Amada pelos fãs desde seu lançamento, lá em 2014, a pequena Kamala Khan não demorou para chegar ao primeiro escalão da Marvel. Contando a história de uma jovem de origem paquistanesa que mora em Nova Jérsei, a revista solo da personagem soube trabalhar bem sua protagonista para que as inseguranças típicas da idade e as questões externas que são comuns milhões de pessoas pelo mundo, como o preconceito e a xenofobia, a afetassem tanto quanto um supervilão.
Nesta quarta (8), sua história deixa as páginas dos gibis e toma as telas do Disney+ com a série Ms. Marvel. Estrelada pela estreante Iman Vellani, a produção conta com diversas expectativas e já chega com mudanças que fizeram grande parte dos fãs torcerem o nariz.
A principal mudança é a origem da personagem. Nos quadrinhos, seus poderes surgem após a menina ter contato com a Névoa Terrígena, que desperta poderes inumanos nela. Assim, a menina passa a esticar partes do corpo e até alterar sua aparência, assumindo o visual de outras pessoas e objetos.
São poderes visualmente estranhos, até mesmo feios, mas que fazem sentido dada a função da personagem de ser uma adolescente que passa por mudanças corporais nessa fase da vida. Na série, porém, suas habilidades parecem vir de braceletes ancestrais cósmicos. E em vez de alterar seu corpo, esticando o braço e tudo mais, seus “alongamentos” serão projeções de energia.
Dado o padrão atual de CGI das séries da Marvel, talvez tenha sido até uma escolha ok. Para fazer uma pele de CGI ruim, é mais honesto entregar os efeitos luminosos.
Só que para justificar essa mudança, esperamos que seus novos poderes façam justiça às questões e dúvidas da personagem. Se a forma como retratarem as habilidades for boa, talvez os fãs nem sintam tanta diferença.
Também é de se esperar que conexões com o MCU sejam feitas. Apesar da personagem ser mais urbana nos quadrinhos, toda a divulgação da série faz questão de citar a parte “cósmica” da Ms. Marvel.
E como os poderes da protagonista agora vêm de braceletes, isso parece abrir uma brecha para que conectem os artefatos aos Dez Anéis, que estão sob posse do Shang-Chi (Simu Liu). Vale lembrar da cena pós-créditos do filme, em que o Wong (Benedict Wong), na “presença” da Capitã Marvel (Brie Larson) e do Hulk (Mark Ruffalo) afirma que os anéis são artefatos cósmicos muito antigos que estão mandando uma “mensagem”. Seria interessante se houvesse essa ligação aqui.
Falando em ligação cósmica, seria incrível se a Capitã Marvel, a figura modelo da Kamala, fizesse uma aparição na série. Até porque a jovem foi confirmada no filme 2 da Capitã, que muito provavelmente terá o cosmos como cenário novamente.
As orientações que ela pode passar para a pequena Khan são boas para o crescimento da personagem, mas também fazem com que a Kamala busque sua independência como super-heroína.
Por fim, mas não menos importante, a maior expectativa é que mesmo que os poderes tenham sido alterados, a essência da Kamala tenha sido preservada. Esse tipo de mudança costuma funcionar quando os fãs ainda conseguem reconhecer os personagens pelos quais se apaixonaram ao longo dos anos.
Se ela mantiver sua inocência, impulsos da idade e desejo de fazer do mundo um lugar melhor para ela e as outras pessoas, é bem provável que haja uma boa aceitação do público e mais uma grande franquia se inicie.