1999 foi um ótimo ano para o cinema e, talvez no topo dos filmes mais adorados da época, esteja ‘Matrix’.
A ação sci-fi estrelada por Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss, Laurence Fishburne, Hugo Weaving e outros caiu no gosto do público e da crítica, sendo aclamado e eternizado por inúmeros realizadores cinematográficos e autores de ficção científica pela abordagem única ao tema em questão e por discussões importantes para a sociedade contemporânea – além das múltiplas referências mitológicas, religiosas, filosóficas e políticas.
A história é centrada em Neo (Reeves), um jovem programado atormentado por estranho pesadelos, nos quais sempre está conectado por cabos a um imenso sistema de computadores do futuro. À medida que o sonho se repete, ele começa a levantar dúvidas sobre a realidade. E quando encontra os misteriosos Morpheus (Fishburne) e Trinity (Moss), ele descobre que é vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas e cria a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia.
Para celebrar o 22º aniversário desse clássico título do cenário do entretenimento, o CinePOP preparou uma lista com dez curiosidades de bastidores sobre o filme.
Confira:
TREINAMENTO PESADO
A cena de abertura do filme, em que Trinity enfrenta a polícia e os capangas do Agente Smith (Weaving) demorou nada menos que seis meses de treinamento e quatro dias para ser rodada – para que Lana e Lilly Wachowski, as diretoras, conseguissem exatamente o que pretendiam.
PARA UM BEM MAIOR
Moss torceu o tornozelo enquanto gravava uma de suas cenas, mas decidiu não contar para ninguém até que as gravações fossem finalizadas. Tal decisão foi em virtude do medo que sentiu em ser reescalada.
A MATRIZ
Todas as cenas ambientadas dentro da Matriz tem um matiz esverdeada, como se estivéssemos observando-os através do monitor de um computador; enquanto isso, no mundo real, as sequências são tonalizadas com azul. O momento em que Morpheus e Neo lutam entre si, que não pertence nem ao mundo real, nem ao virtual, foi construída com a matiz amarelada.
EU SOU MATRIX
Will Smith foi considerado para interpretar Neo no longa-metragem, mas recusou o papel para participar da comédia ‘As Loucas Aventuras de James West’. Mais tarde, admitiu que, à época, não se sentia “maduro o bastante como ator” e que, se tivesse aceitado, ele teria “estragado tudo”. Ele também não tem ressentimentos pela reescalação e disse que “Keanu [Reeves] estava brilhante como Neo”.
O DEUS DOS SONHOS
Na mitologia grega, Morpheus (ou Morfeu, na tradução para o português) é o deus dos sonhos. O nome foi escolhido dentro de uma ironia proposital, considerando que o papel do personagem vivido por Fishburne é o de acordar pessoas para a realidade.
ESTUDO DE CASO
Os atores e atrizes do filme tinham, obrigatoriamente, que conseguir explicar e entender ‘Matrix’. Reeves revelou que as Wachowski pediram para que ele lesse os livros ‘Simulacro e Simulação’, de Jean Baudrillard; ‘Out of Control’, de Kevin Kelly’; e ‘Psicologia Evolutiva’, de David Buss, antes mesmo de abrirem o roteiro. Moss comentou que teve certa dificuldade nesse processo.
SUCESSO DA ACADEMIA
‘Matrix’ venceu todas as quatro categorias às quais estava indicado no Oscar: Melhor Montagem, Melhor Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Visuais. Essa foi a maior “limpa” de estatuetas por uma produção não indicada a Melhor Filme.
EFEITOS INCRÍVEIS
De acordo com Lana Wachowski, para os efeitos das balas em slow-motion, o designer de som Dane A. Davis colocou balas em cordas e as rodopiou pelo estúdio. Além disso, ele digitalizou gotas de chuva que caíam contra painéis de janela para criar o som codificado da Matriz.
O MELHOR DO CYBERPUNK
O romance ‘Neuromancer’, assinado pelo lendário William Gibson, foi uma grande influência para o longa-metragem (em particular, no uso do termo emprestado ao título). Depois de assistir ao filme, Gibson comentou que a forma como a produção trouxe referências de trabalhos já existentes do gênero cyberpunk foi “o exato tipo de osmose cultural criativa” que levou para seus própriso escritos.
RECUSA COMPLICADA
Janet Jackson foi um dos primeiros nomes em mente das Irmãs Wachowksi para interpretar Trinity, mas conflitos de agenda a impediram de aceitar o papel. Em uma entrevista, Jackson comentou que recusá-lo foi muito difícil, então, em seu décimo álbum de estúdio (‘Discipline’), ela homenageou o longa-metragem nas interlúdios “Intro” e “Outro”.