domingo , 22 dezembro , 2024

Lembra dos Filmes da MTV? Revisamos a trajetória de 25 anos no Cinema do canal da música na Televisão

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Ah, a saudosa MTV. Quando falamos da nostalgia que foi viver os anos 1980 e toda a pureza que vinha de receber a primeira “overdose” de cultura pop na veia, definitivamente a MTV fez parte desta trajetória midiática cultural. Inaugurado nos primórdios da década de 80, mais precisamente em 1981, o canal especializado em música na televisão (cuja sigla significa literalmente Music TeleVision) foi o primeiro contato mais íntimo de toda uma geração com a música e seus cantores e bandas preferidos. Embora o conceito de um canal de TV voltado completamente para a música tenha surgido ainda no fim da década de 1960, com os vídeo clipes de bandas como os Beatles sendo primordiais para tal avanço, a concretização de tais planos começaram a ocorrer no fim da década seguinte, os anos 1970.

Com a chegada dos anos 80 não tinha mais volta, a proposta estreava para mudar de vez a vida de todos que na época cresceram. O conceito era simples: um canal voltado para os adolescentes e jovens, feito por eles. O público-alvo analisado pela emissora era dos 12 aos 34 anos. Era um canal descolado, que dava voz a uma geração e ditava tendências e moda. Foi o berço, por exemplo, de artistas como Madonna, considerada uma cria do canal. Rock e pop eram o forte da casa, que exibia os vídeos musicais dia e noite em sua programação, apresentados pelos chamados Vídeo Jockeys (os VJs), jovens que falavam a língua de sua audiência e se tornaram por si só celebridades igualmente. Além disso, desde seus primórdios, a MTV exibia tipos de animações e vinhetas surreais e desconexas, que enfatizavam a linguagem descompromissada e moderna em contrapartida aos velhos conceitos televisivos.



A MTV foi um marco cultural jovem para toda uma geração.

A princípio apenas captada pelos moradores de Nova Jérsei, os estúdios da MTV eram sediados em Nova York, onde ainda se encontra a base da corporação que se tornou hoje. No Brasil, o canal demorou um pouquinho mais a chegar, tendo sido inaugurado por aqui somente em 1990, marcando época igualmente. E numa época anterior inclusive às TVs a cabo (internet então, nem sonhava-se) conseguir captar o sinal UHF (ao contrário das demais VHF) com antena portátil era uma missão digna de McGyver, nem mesmo o melhor bombril na ponta das hastes metálicas dava jeito. Desistir, porém, jamais, afinal todo pré-adolescente que se prezasse tinha como meta de vida na época assistir ao canal. Era a Marvel musical da época.

A MTV ajudou a popularizar diversos artistas e a criar a chamada geração MTV. É curioso hoje pensar como um símbolo máximo de juventude, rebeldia e modernidade, possa ser considerado algo imensamente datado e ultrapassado. Isso, é claro, graças ao advento da internet e de plataformas como o Youtube. Atualmente, apesar do canal ainda ser transmitido, mais voltado para programas no estilo Reality, uma entidade maior da propriedade existe nas formas do MTV Entertainment Group, empresa especializada em produção de séries de ficção, documentais e animações, além, é claro, do tema desta matéria: produções cinematográficas.

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Em 1996, a MTV Films lançava seu primeiro filme no cinema.

É curioso pensar que uma companhia tão revolucionária como a MTV, que era sinônimo de ditar tendência entre os jovens nos anos 80, não tenha aproveitado ainda na época este “poder” para ampliar seus tentáculos para mídias mais abrangentes como o cinema. Teria sido muito interessante ver que tipo de produtos seriam criados pela empresa na década de 80. A verdade é que o canal ainda trabalhava para se estabelecer e firmar sua popularidade em sua primeira década de existência. Assim, seria somente em meados da década seguinte, apesar de ter sido inaugurada como produtora de cinema em 1991, que a MTV lançaria seus primeiros filmes no cinema. Quase todos em parceria com a Paramount Pictures.

