domingo , 22 dezembro , 2024

Made In Brasil | Ilustradora carioca transcreve sentimentos em quadrinhos

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Prosseguindo com a série CinePOP Made In Brasil, na qual apresentamos jovens talentos que estão lançando novidades e contribuindo para o crescimento da cultura pop no Brasil, vamos falar hoje com a publicitária e ilustradora carioca, Raquel Segal, que faz bastante sucesso nas redes sociais com as tirinhas amarelas do Aquele Eita, uma página que tem mais de um milhão e meio de seguidores nas redes, que consegue traduzir nas tiras os sentimentos de milhões de pessoas. Confira!

 



Bom, Raquel, por que você não se apresenta?

Raquel conquistou vários prêmios, entre eles o cobiçado Clio Awards.

Meu nome é Raquel Segal e eu sou publicitária. Passei por muitas agências de publicidade, trabalhei muito como diretora de arte, fiz muitos freelas pra vários lugares. Como diretora de arte, ganhei alguns prêmios, alguns bem importantes. O principal é o Clio Awards. Atualmente, estou fazendo freelancer como diretora. Além disso, sou ilustradora nas horas vagas. Tenho parceria com a Chico Rei e com a Go Case, então vendo muitas ilustrações lá, nas capinhas de celular e camisas. Ah, também sou criadora do Aquele Eita, que nasceu em 2016 e, meio que sem querer, cresceu muito, e, hoje, tem mais de um milhão de curtidas no Facebook, mais de 100 mil seguidores no Instagram e no Twitter.

Assista também:
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Como foi que você resolveu entrar no mundo dos quadrinhos nacionais?

Eu entrei por conta do Aquele Eita, que, na verdade, eram só tirinhas de humor que eu fazia com o mouse bem rapidinho, era um humor besta. Só que teve um dia que eu resolvi postar uma tirinha diferenciada, meio sentimental, e aí deu muito certo, o pessoal curtiu muito – eu acho que o pessoal da internet adora uma bad (risos) – e foi isso. Cresceu do nada. E como eu gostava muito de quadrinhos, por conta de um ex-namorado que era viciado, e me apresentou esse mundo incrível, eu viciei nas HQs e quis fazer tirinhas. Depois do Aquele Eita, me cresceu o interesse de fazer uma história em quadrinhos própria, e foi aí que surgiu O Anjo Que LatiaSeria Cômico Se Fosse Cômico, que é uma coletânea de tirinhas de humor, que eram da página, mas nunca foram postadas. E fiz o Vagando Por Aí, que é a história de um fantasma, mas usando textos do Aquele Eita. Esses são os três quadrinhos que eu tenho, fora o livro do Aquele Eita, que é um compilado de tirinhas exclusivas junto com algumas da página, que lancei pela Editora Planeta, tem também o Sempre Faço Tudo Errado Quando Estou Feliz. E agora, em andamento, tem o segundo livro do Aquele Eita, que era pra ter saído no ano passado, mas não saiu porque ainda está no processo de criação. Fazer quadrinhos é muito difícil, mas é uma experiência muito boa.

Vagando por aí é um dos sucessos lançados por Raquel Segal

 

De onde surgiu a ideia de fazer o “Aquele Eita”?

Foi muito do nada. Eu estava à toa em casa, sentindo falta de desenhar. Então pensei: “Vou criar uma página pra fazer tirinhas bestas, com o meu tipo de humor, mais leve”. Tanto que eu desenha com o mouse pelo paint. As pessoas até curtiam, mas não era nada de mais. Aí eu tive uma desilusão amorosa e decidi fazer o Aquele Eita. A página, do nada, teve um crescimento absurdo, foi algo super orgânico, sabe? As pessoas começaram a compartilhar e a descobrir a página… Enfim, foi um dia em que lembro de ter acordado e ter visto muita menção, muita notificação e eu fiquei tipo: “Meu Deus, o que aconteceu aqui?”. E foi isso, foi meio que a internet fazendo o trabalho da internet, viralizando coisas que ninguém espera. Eu não achei que a página fosse viralizar com as tirinhas, mas aparentemente deu certo.

