sábado , 21 dezembro , 2024

Lembra dele? | ‘Como Treinar o Seu Dragão 3’, conclusão da saga animada épica, completa cinco anos

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Este mês de janeiro marca uma data especial para os fãs da franquia Como Treinar o Seu Dragão. Há cinco anos, o capítulo final da trilogia animada chegava aos cinemas para concluir uma história que cresceu e foi se desenvolvendo junto aos fãs. Protagonizado novamente por Soluço e Banguela, Como Treinar o Seu Dragão 3 fechou a jornada de amizade entre o Viking renegado e o dragão mais mortal do mundo com maestria, proporcionando uma despedida digna para o público fiel que acompanhou essas aventuras por quase uma década.



E para aqueles que não viveram o fenômeno Como Treinar o Seu Dragão, pode parecer que a saga passou meio despercebida. No entanto, ao longo dessa década em que a trilogia se desenvolveu, os filmes conseguiram dialogar tanto com o público infantil quanto os jovens que estavam saindo da adolescência. Foi um marco geracional que conseguiu abordar uma temática muito pertinente para a idade que é a pressão autoimposta para se encaixar no meio em que se encontra.

No caso da saga, Soluço (Jay Baruchel) é o Viking que mais foge ao estereótipo dos guerreiros nórdicos presentes no imaginário popular. Magrinho e empático, ele foi retratado como um jovem curioso e inventivo, que se opõe à chacina dos dragões, mas se pressiona a fazer o que discorda para ser aceito na ilha de Berk. Para complicar as coisas, ele é filho de Estoico (Gerard Butler), líder do grupo e o mais viril dos vikings. Ou seja, além da pressão que o próprio Soluço impôs a si, ele tinha essa pressão social de ser o futuro líder.

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Conforme a saga se desenvolve, Soluço aprende na marra que não precisa abrir mão de quem é para conquistar seu espaço. Com isso, ele causa uma revolução em Berk, fazendo com que gerações acostumadas a nutrir ódios pelos répteis passassem a viver em harmonia com os dragões, tratando os bichos como animais de estimação e, em alguns casos, como membros da família. No segundo filme, Soluço se vê numa situação assombrosa para todos os jovens. Ele precisa assumir as responsabilidades da vida adulta e ainda tem de lidar com a morte do pai. É um longa sensacional, muito empático e que trabalha essa fase complexa da vida com bastante maturidade.

No terceiro filme, o ciclo se concluiu com uma despedida. Se no longa anterior foi Soluço quem precisou assumir as responsabilidades, agora era a vez do Banguela seguir seu próprio rumo. O dragão sempre foi retratado de forma muito respeitosa na saga, desenvolvendo seu próprio arco narrativo. Junto às responsabilidades de liderar os dragões, Banguela também ganha um interesse amoroso: a Fúria da Luz. A opção de Dean DeBlois de introduzi-la como uma armadilha do vilão foi certeira e cruel.

Tudo que acontece no filme gira em torno dela. Usado como isca, o dragão motiva Soluço a abrir mão da ‘posse’ do Banguela. Também motiva a mudança dos vikings de ilha, já que ela ajuda o vilão indiretamente ao revelar a localização do último Fúria da Noite, e também é ela que leva o ‘Alfa’ ao Reino Escondido. Ao colocá-la nessa posição central e ingrata na trama, a direção aproveita tudo que a personagem tem a oferecer e causa um conflito interno enorme entre os protagonistas.

Por falar no vilão, Grimmel (F. Murray Abraham) foi o contraponto perfeito ao Soluço. Enquanto o líder de Berk representava o progresso, a união e a compreensão, o caçador estava preso ao passado, embarcando em uma missão para impedir o avanço. E o mais interessante é que mesmo sendo derrotado, Grimmel consegue parte de seu objetivo. Ele queria exterminar os Fúrias da Noite porque odiava os dragões, em especial essa raça. No entanto, ele era contrário aos dragões em geral. Só usava os dele porque era a única forma de massacrar outros dragões. Então, ao fim do filme, ele consegue exilar os dragões da convivência com os humanos, mesmo não vivendo para ver esse mundo de novo.

E como em toda grande amizade, chega a hora de Soluço e Banguela se separarem. Esse momento é muito delicado, ainda mais numa saga que durou praticamente uma década. Entretanto, DeBlois foi certeiro na hora de abordar essa despedida. Parte da vida é a conclusão de ciclos, mas não quer dizer que só porque uma relação se separou ela acabou para sempre.

Na cena final, quando Soluço, Astrid (America Ferrera) e seus filhos viajam para procurar o Banguela e a Fúria da Luz, todas as histórias vividas são trazidas à tona no reencontro de dois melhores amigos que passaram por muita coisa. Cada um com sua família, Soluço e Banguela viveram novamente os bons tempos, cada um com suas crias, e voltaram para suas respectivas vidas depois. Foi um final fantástico, emocionante e muito fofo. Não tem como não abrir um sorrisinho com os dragões bebês fazendo acrobacias no ar, enquanto exploram suas habilidades especiais.

Foi incrível acompanhar essa saga ser construída nos cinemas, e foi belíssimo poder conferir o encerramento nos cinemas. São poucas as trilogias que conseguem manter um nível tão alto quanto esta, e são pouquíssimas as que são capazes de concluir sua história de forma tão respeitosa e emocionante como esse filme que acabou de completar cinco anos. Agora, fica a expectativa para que o live action, cuja produção está prestes a começar, consiga manter essa sensibilidade e diversão que a trilogia animada proporcionou ao público.

