domingo , 22 dezembro , 2024

‘Obi-Wan Kenobi’ | Quarto episódio muito fala e pouco diz

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS]

Se você ainda não assistiu aos quatro primeiros episódios de Obi-Wan Kenobi, evite esta matéria, pois ela contém spoilers.



Depois daquele final empolgante do terceiro capítulo de Obi-Wan Kenobi, a expectativa para o quarto episódio era bem alta. Ele enfim reencontrou seu melhor amigo e aprendiz, mas agora em lados diferentes, ele foi humilhado numa luta contra ele e terminou sendo resgatado enquanto a pequena Leia, que estava sob sua proteção, foi raptada por Reva.

Infelizmente, o quarto episódio serviu como uma grande muleta para todos esses problemas, solucionando-os de maneira muito fácil, o que tira o peso da trama. O lado bom é que a parte visual continua sendo bem explorada e o uso da computação gráfica em momento algum compromete, coisa que vem sendo um problema recente nas produções da Disney.

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O primeiro destaque, e talvez o único grande destaque deste episódio, é a cena em que Obi-Wan (Ewan McGregor) está se recuperando no tanque de Bacta e acontece uma conexão dele com Darth Vader (Hayden Christensen) por meio da Força e compartilhando um flashback que infelizmente não foi mostrado. Ambos estão se recuperando das lesões que causaram um no outro. É um paralelo muito bom entre os personagens que direta ou indiretamente serão responsáveis pelo fim um do outro.

No entanto, precisamos falar sobre o Tanque de Bacta. Tudo bem que é um artifício canônico de recuperação física, mas é preciso entender que quadrinhos, cinema e televisão são mídias de formatos diferentes. Usar o Bacta como se fosse a Vitamina C do espaço pode dar certo nos quadrinhos, mas em séries é complicado porque acaba tirando muito o peso de lesões e até mesmo de mortes. E como a série do Boba Fett já trouxe umas sete horas de personagens no Spa de Bacta, vai chegar uma hora que a redundância vai cobrar seu preço.

Depois desse momento da conexão da Força, o episódio desanda totalmente. O núcleo do sequestro da Leia pela Reva tinha tudo para ser épico, explorando tensão e as maldades do Império, mas parece haver um esforço sobrenatural da direção em impedir que a Reva demonstre que ela pode ser tão cruel quanto o próprio Vader. Toda vez que ela está próxima de fazer uma grande vilania, alguém aparece para interromper, falta luz, o carteiro traz encomenda… Qual a lógica de ter uma vilã que só pode ser meio má? A cena dela tentando enganar a Leia e sendo tapeada pela criança é assustadoramente ruim. Existem formas de mostrar que a Leia era uma criança brilhante sem transformar a vilã numa idiota.

Então o Obi-Wan enfraquecido decide invadir a base impenetrável dos Inquisidores. Com o pior esquema de segurança possível, ele entra na maior facilidade e chega a uma câmara mortuária com vários Jedi caçados pelos Inquisidores. A série dá bastante destaque para Tera Sinube, Jedi apresentado em The Clone Wars, quando ajudou Ahsoka Tano a recuperar um sabre de luz. É um easter egg legal para os fãs.

Continuando sua jornada para resgatar Leia, Obi-Wan e sua “infiltrada” seguem burlando os esquemas de segurança como se fosse nada e mostrando que o maior mistério da saga é como o Império conseguiu ficar tanto tempo no poder com agentes tão incompetentes assim… Sério, tem um Stormtrooper que leva um tapa na cabeça e cai desmaiado. Tudo tem limite, né? O lado positivo dessa parte é justamente o resgate da Leia, que é praticamente iluminado pelo sabre de luz do Kenobi. Visualmente falando, é muito interessante. Mas logo em seguida, o Jedi esconde a Leia num casacão, ao melhor estilo Os Batutinhas, e vai longe antes de ser descoberto. Forçaram demais a amizade.

Um ponto legal também que vale ser comentado é a estreia dos Purge Troopers em Live Action. Esses soldados “especializados” em caçar Jedi vieram do jogo Star Wars Jedi: Fallen Order. Seu diferencial para os Stormtroopers comuns é que sua armadura é resistente aos danos ocasionados por sabres de luz. No entanto, mesmo sendo especialistas em caçar Jedi, o único Jedi do recinto saiu vivo e sem dano nenhum.

