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Icônico estúdio britânico tem longo acervo
Dentre os vários estúdios focados em produções do terror, poucos tem o peso cultural e representação que a Hammer construiu. Fundada em 1934, a empresa não embarcou diretamente no terror, mas muitas de suas produções iniciais tinham muita identificação com o suspense (salvo algumas exceções como a comédia A Vida Pública de Henrique IX e o musical Sporting Love).
Entretanto, a fama do estúdio se espalhou de fato na década de 50 quando ele abraçou ativamente as propriedades dos monstros clássicos da literatura, especialmente o Drácula. Isso permitiu que a Hammer solidificasse a sua marca (ao acostumar o público com um modelo de produção mais singelo) e se tornasse referência para outros estúdios (que invejavam o baixo investimento e alto retorno de seus filmes).Tendo isso em mente seguem cinco exemplos de produções que impulsionaram a marca da Hammer Film Productions até o topo dos realizadores do terror.
5) Atração Mortal (1970)
Hammer e os imortais que se alimentam de sangue é uma relação mais do que conhecida, tendo sido esse tipo de enredo como alguns dos seus maiores sucessos de bilheteria. Com isso em mente, o estúdio se sentiu motivado a lançar uma adaptação do romance Carmilla de 1872, assinado por Sheridan Le Fanu.
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Tanto o conto gótico quanto a adaptação de 1970 foram obras complicadas em seus tempos, pois elas se propõem a representar uma personagem abertamente homossexual. Na trama, Carmilla e sua suposta mãe se hospedam na residência do General Spielsdorf (interpretado por um dos astros da Hammer, Peter Cushing); lá a vampira se aproxima de sua sobrinha e gradualmente a jovem vai demonstrando que algo a está afetando.
4) O Homem que Enganou a Morte (1959)
Uma das parcerias que mais movimentou o estúdio no seu período áureo foi aquela entre o diretor Terence Fisher e a dupla de atores Peter Cushing\Christopher Lee. O realizador é creditado como um dos pioneiros no uso de cores para obras do estúdio e suas obras são facilmente identificáveis pela sexualidade exacerbada dos personagens.
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Em O Homem que Enganou a Morte o diretor trabalha mais uma vez seu estilo de ambientação favorito: o cenário gótico do século XIX. A trama acompanha o Dr. Georges Bonnet que esconde um terrível segredo: vivendo há mais de cem anos ele necessita periodicamente de um transplante de glândula para se manter vivo. É partindo dessa premissa que ele parte para cometer crimes violentos de modo que possa assegurar sua sobrevivência.
3) O Monstro de Duas Caras (1960)
A história clássica de Robert Louis Stevenson a respeito do conturbado Dr. Henry Jekyll e sua contraparte violenta, o Sr. Hyde, é um dos romances policiais mais influentes de todos os tempos. Sua ambientação em uma Londres vitoriana, mistério central e questões sobre o bem e mal tornam a obra como um conceito de roteiro muito atrativo para o cinema.
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Nas mãos do já mencionado Terence Fisher o enredo traz uma abordagem um pouco diferente; aqui o Dr. Jekyll é um cientista recluso cujo casamento está desmoronando e sua esposa está se relacionando secretamente com seu amigo (interpretado por Christopher Lee).
Ao se expor ao famoso soro ele libera a persona de Edward Hyde que é o oposto do cientista em todos os aspectos (inclusive diferindo da versão original em que fisicamente ele é intimidador), porém, com uma enorme propensão à violência quando contrariado. Apesar de não ser uma reimaginação por completo, ela ainda oferece uma visão inédita do personagem.
2) O Vampiro da Noite (1958)
Mais uma vez a dobradinha Terence Fisher\Christopher Lee\Peter Cushing protagoniza uma nova obra, desta vez uma das mais icônicas do estúdio. A produção do mesmo não diferiu muito do que geralmente era feito pela Hammer; com um orçamento de £80.000 muito da variação de cenários do livro de Stoker teve que ser enxugado, eliminando assim cenas elaboradas de transição de um lugar para o outro (como a malfadada viagem de Drácula a bordo do Deméter).
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Ainda assim, o sucesso de público e crítica não foi atrapalhado pela redução de gastos. Calcula-se que o filme tenha dado um retorno de US$ 25 milhões, além de imortalizar Christopher Lee como uma das versões mais adoradas do famoso vampiro.
1) O Cão dos Baskervilles (1959)
Como não poderia deixar de ser, mais um título em que Terence Fisher comanda os dois atores previamente mencionados. Dessa vez o diretor deixa de lado a narrativa gótica de Drácula e Dr. Jekyll para se debruçar sobre Sherlock Holmes, mais especificamente o livro de mesmo título.
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Na trama, Holmes (interpretado por Cushing) é contratado pelo último herdeiro dos Baskervilles (interpretado por Christopher Lee) para investigar uma antiga maldição que mata os membros da família há gerações. Sendo o cético que é, Holmes se sente desafiado a provar que tal problemática nada tem de sobrenatural e, como tudo na vida, tem uma resposta lógica.
Esse é outro exemplo em que o diretor demonstra saber como trabalhar a coloração de um filme, cada cena possui algum tom de cor que se destaca, o que realça a beleza da obra. Já o protagonista Peter Cushing entrega um Holmes bastante racional, não muito diferente de seu Van Helsing, com uma química sensacional com o Dr. Watson de André Morell.