Madonna, a eterna rainha do POP, irá se apresentar hoje, dia 4 de maio no Rio de Janeiro, em um show histórico na praia de Copacabana. O evento será gratuito e promete arrastar uma verdadeira multidão a um dos cartões postais mais belos do mundo. A apresentação é parte da turnê ‘The Celebration Tour‘, que comemora os 40 anos de carreira da cantora. Madonna esteve no Brasil profissionalmente outras três ocasiões: em 1993 com a turnê ‘The Girlie Show‘; em 2008 com a turnê ‘Sticky & Sweet‘; e em 2012 com ‘MDNA‘.
Madonna é um verdadeiro ícone da cultura mundial, importantíssima para a consolidação da música dançante (conhecida como pop) durante a chamada “geração MTV” nos anos 80. Pensa só, essa geração foi agraciada simplesmente com o rei e a rainha da música pop: Michael Jackson e Madonna. E sem dúvida a época foi o auge destes artistas e seu momento de ouro. De fato, Madonna “nasceu” para o mundo da música ao mesmo tempo em que o canal especializado em videoclipes nos EUA, e a simbiose entre estas duas forças da natureza foi perfeita, com os clipes de Madonna ajudando a impulsionar a MTV nos lares americanos, e por sua vez o canal servindo como trampolim para o estrelato absoluto da cantora.
Desde que surgiu em cena Madonna ficou conhecida por uma personalidade que gostava de quebrar padrões e o fazia de uma forma muito livre e avassaladora. Tanto que ficou automaticamente conhecida como uma figura que chocava. Madonna era pura e simplesmente um tapa na cara do conservadorismo. A artista tratava seu corpo e o sexo de uma forma despudorada, assumindo total controle de sua sexualidade.
Hoje, diversas estrelas da música pop seguem pelo mesmo caminho e tal atitude se tornou lugar comum. Porém, Madonna fez primeiro e conquistou o feito numa época em que não era visto com bons olhos. Isso se chama pioneirismo, quando um indivíduo consegue ver além dos padrões sociais para se destacar. É claro que isso acarretou em diversas polêmicas envolvendo sua vida pessoal. E essas controvérsias seguem acontecendo até hoje, com a cantora já na terceira idade.
O sucesso avassalador que foi Madonna nos anos 80, é claro, despertou o interesse da musa pop em se enveredar por outros caminhos, como o cinema. E nessa trajetória ela também conheceu os altos e baixos dos resultados das produções nas quais esteve envolvida. Aqui, para homenagear esse tesouro cultural de nossa época, iremos dar uma olhada em simplesmente TODOS os filmes da carreira de Madonna no cinema – ou seja, todos os filmes nos quais a estrela apareceu como atriz. Confira abaixo.
Um Certo Sacrifício (1979)
No cinema tudo começou aqui para Madonna. Porém, na época do lançamento deste drama obscuro com toques policiais, Madonna ainda não era a Madonna que conhecemos. Isso porque sua carreira meteórica como musa pop começaria em 1983/1984. Nos créditos ela inclusive usa seu nome de batismo (Louise Ciccone). Na trama, ela é a adolescente Bruna, se metendo em problemas perigosos.
Em Busca da Vitória (1985)
Esse é oficialmente o primeiro filme de Madonna depois de seu estouro na música pop. Mas aqui ela não é a protagonista, e só aparece em um momento como uma cantora num papel que não possui sequer nome. O filme de romance é estrelado por Matthew Modine e sua paixão avassaladora por Linda Fiorentino.
Procura-se Susan Desesperadamente (1985)
Agora sim é oficial! Esse é o primeiro filme estrelado pela Madonna superstar que estamos acostumados. Madonna redefiniu a cultura pop e a moda dos anos 80 com seu jeito despojado e espalhafatoso. E aqui, ela interpreta basicamente a si mesmo (assim como a nossa Xuxa fazia em seus filmes). Na trama, ela ajuda uma dona de casa retraída (Rosanna Arquette) a curtir a vida.
Surpresa de Shanghai (1986)
O relacionamento problemático da diva pop com o ator Sean Penn (um bad boy notório da época), no qual os dois viviam caindo no pau, se refletiu nas telas quando a dupla resolveu protagonizar seu primeiro (e único) filme juntos. Parte da onda das aventuras de matinê revigorada por ‘Indiana Jones’ – que fez surgir longas como ‘Tudo por uma Esmeralda’ e ‘As Minas do Rei Salomão’, o filme traz Madonna e Penn atrás de um tesouro nos anos 1930.
Quem É Esta Garota! (1987)
Nenhum outro filme define o furacão que foi Madonna nos anos 80 como ‘Quem é Esta Garota!’. A prova disso é que o longa começa com créditos na forma de animação, onde vemos a versão em cartoon da musa (e vislumbramos que sua popularidade poderia ter virado desenho para as crianças). Novamente aqui temos a material girl basicamente interpretando a si mesma e fazendo da vida de um pacato sujeito, um verdadeiro pesadelo.
Doce Inocência (1989)
Outro dos trabalhos desconhecidos de Madonna no cinema, aqui a cantora aceitava novamente um papel coadjuvante, trabalhando ao lado de um grande elenco em um filme cômico sobre a máfia de Nova York na década de 1920. O filme se passa no réveillon em uma boate, onde diversas figuras se encontram, incluindo cantoras, aspirantes a criminosos e donos de estabelecimento. No elenco, Matt Dillon, Jennifer Grey e Rutger Hauer.
