O CASAMENTO DO ANO É UM DOS PIORES FILMES DO ANO
Execrado pela crítica americana, aonde marca irrisórios 7% no site Rotten Tomatoes (que reúne as resenhas dos principais veículos do país), uma das piores notas de 2013, O Casamento do Ano promete igualmente desagradar os especialistas nacionais. O filme é uma exibição fraca da Sessão da Tarde, que se utiliza de um fiapo de roteiro, uma fórmula gasta à exaustão, e não acrescenta absolutamente nada. O verdadeiro (e único) chamariz aqui é o elenco de peso, caso contrário, a certeza seria de um lançamento em vídeo, mais do que apropriado.
Os jovens Missy (Amanda Seyfried, Os Miseráveis) e Alejandro (Ben Barnes, As Palavras) vão se casar. E o “grande” mote para o filme é o fato de que Alejandro é um rapaz de descendência latino-americana, adotado pela típica família louca americana. Sua mãe verdadeira é uma devota religiosa que não acredita no divórcio e está chegando para a cerimônia. Fato que obriga seus pais adotivos separados, interpretados por Robert De Niro (O Lado Bom da Vida) e Diane Keaton (Querido Companheiro), fingirem que ainda estão casados e bem.
As confusões não acabam por aí. O personagem de De Niro agora está casado com Bebe, papel de Susan Sarandon (Sem Proteção), melhor amiga de sua ex-mulher, que não fica nada satisfeita de ser jogada para escanteio nessa nova situação. Encontramos muitos problemas na estrutura de cada uma das subtramas, como se pouco esforço e pensamento tivesse sido depositado em cada elemento. Aqui, por exemplo, De Niro e Keaton vivem mais uma noite de amor depois de anos separados, o que nos leva a pensar que o caminho escolhido será o da reconciliação. Ledo engano, tudo volta ao status quo, apagando a importância do fato como se fosse nada.
Obviamente qualquer traço de falta realismo seria perdoado se o filme fosse engraçado. Mas aqui temos piadinhas seguras, no melhor estilo Zorra Total, tombos, pancadas, desencontros e não apenas uma, mas duas cenas em que pessoas caem na água (seja numa piscina ou num lago). Tudo dentro do mais baixo denominador comum de pastelão. Robin Williams (O Mordomo da Casa Branca) se junta ao time de veteranos pagando mico aqui, interpretando mais uma vez um padre num filme que faz Licença para Casar (seu outro filme como padre) parecer Cidadão Kane por comparação. Que saudade de quando a dupla De Niro e Williams fazia filmes bons como Tempo de Despertar.
No time dos jovens, Amanda Seyfried paga o grande mico de sua carreira. De todos os envolvidos, a atriz é quem ainda tem a carreira mais promissora, e aqui interpreta a jovem noiva pela terceira vez, depois de Mamma Mia! e o citado Os Miseráveis. Topher Grace (Codinome Cassius 7) vive um médico bem sucedido ainda virgem por não ter encontrado o grande amor de sua vida (esse é o planeta “Aham, até parece”). Katherine Heigl, a rainha das comédias românticas ruins vive a irmã mais velha, e seu único papel aqui é reclamar, esconder a separação com o marido e uma (óbvia) gravidez. E a bela Ana Ayora (Marley & Eu) é forçada a exibir suas formas nuas numa cena.
O mais impressionante é que O Casamento do Ano é a refilmagem de uma obra francesa de 2006, que ou foi totalmente injustiçada por esse massacre americano, ou é igualmente detestável. No filme original, a família do noivo é de descendentes de asiáticos. O Casamento do Ano é o primeiro filme de destaque do diretor Justin Zackham, roteirista do açucarado Antes de Partir; e seria o suficiente para encerrar carreiras, se as dos envolvidos já não estivessem balançadas o suficiente, por diversos outros filmes, digamos, insatisfatórios.