Quando falamos dos maiores sucessos do cinema que completam três décadas de lançamento em 2024, alguns dos longas mais queridos dos anos 90 vem logo à mente. Filmes como ‘Um Sonho de Liberdade’, ‘Pulp Fiction’ e ‘Forrest Gump’, por exemplo. Se o assunto for comédia, ninguém dominou mais que Jim Carrey na trinca ‘O Máskara’, ‘Debi e Lóide’ e ‘Ace Ventura’. É claro que o ano de 1994 também guarda sucessos atemporais como ‘O Rei Leão’, ‘Velocidade Máxima’ e ‘Entrevista com o Vampiro’, por exemplo. Mas existem também aqueles filmes menores, independentes ou fora do circuito de Hollywood que cativaram os fãs de maneira tão forte, que entraram para a história.
É justamente desta categoria de filmes que falaremos nessa nova matéria. Os chamados filmes cult, ou seja, filmes alternativos, parte do cinema de “arte”, que costumam ser exibidos em salas de cinema especializadas, fora do circuito dos shoppings. O mais interessante é perceber como alguns destes filmes conseguiram conquistar tamanha popularidade, se tornando famosos fora dos círculos cinéfilos. Confira abaixo e veja se você conhece ou assistiu a todos.
Quatro Casamentos e um Funeral
Foi esta comédia romântica britânica que fez de Hugh Grant um astro internacional. Além disso, colocou os nomes do diretor Mike Newell e do roteirista Richard Curtis no mapa. A obra agradou tanto que escalou até o Oscar daquele ano, sendo indicado a melhor filme e melhor roteiro. O que chama atenção e surge como diferencial, especialmente naquela época, é apresentar uma personagem feminina forte, independente, e que intimida os homens – sem a velha fórmula do gênero.
O Balconista
Por falar em filmes que definiram carreiras, ‘O Balconista’ fez exatamente isso para o diretor e roteirista Kevin Smith. Podemos dizer que dos anos 90, Kevin Smith e Quentin Tarantino foram dois dos jovens cineastas mais influentes, cujos filmes ecoam até hoje. Donos de estilos bem diferentes, Smith foi considerado o John Hughes dos anos 90, pois seus filmes falavam sobre a ansiedade dos jovens na transição para a vida adulta. E ‘O Balconista’ foi um marco disso. Depois a carreira do cineasta desandou por outro caminho, ficando entre altos e baixos em qualidade.
O Profissional
Quando lançou ‘O Profissional’, o cineasta francês Luc Besson já era um nome estabelecido na indústria. Como diretor ele já havia lançado longas como ‘Subway’, ‘Imensidão Azul’ e ‘Nikita – Criada para Matar’. Com ‘O Profissional’, Besson subiria mais alguns degraus em seu estrelato, transcendendo ao mercado norte-americano e entrando em Hollywood pela porta da frente. Muitos tem o filme como o melhor trabalho do diretor. Esse é o primeiro filme de uma então adolescente Natalie Portman, no papel de uma menina que tem sua família massacrada por policiais corruptos após uma dívida de seu pai. Ela é a única sobrevivente, que é pega sob a tutela de um vizinho, o assassino de aluguel interpretado por Jean Reno.
Almas Gêmeas
Por falar em cineastas consagrados em seus primeiros trabalhos, o neozelandês Peter Jackson começou sua carreira na segunda metade dos anos 1980. ‘Almas Gêmeas’ foi seu quarto longa-metragem e o primeiro mais maduro, longe do gênero da fantasia e terror. O filme introduziu o talento de Kate Winslet ao mundo, interpreta uma das duas jovens que possuem um elo fortíssimo de amizade. Seus pais resolvem separá-las por preocupação que a relação esteja caminhando para algo além do saudável. E talvez eles estejam certos. O filme foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original.
O Carteiro e o Poeta
Por falar em filmes cult sensação em sua respectiva edição do Oscar, um dos longas mais badalados de 30 anos atrás foi ‘O Carteiro e o Poeta’. Indicado a cinco prêmios no Oscar, incluindo melhor filme do ano, a obra venceu na categoria de melhor trilha sonora. A entrada da Itália no Oscar conta sobre um carteiro que aprende a se apaixonar por poesia graças a amizade que desenvolve com o poeta da vida real Pablo Neruda. Apesar de sua nacionalidade, o filme não concorreu ao prêmio de filme internacional no Oscar e sim como melhor filme do ano na categoria principal. Isso foi no Oscar de 1996, pois apesar de ter circulado em festivais em 1994, só entraria em grande circuito no ano seguinte.
Priscilla – A Rainha do Deserto
Continuando no tema de filmes cult que de tanto prestígio chegaram até o Oscar, temos agora um dos filmes mais representativos dos últimos 30 anos. ‘Priscilla – A Rainha do Deserto’ é uma produção australiana que deu o que falar e estava muito à frente de seu tempo. A trama sobre três drag queens (uma veterana e duas mais jovens) caindo na estrada no deserto australiano em busca da realização de um sonho, pode ser considerado a antítese de ‘Crocodilo Dundee’, por mostrar o país sob um novo ângulo. O longa levou para a casa o Oscar de melhor figurino.
A Igualdade é Branca
Você já ouviu falar na trilogia das cores? Ela é provavelmente a trilogia mais cult do cinema. Se trata de três filmes franceses do falecido diretor polonês de nome impronunciável Krzysztof Kieslowski, estrelados por três musas do cinema da França, e com cada título representando uma cor da bandeira do país e seu significado. Tudo começou com ‘A Liberdade é Azul’, de 1993, estrelado por Juliette Binoche. O segundo, foi este ‘A Igualdade é Branca’, que tem Julie Delpy como protagonista.
A Fraternidade é Vermelha
O encerramento da trilogia é este ‘A Fraternidade é Vermelha’, que tem Irène Jacob como protagonista, e se tornou o mais prestigiado dos três. Todos contam histórias centradas em mulheres e seus dilemas pessoais. O terceiro filme foi o único da trilogia a ser indicado ao Oscar, e conquistou logo três nomeações: melhor diretor e melhor roteiro original (ambos para Kieslowski), e melhor fotografia.
Cova Rasa
Há 30 anos presenciávamos o surgimento de diretores que viriam a se tornar grandes nomes na indústria ao longo desse tempo. Depois de Quentin Tarantino e Kevin Smith, um dos maiores cineastas a ser relevado naquela época foi Danny Boyle, vencedor do Oscar por ‘Quem quer ser um Milionário?’. No início dos anos 90, Boyle estreava no cinema com seu primeiro longa: ‘Cova Rasa’. Já fazendo uso de seu colega Ewan McGregor (parceria que seria repetida em ‘Trainspotting’). Na trama, quatro amigos dividindo um apartamento, descobrem que um deles morreu acidentalmente, e decidem esconder o fato para não serem implicados em sua morte. Um suspense irreverente e com o típico humor seco britânico.
O Casamento de Muriel
Quem surge aqui em mais uma produção australiana cult é Toni Collette, então uma jovem de 22 aninhos. Essa é uma comédia romântica que aborda o universo feminino através do sonho de uma moça. Muriel (Collette) não gosta de sua cidadezinha na Austrália e sonha com outra vida, o que inclui principalmente se casar. O problema é que ela nunca sequer teve um encontro. Com o pensamento de que vale tudo por um sonho, ela rouba um dinheiro para viajar em férias tropicais em busca de sua felicidade.