Estreou por todo o Brasil a nova superprodução da Disney ‘Mansão Mal-Assombrada’. O blockbuster produzido pelo valor de US$160 milhões aproximadamente tem roteiro de Katie Dippold, do reboot feminino de Caça-Fantasmas (2016) e da comédia de Amy Schumer ‘Viagem das Loucas’ (2017); direção de Justien Simien – criador da série ‘Cara Gente Branca’, da Netflix (e de seu filme original predecessor). Mas um dos grandes chamarizes do longa, além dos efeitos especiais, é o elenco de peso, que conta com nomes como Rosario Dawson, LaKeith Stanfield, Owen Wilson, Tiffany Haddish, Danny DeVito, Jamie Lee Curtis, Jared Leto e Winona Ryder.
‘Mansão Mal-Assombrada’ chega neste fim de semana nos EUA e grande parte do mundo, prometendo ser um dos sucessos desta temporada – aproveitando o fim das férias escolares para capturar seu público-alvo, as crianças e adolescentes. O que talvez nem todos saibam (embora muitos tenham se atentado ao fato) é que ‘Mansão Mal-Assombrada’ é a adaptação na forma de filme para o cinema de uma famosa atração homônima dos parques temáticos da Disney. Essa, porém, não é a primeira investida do estúdio em algo do tipo, o que vem criando um próprio subgênero dentro das produções da casa; ou sequer a primeira vez em que o passeio assustador é levado às telonas.
Abaixo lembraremos todas as vezes em que a Disney levou aos cinemas (ou TVs) uma extensão de um produto de seus parques, com diferentes níveis de sucesso. Confira.
Piratas do Caribe (2003-2017)
Indiscutivelmente a investida mais bem-sucedida em uma atração de seu parque temático, ‘Piratas do Caribe’ se tornou uma franquia bilionária no cinema, que já rende cinco filmes, com dois deles ultrapassando a marca de US$1 bilhão em bilheteria. O ano de 2003, há duas décadas, foi quando a Disney investiu pesado em criar superproduções baseadas em seus passeios. Aberta ao público em 18 de março de 1967, a atração levava o visitante ao passado, navegando ao lado de bucaneiros, com bonecos animatrônicos bem realistas. Rapidamente, a experiência se tornou uma das mais populares da Disneylândia, comentada até hoje.
Para o cinema, Johnny Depp foi contratado para viver o pirata Jack Sparrow, se tornando a cara da franquia, e recebendo todos os louros pelo sucesso, graças a forma inusitada como interpretou o protagonista, um salafrário beberrão e covarde, bem diferente do que esperávamos de um herói. Deu muito certo, e o ator inclusive foi indicado ao Oscar. O filme se tornou fenômeno inesperado e as duas primeiras continuações foram gravadas juntas, lançadas com um ano de diferença. Após as polêmicas envolvendo o ator, cogitou-se um novo filme em que ele não estivesse, a ser protagonizado pela ‘Barbie’ em pessoa, Margot Robbie. Mas essa ideia aparentemente foi descartada.
Mansão Mal-Assombrada (2003)
Como dito, foi no ano de 2003, há duas décadas exatamente, que a Disney resolvia investir pesado em transformar suas atrações temáticas em grandes filmes para o cinema. Como dito também, ‘Mansão Mal-Assombrada’ já havia sido adapta ao cinema. A atração dos parques Disney foi inaugurada dois anos depois de Piratas do Caribe, no dia 9 de agosto de 1969. O passeio consiste em uma visita a um dos lugares mais assustadores de todos os tempos (mas só de mentirinha): a mansão da família Gracey, onde fantasmas, espíritos, aparições e assombrações podem ser vistas constantemente pelo local.
A primeira adaptação contou com Eddie Murphy estrelando, mas não rendeu o esperado e falhou em se tornar uma franquia com continuações (ao contrário do colega acima). Agora, uma nova tentativa da Disney almeja fazer do projeto um título popular com os fãs. Apesar das tramas dos dois filmes serem diferentes, e contarem com outros protagonistas morando no local, dois elementos são imutáveis em ambas as versões – assim como na atração temática também: a família Gracey, antigos proprietários do local, e a vidente Madame Leota, que aparece como entidade em uma bola de cristal, e foi vivida Jennifer Tilly no original, agora recebendo as formas de Jamie Lee Curtis.
Jungle Cruise (2021)
No clima aventuresco de ‘Piratas do Caribe’, esta havia sido a última investida em uma adaptação de um passeio temático dos parques Disney – até o lançamento do novo ‘Mansão Mal-Assombrada’. O interessante de tais adaptações é sempre contar com a presença de grandes nomes de Hollywood à frente do projeto. Aqui, um dos maiores astros do cinema foi quem vendeu a ideia. Dwayne ‘The Rock’ Johnson vive o aventureiro Frank Wolff, um intrépido navegador, que com seu barco desbrava os rios da Amazônia. Ele é contratado por uma doutora inglesa feminista e cheia de atitude, papel de Emily Blunt, para uma missão que pode salvar muitas vidas com a pesquisa dela. A história se passa em 1916.
