Esse ano, uma nova leva de grandes filmes do cinema adicionam mais uma década a suas trajetórias comemorando 30 anos de suas estreias. Produções famosas e ainda muito queridas do grande público, consideradas atemporais e imortais. Filmes como Cães de Aluguel, Os Imperdoáveis, Aladdin, Esqueceram de Mim 2, Batman – O Retorno, Perfume de Mulher, O Guarda-Costas, Questão de Honra, Instinto Selvagem e Drácula de Bram Stoker. Isso, é claro, só para citar os principais. Mas a verdade é que em um ano, onde mais de uma centena de produções são lançadas, os que ficam verdadeiramente para a eternidade são apenas um punhado.
Os cinéfilos podem até se aprofundar um pouco mais (afinal assistir a filmes é o resumo de suas vidas), porém, em relação ao grande público nem tudo fica memorável. Afinal, quantos já ouviram falar ou lembram de filmes como Meu Primo Vinny, O Sucesso a Qualquer Preço, Homens Brancos Não Sabem Enterrar, O Homem da Califórnia, Lua de Fel e O Jogador – todos filmes lançados no mesmo ano citado e relevantes na época, mas que terminaram caindo no esquecimento.
A verdade é que mesmo com todo elogio possível da crítica, ou desprezo, é o público quem dita o que fará sucesso, o que será esquecido e, variando as gerações, o que será redescoberto. Assim, nesta nova matéria dupla, a proposta é justamente averiguar quais dentre os clássicos do cinema que completam 30 anos em 2022, o grande público abraçou de vez e quais ele decidiu execrar. Começaremos com a parte de baixo da lista, com os clássicos mais detonados pelos fãs. Confira.
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11. Cemitério Maldito 2
O primeiro Cemitério Maldito (1989) marcou uma geração de fãs de terror, mesmo sem ser considerado uma das melhores adaptações de um livro do mestre Stephen King. Mesmo assim, grande parte do público segue preferindo esta primeira versão à sua refilmagem, lançada 30 anos depois. Pior que ambas as versões, na opinião dos fãs, só mesmo essa continuação do original, tirada não sei de onde. A verdade é que King jamais escreveu uma sequência para seu livro, e a Paramount visando capitalizar em cima do sucesso do longa de 89, tirou da cartola uma continuação que nada tinha a ver com o autor. Quem impulsiona o projeto protagonizando é Edward Furlong que, então um menino, havia saído no ano anterior do fenômeno O Exterminador do Futuro 2.
10. Querida Estiquei o Bebê
Por falar em Disney, nem sempre o estúdio do Mickey acerta. Ou erra querendo continuar uma história que não necessitava. É o caso com esta sequência do adorado Querida, Encolhi as Crianças (1989). O filme original capturou a imaginação de todas as crianças da época, seja pelo uso de efeitos visuais impressionantes para o período, seja pela história criativa de um pai inventor que termina acidentalmente diminuindo a um tamanho menor que o de uma formiga os próprios filhos e os filhos do vizinho. Três anos depois, o estúdio quis tirar mais dinheiro dessa possibilidade, criando uma história que fala sobre o aumento descomunal de tamanho do novo bebê da família agora. Não teve a mesma pegada ou carisma do original, terminando esquecido por metade dos fãs, e odiado pela outra metade. Em breve, um novo episódio desta franquia sairá do forno, com Josh Gad protagonizando.
09. Cool World: Mundo Proibido
Após o sucesso do fenomenal Uma Cilada para Roger Rabbit (1988), um verdadeiro marco não apenas nos efeitos visuais, como também de acordos entre estúdios, a Paramount Pictures (ela de novo) almejava replicar o feito da Disney em sua própria casa. Para isso, o estúdio resolveu apostar numa produção que igualmente mesclasse animação com o live-action de atores reais. Gabriel Byrne protagonizaria como um chargista que se apaixona por sua própria criação, um pecado em forma de mulher, nas formas de Kim Basginer. E a trama contaria até mesmo como um “policial humano colocando os desenhos na linha”, vivido por um Brad Pitt em início de carreira. Na empreitada servindo a animação e comandando a obra, o especialista Ralph Bakshi – criador do Gato Fritz -, com seu estilo subversivo. O resultado é uma bagunça afetuosa.
08. O Cão de Guarda
O astro Jack Nicholson é um dos maiores nomes de Hollywood, e um dos intérpretes mais celebrados da história do cinema. O ator carrega verdadeiros clássicos irretocáveis e muito adorados em sua filmografia, obras como Chinatown, Um Estranho no Ninho e O Iluminado, por exemplo. Mas quando falamos da parte do fundo do poço em sua carreira, muitos irão citar, sem titubear, um filme que o ator lançou há exatos 30 anos no passado. Falamos de O Cão de Guarda (Man Trouble), no qual ele vive um trambiqueiro treinador de cães de guarda, iniciando um relacionamento conturbado com sua mais nova cliente, papel de Ellen Barkin.
07. Corpo em Evidência
Madonna é definitivamente uma das maiores cantoras pop que já passaram por esse nosso planeta. Mas se na música, ela é uma verdadeira primeira-dama, no cinema as coisas são um pouco diferentes para a carreira da moça (agora senhora). Muitos artistas da música resolvem arriscar e investir também na carreira de atores. E foi exatamente o que fez a material girl, que inclusive já arriscou na direção de longas. E se na década de 80, ela basicamente reprisou nas telonas seu jeitinho amalucado de modelo da MTV, na década seguinte Madonna ousava ainda mais. Primeiro, com o documentário sem papas na língua ou pudor, Na Cama com Madonna (1991), e há 30 anos, ela estrelava seu próprio thriller erótico. Muitos não conseguiram evitar as comparações com Instinto Selvagem, e bem, é exatamente isso que Corpo em Evidência é: um clone barato e sem vergonha do filme de Sharon Stone.
