domingo , 22 dezembro , 2024

O Remake de ‘O Corvo’ Vem Aí – Relembre o Clássico Original que Completa 30 Anos em 2024!

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Poucos são os filmes de Hollywood que resultam em tragédias mortais. Recentemente tivemos o caso com o faroeste ‘Rust’, estrelado e produzido por Alec Baldwin, que terminou com o ator sendo levado a julgamento após acidentalmente disparar uma carga letal de sua arma enquanto ensaiava uma cena, diretamente na diretora de fotografia Halyna Hutchins, causando sua morte aos 42 anos de idade. O caso se tornou extremamente polêmico e acendeu um sinal de alerta na maior indústria de cinema do mundo sobre o uso de efeitos práticos em armas.

Voltando para os anos 80, aquela década também ficaria marcada por uma tragédia de negligência. Foi no filme ‘No Limite da Realidade’ (1983), a primeira e única adaptação para o cinema do seriado clássico ‘Além da Imaginação’ (The Twilight Zone). Produzido por Steven Spielberg, o longa é um apanhado de quatro pequenas histórias que formam o todo, cada uma dirigida por um cineasta diferente, incluindo uma comandada pelo próprio produtor. Na história de John Landis (‘Os Irmãos Cara de Pau’) o pior aconteceu, e durante uma filmagem muito perigosa e totalmente ilegal, um helicóptero perdeu o controle dentro de um estúdio e caiu sobre o ator Vic Morrow e duas crianças, os matando na hora.



The Crow' 25th Anniversary of Brandon Lee Back From The Dead With Great Vengeance And Furious Anger

Nenhum destes casos, no entanto, foi tão impactante quanto o de ‘O Corvo’ (1994). Essa tragédia de bastidor fez o filme se tornar ainda mais cult, e conhecido, entrando para a história devido a um infeliz incidente. Essa seria a primeira vez (e esperamos única) que o protagonista do filme morreria durante as gravações – novamente devido a um projétil letal que foi parar no set. O ator em questão era Brandon Lee, filho do lendário Bruce Lee, que construía uma boa carreira para si em Hollywood, e esse seria o seu divisor de águas.

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A ideia para o filme é baseada nos quadrinhos independentes e em preto e branco criados pelo artista James O’Barr. Na época em que escrevia o roteiro da HQ, o artista ouvia constantemente bandas como The Cure e Joy Division – o que por si só já dá o tom do que O’Barr queria imprimir em sua obra, ou seja, um conto sombrio e melancólico, mas ao mesmo tempo muito bonito e sobre o amor.

Na trama, somos apresentados a uma versão caótica e deturpada de Detroit – que soa muito como Gotham City, ou seja, uma cidade sem esperança, dominada pelo crime e pela impunidade. Nesse cenário distópico é que encontramos os corações apaixonados do músico Eric Draven e sua noiva Shelly Webster. Eric é cantor de rock. Em uma noite chuvosa na chamada Devil’s Night, criminosos invadem o apartamento do casal, estupram a mulher, e matam os dois.

Eric, no entanto, é trazido de volta do túmulo por um corvo. Segundo reza a lenda, o animal é capaz de fazer os mortos voltarem à vida, caso tenham sido assassinados de uma forma muito violenta e inesperada, para exercer sua vingança contra os assassinos. E assim, Eric agora se torna uma criatura entre mundos, nem morto e nem vivo – cujo único motivador é cumprir sua missão. O trágico herói vingativo persegue um a um todos os criminosos, chegando até mesmo a escalar a hierarquia do crime, podendo responsabilizar e se vingar dos verdadeiros mandantes e poderosos do crime. A forma cruel e criativa com que ele despacha cada um dos bandidos é igualmente um ponto alto do longa.

O Corvo’ é puro estilo e fez muito a cabeça dos jovens da época, com seu visual sombrio e teor sobrenatural. O longa do diretor Alex Proyas pega carona e demonstra a influência direta dos filmes ‘Batman’, de Tim Burton, por exemplo. Essa estética dominaria os filmes do gênero no período. Mas quando o longa foi lançado nos cinemas, todos já conheciam a polêmica que o cercava, com a morte do protagonista Brandon Lee.

Curiosamente, Lee não era a primeira opção para viver o protagonista Eric Draven. Na verdade, nem mesmo a segunda ou terceira opção. O criador James O’Barr via seu personagem nas formas de Johnny Depp, sem dúvida um ator mais renomado no período, tendo participado de sucessos como ‘Edward Mãos de Tesoura’. No mesmo ano de ‘O Corvo’, Depp lançaria filmes como ‘Ed Wood’ e ‘Don Juan DeMarco’.

