Taylor deixou o projeto para fechar com a Universal o papel de protagonista em um projeto teoricamente parecido. Quando você pensar numa gestão de carreira complicada, lembre-se que Lautner saiu de Max Steel para ser o Stretch Armstrong (aquele boneco loiro de borracha que estica), em um filme que sequer saiu do papel, terminando com o próprio ator abandonando o barco em 2012.

Em 2013, sem ninguém topando assumir o desafio de viver o Max Steel, o projeto sofreu uma nova derrota: o contrato com a Paramount venceu e o estúdio decidiu não renovar com a Mattel pelos direitos de adaptação. Dessa forma, roteiro e ideias para o filme foram completamente descartados mais ou menos na mesma época que a empresa decidiu fazer o tal reboot do boneco. E mesmo assim, eles acreditavam que essa nova roupagem da franquia seria o bastante para aproximar o personagem do público fã dos super-heróis que dominavam as bilheterias.

Então, entre 2013 e 2014, a Mattel firmou uma parceria com a Dolphin Entertainment para bancar o filme, que seria estrelado por Ben Winchell e Andy García. Um claro retrocesso em comparação com o projeto ambicioso de anos antes. O maior mistério disso tudo é como conseguiram convencer o Andy García a entrar nessa barca furada. E com um visual bem similar ao do Homem de Ferro, Max Steel chegou aos cinemas apenas em 2016, adaptando a história da animação que já não fazia sucesso entre a molecada.

Na trama, Jim McGrath é um cientista que morre misteriosamente, deixando sua esposa grávida sozinha. A partir daí, ela tem o bebê, o chama de Max e eles começam a mudar de cidade em cidade, sem que o menino entendesse o motivo. Com 16 anos, Max e a mãe chegam a uma nova região em que Jim era muito conhecido. Na mesma época, ele começa a manifestar poderes que partem de uma energia azul estranha que sai de seu interior.  E para ajudar a entender e a controlar esses poderes especiais, o robozinho Steel aparece com seus comentários sarcásticos para se unir a ele e juntos canalizarem essa energia tão poderosa. O problema é que há vilões nessa mundo, então a dupla decide atuar como um grande super-herói: o poderoso Max Steel.

A história é terrível, as atuações são tenebrosas e os efeitos visuais são dignos de uma produção de US$ 10 milhões. Resultado: fracasso total e prejuízo. O impacto negativo foi tão grande que nunca mais se cogitou publicamente sequer uma nova adaptação do Max Steel para as telonas… Até agora. Dias antes do lançamento de Barbie, foi confirmado o interesse da Mattel em desenvolver um universo de filmes inspirados em suas principais franquias de brinquedos. Dentre elas, Max Steel. Não há notícias de um projeto em desenvolvimento, nem de qualquer nome ligado a ele, apenas que há um interesse.

E com o sucesso que Barbie está fazendo nos cinemas do mundo, provavelmente alguns desses projetos ganharão sinal verde nos próximos meses. E se o filme da boneca loirinha deixou lições é que serão necessários três elementos para o pleno funcionamento dessa ideia da Mattel. O primeiro, obviamente, é uma parceria com um estúdio que tenha porte e relevância para vender franquias deste tamanho; O segundo é o investimento. Não adianta economizar e tentar conseguir bilheterias bilionárias. Ainda mais com Max Steel, cuja graça está nos aparatos criativos e criaturas misturadas com máquinas, tipo aqueles tigres robóticos; O terceiro e mais importante é uma lição que fica para todas as produções de Hollywood: liberdade criativa. Sem essas duas palavrinhas, certamente a diretora e roteirista Greta Gerwig não teria feito um trabalho tão brilhante e divertido quanto o que vimos nas telonas.

Você assistiu o filme do Max Steel? Diga nos comentários!

Barbie está em cartaz nos cinemas.

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Nas redes sociais, porém, existe uma piada que parece revelar uma demanda reprimida dos fãs da Mattel. Desde que Barbie foi anunciado, surgiram diversos memes sobre a cena pós-créditos anunciar a chegada de um filme de outro brinquedo da marca, o parrudo Max Steel. Sucesso entre os meninos e principal pesadelo do Ken, o boneco foi lançado no final dos anos 90 sob forte inspiração da linha Big Jim, que a Mattel lançou nos EUA entre os anos 70 e 80. O mais curioso é que a nova linha não era exatamente popular nos Estados Unidos, mas se tornou um verdadeiro sucesso nos países da América Latina e na Europa. No Brasil, inclusive, a linha se tornou um hit com a parceria entre a marca de brinquedos e o canal SBT, após fecharem uma parceria para exibição dos filmes e desenhos animados do Max, que mostravam o rapaz como um agente especial da N-Tek, que viajava o mundo resolvendo missões contra vilões completamente excêntricos, como o Psycho e o monstrão Elementor.

O Max Steel fez bastante sucesso com seus filmes animados em 3D

Porém, após mais de uma década de sucesso de vendas, a Mattel decidiu fazer um reboot na linha de brinquedos e consequentemente nas animações. Assim, em 2013, o jovem bombado de supostamente 19 anos deu espaço às aventuras de Max, um adolescente magrinho de 16 anos com aquele cabelo ao estilo Justin Bieber em 2010, e Steel, um robozinho alienígena foragido na Terra após se voltar contra seu povo e impedir que seu líder, Makino, tomasse o planeta dos humanos.

Assim, ele se liga ao jovem Max após seu pai, Jim McGrath (lembram do Big Jim?) – o primeiro a se conectar com o Steel, desaparecer no espaço, e começa uma série de novas aventuras da dupla se entendendo e criando os mais diversos aparatos para lutar, rendendo uma série animada, alguns filmes animados e o tão sonhado live action.