 

Qual a parte mais difícil de fazer tirinhas sobre sentimentos? Você se deixa levar mais pelo que está sentindo ou procura inspiração em outras pessoas?

No início eu fazia mais sobre o que eu tava sentindo, mas depois eu comecei a receber muitas mensagens de pessoas pedindo pra eu fazer sobre esse tema ou aquele tema. Aí, eu comecei a fazer mais pelas pessoas, fazer o que elas pediam, recomendavam, pegava um pouco do que os meus amigos estavam sentindo e deixei um pouco de fazer sobre mim. Não que não tenha, porque tem bastante coisa sobre mim ali, mas a página se tornou muito maior do que o que eu estou sentindo, porque, né? É uma responsabilidade muito grande. Tem alguns assuntos que são delicados, como depressão, e isso não é uma coisa sobre a qual eu possa falar com propriedade porque eu nunca tive depressão. Então, sempre que vou falar sobre um assunto do qual eu não tenho vivência, eu peço ajuda para algum amigo que já passou ou passe por isso, tanto que as tirinhas do Setembro Amarelo foram feitas com a ajuda de uma amiga minha que tinha depressão. Eu tento sempre falar sobre sentimentos que eu entendo, mas os que eu não entendo, peço ajuda.

 

E como foi pra você perceber que tinha dado certo? Você tem mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais que amam o seu conteúdo. Foi um choque ou você já esperava que fosse alcançar tanta gente assim?

Eu não esperava MESMO. Sempre quis ser famosinha da internet. Já tive Twitter de GIFs, página de conteúdo geek… Já tive várias coisas. Tentei de várias formas, tive também outra página de desenhos, mas eram ilustrações diversas. E esse projeto foi tão despretensioso que até mesmo o nome “Aquele Eita” é voltado para o tom humorístico. Mas acabou ficando, deu certo e cresceu. Não foi algo planejado, nem que eu tenha corrido atrás pra “ser famosa, vou conseguir!”. Aconteceu da noite pro dia. É difícil explicar como que foi, como eu me senti, porque a internet é esquisita (risos). Na minha própria página, tem vezes que eu posto uma tirinha que eu penso que vai bombar muito e não bomba. Tem outras que eu não espero muita coisa e ela explode. Eu sei mais ou menos os temas que dão certo, mas não é uma ciência exata. Foi um pouco de sorte com um pouco de talento.

O Anjo Que Latia fez bastante sucesso no Artist’s Alley da CCXP

 

O primeiro livro foi lançado há alguns anos e foi um sucesso! Você está trabalhando em uma segunda edição?

O primeiro foi lançado em 2018 e até hoje vende bastante, o que é muito legal, porque eu achei que chegaríamos em 2020 e não venderia mais nada. Mas não, ele ainda vende muito e o pessoal ainda corre bastante atrás dele e diz pra mim que gostou. O segundo era pra ter saído ano passado, e esse ano deu tudo errado. Perdi o emprego por conta da pandemia – então, no momento dessa entrevista, estou desempregada. Quem quiser me dar um emprego, pode me procurar depois (risos). E por conta disso, as coisas começaram a ficar meio complicadas. Durante o primeiro livro, eu não trabalhava ainda, eu só fiz o livro. Então, consegui fazer o livro inteiro muito rápido, mas como 2020 chegou zoneado, eu fiquei um pouco afastada das redes sociais e de tudo, porque tive que correr atrás dos freelas e de vagas de emprego – o aluguel não vai se pagar sozinho, não é mesmo? (risos). O segundo livro, no momento, está em andamento, mas muito devagar. Não sei se vou conseguir lançar a versão completa, como eu queria, ou se ele vai ser reduzido, porque agora o cenário está diferente. Tá mais caótico, mas ele vai sair aos poucos. Meu editor é muito compreensivo, então eventualmente ele vai sair.

 

Por fim, o que você diria pra alguém que sonhe em produzir tirinha ou quadrinhos no Brasil?