Além de Depp, outros atores cogitados para viver o protagonista de ‘O Corvo’ foram River Phoenix e Christian Slater. Ambos recusaram o papel. Slater era um ator quente na época, tendo feito ‘Amor à Queima-Roupa’. Phoenix igualmente era um menino prodígio de Hollywood, indicado ao Oscar por ‘O Peso do Passado’. Infelizmente, Phoenix viria a falecer por overdose em 1993, aos 23 anos, no mesmo ano de produção de ‘O Corvo’. Curiosamente, River, que é irmão de Joaquin Phoenix, havia sido contratado como o repórter de ‘Entrevista com o Vampiro’, mas morreu antes que pudesse concluir as filmagens. Sendo substituído por… Christian Slater.

James O’Barr não queria Brandon Lee como Eric Draven. Isso porque o autor havia visto apenas um filme de Lee, ‘Massacre no Bairro Japonês’ (1991), e ficou achando que caso o ator fosse contratado, ‘O Corvo’ se tornaria um filme de luta e kung fu. Porém, como acontece muitas vezes em Hollywood, após encontrar e conhecer Brandon Lee pessoalmente, o criador mudou de ideia. O ponto de virada foi ver o ator caracterizado como o personagem no set – o criador adorou a abordagem que Lee deu ao protagonista.

Antes da contratação de Lee, no entanto, O’Barr quase passou mal com as interpretações equivocadas que os engravatados de Hollywood costumam dar às obras. Por exemplo, O’Barr garante que em um encontro com os executivos do estúdio, os produtores disseram que queriam transformar a história em… um musical estrelado por Michael Jackson! O’Barr começou a rir, achando que estavam brincando, e logo depois ficaria assustado ao descobrir que a intenção era bem real! Por sorte, as coisas voltariam aos trilhos com a entrada de Alex Proyas na direção e Brandon Lee encabeçando o elenco.

Outra que quase esteve no filme foi a “aposentada” Cameron Diaz. Esse poderia ter sido o longa de estreia da atriz no cinema, mas Diaz não gostou do roteiro – segundo relatos. Assim, partiria para estrelar ‘O Máskara’, lançado no mesmo ano, e escrever seu nome na história de Hollywood. Cameron Diaz retorna esse ano às telas em um filme da Netflix com Jamie Foxx, após 10 anos afastada de uma produção.

Voltando para ‘O Corvo’ e sua inerente tragédia, Brandon Lee viria a perder a vida no dia 31 de março de 1993, durante uma cena no set do filme. Em um confronto entre o protagonista e o vilão Funboy (Michael Massee), um tiro é disparado na direção de Lee, que carregava uma carga letal, o atingindo no abdome. Massee, mesmo sem ter culpa, ficou traumatizado e afastado das telas por um ano. Curiosamente, a cena não deveria acontecer, não estava no roteiro, e foi uma decisão de última hora do diretor.

Essa não foi a única tragédia ocorrida nos bastidores de ‘O Corvo’, mas sem dúvidas foi a maior. O que trouxe ao longa uma fama de ser amaldiçoado. Um carpinteiro da produção sofreu diversas queimaduras sérias em seu primeiro dia de trabalho; um funcionário teve uma chave de fenda atravessando sua mão; um caminhão de equipamentos pegou fogo; um dublê quebrou algumas costelas após cair do telhado; outro funcionário foi eletrocutado; e um escultor sofreu um acidente de carro, entrando em uma área de adereços. Além disso um furacão destruiu diversos sets.

Com tudo isso, a Paramount Pictures, que estava financiando o filme, resolveu engavetar o longa, e nunca lança-lo. Então, a companhia Entertainment Media Investment Corporation foi criada com o propósito de comprar o filme e completa-lo, usando uma tecnologia revolucionária de CGI e efeitos especiais, para a época, além de dublês para as cenas de Lee. Logo depois, a Miramax comprou os direitos de distribuição após o abandono da Paramount. No Brasil, o filme foi lançado pela Warner. Como o mundo dá voltas, ‘O Corvo’ foi parar novamente nas mãos da Paramount, já que o estúdio comprou uma parte da Miramax.

Agora através da Lionsgate, ‘O Corvo’ retornará aos cinemas em nova versão. Já se passaram 30 anos desde o original. Nesse período, o longa ganhou nada menos que três continuações até 2005 – todas lançadas nos cinemas. Você sabia? Pois é, nenhum jamais superou a mitologia por trás do original, dentro e fora das telas. Será que ‘O Corvo’ 2024 será apenas mais um desta lista, ou entregará de fato algo novo e digno de destaque? No início de junho teremos a resposta.

