quarta-feira , 20 novembro , 2024

Martin Scorsese faz 78 Anos | Conheça os Filmes Menos Famosos da carreira do Mestre

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Considerado por muitos como “o” melhor diretor de cinema vivo, o mestre Martin Scorsese completa hoje, dia 17 de novembro, 78 anos de existência. Vida longa a este artista genial. Não é fácil adquirir tamanho status, ainda mais num mercado tão competitivo quanto a indústria de Hollywood. Mais ainda quando a maioria de seus filmes são recomendados para adultos, donos de uma censura elevada – em especial devido à violência.

Muito associado a filmes de máfia e obras criminais, Scorsese é um cineasta versátil, que já andou se aventurado em dramas de época, produções para toda a família e até mesmo comédias (de humor negro, claro). Isso sem contar seus inúmeros documentários, alguns envolvendo músicos de rock, vide os Rolling Stones, George Harrison, dos Beatles, e Bob Dylan.



Dono de 66 créditos como diretor (incluindo episódios de séries de TV, curtas, clipes musicais, documentários e, é claro, longas de ficção), 77 créditos como produtor, 17 como roteirista, 14 indicações ao Oscar (somando como produtor, roteirista e diretor) e uma vitória pela direção de Os Infiltrados (2006) – isso que é prêmio de consolação -, Martin Scorsese há muito gravou seu nome nos anais da história da sétima arte.

Como forma de homenagear esta verdadeira lenda viva do cinema mundial, que não pretende descansar tão cedo (atualmente com 5 projetos em fase de desenvolvimento), resolvemos criar uma matéria diferente. O objetivo aqui é jogar uma luz nos filmes menos conhecidos do currículo de Scorsese como diretor. Aqueles que ao contrário de ícones como Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros e Ilha do Medo, por exemplo, quase nunca são mencionados quando o assunto é o diretor. Pensando nisso, vamos conhecer ou relembrar os Filmes Menos Famosos de Martin Scorsese.

Quem Bate à Minha Porta?

Lançado em 1967, este é o primeiro longa-metragem de ficção (não documental) da carreira de Martin Scorsese. Independente e experimental, filmado em preto e branco, a produção tem roteiro do próprio, e sim, já contava com uma participação (que seu tornou costumeira) de Catherine Scorsese, a mãe do cineasta – um verdadeiro Jorge Fernando dos EUA. O elenco conta também com Harvey Keitel, que se tornaria um usual colaborador, protagonizando. O ator vive um jovem desocupado, com fortes crenças católicas, que acredita na virgindade do matrimônio. Ele conhece e se apaixona por uma jovem mulher. Mas uma revelação dela sobre seu passado irá mudar toda a dinâmica do relacionamento entre os dois.

Sexy e Marginal

Segundo longa do diretor, o filme era lançado no início da década de 70, em 1972. Desta vez, Scorsese optava por adaptar o livro do autor Ben L. Reitman ao cinema, obra com uma trama que se assemelha às desventuras criminosas de Bonnie e Clyde, mas que é igualmente baseada numa história real. Passado durante a Grande Depressão, nos anos 1930, Barbara Hershey é quem protagoniza no papel de Bertha – personagem título da produção. Ao lado de seu companheiro, um líder sindicalista vivido por David Carradine, ela inicia uma onda de crimes como vingança contra empresários donos de uma ferrovia.

Caminhos Perigosos

Aos poucos Scorsese ia se transformando no Scorsese que conhecemos e amamos hoje. Aqui, em seu terceiro trabalho no cinema, temos verdadeiramente o primeiro resumo de tudo que iria definir sua filmografia. Desde o roteiro abordando o submundo de criminosos (mesmo que esses ainda peixes pequenos) assinado pelo próprio, a parceria com gente como Robert De Niro (em sua primeira colaboração juntos) e Harvey Keitell, e o clima único de tensão e realismo que apenas o cineasta sabe aplicar aos filmes de “bandidos humanizados”.

