domingo , 22 dezembro , 2024

‘Mary Poppins’: Filme original é acusado de racismo por professor britânico

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As fantásticas aventuras de Mary Poppins são, para muitos, uma pequena e adorável parte da infância. Baseado nos livros de P.L. Travers, o clássico Mary Poppins, de 1964, e até mesmo a continuação ‘O Retorno de Mary Poppins, ainda encantam o público – mas nem todos permanecem tão nostálgicos em relação à babá.

Em um editorial publicado pelo jornal The New York TimesDaniel Pollack-Pelzner, professor da Universidade de Linfield, Inglaterra, argumenta que a história tem alguns tons racistas e problemáticos, originários dos escritos de Travers. Ele especificamente cita uma das cenas mais memoráveis do primeiro longa, no qual a babá mágica é vista fazendo blackface enquanto dança com os limpadores de chaminé.



Ele escreve:

Uma das imagens mais indeléveis do filme de 1964 é Mary Poppins se pintando com carvão. Quando a babá encantada acompanha suas crianças, Michael e Jane Banks, até o telhado, seu rosto fica coberto com fuligem, mas, ao invés de limpá-la, ela continua passando em seu nariz e em suas bochechas. Logo, ela leva as crianças em uma exploração dançante pelos telhados de Londres com Bert, seu grande amigo.

A cena em si não é problemática, mas suas raízes sim. Pollack-Pelzner diz que os romances da autora fazem associações complicadas entre o escurecimento da pele e estereótipos racistas. Na obra Mary Poppins Abre a Porta’, de 1943, uma das criadas criada “Não me toque, seu preto herege” e, logo depois, quando o limpador de chaminés se aproxima da cozinheira, a mesma criada ameaça se demitir. “Se aquele Hotentote [pertence à tribo homônima da África do Sul] entrar na chaminé, eu saio pela porta”.

Assista também:
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Mary Poppins estrelou Julie Andrews como a personagem-título, rendendo-lhe uma estatueta no Oscar de 1965, e Dick Van Dyke como Bert, o limpador de chaminés.

‘O Retorno de Mary Poppins, lançado 54 anos mais tarde, trouxe Emily Blunt como o novo rosto da babá e Lin-Manuel Miranda como seu amigo Jack, o acendedor de lampiões. O elenco da continuação também conta com Ben Whishaw, Emily Mortimer, Colin Firth, Meryl Streep e a participação especial de Dick Van Dyke.

Blunt recebeu uma indicação ao SAG Awards deste ano por sua performance. O filme foi indicado a múltiplos prêmios também incluindo à categoria de Melhor Canção Original no Oscar 2019 por ‘The Place Where the Lost Things Go’.

‘O Retorno de Mary Poppins ainda está em cartaz.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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As fantásticas aventuras de Mary Poppins são, para muitos, uma pequena e adorável parte da infância. Baseado nos livros de P.L. Travers, o clássico Mary Poppins, de 1964, e até mesmo a continuação ‘O Retorno de Mary Poppins, ainda encantam o público – mas nem todos permanecem tão nostálgicos em relação à babá.

Em um editorial publicado pelo jornal The New York TimesDaniel Pollack-Pelzner, professor da Universidade de Linfield, Inglaterra, argumenta que a história tem alguns tons racistas e problemáticos, originários dos escritos de Travers. Ele especificamente cita uma das cenas mais memoráveis do primeiro longa, no qual a babá mágica é vista fazendo blackface enquanto dança com os limpadores de chaminé.

Ele escreve:

Uma das imagens mais indeléveis do filme de 1964 é Mary Poppins se pintando com carvão. Quando a babá encantada acompanha suas crianças, Michael e Jane Banks, até o telhado, seu rosto fica coberto com fuligem, mas, ao invés de limpá-la, ela continua passando em seu nariz e em suas bochechas. Logo, ela leva as crianças em uma exploração dançante pelos telhados de Londres com Bert, seu grande amigo.

A cena em si não é problemática, mas suas raízes sim. Pollack-Pelzner diz que os romances da autora fazem associações complicadas entre o escurecimento da pele e estereótipos racistas. Na obra Mary Poppins Abre a Porta’, de 1943, uma das criadas criada “Não me toque, seu preto herege” e, logo depois, quando o limpador de chaminés se aproxima da cozinheira, a mesma criada ameaça se demitir. “Se aquele Hotentote [pertence à tribo homônima da África do Sul] entrar na chaminé, eu saio pela porta”.

Mary Poppins estrelou Julie Andrews como a personagem-título, rendendo-lhe uma estatueta no Oscar de 1965, e Dick Van Dyke como Bert, o limpador de chaminés.

‘O Retorno de Mary Poppins, lançado 54 anos mais tarde, trouxe Emily Blunt como o novo rosto da babá e Lin-Manuel Miranda como seu amigo Jack, o acendedor de lampiões. O elenco da continuação também conta com Ben Whishaw, Emily Mortimer, Colin Firth, Meryl Streep e a participação especial de Dick Van Dyke.

Blunt recebeu uma indicação ao SAG Awards deste ano por sua performance. O filme foi indicado a múltiplos prêmios também incluindo à categoria de Melhor Canção Original no Oscar 2019 por ‘The Place Where the Lost Things Go’.

‘O Retorno de Mary Poppins ainda está em cartaz.

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