O astro Leonardo DiCaprio, de filmes como ‘Titanic’ e ‘O Lobo de Wall Street’, juntou-se a diversos nomes de Hollywood que têm condenado o crescente uso da Inteligência Artificial (IA) na indústria cinematográfica.
Durante uma entrevista ao Deadline, o ator reconheceu como a IA pode influenciar o cinema, para o bem ou para o mal, mas enfatizou que a arte autêntica deve ser humana.
DiCaprio avaliou o potencial da IA como ferramenta, mas destacou sua falta de “ancoragem” artística:
“Ela pode ser uma ferramenta de aprimoramento para um jovem cineasta fazer algo que nunca vimos antes. Acho que qualquer coisa que vá ser autenticamente considerada arte precisa vir do ser humano”, afirmou.
Ele citou o exemplo dos mashups musicais gerados por IA: “Você já ouviu essas músicas que são mashups, absolutamente brilhantes… Mas aí [a música] ganha seus 15 minutos de fama e simplesmente se dissipa no éter de outras coisas da internet. Não há ancoragem. Não há humanidade, por mais brilhante que seja”.
James Cameron critica uso de IA para substituir atores: “Ele pode entregar o medíocre”
DiCaprio também refletiu sobre a evolução da sétima arte: “Outro dia eu estava pensando: qual será a próxima coisa realmente chocante no cinema? Porque já se fez tanta coisa que movimentou a indústria, e alguns desses diretores são tão talentosos agora, fazendo uma infinidade de coisas ao mesmo tempo… Qual será a próxima coisa que vai sacudir e chocar as pessoas cinematograficamente?”.
A preocupação de DiCaprio ecoa a de outros cineastas, incluindo James Cameron, diretor de ‘Avatar’, que observou que a IA generativa não pode substituir a arte feita por humanos:
“O que a IA generativa não pode fazer é criar algo novo que nunca foi visto… Os modelos são treinados com tudo o que já foi feito antes; eles não podem ser treinados com aquilo que nunca foi feito. Então você verá, essencialmente, toda a arte e experiência humana colocadas em um liquidificador, e o resultado será algo que é meio que uma média disso”, destacou.
Cameron concluiu que a IA falha ao tentar replicar a singularidade humana: “O que você não terá é a experiência única de vida daquele roteirista específico e suas particularidades; você não encontrará as idiossincrasias de um ator em particular”.