Em 1996, a MTV Films lançava seu primeiro longa-metragem para os cinemas. É claro que a produção em questão teria a cara jovem e insana típica da geração que cresceu na época do politicamente incorreto – grande parte das mensagens do canal eram nuas e cruas, apostando em muito gore, violência e nojeiras de plantão. Assim, em julho de 1996, época do verão norte-americano, onde os maiores filmes se digladiam pelas grandes bilheterias, era lançado nas salas de cinema a comédia musical Joe e as Baratas (Joe’s Apartment). Baseado no curta dirigido por John Payson, de 1992, o próprio cineasta alongava sua história para caber num longa-metragem que inaugurava uma nova era para a MTV. Ah sim, o título não esconde, a estreia do canal no cinema contava sobre baratas falantes, dançantes e cantantes, vivendo no apartamento de um jovem desleixado.

Flop no cinema, transformado em cult em VHS, ‘Joe e as Baratas’ guarda o marco de ser o primeiro filme da MTV.

O mote aqui, porém, muito mais do que a “engraçadinha” história sobre baratas descoladas, era a credibilidade dos efeitos visuais gerados por computadores, que criariam insetos realistas, os inserindo para contracenar junto com atores reais. Os efeitos computadorizados, hoje chamados CGI, que foram a evolução natural das animações e stop-motion, atualmente não chamam mais atenção tendo se tornado algo corriqueiro e usado de forma frívola até mesmo em programas de TV. Porém, na época a técnica revolucionária era recebida com muita empolgação, elevando os filmes de entretenimento a outro patamar. O primeiro a empregar durante toda a sua projeção foi O Exterminador do Futuro 2 (1991); e depois seguiram Jurassic Park (1993), O Máskara (1994) e o resto é história. Nesta primeira leva, chegava também Joe e as Baratas, que ao invés de dar vida à dinossauros virtuais, se mostrava mais humilde em criar através dos computadores um grupo de baratas muito animado. Os louros aqui são da Blue Sky Studios, companhia por trás de sucessos como as franquias A Era do Gelo (2002) e Rio (2011), em sua primeira grande investida na nova técnica.

Os hilários acéfalos Beavis e Butt-Head se tornaram fenômeno na MTV e em 1996 ganharam um filme para chamar e seu.

No mesmo ano, porém no fim de 1996, em dezembro, a MTV Films estreava nos cinemas um filme que tinha ainda mais sua cara, se é que isso é possível. Na verdade, tratava-se de um produto nascido justamente de sua programação. Beavis e Butt-Head, animação adulta criada por Mike Judge estreava na MTV em 1993 e de cara se tornava um sucesso absoluto. Fenômeno midiático, assim como Os Simpsons, os protagonistas aqui serviam como crítica social dos americanos – estes dois adolescentes roqueiros descerebrados que por sorte conseguem superar as adversidades apesar de sua tremenda estupidez. Era a forma de Judge satirizar com olhar único a mesma geração que compraria a ideia com facilidade. Mais de dez anos depois da estreia do canal de música, a própria emissora analisava os efeitos colaterais surgidos da juventude que ajudou a moldar. Seis temporadas depois, e com os personagens já gravados no subconsciente coletivo, a MTV Films presenteava Judge com o orçamento de US$12 milhões para que levasse às telonas o primeiro longa-metragem da dupla, com Beavis e Butt-Head Detonam a América – que teve direito à dublagem de astros famosos do primeiro time, vide Bruce Willis e Demi Moore, e trilha sonora dos Red Hot Chilli Peppers – banda igualmente surgida da emissora.

Eleição (1999) é, ainda hoje, o melhor filme lançado pela MTV Films.

Das suas duas primeiras investidas no terreno das produções cinematográficas, Beavis e Butt-Head Detonam a América se mostrou o acerto do estúdio, enquanto Joe e as Baratas viveu para se tornar seu primeiro fracasso; vindo a ressurgir no mercado de VHS como fita cult. O auge crítico e financeiro, porém, seria atingido logo três anos depois, quando o estúdio investiria em obras que, embora ainda voltadas para o universo dos jovens, possuíam temas mais maduros como discurso, demonstrando que seu entretenimento não precisava ser apenas simples escapismo. Dentro desta nova proposta, a companhia abria o ano de 1999 com Marcação Cerrada, sucesso nos EUA, que por usar como tema o futebol americano, esporte àquela época sem muita ligação com os brasileiros, terminou vendo um lançamento direto em vídeo por aqui. O filme aproveitava como protagonista James Van Der Beek (saído do sucesso de Dawson’s Creek – 1998 a 2003) e se tornaria icônico devido à ousada cena do biquíni de chantilly performada por Ali Larter em seu primeiro filme. Já Eleição, com Reese Witherspoon e Matthew Broderick, foi ainda mais longe e surgiu com um discurso sobre os pequenos âmbitos da corrupção e como atos mal julgados como simplórios podem vir a ser catastróficos e irremediáveis. Uma pequena obra-prima do cinema que possui coerentes 92% de aprovação no Rotten Tomatoes, mesmo sem ter feito necessariamente sucesso de bilheteria. Um cult imperdível.