Eu sei que a maioria das pessoas querem muito bombar na internet. Eu tenho uma amiga que quase desistiu da página dela porque achou que não tava bombando, que não tinha o alcance suficiente pra manter. Só que eu acho que se você iniciar uma página querendo números, ela vai dar muito errado. O início do Aquele Eita foi muito triste. Ninguém curtia, só alguns amigos e minha família, então assim… Não comece nada achando que você vai ficar famosos, que as pessoas vão logo amar, que vai ter mil seguidores por dia, porque não vai. A não ser que você seja ou tenha ajuda de alguém famoso, isso não vai acontecer. Tem que ter um pouco de sorte, sim, conhecer as pessoas certas, ter cara de pau de pedir pras pessoas divulgarem. Mas é uma questão que não depende só de sorte, você tem que alimentar. Vamos dizer que você queria começar uma página de tirinhas. Aí, você posta uma tirinha hoje, mas a outra tirinha nova só entra daqui a dois meses, sabe? Isso não vai dar certo. Você tem que alimentar diariamente. No início do Aquele Eita, eu postava duas tirinhas por dia, e isso ficou assim por muito tempo. Quando eu já consegui uma base boa de seguidores, eu fui diminuindo. Passou a ser uma por dia, duas por semana… Até porque duas por dia tava começando a limitar minha criatividade. Mas é isso, não desista do seu sonho de ter um quadrinho famoso, não se preocupe muito com números, porque eu sei que a internet cria essa neura com eles, você tende a se comparar com os outros. Não faça isso, não se compare. Até porque não faz sentido você, que começou agora, se comparar a um cara que já tá aí há três anos fazendo aquilo, né? Eu mesma me comparava muito a páginas maiores, mas eram páginas que já estavam nisso há cinco anos com milhões de seguidores, e a minha página tinha cinco meses. Não faz sentido, sabe? Então é isso, não se compare, faça as coisas do seu jeitinho, não esqueça de alimentar as redes com conteúdo, o que é muito importante, procure as redes sociais que estejam em alta. E se já quiser lançar um quadrinho físico, acho que vale a pena procurar financiamentos coletivos, como o Catarse, compartilhar com amigos e família. Mesmo assim, eu ainda acho mais fácil lançar os conteúdos na internet, criar uma base e aí sim partir para o quadrinho físico. Existem também plataformas para lançar quadrinhos digitais. E é isso. Não desiste, vai fundo, que uma hora vai dar certo.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Bom, Raquel, por que você não se apresenta?

Raquel conquistou vários prêmios, entre eles o cobiçado Clio Awards.

Meu nome é Raquel Segal e eu sou publicitária. Passei por muitas agências de publicidade, trabalhei muito como diretora de arte, fiz muitos freelas pra vários lugares. Como diretora de arte, ganhei alguns prêmios, alguns bem importantes. O principal é o Clio Awards. Atualmente, estou fazendo freelancer como diretora. Além disso, sou ilustradora nas horas vagas. Tenho parceria com a Chico Rei e com a Go Case, então vendo muitas ilustrações lá, nas capinhas de celular e camisas. Ah, também sou criadora do Aquele Eita, que nasceu em 2016 e, meio que sem querer, cresceu muito, e, hoje, tem mais de um milhão de curtidas no Facebook, mais de 100 mil seguidores no Instagram e no Twitter.

 

Como foi que você resolveu entrar no mundo dos quadrinhos nacionais?

Eu entrei por conta do Aquele Eita, que, na verdade, eram só tirinhas de humor que eu fazia com o mouse bem rapidinho, era um humor besta. Só que teve um dia que eu resolvi postar uma tirinha diferenciada, meio sentimental, e aí deu muito certo, o pessoal curtiu muito – eu acho que o pessoal da internet adora uma bad (risos) – e foi isso. Cresceu do nada. E como eu gostava muito de quadrinhos, por conta de um ex-namorado que era viciado, e me apresentou esse mundo incrível, eu viciei nas HQs e quis fazer tirinhas. Depois do Aquele Eita, me cresceu o interesse de fazer uma história em quadrinhos própria, e foi aí que surgiu O Anjo Que LatiaSeria Cômico Se Fosse Cômico, que é uma coletânea de tirinhas de humor, que eram da página, mas nunca foram postadas. E fiz o Vagando Por Aí, que é a história de um fantasma, mas usando textos do Aquele Eita. Esses são os três quadrinhos que eu tenho, fora o livro do Aquele Eita, que é um compilado de tirinhas exclusivas junto com algumas da página, que lancei pela Editora Planeta, tem também o Sempre Faço Tudo Errado Quando Estou Feliz. E agora, em andamento, tem o segundo livro do Aquele Eita, que era pra ter saído no ano passado, mas não saiu porque ainda está no processo de criação. Fazer quadrinhos é muito difícil, mas é uma experiência muito boa.

