Não, Thanos não será o Darth Vader dessa geração.
Com a proximidade de Vingadores: Ultimato começam a pipocar vários posts na internet comparando o Titã Louco, Thanos (Josh Brolin), a Darth Vader, Sauron e outros vilões marcantes da história do cinema. Fora a comparação a filmes também já consagrados.
É muito complicado se pautar em comparações para definir se algo é bom ou não. Sagas como O Senhor dos Anéis e Star Wars trilharam seus caminhos como verdadeiros fenômenos de crítica, de bilheteria e de público em geral, criando um legado incrível, estendido pelas mídias digitais e, claro, pelo amor dos fãs, que não deixaram suas sagas e personagens favoritos caírem no esquecimento. Muito pelo contrário! São histórias exaltadas e tidas como exemplo de storytelling até hoje.
É um processo maravilhoso de criar mitologias. Os gregos adoravam Apolo, Atena, Ártemis… os egípcios nobres pintavam seus corpos para buscar a proximidade com suas divindades. Hoje, milhares de fãs pelo mundo possuem marcados em seus corpos trechos dos filmes ou até mesmo personagens dessas sagas, que mesmo fictícios, influenciam/ refletem a personalidade dessa gente. É um tipo de relevância especial, que não é comprada, não é forçada. São sinais da força do entretenimento e como ele atua na sociedade moderna.
Nos últimos 11 anos, a Marvel despontou nos cinemas com uma proposta ousada de lançar seus filmes ambientados no mesmo universo, se interligando não apenas por pequenas referências, mas por participações de vários personagens de renome em filmes que não são seus, culminando nos grandes eventos conhecidos como os filmes dos Vingadores. Tudo começou com um homem preso em uma caverna. Hoje, temos Super-Soldados, Cientistas Raivosos, Super-Espiões, Guaxinins falantes, Deuses Nórdicos e alienígenas unidos para enfrentar um déspota neomalthusiano, armado com pedras ancestrais, vivendo em aposentadoria após dizimar metade da vida no universo. Parece loucura para quem não acompanhou todo o processo de construção, mas para quem viveu e viu a Marvel surgir e se desprender da realidade nos cinemas, é o fim de um ciclo. É o adeus a alguns personagens que deixaram as páginas dos quadrinhos para ganharem o mundo.
Assim como o fã que se emocionou ao ver Frodo, Gandalf e Sam se unindo em tela para derrotar Sauron e os Orcs, o fã da Marvel está frente ao seu evento final. Ultimato pode ser a última chance de ver os Vingadores Originais em tela, juntos. Mas ainda sendo marcante desse jeito, ele jamais será um “O Retorno do Rei” dessa geração. Assim como O Retorno do Rei não foi “O Império Contra-Ataca” da geração anterior. O ponto é: são obras maravilhosas que não devem ser comparadas. Tal qual as Joias do Infinito, cada um desses longa-metragens representa uma singularidade, que podem ser “superadas”, mas nunca comparadas.
Não esperem que Vingadores: Ultimato ganhe 11 Oscars, que popularize uma palavra (como um grito desesperado de “Nããããão!” ou uma palavra de conforto, como “Always”). Essas coisas já pertencem a suas respectivas sagas. Agora, esperem e cobrem um encerramento magistral de um dos projetos mais ambiciosos de todos os tempos. Esperem a reunião dos seus heróis, a chance de vê-los juntos em tela uma última vez, de se emocionar com os fãs no cinema e torcer para que eles derrotem o vilão. Um vilão que não é Sauron, não é Voldemort, não é o Coringa e muito menos o Darth Vader dessa geração. Torça para que eles derrotem ele: o primeiro Thanos do cinema.
Se o filme vai virar clássico ou não, pouco importa. O simples fato dele existir já é o suficiente para os fãs. Então não percam seu tempo comparando, apenas aproveitem.
Vingadores: Ultimato estreia em 25 de Abril de 2019.