Alice Não Mora Mais Aqui

Quarto filme de Scorsese lançado nos cinemas, em 1974. Desta vez, o diretor dava um tempo da temática criminal para focar numa bela história de um romance dramático. A personagem principal Alice é uma mulher recentemente viúva que cai na estrada com o pequeno filho tentando dar a ele uma vida melhor. Ela arruma emprego como garçonete, mas seu objetivo real é se tornar cantora. No caminho, conhecendo um homem que pode mudar sua rotina. Esta foi a primeira “entrada” de Scorsese no Oscar, já que o filme rendeu indicações de atriz coadjuvante (Diane Ladd) e roteiro (Robert Getchell), e levou o prêmio de atriz principal para Ellen Burstyn (que não estava presente na cerimônia, com o diretor recebendo a estatueta em seu nome). De fato, o longa fez tanto sucesso que gerou uma série de TV lançada dois anos depois, durando nada menos que 9 temporadas até 1985.

New York, New York

Aqui, em 1977, Martin Scorsese já era um rosto muito conhecido e associado à contracultura que havia invadido Hollywood na década de 70, como parte da geração revolucionária – que tinha influência e conversava muito bem com o cinema europeu. O diretor já havia lançado, por exemplo, Taxi Driver, um divisor de águas para a época, indicado para 4 Oscar, incluindo melhor filme, e ainda tido como um dos melhores filmes da história do cinema. Para onde seguir depois disso? Scorsese responde. Com um musical de quase 3 horas de duração, que junta em tela De Niro e Liza Minnelli como um saxofonista egocêntrico e uma cantora, donos de um relacionamento conturbado. Embora pouco apreciado em seu lançamento, o longa recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro e seu maior legado é a canção tema composta por John Kander, com letra de Fred Ebb, para Minnelli performar. A canção, é claro, logo depois (em 1979) ficaria imortalizada na voz de Frank Sinatra, se tornando muito mais famosa que o filme em si.

Depois de Horas

Aqui, em 1985, Scorsese já havia lançado o prestigiadíssimo Touro Indomável e o cult O Rei da Comédia (O ‘Coringa’ dos anos 1980). A opção novamente foi por uma obra menor, a primeira comédia (de erros) de sua carreira. Sem esquecer o teor de humor negro, e pitadas de elementos dramáticos e criminais. Scorsese sempre foi muito associado ao tema urbano de Nova York, iniciado por Taxi Driver. E aqui ele nos leva pela madrugada da cidade que conhece como ninguém. Um executivo solteiro certinho (papel de Griffin Dunne) decide abraçar seu “lado selvagem” ao aceitar um encontro com uma garota que conhece numa cafeteira. Para isso, ele precisa “viajar” até um lado da cidade que não conhece muito bem, o Soho, bairro artístico “alternativo” da Grande Maçã. É preciso ter em mente também que esta é a NY da década de 80, antes da política de tolerância zero imposta pelo então prefeito Rudolph Giuliani. Ou seja, era um lugar nada seguro, dominado pelo crime. O que significa que o protagonista terá a pior noite de sua vida.

A Cor do Dinheiro

Aqui temos um caso peculiar. Lançado no ano seguinte de Depois de Horas, podemos dizer que esta é a primeira continuação dirigida por Martin Scorsese, embora a maioria desconheça o fato. Este não é, no entanto, a sequência de nenhum filme do diretor, mas sim uma continuação tardia para Desafio à Corrupção (The Hustler, 1961), de Robert Rossen, indicado para 9 Oscar incluindo melhor filme. Vinte e cinco anos depois, o mesmo Paul Newman retorna ao personagem ‘Fast’ Eddie Felson, desta vez numa relação tumultuada com um pretenso pupilo (papel do astro Tom Cruise) e sua namorada (Mary Elizabeth Mastrantonio) para um novo round de apostas e trapaças numa mesa de sinuca. Com a condução de Scorsese, Newman finalmente ganhava o Oscar na pele do personagem, e o filme foi indicado para mais três prêmios da Academia, incluindo coadjuvante para Mastrantonio.

