Um filme sobre perdas, recomeços e a potência da música como linguagem emocional. Assim se apresenta ‘O Último Canto das Cigarras’, longa musicado que iniciou suas filmagens em Brasília, com direção e roteiro de Tercio Garofalo. O projeto é protagonizado por Alirio Netto e Lívia Dabarian, que vivem atualmente na Espanha e voltam ao Brasil exclusivamente para integrar o elenco.
O filme nasceu de uma ideia antiga entre Alirio e o diretor. Segundo o ator e cantor, a história e o personagem surgiram de uma conversa com Tercio Garofalo há mais de uma década. Ele lembra que expressou ao amigo o desejo de contar a história de um cantor que perde a voz — uma ideia que o acompanhou por muitos anos.
No longa, Alirio dá vida a Sebastian, um artista de fama internacional que, no auge da carreira, vê sua voz — e sua identidade — desaparecer. A perda da voz é um tema que sempre o tocou profundamente, talvez por ser cantor e viver com a consciência de que esse instrumento é tão essencial quanto frágil. Ele define o projeto como um dos mais pessoais e desafiadores que já encarou, não só como ator e músico, mas como ser humano.
Ao seu lado está Aurora, interpretada por Lívia Dabarian — filha do dono de uma fábrica de pianos e cantora frustrada. Aurora sempre sonhou em cantar, mas teve seus desejos constantemente podados e diminuídos. Juntos, Sebastian e Aurora encontram na música uma forma de reconstrução.
Mais do que atuar, Alirio também assina toda a trilha do filme. As canções não são apenas pano de fundo, mas representam a voz interna do personagem — aquela que ainda grita mesmo quando a voz física some. O processo de composição tem sido, segundo ele, uma imersão intensa na dor e na transformação de Sebastian, algo que também o transforma pessoalmente.
O casal participa ativamente do processo de construção dos personagens. Eles estão imersos em um laboratório intenso, estudando o funcionamento de um piano e mergulhando em questões técnicas e emocionais. Alirio, por exemplo, vem se dedicando ao desafio de encontrar uma forma de cantar como se estivesse sem voz — sem, no entanto, comprometer sua saúde vocal.
Ainda sem data de estreia divulgada, ‘O Último Canto das Cigarras’ se apresenta como um drama musical sensível e potente, que se entrelaça com a própria trajetória de vida dos atores. Para eles, o filme é também uma oportunidade de revisitar o caminho percorrido até aqui e valorizar cada conquista construída ao longo dessa jornada.