Já a atração turística dos parques é uma das mais antigas, tendo sido inaugurada em 17 de julho de 1955 – no mesmo ano que a Disneylândia abriu suas portas ao público. O filme, apesar de não ter sido um fenômeno de bilheteria, fez sucesso o suficiente para despertar interesse no estúdio por uma continuação, com os retornos de Dwayne Johnson e Emily Blunt prometidos.
Tomorrowland (2015)
Depois do sucesso de ‘Piratas do Caribe’ e suas três primeiras continuações, a Disney resolvia tentar de novo em 2015 lançava ‘Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível’. Para a tarefa escalava o diretor Brad Bird, de ‘Missão: Impossível – Protocolo Fantasma’ (2011), e o astro vencedor do Oscar George Clooney. A atração temática fala sobre o futuro, abordando elementos com a ficção científica e admiráveis novos mundos em seu passeio – inaugurado igualmente junto ao parque da Disneylândia em julho de 1955, sendo também uma de suas atrações mais icônicas.
Para o filme, Clooney vive um inventor mirim, que se tornou um homem de meia idade recluso. Ao lado de uma jovem, ele parte em missão no futuro, com direito a altas tecnologias. Bem, existe um motivo pelo qual ‘Tomorrowland’ nunca ganhou uma sequência – e você deve saber qual é.
A Torre do Terror (1997)
Agora voltamos lá para a década de 1990, para o que é considerado oficialmente o primeiro filme adaptado de um passeio dos parques Disney. Estamos falando de ‘A Torre do Terror’, ou ‘Tower of Terror’. Guardando muitas semelhanças com Mansão Mal-Assombrada, muitos podem confundir as duas atrações – cujo principal elo é o elemento terror, com direito a fantasmas assombrando o público. A Torre do Terror se desenrola dentro de um hotel, e o ponto alto do passeio é a subida em um elevador que ao atingir seu ponto mais alto, despenca até o térreo causando desespero aos visitantes. A atração é uma das mais recentes no parque, mas que logo cativou o público, se tornando uma das mais populares. Sua inauguração ocorreu em 22 de julho de 1994.
Assim, apenas três anos depois de sua estreia, a Disney como forma de promover a atração decidia criar um filme – que funcionava muito mais como grande comercial de seu novo brinquedo. Estrelado por Steve Guttenberg (o Mahoney da ‘Loucademia de Polícia’) e uma pequena Kirsten Dunst, o longa foi uma exibição da TV, um episódio no programa ‘O Maravilhoso Mundo da Disney’ – mas fez tanto sucesso que acendeu na cabeça dos produtores uma luz para o filão.
Beary e os Ursos Caipiras (2002)
Um ano antes de encontrar ouro com ‘Piratas do Caribe’, a Disney investia nesta produção infantil que misturava atores reais, como o grande Christopher Walken, interpretando o vilão, com bonecos animatrônicos de ursos falantes e cantantes. Os tais ursos caipiras são uma banda country baseados numa atração dos parques Disney inaugurada no dia 1º de outubro de 1971, no Magic Kingdom da Disneylândia.
Muitos sequer ouviram falar sobre este filme e o motivo para isso é porque se tornou não apenas um grande fracasso de bilheteria, sumindo rapidamente de todos os radares, como também é execrado como um dos piores filmes de todos os tempos pelos críticos e especialistas.
Missão Marte (2000)
E se grande parte do público nunca ouviu falar em ‘Beary e os Ursos Caipiras’, esse aqui irá surpreender a todos. Isso porque basicamente ninguém sabe desta ligação do filme de Brian De Palma com uma atração da Disney, nem mesmo o diretor. Com produção da Touchstone Pictures, uma divisão de filmes adultos da Disney que funcionou dos anos 80 até fechar as portas oficialmente em 2017, nem mesmo a própria Disney divulgou a ligação do filme com sua atração. De fato, o longa difere dos demais por ser uma produção mirada ao público adulto, e não voltado para toda a família como as demais obras do segmento.
Em 1967, era inaugurada nos parques da Disney a atração ‘Flight to the Moon’, algo como ‘Voo para a Lua’, anteriormente conhecido como ‘Rocket to the Moon’, ou ‘Foguete para a Lua’. Porém, dois anos depois, em 1969, a história iria interferir com a fantasia da Disney de imaginar como seria uma viagem até o satélite natural. Isso porque o homem de fato foi até a Lua, e a viagem se tornava realidade. Assim, a Disney precisou inovar e modificou sua atração para se tornar ‘Missão Marte’, com um diferente destino para os astronautas. E foi essa ideia que serviu de base para a ficção estrelada por Tim Robbins e Gary Sinise.