Contos de Nova York

Como dito, Scorsese virou sinônimo de filmes urbanos passados em Nova York, assim esta coletânea não poderia deixa-lo de fora. Além do diretor, a proposta do longa era escalar três cineastas muito associados à cidade que nunca dorme para confeccionar micro histórias numa antologia. É quase como um predecessor para a franquia da qual faz parte Nova York, Eu Te Amo (2008). Woody Allen e Francis Ford Coppola completam a trinca renomada no comando das subtramas. O conto de Scorsese é, como não poderia deixar de ser, o mais profundo e sombrio. E fala sobre a obsessão de um artista (Nick Nolte) por sua assistente (Rosanna Arquette).

A Época da Inocência

Como dito, Scorsese também tem seu lado versátil e sensível, e mesmo permanecendo no território de Nova York, em 1993 decidiu voltar no tempo para o século XIX para examinar o comportamento da burguesia do período. Baseado no livro da romancista Edith Wharton, o filme aborda temas como casamentos arranjados, desejos e paixões reprimidas, e o lugar da mulher na sociedade do período. Para a empreitada um verdadeiro timaço é escalado pelo cineasta. Para o papel protagonista, um jovem advogado, temos nenhum outro senão Daniel Day-Lewis, em um de seus desempenhos mais contidos, mas não menos impressionante. A talentosíssima Michelle Pfeiffer vive uma mulher divorciada (algo escandaloso para a época), prima da noiva do personagem principal, por quem ele desenvolve forte atração. No papel da moça prometida, Winona Ryder, tida então como a melhor atriz de sua geração. O resultado? Cinco indicações ao Oscar, incluindo para Ryder, e a vitória de figurino.

Kundun

Por mais que seja lembrado como um cineasta urbano, Scorsese é um cidadão do mundo, apaixonado por todas as culturas, artes e, é claro, o cinema ao redor do globo. Por isso, mesmo a esta altura sendo um diretor altamente renomado, ele continuava a arriscar em sua carreira e aceitar novos desafios. Assim, em 1997, sem qualquer nome conhecido na frente das câmeras, o diretor resolve contar a história de vida, da infância até a fase adulta, do décimo quarto líder espiritual do Tibete, o Dalai Lama. O cineasta saiu da experiência com novas quatro indicações ao Oscar.

Vivendo no Limite

Nicolas Cage nem sempre foi Nicolas Cage. Antes, ele era Nicolas Cage. Traduzindo: antes dos inúmeros filmes ruins lançados direto em vídeo, o ator era um grande astro de Hollywood, vencedor do Oscar, e dono de uma segunda indicação. Os anos 90 foram sua fase de ouro. Sendo assim, é claro que Scorsese queria trabalhar com o sobrinho de Francis Ford Coppola. E o projeto escolhido pelos dois foi esta adaptação do livro de Joe Connelly que se comporta como um Taxi Driver numa ambulância. Cage é o Travis Bickle da vez, um motorista de ambulância literalmente no limite de sua sanidade, operando na madrugada e vendo todo tipo de “ser”, “criatura” e até mesmo fantasmas nos piores locais da cidade.

Silêncio

Não pense você que apenas os trabalhos iniciais de um diretor como Scorsese recaem na obscuridade. É só olharmos para um dos mais recentes filmes do cineasta (de fato, seu penúltimo) para percebermos o quanto ele é desconhecido de grande parte do público. Talvez pelo tema difícil, já que fala sobre dois padres jesuítas portugueses (interpretados por americanos) viajando até o Japão feudal do Século XVII a fim de encontrar seu mentor e propagar o catolicismo. No elenco um trio de peso: Liam Neeson, Adam Driver e Andrew Garfield. Apesar do nome do diretor, os votantes da Academia igualmente parecem ter ignorado o longa, o indicando apenas na categoria de fotografia. E você conhecia este filme de Scorsese?

