[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS]
Se você ainda não assistiu aos quatro primeiros episódios de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, evite esta matéria, pois ela contém spoilers.
Por incrível que pareça, já chegamos a praticamente metade da primeira temporada de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis. E a série já se desenha como uma das melhores do estúdio até aqui. Falando em “melhores”, que sensacional esse quarto episódio! Quando foi anunciada, a produção da série prometeu algo numa vibe meio Legalmente Loira, que envolvia não só o direito, mas também as confusões e desafios de manter um relacionamento. E foi exatamente nisso que o quarto capítulo focou: na vida amorosa de Jen.
Mas antes disso, precisamos falar sobre o grande antagonista da vez: o “mágico” Donny Blaze (Rhys Coiro). Logo de cara, a série flerta bastante com um personagem amado do grande público, o Motoqueiro Fantasma. Isso porque a sonoridade do antagonista é muito parecida com Johnny Blaze, que é a encarnação mais famosa do anti-herói. Não bastasse isso, suas “magias” quase todas envolvem fogo. O Donny foi um aprendiz de mestre das artes místicas no Kamar-Taj, mas levou o retiro como se fosse uma festa de faculdade e acabou sendo expulso. Não antes de furtar alguns objetos mágicos, como o anel de transportação, que ele usa para mandar a pobre e falante Madisynn para outra dimensão.
Sobre essa aventura interdimensional da Madisynn, ela diz ao longo do episódio que foi enviada para uma região cheia de fogo e lava, onde foi recebida por um bode que queria uma gota de seu sangue em troca de ajudá-la a sair dali. Mais tarde, no tribunal, ela disse ter feito um pacto com um demônio para ser mandada de volta, mas que não poderia contar pra ninguém, senão ele consumiria a alma dela e de todos que a jovem ama. Assim, considerando essas informações, voltamos ao demônio Mephisto, que assombrou a todos os magos da especulação durante WandaVision e Loki, no ano passado. Porém, com a pegada mais descontraída e ligada nos assuntos do MCU na internet, isso provavelmente não passou de uma excelente piada da equipe criativa.
Ainda falando na Madisynn, a tagarela acaba virando melhor amiga de Wong (Benedict Wong), e faz grandes revelações sobre o Mago Supremo nesse caminho. A primeira delas é que o tempo livre no Kamar-Taj é algo que realmente não está em falta. Na primeira vez que vemos os dois, Wong está assistindo a Os Sopranos (e leva alguns spoilers da garota). Mais tarde, quando voltamos a vê-lo, o Mago Supremo está usando seu tempo livre para assistir This Is Us. Wong, mestre em artes místicas e maratonas de séries. Mas falando mais “sério” sobre o personagem, ele fez várias referências a Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022) no episódio. A primeira delas foi falar sobre o Livro de Vishanti, grande MacGuffin do filme de Sam Raimi, para Jen. A segunda foi mais para o fim do capítulo, quando os diabinhos voadores de Donny começam a tomar conta do auditório, Wong abre um portal para a Montanha de Wundagore, região do trono da Feiticeira Escarlate, como visto no filme. Ah sim, a presença de Wong faz com que a Mulher-Hulk comente que essa participação vai ser o bastante para manter a série em alta no Twitter por uma semana. É mais uma vez a produção tirando sarro dos haters que se dizem fãs na internet.
Agora focando na protagonista, antes de ser convencida de que precisa melhorar sua vida amorosa, Jennifer Walters (Tatiana Maslany) está realmente atolada no trabalho. Em sua lista de coisas a fazer, por exemplo, há algumas referências muito legais. A primeira delas são as pesquisas para a Ms. Pete. Megan Pete é o nome verdadeiro da Megan Thee Stallion. E como ela assinou um contrato com a Mulher-Hulk, é legal ver que a Jen segue trabalhando no caso. A outra é uma disputa judicial entre Lee e Byrne. Stan Lee e John Byrne criaram a Mulher-Hulk, mas os créditos de “criador” ficaram com Lee, algo que ele fez bastante ao longo da carreira, fazendo com que outros grandes artistas ou descendentes desses artistas entrassem na justiça para resolver essa situação. É um easter egg muito interessante e jamais teria acontecido se Stan ainda estivesse vivo, já que era um tema sensível para a empresa, mas principalmente para ele.
Deixando o trabalho de lado, Jen decide criar um perfil nesses aplicativos de relacionamento. No entanto, a coitada sofre para conseguir um mísero Like, e quando consegue, o cara é um babaca que sequer pagou a conta do encontro. Contrariando seus ideais, Jen então decide fazer um perfil para a Mulher-Hulk, e o resultado é substancialmente diferente. Logo de cara, ela recebe uma porção de Likes e acaba entrando em uma série de encontros. O problema é que os cidadãos que encontram com ela são igualmente uns Zé Manés. Deles, vale destacar um nerdola fã de super-heróis que usa bastante o adjetivo “Incrível” para descrever as ações da Mulher-Hulk. Ela explica que as pessoas acabam usando bastante esse termo para falar dela, principalmente por conta de seu primo, o Incrível Hulk.
E mesmo com essa série de fracassos nos encontros, Jen acaba achando um rapaz que não é raio, mas gama rapidinho no coração verdona. Ele tem um bom emprego, é forte e bonito e aparentemente se interessa de verdade por ela. Não demora muito para que ela tome a iniciativa e leve o careca pra casa dela. Enquanto eles dão uns beijos, Wong aparece e convoca a Mulher-Hulk para ajudar a descer a porrada nos diabinhos voadores do Donny, e quando ela volta – cheia de sangue de demônio pelo corpo -, continua a dar uns beijos no rapaz do encontro, até que pega ele no colo e leva para o “abate”. É legal ver uma super-heroína tomando iniciativa assim depois de décadas de personagens insossas e passivas nas produções baseadas em quadrinhos. Infelizmente, no dia seguinte, o cara encontra a Jen em sua forma humana e reage de uma forma terrível, dando a entender que tudo não passava de um fetiche com a forma superpoderosa dela. Frustrações amorosas acontecem, né?
Encerrando o episódio, a principal antagonista da série, a Titânia, decide atacar sua rival no próprio campo de batalha: nos tribunais. Mas dessa vez, não fisicamente. Isso porque a empresa “Titânia” registrou (de má-fé, diga-se de passagem) a marca Mulher-Hulk como sua propriedade intelectual, intimando a Jen aos tribunais para um caso de violação de patente. Sabemos que esse caso não chega a ser tão difícil de ser resolvido judicialmente, mas o importante dele é reunir protagonista e antagonista para um embate “diferenciado”.
Os novos episódios de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis estreiam toda quinta no Disney+.