Luca Guadagnino é um dos diretores mais aclamados da atualidade e, depois de ter conquistado inúmeros elogios por seu trabalho em ‘Me Chame Pelo Seu Nome’ e ‘Até Os Ossos’, está de volta ao circuito do entretenimento com a aguardada dramédia romântica esportiva ‘Rivais’.
A produção, estrelada por Zendaya, Josh O’Connor e Mike Faist, acompanha Tashi Duncan, atleta prodígio do tênis que se tornou treinadora, uma força da natureza que não pede desculpas por seu jogo dentro e fora da quadra. Casada com um campeão que tem acumulado apenas derrotas nos últimos jogos, a estratégia de Tashi para a redenção de seu marido toma um rumo surpreendente quando ele deve enfrentar o fracassado Patrick nas quadras. Patrick foi o melhor amigo de seu marido, e é ex-namorado de Tashi. Quando o passado e o presente entram em colisão, e as tensões aumentam, ela deve se perguntar qual será o custo dessa vitória.
Já aclamado pelos críticos e com sólidas projeções de abertura nos cinemas mundiais, o longa deve fazer um grande impacto no circuito fílmico nesse segundo semestre de 2024 – e, com certeza, deve angariar algumas indicações na próxima temporada de premiações.
Recentemente, tivemos a oportunidade de participar de uma coletiva de imprensa com o elenco e a equipe criativa do projeto, que nos revelou detalhes sobre a construção da narrativa.
Durante a conversa, o roteirista Justin Kuritzkes contou que não tinha muito conhecimento sobre o esporte retratado na produção, mas que se interessou após assistir a uma partida entre as famosas jogadoras Serena Williams e Naomi Osaka, utilizando a situação que se desenrolou para construir um dos clímaces do filme.
“Aconteceu de eu ligar o US Open e era a final entre Serena Williams e Naomi Osaka. E houve uma ligação muito polêmica do árbitro, onde ele acusou Serena Williams de receber treinamento nos bastidores. Eu nunca tinha ouvido falar dessa regra, mas Serena estava dizendo: ‘Isso não aconteceu. Eu nunca faria isso'”, ele conta.
Kurtizkes continua: “imediatamente, isso me pareceu uma situação intensamente cinematográfica em que você está sozinho do seu lado da quadra e há outra pessoa neste enorme estádio de tênis que se preocupa tanto com o que acontece quanto você, mas você não pode falar com eles. Por alguma razão, simplesmente me ocorreu: e se você realmente precisasse conversar sobre algo, e se fosse algo além do tênis? E se fosse algo que estivesse acontecendo entre vocês dois e envolvesse a pessoa do outro lado da rede? Como você teria essa conversa e como poderia comunicar a tensão dessa situação usando as ferramentas específicas do filme? Então, sim, foi aí que tudo começou para mim”.
No projeto, Guadagnino e a produtora Amy Pascal uniram forças para para trazer a ideia à vida – e o cineasta revelou que, apesar de sempre ter desejado trabalhar com Pascal, teve de ser convencido a ler o roteiro.
Ele disse:
“Amy e eu estamos ‘nos namorando’ há muitos anos. Existe uma espécie de história de amor tácita entre nós dois! Mas quando Amy me enviou o roteiro, eu estava trabalhando em outra coisa, e ela me ligava a cada meia hora para perguntar se eu estava lendo ou não. Eventualmente, tive que lê-lo enquanto trabalhava. O roteiro era fantástico. Os personagens eram incríveis. A estrutura era tão cinematográfica que, de imediato, senti instintivamente que a companhia de Amy, a companhia de Zendaya e a companhia de Justin, o esforço artístico que todos poderíamos reunir nisso seria fantástico. Então, creio que disse que entraria imediatamente”.
Quanto à questão da intimidade do trio de protagonistas, Pascal revelou que não havia ninguém melhor que Guadagnino para tratar a temática amorosa e sexual de forma saudável e sem puritanismos desnecessários: “é muito raro que os filmes comerciais sejam sobre relacionamentos adultos e sexo. Eu estava farto disso, então pensei que já era hora de as pessoas se beijarem nos filmes e muito mais, e não havia melhor diretor para dar vida a isso do que Luca”.
O diretor também aproveitou para explorar de que forma abordou a narrativa sem se render aos clichês de gênero e de modo a aproveitar o drama e a ação para engendrar um espetáculo angustiante – incluindo a potente cena de encerramento.
“Ensaiamos a parte dramática do filme por muitos, muitos, muitos dias. Aí estávamos na quadra todos os dias, algumas horas observando os pontos, entendendo como aquela ação esportiva deveria refletir a dinâmica entre os personagens”, ele contou. “Entendemos que a sequência final, o momento final, tinha que ser basicamente uma sequência silenciosa ou sem diálogo, que ficaria muito claro para todos na plateia, para entender a escalada emocional que deveria ser construída ali. Demorou muito na concepção, planejamento e filmagem. Acho que aquela sequência, os últimos dez minutos, levamos oito dias para filmar, mais ou menos – o que é incrível”.
Lembrando que o filme será lançado nos cinemas nacionais amanhã, dia 25 de abril.
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Crítica | Zendaya trilha caminho para o Oscar na IMPECÁVEL dramédia esportiva ‘Rivais’