Dick Tracy (1990)
Um dos maiores sucessos da carreira de Madonna como atriz, a musa adentrava os anos 90 com o pé direito. A Disney resolveu bancar esse “filme de quadrinhos” visando repetir o fenômeno que havia sido ‘Batman’, da Warner, no ano anterior. Assim trouxe Warren Beatty, Al Pacino e Dustin Hoffman para encabeçar o elenco, e Madonna para estrelar e cantar a trilha sonora. Pena que nunca rendeu continuação.
Neblina e Sombras (1991)
Você sabia que Madonna já trabalhou em um filme de Woody Allen? O encontro inusitado ocorreu em um dos longas mais obscuros do cineasta. Todo em preto e branco, a proposta é um thriller noir que homenageia o expressionismo alemão. Na trama, em um vilarejo pacato dos anos 1920, um estrangulador está à solta, e os cidadãos querem encontra-lo, com a ajuda do atrapalhado Allen. Madonna vive uma artista de circo em participação especial.
Uma Equipe Muito Especial (1992)
Madonna marcou dois “golaços” consecutivos no início dos anos 90 no cinema, com ‘Dick Tracy’ e ‘Uma Equipe Muito Especial’. Aqui, ela vive uma das mulheres jogadoras de baseball escaladas para a primeira liga feminina do esporte, criada para substituir a dos homens, durante a Segunda Guerra Mundial – já que grande parte dos atletas havia partido para lutar no conflito. Um filme totalmente girl power que ainda conta com Geena Davis e Tom Hanks no elenco. Madonna também canta na trilha sonora.
Corpo em Evidência (1993)
O maior “clone descarado” de ‘Instinto Selvagem’ é este veículo para Madonna estrelar seu próprio thriller erótico. Assim como no filme citado, aqui também temos uma loira fatal acusada de matar seu companheiro durante o ato sexual, se envolvendo em um caso tórrido como o homem responsável por defende-la. No elenco, nomes badalados como os de Willem Dafoe e Julianne Moore.
Olhos de Serpente (1993)
Aqui Madonna apostava suas fichas e adentrava a cena “indie” dirigida por Abel Ferrara. Em um filme nu, cru e metalinguístico, temos Harvey Keitel como um diretor trabalhando em seu mais recente filme. Madonna vive a atriz principal do projeto. Como os dois estão envolvidos em um relacionamento amoroso, a arte começa a imitar a vida e a relação dos dois fica cada vez mais conturbada. Esta é uma das atuações mais elogiadas de Madonna.
Sem Fôlego (1995)
Madonna novamente trabalha com Harvey Keitel nesta comédia independente que relata diversas micro histórias. O protagonista é Keitel, que vive o dono de uma tabacaria, encontrando diversas figuras inusitadas em seu estabelecimento. Madonna interpreta um “telegrama cantado” numa ponta. O elenco conta com Michael J. Fox, Lily Tomlin e Jim Jarmusch.
Grande Hotel (1995)
Uma das ideias de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez que não deram muito certo (anos antes de ‘Grindhouse’), ‘Grande Hotel’ acabou se tornando uma comédia cult dos anos 90, ao apresentar quatro histórias dirigidas por cineastas promissores da época (incluindo os citados), todas ligadas por um atendente em um hotel da Califórnia vivido por Tim Roth. A história de Madonna é dirigida por Allison Anders e fala sobre um covil de bruxas, da qual a popstar é a líder, tentando ressuscitar sua Deusa.
Garota 6 (1996)
Dirigido por Spike Lee, essa comédia dramática é um dos filmes mais desconhecidos do acervo do cineasta e fala sobre uma jovem negra (Teresa Randle) aspirante à atriz, trabalhando como telefonista em um disque-sexo (algo que a geração atual nunca saberá o que é). Madonna faz uma pontinha como a dona do negócio.
Evita (1996)
Um dos papeis mais importantes da carreira de Madonna, que deveria tê-la rendido uma indicação ao Oscar. Muitos diriam que é sua melhor atuação. Apesar disso, na época em que foi anunciada como a “Santa Evita”, uma das figuras mais queridas da história da Argentina, sua escalação causou muita polêmica e repúdio por parte da população do país. O musical de Alan Parker foi indicado para 5 Oscar técnicos e levou o de canção original. Madonna levou o Globo de Ouro de melhor atriz.
Sobrou pra Você (2000)
Um dos últimos filmes de Madonna como atriz, a estrela optou por esta parceria com a Paramount para ser seu retorno triunfal adentrando os anos 2000. Na comédia romântica, ela vive uma mulher engravidando do melhor amigo gay e decidindo ficar com a criança, depois de uma série de decepções com os homens. Apesar da presença em destaque da estrela, o resultado não agradou muito.
Destino Insólito (2002)
O último filme protagonizado por Madonna, foi resultado da relação de 10 anos com o diretor Guy Ritchie. Assim como ‘Surpresa de Shanghai’ havia feito nos anos 80, ‘Destino Insólito’ sacudiu a relação do casal. Refilmagem de um clássico italiano da década de 70, o longa sobre o choque de classes entre uma socialite insuportável e seu oprimido funcionário que vão parar em uma ilha deserta após um naufrágio foi motivo de piada, e é considerado uma das piores obras cinematográficas de todos os tempos. Exagero? Seja como for, depois disso, Madonna nunca mais estrelou um filme – apenas dirigiu um em 2011.
007 – Um Novo Dia para Morrer (2002)
‘Destino Insólito’ foi o último filme estrelado por Madonna. Mas não foi o último filme que faria, pois no fim do mesmo ano ela estava lá, cantando a abertura do último 007 com Pierce Brosnan (‘Um Novo Dia para Morrer’) e fazendo uma participação especial como uma professora de esgrima. No mesmo ano ela fez a trilha sonora do “clone cômico” de 007 também: ‘Austin Powers’.