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Considerado por muitos como “o” melhor diretor de cinema vivo, o mestre Martin Scorsese completa hoje, dia 17 de novembro, 78 anos de existência. Vida longa a este artista genial. Não é fácil adquirir tamanho status, ainda mais num mercado tão competitivo quanto a indústria de Hollywood. Mais ainda quando a maioria de seus filmes são recomendados para adultos, donos de uma censura elevada – em especial devido à violência.

Muito associado a filmes de máfia e obras criminais, Scorsese é um cineasta versátil, que já andou se aventurado em dramas de época, produções para toda a família e até mesmo comédias (de humor negro, claro). Isso sem contar seus inúmeros documentários, alguns envolvendo músicos de rock, vide os Rolling Stones, George Harrison, dos Beatles, e Bob Dylan.

Dono de 66 créditos como diretor (incluindo episódios de séries de TV, curtas, clipes musicais, documentários e, é claro, longas de ficção), 77 créditos como produtor, 17 como roteirista, 14 indicações ao Oscar (somando como produtor, roteirista e diretor) e uma vitória pela direção de Os Infiltrados (2006) – isso que é prêmio de consolação -, Martin Scorsese há muito gravou seu nome nos anais da história da sétima arte.

Como forma de homenagear esta verdadeira lenda viva do cinema mundial, que não pretende descansar tão cedo (atualmente com 5 projetos em fase de desenvolvimento), resolvemos criar uma matéria diferente. O objetivo aqui é jogar uma luz nos filmes menos conhecidos do currículo de Scorsese como diretor. Aqueles que ao contrário de ícones como Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros e Ilha do Medo, por exemplo, quase nunca são mencionados quando o assunto é o diretor. Pensando nisso, vamos conhecer ou relembrar os Filmes Menos Famosos de Martin Scorsese.

Quem Bate à Minha Porta?

Lançado em 1967, este é o primeiro longa-metragem de ficção (não documental) da carreira de Martin Scorsese. Independente e experimental, filmado em preto e branco, a produção tem roteiro do próprio, e sim, já contava com uma participação (que seu tornou costumeira) de Catherine Scorsese, a mãe do cineasta – um verdadeiro Jorge Fernando dos EUA. O elenco conta também com Harvey Keitel, que se tornaria um usual colaborador, protagonizando. O ator vive um jovem desocupado, com fortes crenças católicas, que acredita na virgindade do matrimônio. Ele conhece e se apaixona por uma jovem mulher. Mas uma revelação dela sobre seu passado irá mudar toda a dinâmica do relacionamento entre os dois.

Sexy e Marginal

Segundo longa do diretor, o filme era lançado no início da década de 70, em 1972. Desta vez, Scorsese optava por adaptar o livro do autor Ben L. Reitman ao cinema, obra com uma trama que se assemelha às desventuras criminosas de Bonnie e Clyde, mas que é igualmente baseada numa história real. Passado durante a Grande Depressão, nos anos 1930, Barbara Hershey é quem protagoniza no papel de Bertha – personagem título da produção. Ao lado de seu companheiro, um líder sindicalista vivido por David Carradine, ela inicia uma onda de crimes como vingança contra empresários donos de uma ferrovia.

Caminhos Perigosos

Aos poucos Scorsese ia se transformando no Scorsese que conhecemos e amamos hoje. Aqui, em seu terceiro trabalho no cinema, temos verdadeiramente o primeiro resumo de tudo que iria definir sua filmografia. Desde o roteiro abordando o submundo de criminosos (mesmo que esses ainda peixes pequenos) assinado pelo próprio, a parceria com gente como Robert De Niro (em sua primeira colaboração juntos) e Harvey Keitell, e o clima único de tensão e realismo que apenas o cineasta sabe aplicar aos filmes de “bandidos humanizados”.