A MTV Films e a Paramount tinham planos maiores para Projeto Almanaque, que terminou enterrado.

Durante as duas décadas seguintes, de 2000 e 2010, a MTV Films seguiu levando para as telonas os produtos surgidos em sua programação, vide os filmes de Jack Ass e a versão em live-action da animação Aeon Flux (com uma Charlize Theron recém-saída de sua vitória no Oscar de melhor atriz) e contribuindo com os filmes de artistas da música que eram prata da casa – vide Britney Spears (Crossroads), Beyoncé (Resistindo às Tentações), Tupac Shakur (Resurrection), 50 Cent (Fique Rico ou Morra Tentando), Justin Bieber (Never Say Never) e Katy Perry (Part of Me).

Em 2015, o estúdio sofreria um baque com o fracasso de sua grande aposta para aquele ano. Projeto Almanaque envolvia atores jovens, viagem no tempo e muita música pop. Os trailers chamaram atenção, mas o filme simplesmente desapareceu, sendo enterrado num lançamento em janeiro – onde historicamente muitos filmes vão para “morrer”. O curioso é que o longa não foi sequer um fiasco financeiro, conseguindo se pagar. Por um tempo, a ficção científica marcaria o último esforço da MTV Films, que voltaria a produzir somente cinco anos depois, em 2020, e desde então lançando apenas outros três filmes, com o último sendo Pink Skies Ahead, elogiado drama juvenil independente exibido em festivais de cinema. Para fevereiro do ano que vem o estúdio tem programado Jackass Forever.

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Lembra dos Filmes da MTV? Revisamos a trajetória de 25 anos no Cinema do canal da música na Televisão

Ah, a saudosa MTV. Quando falamos da nostalgia que foi viver os anos 1980 e toda a pureza que vinha de receber a primeira “overdose” de cultura pop na veia, definitivamente a MTV fez parte desta trajetória midiática cultural. Inaugurado nos primórdios da década de 80, mais precisamente em 1981, o canal especializado em música na televisão (cuja sigla significa literalmente Music TeleVision) foi o primeiro contato mais íntimo de toda uma geração com a música e seus cantores e bandas preferidos. Embora o conceito de um canal de TV voltado completamente para a música tenha surgido ainda no fim da década de 1960, com os vídeo clipes de bandas como os Beatles sendo primordiais para tal avanço, a concretização de tais planos começaram a ocorrer no fim da década seguinte, os anos 1970.

Com a chegada dos anos 80 não tinha mais volta, a proposta estreava para mudar de vez a vida de todos que na época cresceram. O conceito era simples: um canal voltado para os adolescentes e jovens, feito por eles. O público-alvo analisado pela emissora era dos 12 aos 34 anos. Era um canal descolado, que dava voz a uma geração e ditava tendências e moda. Foi o berço, por exemplo, de artistas como Madonna, considerada uma cria do canal. Rock e pop eram o forte da casa, que exibia os vídeos musicais dia e noite em sua programação, apresentados pelos chamados Vídeo Jockeys (os VJs), jovens que falavam a língua de sua audiência e se tornaram por si só celebridades igualmente. Além disso, desde seus primórdios, a MTV exibia tipos de animações e vinhetas surreais e desconexas, que enfatizavam a linguagem descompromissada e moderna em contrapartida aos velhos conceitos televisivos.

A MTV foi um marco cultural jovem para toda uma geração.

