[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS]
Se você ainda não assistiu o primeiro episódio de Ms. Marvel, evite esta matéria, pois ela contém spoilers.
Grande estreia da quarta-feira (8), Ms. Marvel chegou com tudo e já deixou um cartão de visitas bastante promissor. Como já falamos mais sobre o que achamos deste primeiro episódio, que você pode conferir clicando aqui, a matéria de hoje é sobre pontos que valem a pena prestar atenção no primeiro capítulo. Confira!
Uma parte importante da personalidade da Kamala Khan das HQs é que ela escreve fanfics sobre seus heróis favoritos e leva bem a sério. Na produção, isso fica nítido logo na fantástica cena de abertura, em que ela narra vídeos do seu canal de animações online debatendo sobre os heróis da Marvel. Além de estabelecer essa característica marcante, essa abertura esclarece uma dúvida e brinca com uma piada muito popular entre os fãs da Marvel sobre as pessoas comuns saberem tanto do que aconteceu na luta dos heróis contra o Thanos (Josh Brolin) em Vingadores: Ultimato (2019).
A sequência inicial mostra um podcast com uma participação especial do Homem-Formiga (Paul Rudd) falando sobre a luta. Isso aponta que provavelmente o Scott Lang está curtindo a fama e que tudo que a população sabe foi contado pelos próprios heróis.
Ela também comenta sobre o boato do Thor (Chris Hemsworth) jogar Fortnite. Como foi mostrado em Ultimato, o Deus do Trovão realmente era um jogador – para o terror do NoobMaster69.
A família de Kamala é um ponto central da trama tanto dos quadrinhos quanto da série. No primeiro episódio, eles foram mostrados como pessoas simples, deslumbradas e rígidas quanto às tradições. Além de ter diálogos retirados letra por letra dos quadrinhos, a família Khan é uma representação bem forte das famílias de origem paquistanesa nos EUA.
Por mais estranho que possa soar para alguns e pareça até grosseiro em certos pontos, essa criação rígida só mostra que eles querem formar filhos para que sejam os melhores – e sejam julgados por sua competência – e não percam suas raízes culturais, porque é muito fácil ser engolido por outra cultura vivendo em outro país.
Mas talvez o ponto alto desse primeiro episódio tenha sido a AvengerCon. A convenção é um rio extenso de easter eggs e dava para ficar uns três dias catando todos eles. Então vamos apontar os principais. A começar pela localização da feira, que é realizada no Camp Lehigh, base militar em que Steve Rogers (Chris Evans) treinou antes de se tornar o Capitão América. Ela aparece no MCU desde 2011 e teve parte do terreno implodido pelo Dr. Arnim Zola (Toby Jones) em Capitão América: O Soldado Invernal (2014). Como mostrado no filme, a instalação foi comprometida pela HIDRA, então é bem provável que tenha sido esvaziada depois disso e tenha virado um museu, o que ajuda a entender como uma feira jovem acontece com tanta liberdade em uma zona militar.
A convenção também traz um mural de homenagens aos Vingadores que se sacrificaram. No entanto, ela cria um ruído de continuidade com a outra “homenagem” feita aos heróis que se sacrificaram mostrada em Homem-Aranha: Longe de Casa (2019). No filme do Cabeça de Teia, o vídeo in memorian aponta que foi divulgado ao público que o Capitão América também morreu na luta contra Thanos. Tudo bem que eles também homenageiam o Visão (Paul Bettany), mas o robozão não era parte do escalão original. Então, faria sentido que um ícone do porte do Capitão América estivesse sendo homenageado também, certo? Aí vale a pena retornar a Falcão e o Soldado Invernal, em que comentam sobre uma teoria de que o Capitão não apenas estaria vivo, mas também vivendo em uma base na lua. Porém, como isso é uma teoria da conspiração, parece só que esqueceram do Primeiro Vingador mesmo. Tanto que existem várias piadas com ele nesta sequência, incluindo uma arte com o “Popô Americano”.
Também vale a pena chamar atenção para uma camisa LGBT de Asgard. Além dos trocadilhos bem sacados com a ponte do arco-íris (a ‘bi-frost’), essa referência pode não ter sido tão gratuita assim. Como visto no trailer de Thor: Amor e Trovão, a Valquíria (Tessa Thompson) é a representante política oficial de Nova Asgard, e como vem sendo falado desde 2017, a personagem é membro da comunidade LGBT, mesmo que isso não tenha ficado explícito no MCU até agora. Essa camisa pode indicar que ela enfim afirmará sua orientação no próximo filme do Deus do Trovão. Ou não, né? Pode ser só uma camisa LGBT, nunca se sabe.
Por fim, a cena pós-créditos traz a equipe de Controle de Danos, que infernizou a vida de Peter Parker (Tom Holland) em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021), para investigar a primeira manifestação dos poderes da Kamala Khan (Iman Vellani) e já dá indícios de que o time vai encher a paciência dela também.
Os novos episódios de Ms. Marvel estreiam toda quarta no Disney+.