Madonna, alcunhada merecidamente como a Rainha do Pop, completa 65 anos hoje, 16 de agosto (mesmo dia do aclamado diretor James Cameron).
Falar de seu legado é cair na redundância, visto que, desde sua estreia no mundo da música, ainda em 1983, pavimentou o caminho para diversas estrelas da música da contemporaneidade – incluindo Lady Gaga, Britney Spears, Beyoncé, Rihanna e tantas outras. Quebrando tabus acerca de sexo e coletando inúmeros recordes ao longo de sua carreira, que permanece na ativa, conhecer Madonna é conhecer uma parte importante da história do entretenimento.
Para celebrar seu aniversário, o CinePOP separou uma lista com dez canções subestimadas da discografia da artista.
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual a sua favorita:
SECRET
Álbum: Bedtime Stories (1994)
Depois de chocar o mundo com ‘Erotica’, Madonna resolveu dar um passo para trás e “pedir desculpas” à conservadora sociedade que claramente não estava preparada para suas músicas. Com “Secret”, a artista dava origem a ‘Bedtime Stories’ – e a sagaz canção é memorável em cada incursão instrumental, apresentando uma nova camada cada vez que a ouvimos de novo.
HUMAN NATURE
Álbum: Bedtime Stories (1994)
“Human Nature” de fato merecia um lugar na nossa lista – e não é por menos: a faixa, lançada em meados de 1995, mostra que Madonna, na verdade, é uma mulher que fala o que pensa e que usa de ironias ácidas para rebater as críticas que havia recebido com ‘Erotica’. Recheada de pungentes versos, a artista se alia ao produtor Dave Hall para uma inflexão R&B cheia de referências.
THE POWER OF GOOD-BYE
Álbum: Ray of Light (1998)
‘Ray of Light’ é um dos álbuns mais aclamados e mais importantes da história – e representou um amadurecimento denso na estética de Madonna. É muito difícil escolher apenas uma faixa dentre as várias obras-primas que despontam no álbum, mas “The Power of Good-Bye” é a que melhor representa essa era. Trazendo a música eletrônica para o mainstream e misturando-a às incursões do synth-pop e do soft-rock, a track mergulha na teatralidade agridoce de um coração partido e de uma narrativa apaixonante e emotiva.
HOLLYWOOD
Álbum: American Life (2003)
Quando lançado, ‘American Life’ gerou bastante polêmica por suas mensagens ambíguas e por uma produção extremamente reciclada que não fazia jus à majestosa carreira de Madonna. Ao revisitá-lo, quase duas décadas depois de sua estreia, encontramos certas pérolas perdidas em meio à profusão exacerbada do álbum – incluindo “Hollywood”, cujo principal característica é um teor sarcástico e reflexivo. Apesar de ter tido uma recepção mista quando divulgada, a faixa é uma das implosões mais orgânicas do álbum.
GET TOGETHER
Álbum: Confessions on a Dance Floor (2005)
Inspirada pelo grupo francês Stardust, “Get Together” pode ter caído no esquecimento, mas certamente merece nossa atenção. A amálgama perfeita entre trance, techno e dance serve de base para uma narrativa prática, ainda que formulaica, para o pop : a possibilidade de encontrar amor nas pistas de dança.
MASTERPIECE
Álbum: MDNA (2012)
“Masterpiece” é uma das poucas faixas realmente bem produzidas de ‘MDNA’ e fez parte do drama histórico ‘W.E.’, dirigido e escrito por Madonna. Transformando a costumeira orquestra das baladas românticas em um folk-pop trabalhado arduamente pela artista e por William Orbit, a música levou para casa o Globo de Ouro de Melhor Canção Original.
LIVING FOR LOVE
Álbum: Rebel Heart
‘Rebel Heart’ é um subestimado álbum de Madonna que, apesar do número exorbitante de produtores, culminou em uma coesa joia que merecia mais atenção. No topo desse convidativo CD, há o single “Living for Love”, que explora EDM e diva house com perfeição, aliando a pontual presença do piano de Alicia Keys com um coral gospel de arrepiar.
REBEL HEART
Álbum: Rebel Heart (2015)
Por incrível que pareça, a faixa-título do álbum foi acrescentada apenas à sua versão deluxe e descartada como um dos singles principais – um erro incorrigível da rainha do pop. Relacionando-se com a própria história de Madonna, a mensagem altiva da canção é incorporado ao teor acústico de sua produção aplaudível.
GHOSTTOWN
Álbum: Rebel Heart (2015)
“Ghosttown” é uma daquelas músicas que merecia muito mais reconhecimento do que realmente tem. Acompanhada de um videoclipe cinemático irretocável, a balada traz os elementos do órgão e da matéria para construir uma história introspectiva que vai para além de um mero conto romântico, atingindo um âmbito metafórico que conversa com a própria vida da artista.
EXTREME OCCIDENT
Álbum: Madame X (2019)
Quatro anos depois de seu último lançamento de originais, Madonna retorno com o experimental e injustiçado ‘Madame X’. Abrindo portas para versos mais densos e uma afeição à cultura portuguesa, o álbum é regido principalmente pela escondida pérola “Extreme Occident”. A dissonante e teatral faixa é marcada pelo piano e pelo violão, aliados ao uso excessivamente proposital do autotone e de uma reflexão apaixonante.