Um dos gêneros mais populares de todos os tempos é, sem sombra de dúvidas, o das comédias românticas.
São poucas as pessoas que não gostam de narrativas desse tipo – por mais clichês que sejam. Apesar de terem os costumeiros convencionalismos, como um casal que se apaixona instantaneamente ou a velha temática do friends-to-enemies, enredos que partem dessa premissa emergem como construções escapistas e esperançosas que, por vezes, resgatam uma fé há muito perdida.
Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando as dez melhores comédias românticas da década (até agora).
Confira nossas escolhas abaixo:
10. UPGRADED: AS CORES DO AMOR (2024)
“É Camila Mendes quem rouba a nossa atenção. Depois de ter dominado as telinhas ao interpretar Veronica em ‘Riverdale’ (um dos poucos pontos positivos dessa novelesca e canastrona série), ela vem demonstrando uma versatilidade invejável sem se render a exageros cansativos; pelo contrário, a atriz mostra que consegue fluir e dar originalidade a um enredo que não tem muito a nos contar – e faz isso dividindo os holofotes com a presença magnética de Renaux, com quem desfruta de um entrosamento apaixonante e que dá o gostinho de paixão de que precisávamos. Além disso, é preciso mencionar a forte presença de Marisa Tomei como uma releitura mais suave de Meryl Streep como Miranda Priestly, bem como a adição espetacular de Lena Olin como a excêntrica Catherine, mãe de Will” – Thiago Nolla
9. UM CRIME PARA DOIS (2020)
“Com um roteiro Mque se apoia em figuras de linguagem visuais e se deleita em muitas situações hiperbólicas, surreais e exageradas, ‘Um Crime Para Dois’ rende risadas do começo ao fim. Regado por uma versatilidade essencial em seus personagens, a produção pode até fugir de qualquer traço de originalidade narrativa, mas cumpre o seu papel, reconhece bem o território comum das comédias românticas onde se encontra e o abraça com tranquilidade, na certeza de que – em tempos como esses – tudo o que nós precisamos é de fato aprender a se divertir com muito pouco” – Rafaela Gomes
8. VERMELHO, BRANCO & SANGUE AZUL (2023)
“‘Vermelho, Branco e Sangue Azul’ pode ter seus problemas e desequilibra aqui e ali, mas isso não tira o brilho que nos trás – ainda mais com um elenco espetacular que dá tudo de si para nos emocionar. Afinal, é sempre ser carregado para uma história cujo desfecho já conhecemos, mas que, por quase duas horas, nos faz esquecer dos problemas e nos convida a refletir sobre o próprio amor” – Thiago Nolla
7. MAIS QUE AMIGOS (2022)
“‘Mais que Amigos’ é uma ótima e bem-vinda comédia romântica que vai para além das obviedades superficiais e consegue abraçar os convencionalismos de gênero sem se valer de arquétipos vencidos ou resoluções sem sentido. O resultado ultrapassa nossas expectativas e se consagra como uma divertida e comovente surpresa que vale a pena e vale seu ingresso” – Thiago Nolla
6. VOCÊ NEM IMAGINA (2020)
“[A diretora] Alice Wu alcança sucesso sem precedentes com uma direção coesa que ousa em vários momentos: afastando-se de tantas outras produções da Netflix que eram mais do mesmo, ela investe seus esforços em planos sequências acompanhados de uma fotografia impecável, quase onírica, auxiliada por um filtro translúcido que dialoga com a gélida atmosfera canadense. Sem se valer de obviedades, a paleta de cores transita entre a sobriedade excessiva e uma esquemática transição de arcos bastante funcional. Mais do que isso, ela também traz concepções clássicas, resgatando obras epistolares dos séculos passados para uma versão atualizada infundida com um espectro millenial comum às gerações mais jovens” – Thiago Nolla
5. ALGUÉM AVISA? (2020)
“Uma das grandes surpresas de 2020 veio com ‘Alguém Avisa?’, rom-com natalina que recuperou a diversão dos filmes de fim de ano com uma apaixonante narrativa. Aqui, Kristen Stewart e Mackenzie Davis transbordam a tela com uma química envolvente, encarnando um casal que passa por alguns problemas românticos e identitários durante as festividades de Natal” – Thiago Nolla
4. PALM SPRINGS (2020)
“Em meio a cenas cuidadosamente planejadas para vincular a audiência a esse inesperado romance, o diretor Max Barbakow entrega um presente para audiência, um refrigério necessário e apaixonante em meio a tantos filmes rasos que compilam sucessões de momentos piegas e pouco naturais. Com uma dupla protagonista que funciona tanto por sua peculiaridade, bem como por seu carisma, ‘Palm Springs’ é uma aventura hipnotizante. Nos levando a refletir sobre a nossa existência sem sequer notarmos, a produção não tem medo da estranheza do seu humor quase mórbido, na certeza de que toda história realmente boa precisa desafiar a audiência de alguma forma” – Rafaela Gomes
3. UMA IDEIA DE VOCÊ (2024)
“Nos prendendo em sua linguagem corporal e na constante tensão que cresce entre os dois em cada cena, Anne Hathaway e Nicholas Galitzine uma vez mais provam ser dois atores perfeitos para o gênero de comédia romântica. Carismáticos, belos e em sintonia um com o outro, os dois nos embalam em uma jornada de amor, música e renúncia. E embora o roteiro não seja inovador, há um frescor na narrativa, que explora o desejo feminino na idade madura com naturalidade, sutileza e leveza. Garantindo ainda que os personagens coadjuvantes sejam tão preciosos quanto os protagonistas, ‘Uma Ideia de Você’ é uma experiência cinematográfica completa naquilo que se propõe. Com uma trama perfeita para fazer suspirar os corações mais arredios, o novo original da Prime Video é um romance delicioso sobre fama, glamour e paixões à flor da pele” – Rafaela Gomes
2. ORGULHO & SEDUÇÃO (2022)
“Contrariando nossas expectativas, ‘Orgulho e Sedução’ se afasta do perigo de mergulhar nas rasas águas das fórmulas rom-com e entrega uma divertida aventura queer que merece ser conferida e apreciada em sua completude. O ambicioso longa engendra uma delineação tão convidativa de ser assistida, que chegamos ao fim com um gostinho de ‘quero mais’ e um ímpeto quase imediato de voltar ao começo e se deliciar com a história” – Thiago Nolla
1. EMMA. (2020)
“Apesar da ambientação antropológica, a diretora Autumn de Wilde escolhe com cuidado o tom certo para se afastar das concepções panfletárias e políticas e nos convidar para uma jornada tragicômica que beira a perfeição – não fosse por alguns vícios técnicos que se tornam repetitivos. Entretanto, não podemos tirar mérito da beleza e da cautela com qual a cineasta conduz sua carta de amor à Austen, inclusive quando consideramos que esta é sua estreia diretorial, saindo de um prolífico mundo da fotografia para uma carreira que tem muito a oferecer para a esfera do entretenimento. E, de fato, sua estética transcendente é pecaminosa (no sentido mais digno da palavra) ao ponto de transbordar com homenagens e repaginações de escolas artísticas que variam do renascimento ao barroco – transformando cada frame em uma obra de arte museológica” – Thiago Nolla