‘Não Vamos Sucumbir’, filme de Miguel Przewodowski, sobre os desfiles das escolas de samba cariocas, estreou nos cinemas dia 19 de setembro.
Mostrando os barracões, a força e o significado político e social que faz do Carnaval uma manifestação singular de arte coletiva, talvez o maior do planeta, ‘Não Vamos Sucumbir’ faz uma viagem nos bastidores das escolas de samba através do olhar de seus mais importantes pensadores e realizadores da atualidade como os carnavalescos Leandro Vieira, Jack Vasconcelos, a saudosa Rosa Magalhães, a passista Ketula Mello e o escritor Luiz Antonio Simas.
Assista ao trailer:
Desde sua origem no final dos anos 20, as escolas de samba deram voz a setores artísticos e culturais das camadas afrodescendentes do Rio de Janeiro que buscavam espaços de legitimidade. Elas trouxeram neste caminho olhares e narrativas próprias e deram a populações marginalizadas um sentido de pertencimento. Enfrentaram a resistência da elite e de instâncias políticas adversas para chegarem aos dias de hoje. Surgem assim como instituições de negociação resultantes desta tensão, oscilando entre a conivência com políticas de Estado ou a crítica e a ruptura, interagindo desta forma com o contexto governamental em que estão inseridas.
Miguel Przewodowski conta como surgiu a ideia do documentário:
“Na minha cabeça este filme foi um novelo que desenrolei e teci após assistir o impactante desfile da Mangueira no carnaval de 2019. Esse desfile foi um sopro de esperança num momento politicamente abissal da cidade e do país.” E completa: “Como documentarista busquei para abordar este vasto e complexo tema a voz e a experiência daqueles que respiram, vivem, fazem e pensam as Escolas de Samba. Um espaço de resistência de origem e cultura negra e também um generoso ponto de integração e celebração da nossa diversidade cultural e humana, sempre tão rica e maravilhosa.”
Partindo da preparação para o carnaval 2020, passando por fevereiro de 2021, quando os desfiles de Carnaval estavam suspensos pela pandemia, chegando até a retomada em 2022, ‘Não Vamos Sucumbir’ faz um inventário histórico desde o surgimento das escolas de samba até os dias de hoje, mostrando a força cultural, o significado político e social que faz deste evento o maior show do planeta.