A princípio apenas captada pelos moradores de Nova Jérsei, os estúdios da MTV eram sediados em Nova York, onde ainda se encontra a base da corporação que se tornou hoje. No Brasil, o canal demorou um pouquinho mais a chegar, tendo sido inaugurado por aqui somente em 1990, marcando época igualmente. E numa época anterior inclusive às TVs a cabo (internet então, nem sonhava-se) conseguir captar o sinal UHF (ao contrário das demais VHF) com antena portátil era uma missão digna de McGyver, nem mesmo o melhor bombril na ponta das hastes metálicas dava jeito. Desistir, porém, jamais, afinal todo pré-adolescente que se prezasse tinha como meta de vida na época assistir ao canal. Era a Marvel musical da época.

A MTV ajudou a popularizar diversos artistas e a criar a chamada geração MTV. É curioso hoje pensar como um símbolo máximo de juventude, rebeldia e modernidade, possa ser considerado algo imensamente datado e ultrapassado. Isso, é claro, graças ao advento da internet e de plataformas como o Youtube. Atualmente, apesar do canal ainda ser transmitido, mais voltado para programas no estilo Reality, uma entidade maior da propriedade existe nas formas do MTV Entertainment Group, empresa especializada em produção de séries de ficção, documentais e animações, além, é claro, do tema desta matéria: produções cinematográficas.

Em 1996, a MTV Films lançava seu primeiro filme no cinema.

É curioso pensar que uma companhia tão revolucionária como a MTV, que era sinônimo de ditar tendência entre os jovens nos anos 80, não tenha aproveitado ainda na época este “poder” para ampliar seus tentáculos para mídias mais abrangentes como o cinema. Teria sido muito interessante ver que tipo de produtos seriam criados pela empresa na década de 80. A verdade é que o canal ainda trabalhava para se estabelecer e firmar sua popularidade em sua primeira década de existência. Assim, seria somente em meados da década seguinte, apesar de ter sido inaugurada como produtora de cinema em 1991, que a MTV lançaria seus primeiros filmes no cinema. Quase todos em parceria com a Paramount Pictures.

Em 1996, a MTV Films lançava seu primeiro longa-metragem para os cinemas. É claro que a produção em questão teria a cara jovem e insana típica da geração que cresceu na época do politicamente incorreto – grande parte das mensagens do canal eram nuas e cruas, apostando em muito gore, violência e nojeiras de plantão. Assim, em julho de 1996, época do verão norte-americano, onde os maiores filmes se digladiam pelas grandes bilheterias, era lançado nas salas de cinema a comédia musical Joe e as Baratas (Joe’s Apartment). Baseado no curta dirigido por John Payson, de 1992, o próprio cineasta alongava sua história para caber num longa-metragem que inaugurava uma nova era para a MTV. Ah sim, o título não esconde, a estreia do canal no cinema contava sobre baratas falantes, dançantes e cantantes, vivendo no apartamento de um jovem desleixado.

Flop no cinema, transformado em cult em VHS, ‘Joe e as Baratas’ guarda o marco de ser o primeiro filme da MTV.

O mote aqui, porém, muito mais do que a “engraçadinha” história sobre baratas descoladas, era a credibilidade dos efeitos visuais gerados por computadores, que criariam insetos realistas, os inserindo para contracenar junto com atores reais. Os efeitos computadorizados, hoje chamados CGI, que foram a evolução natural das animações e stop-motion, atualmente não chamam mais atenção tendo se tornado algo corriqueiro e usado de forma frívola até mesmo em programas de TV. Porém, na época a técnica revolucionária era recebida com muita empolgação, elevando os filmes de entretenimento a outro patamar. O primeiro a empregar durante toda a sua projeção foi O Exterminador do Futuro 2 (1991); e depois seguiram Jurassic Park (1993), O Máskara (1994) e o resto é história. Nesta primeira leva, chegava também Joe e as Baratas, que ao invés de dar vida à dinossauros virtuais, se mostrava mais humilde em criar através dos computadores um grupo de baratas muito animado. Os louros aqui são da Blue Sky Studios, companhia por trás de sucessos como as franquias A Era do Gelo (2002) e Rio (2011), em sua primeira grande investida na nova técnica.

Os hilários acéfalos Beavis e Butt-Head se tornaram fenômeno na MTV e em 1996 ganharam um filme para chamar e seu.