06. Cristóvão Colombo: A Aventura do Descobrimento
Sabe aqueles filmes épicos que se tornam atemporais, representando um feito histórico impressionante, realizado pelo homem. Pois bem, esse era o plano para este longa aventureiro sobre o explorador que dá nome ao filme. Mas o resultado não foi bem o planejado. Com distribuição da Warner, história de Mario Puzo (O Poderoso Chefão), direção de John Glen (dos últimos filmes de Roger Moore como 007 e os dois com Timothy Dalton) e gente graúda como Marlon Brando no elenco, o objetivo era transformar Cristóvão Colombo numa obra inesquecível, cujo prestígio chegaria diretamente nas premiações do cinema e no Oscar. Bem, tudo o que o projeto conseguiu foi chegar rapidinho no Framboesa de Ouro – sem conseguir ser levado a sério pelos críticos, terminou rapidamente esquecido, caindo na obscuridade.
05. Pare! Senão Mamãe Atira
Provando que o grande público não pode ser enganado, e sabe reconhecer a qualidade – ou a falta dela -, este veículo para o astro Sylvester Stallone é considerado o ponto baixo definitivo em sua carreira. E é o próprio quem afirma isto. E olha que por mais que adoremos o ator, sabemos que ele tem alguns fiascos em seu repertório. Stallone não tem pudores de revelar em entrevistas que foi trapaceado a fazer o longa, tudo porque seu maior rival da época, Arnold Schwarzenegger, mandou espalhar um boato que estava louco para protagonizar o filme, e que caso Stallone não fizesse, ele pegaria a vaga. Achando que estava roubando o doce da boca do austríaco, Sly foi com sede ao pote. Mas quem riu por último foi o ex-Governator. A trama é basicamente o tira durão (Sly) precisando lidar com sua mãe intrometida e amalucada (Estelle Getty).
04. Crimes de Amor
Suspense de quinta categoria, este Crimes de Amor tinha como meta capitalizar em cima de figura sádica do ator Patrick Bergin, conquistada no ano anterior graças ao sucesso Dormindo com o Inimigo – com Julia Roberts. Aqui, o ator interpreta outro tipo de sádico psicótico, que não inferniza apenas a vida de sua esposa, mas sim a de várias mulheres. No filme, ele vive um predador sexual, que se protege devido a diversas brechas na lei em casos assim – ainda mais naquela época. Em seu encalço está uma promotora interpretada por Sean Young (de Blade Runner e Sem Saída). O filme foi massacrado, mas os anúncios enalteciam a fama que ambos os atores possuíam… no mercado de vídeo da época! – o que não deixa de ser curioso.
03. Criaturas 4
O primeiro Criaturas (1986) chegou pegando clara carona no sucesso absurdo que Gremlins havia feito dois anos antes. Ambos os filmes contavam com criaturinhas que à primeira vista são engraçadinhas e aparentam ser inofensivas. Mas basta uma segunda olhada para perceber se tratar de seres extremamente mortíferos. Esses aqui vindos diretamente do espaço. O primeiro longa era uma ficção com clima totalmente B, que não se levava muito a sério. A primeira continuação foi lançada ainda na década de 1980. No terceiro filme, tínhamos ninguém menos que um jovem Leonardo DiCaprio protagonizando, no longa lançado em 1991. Nesse quarto, a trama era movida inteiramente para o espaço, e a produção marcava um dos primeiros trabalhos de destaque da atriz Angela Bassett.
02. Confusão em Dobro
Nos anos 80 e 90, fortões como Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger reinaram no cinema de ação. Abaixo deles, outros nomes bastante lembrados pelos fãs, como Jean-Claude Van Damme, Steven Seagal, Dolph Lundgren e Chuck Norris, por exemplo. Temos ainda a lista do fundo do poço, de atores que foram varridos para debaixo do tapete com os anos, vide Michael Dudikoff e Brian Bosworth. Mas sempre existe algo que se encontra abaixo do fundo do poço. E este é o caso com os gêmeos grandalhões Peter Paul e David Paul, que estrelaram filmes como Os Bárbaros (1987), Pense Grande (1989) e Duas Babás Nada Perfeitas (1994). Nesta tosqueira, a dupla vive policiais tentando desmantelar uma quadrilha de tráfico de diamantes.
01. Águia de Aço III: Ases do Céu
O primeiro Águia de Aço (1986) ficou eternizado como cópia mais ilustre do sucesso Top Gun – embora tenha sido lançado antes, se encaixando mais como filme “gêmeo” do longa de Tom Cruise. Mas se Top Gun ganhou continuação apenas esse ano, Águia de Aço saiu na frente e lançou sua primeira continuação ainda na década de 80 (em 1988). Há 30 anos estreava o terceiro filme – que só não é considerado pior do que o quarto da franquia, que ainda viria em 1995. Todos fazendo uso do protagonismo do vencedor do Oscar Louis Gossett Jr. Neste terceiro longa, a proposta era por uma personagem principal feminina, a que o personagem de Gossett apadrinharia desta vez. E ela era interpretada pela musculosa Rachel McLish.