O episódio ainda tenta dar um peso para uma possível chama de esperança nascendo nos rebeldes, mas o personagem que morre tem a morte menos chorada da história da franquia, então acaba sendo mais um momento sem peso. É bem incômodo que esse episódio, que tinha tanto potencial, seja praticamente um filler para a série. Tomara que isso não se repita até o fim da temporada porque o Obi-Wan Kenobi é um personagem que merece bem mais do que isso.

Os novos episódios de Obi-Wan Kenobi estreiam toda quarta no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Infelizmente, o quarto episódio serviu como uma grande muleta para todos esses problemas, solucionando-os de maneira muito fácil, o que tira o peso da trama. O lado bom é que a parte visual continua sendo bem explorada e o uso da computação gráfica em momento algum compromete, coisa que vem sendo um problema recente nas produções da Disney.

O primeiro destaque, e talvez o único grande destaque deste episódio, é a cena em que Obi-Wan (Ewan McGregor) está se recuperando no tanque de Bacta e acontece uma conexão dele com Darth Vader (Hayden Christensen) por meio da Força e compartilhando um flashback que infelizmente não foi mostrado. Ambos estão se recuperando das lesões que causaram um no outro. É um paralelo muito bom entre os personagens que direta ou indiretamente serão responsáveis pelo fim um do outro.

No entanto, precisamos falar sobre o Tanque de Bacta. Tudo bem que é um artifício canônico de recuperação física, mas é preciso entender que quadrinhos, cinema e televisão são mídias de formatos diferentes. Usar o Bacta como se fosse a Vitamina C do espaço pode dar certo nos quadrinhos, mas em séries é complicado porque acaba tirando muito o peso de lesões e até mesmo de mortes. E como a série do Boba Fett já trouxe umas sete horas de personagens no Spa de Bacta, vai chegar uma hora que a redundância vai cobrar seu preço.

Depois desse momento da conexão da Força, o episódio desanda totalmente. O núcleo do sequestro da Leia pela Reva tinha tudo para ser épico, explorando tensão e as maldades do Império, mas parece haver um esforço sobrenatural da direção em impedir que a Reva demonstre que ela pode ser tão cruel quanto o próprio Vader. Toda vez que ela está próxima de fazer uma grande vilania, alguém aparece para interromper, falta luz, o carteiro traz encomenda… Qual a lógica de ter uma vilã que só pode ser meio má? A cena dela tentando enganar a Leia e sendo tapeada pela criança é assustadoramente ruim. Existem formas de mostrar que a Leia era uma criança brilhante sem transformar a vilã numa idiota.

Então o Obi-Wan enfraquecido decide invadir a base impenetrável dos Inquisidores. Com o pior esquema de segurança possível, ele entra na maior facilidade e chega a uma câmara mortuária com vários Jedi caçados pelos Inquisidores. A série dá bastante destaque para Tera Sinube, Jedi apresentado em The Clone Wars, quando ajudou Ahsoka Tano a recuperar um sabre de luz. É um easter egg legal para os fãs.

Continuando sua jornada para resgatar Leia, Obi-Wan e sua “infiltrada” seguem burlando os esquemas de segurança como se fosse nada e mostrando que o maior mistério da saga é como o Império conseguiu ficar tanto tempo no poder com agentes tão incompetentes assim… Sério, tem um Stormtrooper que leva um tapa na cabeça e cai desmaiado. Tudo tem limite, né? O lado positivo dessa parte é justamente o resgate da Leia, que é praticamente iluminado pelo sabre de luz do Kenobi. Visualmente falando, é muito interessante. Mas logo em seguida, o Jedi esconde a Leia num casacão, ao melhor estilo Os Batutinhas, e vai longe antes de ser descoberto. Forçaram demais a amizade.

Um ponto legal também que vale ser comentado é a estreia dos Purge Troopers em Live Action. Esses soldados “especializados” em caçar Jedi vieram do jogo Star Wars Jedi: Fallen Order. Seu diferencial para os Stormtroopers comuns é que sua armadura é resistente aos danos ocasionados por sabres de luz. No entanto, mesmo sendo especialistas em caçar Jedi, o único Jedi do recinto saiu vivo e sem dano nenhum.

O episódio ainda tenta dar um peso para uma possível chama de esperança nascendo nos rebeldes, mas o personagem que morre tem a morte menos chorada da história da franquia, então acaba sendo mais um momento sem peso. É bem incômodo que esse episódio, que tinha tanto potencial, seja praticamente um filler para a série. Tomara que isso não se repita até o fim da temporada porque o Obi-Wan Kenobi é um personagem que merece bem mais do que isso.

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