Como Treinar o Seu Dragão 3 está disponível para aluguel no Amazon Prime Video.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Este mês de janeiro marca uma data especial para os fãs da franquia Como Treinar o Seu Dragão. Há cinco anos, o capítulo final da trilogia animada chegava aos cinemas para concluir uma história que cresceu e foi se desenvolvendo junto aos fãs. Protagonizado novamente por Soluço e Banguela, Como Treinar o Seu Dragão 3 fechou a jornada de amizade entre o Viking renegado e o dragão mais mortal do mundo com maestria, proporcionando uma despedida digna para o público fiel que acompanhou essas aventuras por quase uma década.

E para aqueles que não viveram o fenômeno Como Treinar o Seu Dragão, pode parecer que a saga passou meio despercebida. No entanto, ao longo dessa década em que a trilogia se desenvolveu, os filmes conseguiram dialogar tanto com o público infantil quanto os jovens que estavam saindo da adolescência. Foi um marco geracional que conseguiu abordar uma temática muito pertinente para a idade que é a pressão autoimposta para se encaixar no meio em que se encontra.

No caso da saga, Soluço (Jay Baruchel) é o Viking que mais foge ao estereótipo dos guerreiros nórdicos presentes no imaginário popular. Magrinho e empático, ele foi retratado como um jovem curioso e inventivo, que se opõe à chacina dos dragões, mas se pressiona a fazer o que discorda para ser aceito na ilha de Berk. Para complicar as coisas, ele é filho de Estoico (Gerard Butler), líder do grupo e o mais viril dos vikings. Ou seja, além da pressão que o próprio Soluço impôs a si, ele tinha essa pressão social de ser o futuro líder.

Conforme a saga se desenvolve, Soluço aprende na marra que não precisa abrir mão de quem é para conquistar seu espaço. Com isso, ele causa uma revolução em Berk, fazendo com que gerações acostumadas a nutrir ódios pelos répteis passassem a viver em harmonia com os dragões, tratando os bichos como animais de estimação e, em alguns casos, como membros da família. No segundo filme, Soluço se vê numa situação assombrosa para todos os jovens. Ele precisa assumir as responsabilidades da vida adulta e ainda tem de lidar com a morte do pai. É um longa sensacional, muito empático e que trabalha essa fase complexa da vida com bastante maturidade.

No terceiro filme, o ciclo se concluiu com uma despedida. Se no longa anterior foi Soluço quem precisou assumir as responsabilidades, agora era a vez do Banguela seguir seu próprio rumo. O dragão sempre foi retratado de forma muito respeitosa na saga, desenvolvendo seu próprio arco narrativo. Junto às responsabilidades de liderar os dragões, Banguela também ganha um interesse amoroso: a Fúria da Luz. A opção de Dean DeBlois de introduzi-la como uma armadilha do vilão foi certeira e cruel.

Tudo que acontece no filme gira em torno dela. Usado como isca, o dragão motiva Soluço a abrir mão da ‘posse’ do Banguela. Também motiva a mudança dos vikings de ilha, já que ela ajuda o vilão indiretamente ao revelar a localização do último Fúria da Noite, e também é ela que leva o ‘Alfa’ ao Reino Escondido. Ao colocá-la nessa posição central e ingrata na trama, a direção aproveita tudo que a personagem tem a oferecer e causa um conflito interno enorme entre os protagonistas.

Por falar no vilão, Grimmel (F. Murray Abraham) foi o contraponto perfeito ao Soluço. Enquanto o líder de Berk representava o progresso, a união e a compreensão, o caçador estava preso ao passado, embarcando em uma missão para impedir o avanço. E o mais interessante é que mesmo sendo derrotado, Grimmel consegue parte de seu objetivo. Ele queria exterminar os Fúrias da Noite porque odiava os dragões, em especial essa raça. No entanto, ele era contrário aos dragões em geral. Só usava os dele porque era a única forma de massacrar outros dragões. Então, ao fim do filme, ele consegue exilar os dragões da convivência com os humanos, mesmo não vivendo para ver esse mundo de novo.

E como em toda grande amizade, chega a hora de Soluço e Banguela se separarem. Esse momento é muito delicado, ainda mais numa saga que durou praticamente uma década. Entretanto, DeBlois foi certeiro na hora de abordar essa despedida. Parte da vida é a conclusão de ciclos, mas não quer dizer que só porque uma relação se separou ela acabou para sempre.

Na cena final, quando Soluço, Astrid (America Ferrera) e seus filhos viajam para procurar o Banguela e a Fúria da Luz, todas as histórias vividas são trazidas à tona no reencontro de dois melhores amigos que passaram por muita coisa. Cada um com sua família, Soluço e Banguela viveram novamente os bons tempos, cada um com suas crias, e voltaram para suas respectivas vidas depois. Foi um final fantástico, emocionante e muito fofo. Não tem como não abrir um sorrisinho com os dragões bebês fazendo acrobacias no ar, enquanto exploram suas habilidades especiais.

Foi incrível acompanhar essa saga ser construída nos cinemas, e foi belíssimo poder conferir o encerramento nos cinemas. São poucas as trilogias que conseguem manter um nível tão alto quanto esta, e são pouquíssimas as que são capazes de concluir sua história de forma tão respeitosa e emocionante como esse filme que acabou de completar cinco anos. Agora, fica a expectativa para que o live action, cuja produção está prestes a começar, consiga manter essa sensibilidade e diversão que a trilogia animada proporcionou ao público.

Como Treinar o Seu Dragão 3 está disponível para aluguel no Amazon Prime Video.

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