Reboot do Max Steel não foi exatamente um sucesso

O problema é que o reboot conseguiu manter um número razoável de vendas, mas não o bastante para replicar o sucesso da franquia no início da década passada. Com isso, a saga de Max Steel foi entrando numa espiral de obscuridade tão grande que decidiram envelhecer um pouco mais o personagem e deixá-lo mais próximo do visual de antes. Só que até chegarem a essa conclusão, o filme de cinema já estava encomendado, com elenco escalado e contava até mesmo com o medalhão Andy García na história.

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Lançado em 2016, Max Steel foi um verdadeiro fracasso de público e crítica. Adaptando uma história que não tinha cativado nem mesmo seu público alvo (a molecada que brincava com os bonecos), o longa chegou aos cinemas e arrecadou míseros 6,2 milhões de dólares ao redor do mundo. Sem contar o valor usado na divulgação, a aventura custou aproximadamente 10 milhões de dólares. Ou seja, prejuízo brabo para a Mattel. Além disso, a repercussão foi tão negativa que certamente contribuiu para a queda nas vendas da franquia. Afinal, criança nenhuma quer brincar com um ‘herói’ que virou sinônimo de piada. Para complicar ainda mais a reputação de Max, o filme segue até hoje com um humilhante 0% da crítica especializada no agregador de notas Rotten Tomatoes.

A pior parte acerca desse projeto que já nasceu fadado ao fracasso é que ele começou com uma parceria que poderia ter feito sucesso, mas foi afetada pelo malfadado reboot do personagem. Em 2009, numa época em que os filmes baseados em brinquedos estavam em alta em Hollywood, com produções como Transformers e G.I. Joe tomando as salas, a Mattel fechou uma parceria com a Paramount para desenvolver um filme de ação sobre o Max Steel, trazendo no papel principal o galã da época, Taylor Lautner, em alta com a franquia Crepúsculo.

Porém, poucos meses depois, Taylor deixou o projeto para fechar com a Universal o papel de protagonista em um projeto teoricamente parecido. Quando você pensar numa gestão de carreira complicada, lembre-se que Lautner saiu de Max Steel para ser o Stretch Armstrong (aquele boneco loiro de borracha que estica), em um filme que sequer saiu do papel, terminando com o próprio ator abandonando o barco em 2012.

Em 2013, sem ninguém topando assumir o desafio de viver o Max Steel, o projeto sofreu uma nova derrota: o contrato com a Paramount venceu e o estúdio decidiu não renovar com a Mattel pelos direitos de adaptação. Dessa forma, roteiro e ideias para o filme foram completamente descartados mais ou menos na mesma época que a empresa decidiu fazer o tal reboot do boneco. E mesmo assim, eles acreditavam que essa nova roupagem da franquia seria o bastante para aproximar o personagem do público fã dos super-heróis que dominavam as bilheterias.

Então, entre 2013 e 2014, a Mattel firmou uma parceria com a Dolphin Entertainment para bancar o filme, que seria estrelado por Ben Winchell e Andy García. Um claro retrocesso em comparação com o projeto ambicioso de anos antes. O maior mistério disso tudo é como conseguiram convencer o Andy García a entrar nessa barca furada. E com um visual bem similar ao do Homem de Ferro, Max Steel chegou aos cinemas apenas em 2016, adaptando a história da animação que já não fazia sucesso entre a molecada.

Na trama, Jim McGrath é um cientista que morre misteriosamente, deixando sua esposa grávida sozinha. A partir daí, ela tem o bebê, o chama de Max e eles começam a mudar de cidade em cidade, sem que o menino entendesse o motivo. Com 16 anos, Max e a mãe chegam a uma nova região em que Jim era muito conhecido. Na mesma época, ele começa a manifestar poderes que partem de uma energia azul estranha que sai de seu interior.  E para ajudar a entender e a controlar esses poderes especiais, o robozinho Steel aparece com seus comentários sarcásticos para se unir a ele e juntos canalizarem essa energia tão poderosa. O problema é que há vilões nessa mundo, então a dupla decide atuar como um grande super-herói: o poderoso Max Steel.

A história é terrível, as atuações são tenebrosas e os efeitos visuais são dignos de uma produção de US$ 10 milhões. Resultado: fracasso total e prejuízo. O impacto negativo foi tão grande que nunca mais se cogitou publicamente sequer uma nova adaptação do Max Steel para as telonas… Até agora. Dias antes do lançamento de Barbie, foi confirmado o interesse da Mattel em desenvolver um universo de filmes inspirados em suas principais franquias de brinquedos. Dentre elas, Max Steel. Não há notícias de um projeto em desenvolvimento, nem de qualquer nome ligado a ele, apenas que há um interesse.

E com o sucesso que Barbie está fazendo nos cinemas do mundo, provavelmente alguns desses projetos ganharão sinal verde nos próximos meses. E se o filme da boneca loirinha deixou lições é que serão necessários três elementos para o pleno funcionamento dessa ideia da Mattel. O primeiro, obviamente, é uma parceria com um estúdio que tenha porte e relevância para vender franquias deste tamanho; O segundo é o investimento. Não adianta economizar e tentar conseguir bilheterias bilionárias. Ainda mais com Max Steel, cuja graça está nos aparatos criativos e criaturas misturadas com máquinas, tipo aqueles tigres robóticos; O terceiro e mais importante é uma lição que fica para todas as produções de Hollywood: liberdade criativa. Sem essas duas palavrinhas, certamente a diretora e roteirista Greta Gerwig não teria feito um trabalho tão brilhante e divertido quanto o que vimos nas telonas.

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Barbie está em cartaz nos cinemas.

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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