Alice Não Mora Mais Aqui

Quarto filme de Scorsese lançado nos cinemas, em 1974. Desta vez, o diretor dava um tempo da temática criminal para focar numa bela história de um romance dramático. A personagem principal Alice é uma mulher recentemente viúva que cai na estrada com o pequeno filho tentando dar a ele uma vida melhor. Ela arruma emprego como garçonete, mas seu objetivo real é se tornar cantora. No caminho, conhecendo um homem que pode mudar sua rotina. Esta foi a primeira “entrada” de Scorsese no Oscar, já que o filme rendeu indicações de atriz coadjuvante (Diane Ladd) e roteiro (Robert Getchell), e levou o prêmio de atriz principal para Ellen Burstyn (que não estava presente na cerimônia, com o diretor recebendo a estatueta em seu nome). De fato, o longa fez tanto sucesso que gerou uma série de TV lançada dois anos depois, durando nada menos que 9 temporadas até 1985.

New York, New York

Aqui, em 1977, Martin Scorsese já era um rosto muito conhecido e associado à contracultura que havia invadido Hollywood na década de 70, como parte da geração revolucionária – que tinha influência e conversava muito bem com o cinema europeu. O diretor já havia lançado, por exemplo, Taxi Driver, um divisor de águas para a época, indicado para 4 Oscar, incluindo melhor filme, e ainda tido como um dos melhores filmes da história do cinema. Para onde seguir depois disso? Scorsese responde. Com um musical de quase 3 horas de duração, que junta em tela De Niro e Liza Minnelli como um saxofonista egocêntrico e uma cantora, donos de um relacionamento conturbado. Embora pouco apreciado em seu lançamento, o longa recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro e seu maior legado é a canção tema composta por John Kander, com letra de Fred Ebb, para Minnelli performar. A canção, é claro, logo depois (em 1979) ficaria imortalizada na voz de Frank Sinatra, se tornando muito mais famosa que o filme em si.

Depois de Horas

Aqui, em 1985, Scorsese já havia lançado o prestigiadíssimo Touro Indomável e o cult O Rei da Comédia (O ‘Coringa’ dos anos 1980). A opção novamente foi por uma obra menor, a primeira comédia (de erros) de sua carreira. Sem esquecer o teor de humor negro, e pitadas de elementos dramáticos e criminais. Scorsese sempre foi muito associado ao tema urbano de Nova York, iniciado por Taxi Driver. E aqui ele nos leva pela madrugada da cidade que conhece como ninguém. Um executivo solteiro certinho (papel de Griffin Dunne) decide abraçar seu “lado selvagem” ao aceitar um encontro com uma garota que conhece numa cafeteira. Para isso, ele precisa “viajar” até um lado da cidade que não conhece muito bem, o Soho, bairro artístico “alternativo” da Grande Maçã. É preciso ter em mente também que esta é a NY da década de 80, antes da política de tolerância zero imposta pelo então prefeito Rudolph Giuliani. Ou seja, era um lugar nada seguro, dominado pelo crime. O que significa que o protagonista terá a pior noite de sua vida.

A Cor do Dinheiro

Aqui temos um caso peculiar. Lançado no ano seguinte de Depois de Horas, podemos dizer que esta é a primeira continuação dirigida por Martin Scorsese, embora a maioria desconheça o fato. Este não é, no entanto, a sequência de nenhum filme do diretor, mas sim uma continuação tardia para Desafio à Corrupção (The Hustler, 1961), de Robert Rossen, indicado para 9 Oscar incluindo melhor filme. Vinte e cinco anos depois, o mesmo Paul Newman retorna ao personagem ‘Fast’ Eddie Felson, desta vez numa relação tumultuada com um pretenso pupilo (papel do astro Tom Cruise) e sua namorada (Mary Elizabeth Mastrantonio) para um novo round de apostas e trapaças numa mesa de sinuca. Com a condução de Scorsese, Newman finalmente ganhava o Oscar na pele do personagem, e o filme foi indicado para mais três prêmios da Academia, incluindo coadjuvante para Mastrantonio.

