Uma vertiginosa história de encontros e desencontros amorosos, que se passa durante a acirrada campanha para presidente da república. Esse é o ponto de partida de ‘Transe‘, longa-metragem com Luisa Arraes, Johnny Massaro e Ravel Andrade.
O filme, que será exibido na ‘Première Brasil: Competitivas – Longas Ficção‘ do Festival do Rio 2022, no mês de outubro, acaba de ganhar o primeiro trailer.
Assista:
Em ‘Transe‘, o ano é de 2018 no auge da disputa para quem será eleito presidente do Brasil. A personagem de Luísa Arraes vê seu mundo começar a desmoronar com a possibilidade de um candidato de extrema direita chegar ao poder. Em meio às manifestações pelos direitos das mulheres e à liberdade do amor, a jovem percebe que vive em uma bolha e que a realidade é mais complexa e, por vezes, assustadora.
O filme é definido pelas diretoras como um “coming of age” da política, ao misturar ficção e documentário filmados com atores, em meio a manifestações, durante momentos chaves que antecederam as eleições presidenciais. ‘Transe‘ retrata o rumo da política e o cenário social brasileiro de quatro anos atrás e lança um olhar original sobre uma nova geração de jovens brasileiros.
“A escolha dos personagens jovens foi uma forma de retratarmos o olhar de uma parte de nós, da esquerda. Através do olhar inocente de jovens que nunca tinham vivido um embate com uma oposição tão contrária a tudo que acreditavam, estamos mostrando também certa ingenuidade que todos nós estávamos vivendo naquele momento”, explicam as cineastas Carolina Jabor e Anne Pinheiro Guimarães.
O filme ‘Transe‘ é também um registro histórico que busca refletir sobre os acontecimentos daquele período turbulento e de divisão política.
“Quando o filme ficou pronto, no final de 2019, começamos a debater como e quando lançaríamos e, logo em seguida, veio a pandemia e decidimos esperar 2022. Agora, com o distanciamento, nos pareceu ainda mais interessante voltar e olhar para aquele momento. Voltamos para o filme e buscamos inserir esse olhar de hoje, com tudo que vivemos nos últimos quatro anos. E, de fato, achamos que “Transe” ganhou com mais essa camada do distanciamento. revisitar aquele momento agora nos pareceu catártico e uma oportunidade de reflexão e debate”, revela a dupla de diretoras.
Resultado de um esforço coletivo, o filme mostra o entrosamento entre a direção e o elenco.
“Nós nos encontrávamos todos os dias e íamos escrevendo a partir dos acontecimentos que se apresentavam durante a campanha presidencial. Em seguida, saíamos para filmar com uma equipe mínima a partir desses encontros. Criávamos as situações, conversávamos muito com o elenco sobre a cena e deixávamos eles improvisarem com suas visões sobre o que estávamos encenando. Foi uma experiência muito nova e diferente para todos nós, rica e exaustiva, no sentido de que todo o processo foi muito vivo e aberto a sugestões e ideias no calor dos acontecimentos”, revelam Carolina Jabor e Anne Pinheiro Guimarães.