No mesmo ano, porém no fim de 1996, em dezembro, a MTV Films estreava nos cinemas um filme que tinha ainda mais sua cara, se é que isso é possível. Na verdade, tratava-se de um produto nascido justamente de sua programação. Beavis e Butt-Head, animação adulta criada por Mike Judge estreava na MTV em 1993 e de cara se tornava um sucesso absoluto. Fenômeno midiático, assim como Os Simpsons, os protagonistas aqui serviam como crítica social dos americanos – estes dois adolescentes roqueiros descerebrados que por sorte conseguem superar as adversidades apesar de sua tremenda estupidez. Era a forma de Judge satirizar com olhar único a mesma geração que compraria a ideia com facilidade. Mais de dez anos depois da estreia do canal de música, a própria emissora analisava os efeitos colaterais surgidos da juventude que ajudou a moldar. Seis temporadas depois, e com os personagens já gravados no subconsciente coletivo, a MTV Films presenteava Judge com o orçamento de US$12 milhões para que levasse às telonas o primeiro longa-metragem da dupla, com Beavis e Butt-Head Detonam a América – que teve direito à dublagem de astros famosos do primeiro time, vide Bruce Willis e Demi Moore, e trilha sonora dos Red Hot Chilli Peppers – banda igualmente surgida da emissora.

Eleição (1999) é, ainda hoje, o melhor filme lançado pela MTV Films.

Das suas duas primeiras investidas no terreno das produções cinematográficas, Beavis e Butt-Head Detonam a América se mostrou o acerto do estúdio, enquanto Joe e as Baratas viveu para se tornar seu primeiro fracasso; vindo a ressurgir no mercado de VHS como fita cult. O auge crítico e financeiro, porém, seria atingido logo três anos depois, quando o estúdio investiria em obras que, embora ainda voltadas para o universo dos jovens, possuíam temas mais maduros como discurso, demonstrando que seu entretenimento não precisava ser apenas simples escapismo. Dentro desta nova proposta, a companhia abria o ano de 1999 com Marcação Cerrada, sucesso nos EUA, que por usar como tema o futebol americano, esporte àquela época sem muita ligação com os brasileiros, terminou vendo um lançamento direto em vídeo por aqui. O filme aproveitava como protagonista James Van Der Beek (saído do sucesso de Dawson’s Creek – 1998 a 2003) e se tornaria icônico devido à ousada cena do biquíni de chantilly performada por Ali Larter em seu primeiro filme. Já Eleição, com Reese Witherspoon e Matthew Broderick, foi ainda mais longe e surgiu com um discurso sobre os pequenos âmbitos da corrupção e como atos mal julgados como simplórios podem vir a ser catastróficos e irremediáveis. Uma pequena obra-prima do cinema que possui coerentes 92% de aprovação no Rotten Tomatoes, mesmo sem ter feito necessariamente sucesso de bilheteria. Um cult imperdível.

A MTV Films e a Paramount tinham planos maiores para Projeto Almanaque, que terminou enterrado.

Durante as duas décadas seguintes, de 2000 e 2010, a MTV Films seguiu levando para as telonas os produtos surgidos em sua programação, vide os filmes de Jack Ass e a versão em live-action da animação Aeon Flux (com uma Charlize Theron recém-saída de sua vitória no Oscar de melhor atriz) e contribuindo com os filmes de artistas da música que eram prata da casa – vide Britney Spears (Crossroads), Beyoncé (Resistindo às Tentações), Tupac Shakur (Resurrection), 50 Cent (Fique Rico ou Morra Tentando), Justin Bieber (Never Say Never) e Katy Perry (Part of Me).

Em 2015, o estúdio sofreria um baque com o fracasso de sua grande aposta para aquele ano. Projeto Almanaque envolvia atores jovens, viagem no tempo e muita música pop. Os trailers chamaram atenção, mas o filme simplesmente desapareceu, sendo enterrado num lançamento em janeiro – onde historicamente muitos filmes vão para “morrer”. O curioso é que o longa não foi sequer um fiasco financeiro, conseguindo se pagar. Por um tempo, a ficção científica marcaria o último esforço da MTV Films, que voltaria a produzir somente cinco anos depois, em 2020, e desde então lançando apenas outros três filmes, com o último sendo Pink Skies Ahead, elogiado drama juvenil independente exibido em festivais de cinema. Para fevereiro do ano que vem o estúdio tem programado Jackass Forever.

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