Na última quinta-feira, dia 3 de agosto, estreou nos cinemas brasileiros a superprodução ‘Megatubarão 2’, sequência do sucesso de 2018 estrelada por Jason Statham. O filme tem lançamento da Warner para este fim de semana em grande parte do mundo, incluindo os EUA, e dá início ao lote de filmes do oitavo mês do ano nos cinemas. O primeiro filme contra sobre uma equipe de cientistas em uma base de pesquisa localizada no fundo do mar, que precisa sair em resgate a um submarino com funcionários do local, após seu veículo ser atacado por uma criatura marinha bem grande.
É claro que descobrimos se tratar do tal “megatubarão”, ou MEG no original. E bem, MEG é abreviação para Megalodonte, um dos maiores predadores a ter passado por nosso planeta, quiçá o maior e mais letal, extintos há 3 milhões de anos (ao menos espera-se). O megalodonte era três vezes maior que um tubarão branco e podia medir até 18 metros de comprimento e pesar até 60 toneladas. O filme aproveita o mistério em torno de grande parte não mapeada das profundezas dos oceanos para fazer a pergunta: e se uma criatura pré-histórica como essa tivesse sobrevivido e se mantido no profundo, se alimentando da vida por lá, até algo a fazer emergir?
Entrando no clima do maior lançamento deste fim de semana nos cinemas, resolvemos relembrar com você algumas das curiosidades mais interessantes em relação ao primeiro filme, contido no acervo da plataforma HBO Max, que nem todos podem lembrar. Confira abaixo.
‘Megatubarão’ é baseado em um livro
Essa vai pegar muita gente de surpresa. Mas sim, a aventura descompromissada, que muitos consideram no estilo “desligue o cérebro”, de fato é baseada em um livro do autor Steve Alten. Intitulado ‘MEG: A Novel of Deep Terror’, esse foi o primeiro livro publicado pelo escritor. E como de costume as obras guardam suas diferenças. Como por exemplo, no livro o megalodonte é descrito como sendo completamente branco, quase luminescente, por viver em um ambiente de completa escuridão. Como essa textura de cor se mostrou impossível de ser realizada no cinema, a opção foi pela mesma cor de um grande tubarão branco no filme, ou seja, a parte de cima cinza e banco embaixo.
Fora isso, o livro se preocupa em explicar que o megalodonte só ataca à noite, já que sua visão seria muito sensível à claridade do dia, novamente por ter passado milhões de anos na escuridão das profundezas. Mas como um filme inteiramente realizado na escuridão da noite poderia render muitas reclamações dos espectadores, no longa a criatura ataque de dia sem cerimônia.
‘Megatubarão’ quase foi um filme da Disney
Hoje uma franquia de blockbusters da Warner, ‘Megatubarão’ por pouco não fez parte da família Disney. Isso porque logo após a publicação do livro em 1997, a Disney comprou os direitos por US$1 milhão e um filme seria produzido para o fim da década de 90, através da subsidiária do estúdio, a Hollywood Pictures. No entanto, o estúdio deu para trás com medo de enfrentar uma produção da própria Warner sobre tubarões: o subestimado ‘Do Fundo do Mar’ (1999), um dos filmes mais divertidos sobre o tema.
Essa paralização do projeto na Disney fez o próprio autor do livro, Steve Alten, escrever um roteiro e o levar a alguns contatos. Eventualmente este texto chegou às mãos de Guillermo del Toro, que decidiu produzir o longa. É dito que nesta época, após um grande embargo, a New Line comprou os direitos da Disney, já em 2005, e iria de tirar do papel com a produção de del Toro e direção de Jan De Bont, o mesmo de ‘Velocidade Máxima’ e ‘Twister’. Mas finalmente, o projeto terminou cancelado de novo. Bem, até ser remodelado e lançado na forma que o conhecemos.
Eli Roth seria o diretor de ‘Megatubarão’
‘Megatubarão’ é um filme sobre um tubarão gigante fazendo estrago por onde passa. O longa é repleto de adrenalina, mas por possuir uma censura para menores de idade, está longe de ser um filme muito violento ou sangrento. Mas poderia não ser assim. Acontece que o “açougueiro” Eli Roth quase esteve no comando do projeto. Para quem não conhece, Roth, amigo pessoal de Quentin Tarantino, é um diretor que gosta de muita violência e sangue em seus filmes, tendo comandado produções de terror como ‘O Albergue’ e ‘Cabana do Inferno’.
Por um lado podemos pensar, “ok, Eli Roth já fez filmes de censura baixa, como o infantil O Mistério do Relógio na Parede, e certamente seria controlado pelo estúdio para entregar algo mais aprazível ao grande público”. Mas este não foi o caso. O diretor justamente queria manter a censura para maiores de idade e também um orçamento mais folgado em US$20 milhões. No fim das contas, Roth se retirou do projeto devido ao famoso “diferenças criativas”. O mais curioso nisso, no entanto, é o que fez o estúdio torcer de fato o nariz: Roth queria estrelar o longa no papel de Jonas, mas os produtores acharam que ele não possuía starpower suficiente para atrair o público.