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Poucos são os filmes de Hollywood que resultam em tragédias mortais. Recentemente tivemos o caso com o faroeste ‘Rust’, estrelado e produzido por Alec Baldwin, que terminou com o ator sendo levado a julgamento após acidentalmente disparar uma carga letal de sua arma enquanto ensaiava uma cena, diretamente na diretora de fotografia Halyna Hutchins, causando sua morte aos 42 anos de idade. O caso se tornou extremamente polêmico e acendeu um sinal de alerta na maior indústria de cinema do mundo sobre o uso de efeitos práticos em armas.

Voltando para os anos 80, aquela década também ficaria marcada por uma tragédia de negligência. Foi no filme ‘No Limite da Realidade’ (1983), a primeira e única adaptação para o cinema do seriado clássico ‘Além da Imaginação’ (The Twilight Zone). Produzido por Steven Spielberg, o longa é um apanhado de quatro pequenas histórias que formam o todo, cada uma dirigida por um cineasta diferente, incluindo uma comandada pelo próprio produtor. Na história de John Landis (‘Os Irmãos Cara de Pau’) o pior aconteceu, e durante uma filmagem muito perigosa e totalmente ilegal, um helicóptero perdeu o controle dentro de um estúdio e caiu sobre o ator Vic Morrow e duas crianças, os matando na hora.

The Crow' 25th Anniversary of Brandon Lee Back From The Dead With Great Vengeance And Furious Anger

Nenhum destes casos, no entanto, foi tão impactante quanto o de ‘O Corvo’ (1994). Essa tragédia de bastidor fez o filme se tornar ainda mais cult, e conhecido, entrando para a história devido a um infeliz incidente. Essa seria a primeira vez (e esperamos única) que o protagonista do filme morreria durante as gravações – novamente devido a um projétil letal que foi parar no set. O ator em questão era Brandon Lee, filho do lendário Bruce Lee, que construía uma boa carreira para si em Hollywood, e esse seria o seu divisor de águas.

A ideia para o filme é baseada nos quadrinhos independentes e em preto e branco criados pelo artista James O’Barr. Na época em que escrevia o roteiro da HQ, o artista ouvia constantemente bandas como The Cure e Joy Division – o que por si só já dá o tom do que O’Barr queria imprimir em sua obra, ou seja, um conto sombrio e melancólico, mas ao mesmo tempo muito bonito e sobre o amor.

Na trama, somos apresentados a uma versão caótica e deturpada de Detroit – que soa muito como Gotham City, ou seja, uma cidade sem esperança, dominada pelo crime e pela impunidade. Nesse cenário distópico é que encontramos os corações apaixonados do músico Eric Draven e sua noiva Shelly Webster. Eric é cantor de rock. Em uma noite chuvosa na chamada Devil’s Night, criminosos invadem o apartamento do casal, estupram a mulher, e matam os dois.

Eric, no entanto, é trazido de volta do túmulo por um corvo. Segundo reza a lenda, o animal é capaz de fazer os mortos voltarem à vida, caso tenham sido assassinados de uma forma muito violenta e inesperada, para exercer sua vingança contra os assassinos. E assim, Eric agora se torna uma criatura entre mundos, nem morto e nem vivo – cujo único motivador é cumprir sua missão. O trágico herói vingativo persegue um a um todos os criminosos, chegando até mesmo a escalar a hierarquia do crime, podendo responsabilizar e se vingar dos verdadeiros mandantes e poderosos do crime. A forma cruel e criativa com que ele despacha cada um dos bandidos é igualmente um ponto alto do longa.

O Corvo’ é puro estilo e fez muito a cabeça dos jovens da época, com seu visual sombrio e teor sobrenatural. O longa do diretor Alex Proyas pega carona e demonstra a influência direta dos filmes ‘Batman’, de Tim Burton, por exemplo. Essa estética dominaria os filmes do gênero no período. Mas quando o longa foi lançado nos cinemas, todos já conheciam a polêmica que o cercava, com a morte do protagonista Brandon Lee.

Curiosamente, Lee não era a primeira opção para viver o protagonista Eric Draven. Na verdade, nem mesmo a segunda ou terceira opção. O criador James O’Barr via seu personagem nas formas de Johnny Depp, sem dúvida um ator mais renomado no período, tendo participado de sucessos como ‘Edward Mãos de Tesoura’. No mesmo ano de ‘O Corvo’, Depp lançaria filmes como ‘Ed Wood’ e ‘Don Juan DeMarco’.