Vagando por aí é um dos sucessos lançados por Raquel Segal

 

De onde surgiu a ideia de fazer o “Aquele Eita”?

Foi muito do nada. Eu estava à toa em casa, sentindo falta de desenhar. Então pensei: “Vou criar uma página pra fazer tirinhas bestas, com o meu tipo de humor, mais leve”. Tanto que eu desenha com o mouse pelo paint. As pessoas até curtiam, mas não era nada de mais. Aí eu tive uma desilusão amorosa e decidi fazer o Aquele Eita. A página, do nada, teve um crescimento absurdo, foi algo super orgânico, sabe? As pessoas começaram a compartilhar e a descobrir a página… Enfim, foi um dia em que lembro de ter acordado e ter visto muita menção, muita notificação e eu fiquei tipo: “Meu Deus, o que aconteceu aqui?”. E foi isso, foi meio que a internet fazendo o trabalho da internet, viralizando coisas que ninguém espera. Eu não achei que a página fosse viralizar com as tirinhas, mas aparentemente deu certo.

 

Qual a parte mais difícil de fazer tirinhas sobre sentimentos? Você se deixa levar mais pelo que está sentindo ou procura inspiração em outras pessoas?

No início eu fazia mais sobre o que eu tava sentindo, mas depois eu comecei a receber muitas mensagens de pessoas pedindo pra eu fazer sobre esse tema ou aquele tema. Aí, eu comecei a fazer mais pelas pessoas, fazer o que elas pediam, recomendavam, pegava um pouco do que os meus amigos estavam sentindo e deixei um pouco de fazer sobre mim. Não que não tenha, porque tem bastante coisa sobre mim ali, mas a página se tornou muito maior do que o que eu estou sentindo, porque, né? É uma responsabilidade muito grande. Tem alguns assuntos que são delicados, como depressão, e isso não é uma coisa sobre a qual eu possa falar com propriedade porque eu nunca tive depressão. Então, sempre que vou falar sobre um assunto do qual eu não tenho vivência, eu peço ajuda para algum amigo que já passou ou passe por isso, tanto que as tirinhas do Setembro Amarelo foram feitas com a ajuda de uma amiga minha que tinha depressão. Eu tento sempre falar sobre sentimentos que eu entendo, mas os que eu não entendo, peço ajuda.

 

E como foi pra você perceber que tinha dado certo? Você tem mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais que amam o seu conteúdo. Foi um choque ou você já esperava que fosse alcançar tanta gente assim?

Eu não esperava MESMO. Sempre quis ser famosinha da internet. Já tive Twitter de GIFs, página de conteúdo geek… Já tive várias coisas. Tentei de várias formas, tive também outra página de desenhos, mas eram ilustrações diversas. E esse projeto foi tão despretensioso que até mesmo o nome “Aquele Eita” é voltado para o tom humorístico. Mas acabou ficando, deu certo e cresceu. Não foi algo planejado, nem que eu tenha corrido atrás pra “ser famosa, vou conseguir!”. Aconteceu da noite pro dia. É difícil explicar como que foi, como eu me senti, porque a internet é esquisita (risos). Na minha própria página, tem vezes que eu posto uma tirinha que eu penso que vai bombar muito e não bomba. Tem outras que eu não espero muita coisa e ela explode. Eu sei mais ou menos os temas que dão certo, mas não é uma ciência exata. Foi um pouco de sorte com um pouco de talento.