Contos de Nova York

Como dito, Scorsese virou sinônimo de filmes urbanos passados em Nova York, assim esta coletânea não poderia deixa-lo de fora. Além do diretor, a proposta do longa era escalar três cineastas muito associados à cidade que nunca dorme para confeccionar micro histórias numa antologia. É quase como um predecessor para a franquia da qual faz parte Nova York, Eu Te Amo (2008). Woody Allen e Francis Ford Coppola completam a trinca renomada no comando das subtramas. O conto de Scorsese é, como não poderia deixar de ser, o mais profundo e sombrio. E fala sobre a obsessão de um artista (Nick Nolte) por sua assistente (Rosanna Arquette).

A Época da Inocência

Como dito, Scorsese também tem seu lado versátil e sensível, e mesmo permanecendo no território de Nova York, em 1993 decidiu voltar no tempo para o século XIX para examinar o comportamento da burguesia do período. Baseado no livro da romancista Edith Wharton, o filme aborda temas como casamentos arranjados, desejos e paixões reprimidas, e o lugar da mulher na sociedade do período. Para a empreitada um verdadeiro timaço é escalado pelo cineasta. Para o papel protagonista, um jovem advogado, temos nenhum outro senão Daniel Day-Lewis, em um de seus desempenhos mais contidos, mas não menos impressionante. A talentosíssima Michelle Pfeiffer vive uma mulher divorciada (algo escandaloso para a época), prima da noiva do personagem principal, por quem ele desenvolve forte atração. No papel da moça prometida, Winona Ryder, tida então como a melhor atriz de sua geração. O resultado? Cinco indicações ao Oscar, incluindo para Ryder, e a vitória de figurino.

Kundun

Por mais que seja lembrado como um cineasta urbano, Scorsese é um cidadão do mundo, apaixonado por todas as culturas, artes e, é claro, o cinema ao redor do globo. Por isso, mesmo a esta altura sendo um diretor altamente renomado, ele continuava a arriscar em sua carreira e aceitar novos desafios. Assim, em 1997, sem qualquer nome conhecido na frente das câmeras, o diretor resolve contar a história de vida, da infância até a fase adulta, do décimo quarto líder espiritual do Tibete, o Dalai Lama. O cineasta saiu da experiência com novas quatro indicações ao Oscar.

Vivendo no Limite

Nicolas Cage nem sempre foi Nicolas Cage. Antes, ele era Nicolas Cage. Traduzindo: antes dos inúmeros filmes ruins lançados direto em vídeo, o ator era um grande astro de Hollywood, vencedor do Oscar, e dono de uma segunda indicação. Os anos 90 foram sua fase de ouro. Sendo assim, é claro que Scorsese queria trabalhar com o sobrinho de Francis Ford Coppola. E o projeto escolhido pelos dois foi esta adaptação do livro de Joe Connelly que se comporta como um Taxi Driver numa ambulância. Cage é o Travis Bickle da vez, um motorista de ambulância literalmente no limite de sua sanidade, operando na madrugada e vendo todo tipo de “ser”, “criatura” e até mesmo fantasmas nos piores locais da cidade.

Silêncio

Não pense você que apenas os trabalhos iniciais de um diretor como Scorsese recaem na obscuridade. É só olharmos para um dos mais recentes filmes do cineasta (de fato, seu penúltimo) para percebermos o quanto ele é desconhecido de grande parte do público. Talvez pelo tema difícil, já que fala sobre dois padres jesuítas portugueses (interpretados por americanos) viajando até o Japão feudal do Século XVII a fim de encontrar seu mentor e propagar o catolicismo. No elenco um trio de peso: Liam Neeson, Adam Driver e Andrew Garfield. Apesar do nome do diretor, os votantes da Academia igualmente parecem ter ignorado o longa, o indicando apenas na categoria de fotografia. E você conhecia este filme de Scorsese?

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