sábado , 21 dezembro , 2024

Muito Barulho Por Nada

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DE HERÓIS DA MARVEL A SHAKESPEARE

Quando achamos que nada mais de inusitado irá nos surpreender na sétima arte… . Primeiro, o destruidor de mundos, Roland Emmerich (“Independence Day” e “2012”) faz Shakespeare, ou melhor, uma obra fictícia baseada na conspiração que afirma que o bardo não é o verdadeiro autor de seus textos, e sim um nobre da corte inglesa, no suspense de época, “Anônimos”. Agora, Joss Whedon, midas da Marvel e diretor de “Os Vingadores”, que ano passado dilacerou o coração de Nova York com uma invasão alienígena de proporções épicas, resolve também fazer Shakespeare.

Dessa vez de verdade, ao adaptar um de seus contos mais populares (e um dos melhores em minha opinião) com “Muito Barulho por Nada”. Só não me digam que o próximo trabalho de Michael Bay será “Othelo”… . Brincadeira à parte, “Muito Barulho por Nada” é justamente o projeto que Whedon escolheu para seguir sua superprodução multimilionária. Toda em preto e branco, e falada na linguagem arcaica do bardo, essa é uma obra extremamente artística.



2

Talvez por uma questão de ego, talvez para mostrar que pode e que é um cineasta acima de um diretor de blockbusters, Whedon tenha se disposto a encarar a difícil tarefa de adaptar o maior autor de todos os tempos. E ele mostrou que pode e consegue, ao mesmo tempo sem demonstrar prepotência ou pretensão demais (será que isso é possível?). Whedon respeita o texto original, seus personagens e suas motivações.

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O que faz é trazer tudo para a época contemporânea, e criar um elo com o público frisando o humor da obra. O diretor consegue alcançar o sucesso na missão mais difícil do projeto, criar identificação com o público moderno, ao revelar que os temas de Shakespeare são eternos, e mais atuais impossíveis.

3

Na trama, durante uma festa na casa do rico Leonato, papel de Clark Gregg (o agente Coulson de “Os Vingadores”), seu amigo Claudio (papel de Fran Kranz, de “O Segredo da Cabana”) se apaixona perdidamente por sua sobrinha, Hero (Jillian Morgese), que lhe corresponde o sentimento. No dia seguinte o casamento está pronto, mas o invejoso Don John (Sean Maher) tem outros planos por achar que a jovem não é digna de seu amigo.

Então, o vilão arma uma grande difamação, e suja o nome da moça. Ao mesmo tempo, os personagens mais interessantes da obra, os independentes, desapegados e egocêntricos Benedick (Alexis Denisof, um clone jovem do comediante Will Ferrell) e Beatrice (Amy Acker), lados opostos da mesma moeda, caem numa armadilha criada por seus amigos para fazer-lhes apaixonar um pelo outro. Para os não familiarizados com o texto do maior escritor de todos os tempos, essa é uma ótima oportunidade de ingressar no universo do bardo.

Uma versão moderna, com direito a imagens de celulares aderidas à trama, que impulsionam a narrativa, e músicas providas por ipods, contextualizando (dentro do possível) uma ideia universal de forma acessível para os jovens. Pelo elenco podemos ver que Whedon não utilizou grandes nomes, mas foi fiel ao dar grande chance para atores de todos os seus trabalhos.

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São coadjuvantes secundários de “Os Vingadores”, “Cabana do Inferno”, e “Serenity” (só faltou mesmo a presença de Sarah Michelle Gellar, estrela de “Buffy“). Por outro lado, justamente por não serem o time A de Hollywood (bem, digamos, nem mesmo o time C), os atores deixam um pouco a desejar.

Ao recitarem as icônicas frases, nunca sentimos um real envolvimento, ou incorporação, e a sensação é sempre a de atores decorando o texto, e se comportando de forma não condizente com as palavras. Talvez esse tenha sido o objetivo de Whedon, afinal em variados momentos, atores forçam o ridículo a fim de arrancarem gargalhadas.