O Anjo Que Latia fez bastante sucesso no Artist’s Alley da CCXP

 

O primeiro livro foi lançado há alguns anos e foi um sucesso! Você está trabalhando em uma segunda edição?

O primeiro foi lançado em 2018 e até hoje vende bastante, o que é muito legal, porque eu achei que chegaríamos em 2020 e não venderia mais nada. Mas não, ele ainda vende muito e o pessoal ainda corre bastante atrás dele e diz pra mim que gostou. O segundo era pra ter saído ano passado, e esse ano deu tudo errado. Perdi o emprego por conta da pandemia – então, no momento dessa entrevista, estou desempregada. Quem quiser me dar um emprego, pode me procurar depois (risos). E por conta disso, as coisas começaram a ficar meio complicadas. Durante o primeiro livro, eu não trabalhava ainda, eu só fiz o livro. Então, consegui fazer o livro inteiro muito rápido, mas como 2020 chegou zoneado, eu fiquei um pouco afastada das redes sociais e de tudo, porque tive que correr atrás dos freelas e de vagas de emprego – o aluguel não vai se pagar sozinho, não é mesmo? (risos). O segundo livro, no momento, está em andamento, mas muito devagar. Não sei se vou conseguir lançar a versão completa, como eu queria, ou se ele vai ser reduzido, porque agora o cenário está diferente. Tá mais caótico, mas ele vai sair aos poucos. Meu editor é muito compreensivo, então eventualmente ele vai sair.

 

Por fim, o que você diria pra alguém que sonhe em produzir tirinha ou quadrinhos no Brasil?

Eu sei que a maioria das pessoas querem muito bombar na internet. Eu tenho uma amiga que quase desistiu da página dela porque achou que não tava bombando, que não tinha o alcance suficiente pra manter. Só que eu acho que se você iniciar uma página querendo números, ela vai dar muito errado. O início do Aquele Eita foi muito triste. Ninguém curtia, só alguns amigos e minha família, então assim… Não comece nada achando que você vai ficar famosos, que as pessoas vão logo amar, que vai ter mil seguidores por dia, porque não vai. A não ser que você seja ou tenha ajuda de alguém famoso, isso não vai acontecer. Tem que ter um pouco de sorte, sim, conhecer as pessoas certas, ter cara de pau de pedir pras pessoas divulgarem. Mas é uma questão que não depende só de sorte, você tem que alimentar. Vamos dizer que você queria começar uma página de tirinhas. Aí, você posta uma tirinha hoje, mas a outra tirinha nova só entra daqui a dois meses, sabe? Isso não vai dar certo. Você tem que alimentar diariamente. No início do Aquele Eita, eu postava duas tirinhas por dia, e isso ficou assim por muito tempo. Quando eu já consegui uma base boa de seguidores, eu fui diminuindo. Passou a ser uma por dia, duas por semana… Até porque duas por dia tava começando a limitar minha criatividade. Mas é isso, não desista do seu sonho de ter um quadrinho famoso, não se preocupe muito com números, porque eu sei que a internet cria essa neura com eles, você tende a se comparar com os outros. Não faça isso, não se compare. Até porque não faz sentido você, que começou agora, se comparar a um cara que já tá aí há três anos fazendo aquilo, né? Eu mesma me comparava muito a páginas maiores, mas eram páginas que já estavam nisso há cinco anos com milhões de seguidores, e a minha página tinha cinco meses. Não faz sentido, sabe? Então é isso, não se compare, faça as coisas do seu jeitinho, não esqueça de alimentar as redes com conteúdo, o que é muito importante, procure as redes sociais que estejam em alta. E se já quiser lançar um quadrinho físico, acho que vale a pena procurar financiamentos coletivos, como o Catarse, compartilhar com amigos e família. Mesmo assim, eu ainda acho mais fácil lançar os conteúdos na internet, criar uma base e aí sim partir para o quadrinho físico. Existem também plataformas para lançar quadrinhos digitais. E é isso. Não desiste, vai fundo, que uma hora vai dar certo.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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