Sabe aquela história de um grupo de turistas que vão fazer estripulias longe de casa e acaba encurralado por um (ou mais) tubarãozão branco assustador? Sim, você já viu esse filme antes, em diversos formatos, pois não é nenhuma novidade: é um mote bastante comum na indústria cinematográfica de filmes de terror, de onde o clássico ‘Tubarão’ (‘Jaws’), de Steven Spielberg, é o mais famoso representante.
Entretanto, é um tipo de filme de terror que continua levando público ao cinema, pois nós, seres humanos, temos um quê de atração por histórias de seres monstruosos colocando em risco a vida de pessoas. Assim, ‘Tubarão: Mar de Sangue’ estreou no catálogo da Netflix liderando entre os mais vistos da semana. Mas será que é bom?
É a última viagem de férias do grupo de amigos Nat (Holly Earl), Tom (Jack Trueman), Milly (Catherine Hannay), Tyler (Malachi Pullar-Latchman) e Greg (Thomas Flynn). Enquanto a tímida Nat quer apenas curtir calmamente com seu namorado, Tom, seus amigos estão mais a fim de bagunça, bem no estilo “fazer no país dos outros o que eu não posso fazer no meu”. É assim que, no último dia do grupo numa bela praia mexicana, eles decidem, meio bêbados, roubar dois jet skis da orla e sair dirigindo mar adentro. O problema é que a imprudência dos mais exaltados faz com que o grupo sofra um acidente, e, por conta disso, fique preso em apenas um jet ski em alto mar, sem ninguém saber onde estão. Quando os amigos começam a pensar que este é o único problema deles, um enorme tubarão branco começa a rondá-los…
Felizmente com apenas uma hora e vinte de duração, chega a ser difícil elencar qual o principal problema em ‘Tubarão: Mar de Sangue’. Em um universo em que esse mote já foi bastante explorado, espera-se que, com um novo filme, ao menos um elemento diferente seja inserido no enredo, porém, no filme que estreia essa semana vemos exatamente tudo o que já foi trazido aos cinemas antes, sem nenhuma diferença. O roteiro de Nick Saltrese segue o guia dos clichês dos filmes de sobrevivência e constrói cinco personagens insossos e vazios. Temos uma protagonista magra e fraca que quer bancar a vibe de fodona; o namorado vazio ex-atleta sonho de consumo americano que todo mundo quer pegar; a melhor amiga bonitona que, desde a primeira cena, é mostrado que no fundo é fura olho da protagonista; e mais dois amigos bobalhões para compor o cenário do turista estadunidense beberrão. Estereotipados, eles fazem exatamente o que se espera deles, sem nenhuma surpresa – e, consequentemente, nos faz perder a paciência.
Sem nada de novo, o filme de James Nunn se alavanca em uma puch line (frase de efeito) super fraca e pronunciada sem nenhum convencimento: “eu sou uma garota do Kansas” – como se, caramba, as mulheres texanas fossem imbatíveis. Disso tudo, sobra-nos apenas torcer para o tubarão fazer valer a promessa do título – ‘Tubarão: Mar de Sangue’ no original chama-se ‘Shark Bait’, ou seja, “isca de tubarão”, em tradução livre. Ao menos o tubarão é divertido.