Além de Depp, outros atores cogitados para viver o protagonista de ‘O Corvo’ foram River Phoenix e Christian Slater. Ambos recusaram o papel. Slater era um ator quente na época, tendo feito ‘Amor à Queima-Roupa’. Phoenix igualmente era um menino prodígio de Hollywood, indicado ao Oscar por ‘O Peso do Passado’. Infelizmente, Phoenix viria a falecer por overdose em 1993, aos 23 anos, no mesmo ano de produção de ‘O Corvo’. Curiosamente, River, que é irmão de Joaquin Phoenix, havia sido contratado como o repórter de ‘Entrevista com o Vampiro’, mas morreu antes que pudesse concluir as filmagens. Sendo substituído por… Christian Slater.

James O’Barr não queria Brandon Lee como Eric Draven. Isso porque o autor havia visto apenas um filme de Lee, ‘Massacre no Bairro Japonês’ (1991), e ficou achando que caso o ator fosse contratado, ‘O Corvo’ se tornaria um filme de luta e kung fu. Porém, como acontece muitas vezes em Hollywood, após encontrar e conhecer Brandon Lee pessoalmente, o criador mudou de ideia. O ponto de virada foi ver o ator caracterizado como o personagem no set – o criador adorou a abordagem que Lee deu ao protagonista.

Antes da contratação de Lee, no entanto, O’Barr quase passou mal com as interpretações equivocadas que os engravatados de Hollywood costumam dar às obras. Por exemplo, O’Barr garante que em um encontro com os executivos do estúdio, os produtores disseram que queriam transformar a história em… um musical estrelado por Michael Jackson! O’Barr começou a rir, achando que estavam brincando, e logo depois ficaria assustado ao descobrir que a intenção era bem real! Por sorte, as coisas voltariam aos trilhos com a entrada de Alex Proyas na direção e Brandon Lee encabeçando o elenco.

Outra que quase esteve no filme foi a “aposentada” Cameron Diaz. Esse poderia ter sido o longa de estreia da atriz no cinema, mas Diaz não gostou do roteiro – segundo relatos. Assim, partiria para estrelar ‘O Máskara’, lançado no mesmo ano, e escrever seu nome na história de Hollywood. Cameron Diaz retorna esse ano às telas em um filme da Netflix com Jamie Foxx, após 10 anos afastada de uma produção.

Voltando para ‘O Corvo’ e sua inerente tragédia, Brandon Lee viria a perder a vida no dia 31 de março de 1993, durante uma cena no set do filme. Em um confronto entre o protagonista e o vilão Funboy (Michael Massee), um tiro é disparado na direção de Lee, que carregava uma carga letal, o atingindo no abdome. Massee, mesmo sem ter culpa, ficou traumatizado e afastado das telas por um ano. Curiosamente, a cena não deveria acontecer, não estava no roteiro, e foi uma decisão de última hora do diretor.

Essa não foi a única tragédia ocorrida nos bastidores de ‘O Corvo’, mas sem dúvidas foi a maior. O que trouxe ao longa uma fama de ser amaldiçoado. Um carpinteiro da produção sofreu diversas queimaduras sérias em seu primeiro dia de trabalho; um funcionário teve uma chave de fenda atravessando sua mão; um caminhão de equipamentos pegou fogo; um dublê quebrou algumas costelas após cair do telhado; outro funcionário foi eletrocutado; e um escultor sofreu um acidente de carro, entrando em uma área de adereços. Além disso um furacão destruiu diversos sets.

Com tudo isso, a Paramount Pictures, que estava financiando o filme, resolveu engavetar o longa, e nunca lança-lo. Então, a companhia Entertainment Media Investment Corporation foi criada com o propósito de comprar o filme e completa-lo, usando uma tecnologia revolucionária de CGI e efeitos especiais, para a época, além de dublês para as cenas de Lee. Logo depois, a Miramax comprou os direitos de distribuição após o abandono da Paramount. No Brasil, o filme foi lançado pela Warner. Como o mundo dá voltas, ‘O Corvo’ foi parar novamente nas mãos da Paramount, já que o estúdio comprou uma parte da Miramax.

Agora através da Lionsgate, ‘O Corvo’ retornará aos cinemas em nova versão. Já se passaram 30 anos desde o original. Nesse período, o longa ganhou nada menos que três continuações até 2005 – todas lançadas nos cinemas. Você sabia? Pois é, nenhum jamais superou a mitologia por trás do original, dentro e fora das telas. Será que ‘O Corvo’ 2024 será apenas mais um desta lista, ou entregará de fato algo novo e digno de destaque? No início de junho teremos a resposta.

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