O humor em variadas cenas é escrachado. E em determinado momento, quando dois policiais prendem os culpados pela trama sinistra, um deles olha para o outro ao recitar seu texto, como se dissesse, “é sério que temos que falar dessa forma?”. Pode ser considerada uma homenagem, mas talvez o que Whedon tenha feito é tirado um sarro com o pomposo mundo dos intelectuais.

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Dessa vez de verdade, ao adaptar um de seus contos mais populares (e um dos melhores em minha opinião) com “Muito Barulho por Nada”. Só não me digam que o próximo trabalho de Michael Bay será “Othelo”… . Brincadeira à parte, “Muito Barulho por Nada” é justamente o projeto que Whedon escolheu para seguir sua superprodução multimilionária. Toda em preto e branco, e falada na linguagem arcaica do bardo, essa é uma obra extremamente artística.

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Talvez por uma questão de ego, talvez para mostrar que pode e que é um cineasta acima de um diretor de blockbusters, Whedon tenha se disposto a encarar a difícil tarefa de adaptar o maior autor de todos os tempos. E ele mostrou que pode e consegue, ao mesmo tempo sem demonstrar prepotência ou pretensão demais (será que isso é possível?). Whedon respeita o texto original, seus personagens e suas motivações.

O que faz é trazer tudo para a época contemporânea, e criar um elo com o público frisando o humor da obra. O diretor consegue alcançar o sucesso na missão mais difícil do projeto, criar identificação com o público moderno, ao revelar que os temas de Shakespeare são eternos, e mais atuais impossíveis.

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Na trama, durante uma festa na casa do rico Leonato, papel de Clark Gregg (o agente Coulson de “Os Vingadores”), seu amigo Claudio (papel de Fran Kranz, de “O Segredo da Cabana”) se apaixona perdidamente por sua sobrinha, Hero (Jillian Morgese), que lhe corresponde o sentimento. No dia seguinte o casamento está pronto, mas o invejoso Don John (Sean Maher) tem outros planos por achar que a jovem não é digna de seu amigo.

Então, o vilão arma uma grande difamação, e suja o nome da moça. Ao mesmo tempo, os personagens mais interessantes da obra, os independentes, desapegados e egocêntricos Benedick (Alexis Denisof, um clone jovem do comediante Will Ferrell) e Beatrice (Amy Acker), lados opostos da mesma moeda, caem numa armadilha criada por seus amigos para fazer-lhes apaixonar um pelo outro. Para os não familiarizados com o texto do maior escritor de todos os tempos, essa é uma ótima oportunidade de ingressar no universo do bardo.

Uma versão moderna, com direito a imagens de celulares aderidas à trama, que impulsionam a narrativa, e músicas providas por ipods, contextualizando (dentro do possível) uma ideia universal de forma acessível para os jovens. Pelo elenco podemos ver que Whedon não utilizou grandes nomes, mas foi fiel ao dar grande chance para atores de todos os seus trabalhos.

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São coadjuvantes secundários de “Os Vingadores”, “Cabana do Inferno”, e “Serenity” (só faltou mesmo a presença de Sarah Michelle Gellar, estrela de “Buffy“). Por outro lado, justamente por não serem o time A de Hollywood (bem, digamos, nem mesmo o time C), os atores deixam um pouco a desejar.

Ao recitarem as icônicas frases, nunca sentimos um real envolvimento, ou incorporação, e a sensação é sempre a de atores decorando o texto, e se comportando de forma não condizente com as palavras. Talvez esse tenha sido o objetivo de Whedon, afinal em variados momentos, atores forçam o ridículo a fim de arrancarem gargalhadas.

O humor em variadas cenas é escrachado. E em determinado momento, quando dois policiais prendem os culpados pela trama sinistra, um deles olha para o outro ao recitar seu texto, como se dissesse, “é sério que temos que falar dessa forma?”. Pode ser considerada uma homenagem, mas talvez o que Whedon tenha feito é tirado um sarro com o pomposo mundo dos intelectuais.

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