George Clooney protagonizaria ‘Megatubarão’
Por falar em starpower para o protagonista de ‘Megatubarão’, a certa altura no estágio inicial do desenvolvimento do filme, o projeto era anunciado como sendo um veículo para ninguém menos que George Clooney. Astro vencedor do Oscar, Clooney teve sua cota de participações em blockbusters, embora seja mais conhecido por seus papeis em filmes mais sérios e com clima de Oscar. Justamente por isso não deixa de ser inusitado saber que em determinado momento, ‘Megatubarão’ foi pensado para ser um filme de Clooney. Temos certeza que seria uma obra totalmente diferente, talvez mais séria e conceitual, mais voltada aos personagens humanos, como o filme de Spielberg.
Jason Statham foi nadador profissional
Assim como diversas outras formas que ‘Megatubarão’ poderia ter tomado em sua fase de desenvolvimento, George Clooney não vingou como protagonista e caiu por terra. Assim, entrou em cena Jason Statham, ator que até possui papeis em filmes mais sérios, mas que hoje em dia moldou sua persona em cima do herói de ação invencível. E o ator traz essa característica para ‘Megatubarão’, quase saindo no tapa com o peixão de toneladas. Mas o que até mesmo alguns fãs do astro podem não saber é que Statham foi um atleta profissional. O astro é um experiente nadador e chegou a competir nos jogos Commonwealth de 1990, considerados as Olimpíadas do Reino Unido – onde participou como mergulhador. Ou seja, estava em casa durante as filmagens.
Ruby Rose quase morreu afogada
A jovem Ruby Rose teve bastante destaque em sua carreira no fim da década passada, onde participou de produções badaladas, como a série ‘Orange is the New Black’, e dos blockbusters ‘Resident Evil 6’, ‘Triplo X – Reativado’, ‘John Wick 2’, ‘A Escolha Perfeita 3’ e ‘Megatubarão’. Ela parecia simplesmente estar em todos os lugares. Sua estrela iria perder grande parte do brilho, no entanto, após a saída polêmica da série ‘Batwoman’, na qual vivia a protagonista. Seu último grande filme, ‘Megatubarão’ marcou um momento tenso para a atriz. Acontece que Rose quase morreu afogada durante as filmagens, em um imenso tanque na Nova Zelândia. A atriz disse que o figurino e as roupas térmicas que usava dificultavam seu nado, e que seus sapatos encheram de água a fazendo afundar. Ela precisou ser resgatada por mergulhadores de segurança colocados no local pelo estúdio para emergências como esta.
Produção caríssima
A maioria dos cinéfilos analisa apenas o valor do orçamento de um filme na hora de definir seu custo. No entanto, o valor é sempre maior do que o gasto na produção de um longa. Isso porque é preciso sempre levar em conta o valor da campanha de marketing de um filme, afinal ele não se vende sozinho e não é só colocar nos cinemas que as pessoas vão automaticamente até ele – seria depender muito do boca a boca. Assim, é dito que ‘Megatubarão’ gastou algo entre US$130 a 178 milhões apenas no valor de sua produção, embora o orçamento seja divulgado como US$130 milhões. Além disso, a Warner disponibilizou outros US$140 milhões só para a companha de marketing na hora de vender e divulgar o filme. Ou seja, ‘Megatubarão’ já saiu da linha de largada precisando fazer pelo menos US$300 milhões para não ter prejuízo. Felizmente, sua bilheteria mundial foi de US$530.5 milhões.
O maior tubarão do cinema
‘Tubarão’ (1975), de Steven Spielberg, é o maior filme de todos os tempos sobre peixes assassinos, e fez para o subgênero o que ‘O Exorcista’ (1973) fez para os longas de temática de exorcismo. É inegável e indiscutível. Fora isso, ‘Tubarão’ possui a honraria de ter sido o primeiro blockbuster de todos os tempos, e com US$476 milhões mundiais, servindo como molde para as superproduções que viriam ao longo dos anos 80 até chegar nos dias de hoje com as mega produções da Marvel e afins. Mas, como diz o ditado, existe sempre um peixe maior no mar. E esse peixão é o megalodonte, que faria de um grande tubarão branco seu aperitivo. Nas bilheterias foi assim também, com ‘Megatubarão’ se tornando o filme mais rentável sobre os peixes assassinos da história do cinema com US$530.5 milhões mundiais. No entanto, se levarmos em conta que ‘Tubarão’ foi lançado em 1975, com um orçamento de US$7 milhões, e ‘Megatubarão’ é de 2018, com orçamento de US$130 milhões, o vencedor e o perdedor mudam rapidamente de figura.