domingo , 2 março , 2025

Objetos Cortantes | Primeiras Impressões da nova adaptação da autora de ‘Garota Exemplar’


Nostalgia versus Fantasmas do Passado

Uma das produções audiovisuais mais aguardadas de 2018 finalmente chegou. Trata-se de mais uma adaptação (a terceira) de um livro da autora Gillian Flynn para as telas, depois do sucesso incontrolável de Garota Exemplar (2014) e do morno Lugares Escuros (2015). A opção agora é pela telinha, numa minissérie dividida em 8 episódios.

Além do formato garantir mais espaço para o desenvolvimento da trama e dos personagens, outro acerto foi novamente trazer Flynn para adaptar um texto seu no roteiro. Assim como fez com Garota Exemplar, a escritora desenvolve sua obra para a próxima etapa, conhecendo melhor do que ninguém tal universo. Em entrevistas de divulgação, a autora comenta sobre como foi revisitar este que é seu primeiro livro, escrito há 12 anos. Durante este período, Flynn não teve contato algum com a obra. Ao mesmo tempo em que pôde perceber o quão diferente era na época, Flynn – a roteirista – teve total liberdade para aprimorar e evoluir os personagens e situações de sua obra literária. O corte da narração em off e uma melhor atenção aos coadjuvantes foram elementos trazidos ao jogo pela dona da história.



sharp objects cinepop4

Além do nome de peso de Flynn, existem outros dois grandes chamarizes aqui em Objetos Cortantes. O primeiro é Amy Adams, atriz cinco vezes indicada ao Oscar que, além de protagonizar no papel principal de Camille, assume a cadeira de produtora numa obra pela primeira vez. Isso ocorre quando atores confiam muito num material. E segundo, o comando do franco-canadense Jean-Marc Vallée, indicado ao Oscar por Clube de Compras Dallas (2013), à frente dos 8 episódios na direção. Lembrando que recentemente o cineasta esteve nos holofotes pelo estupendo trabalho em outra série, Big Little Lies, tirando do papel um celebrado livro igualmente – série a qual retornará (como produtor) ano que vem.

Vallée é conhecido como um diretor naturalista, seus sets não fazem uso de luzes artificiais e não existe marcação de atores ou ensaios. Ao contrário de tantos outros cineastas, ele se satisfaz com no máximo 3 takes e é conhecido por pegar atores em momentos de improviso. Essa atmosfera realista e pouco controlada pode ser percebida em Objetos Cortantes, um neo noir feminino, que abraça a nostalgia e descortina fantasmas do passado em meio a uma investigação no estilo whodunit.


sharp objects cinepop1 1

Na trama, Adams vive Camille Preaker, jornalista de Chicago que retorna para sua pequena cidade natal de Wind Gap, Missouri, a fim de cobrir uma história envolvendo o assassinato de duas adolescentes. A tarefa enevoada em mistério investigativo e clima pesado é difícil por si só, mas apenas piora para a protagonista, já que o local reserva grandes traumas que ela escolheu deixar para trás. Uma vez de volta, Camille precisará exorcizá-los, mas antes terá que encará-los.

A narrativa é contada em duas linhas temporais, que se mesclam de forma simbiótica, uma dependendo da outra para seguir adiante. No passado, Camille é interpretada pela jovem carismática Sophia Lillis. E para quem apostava em Adams como a contraparte adulta da personagem de Lillis em It: A Coisa – Capítulo 2 – papel que terminou com Jessica Chastain – pode se satisfazer com este prêmio de consolação. Outra curiosidade é ver Adams dentro de uma redação, interpretando uma jornalista. Esta, no entanto, é a versão mais sombria e disfuncional (com o alcoolismo e cortes no corpo implícitos) de Lois Lane – a atriz viveu a personagem das HQs no cinema, nos erráticos Batman vs Superman (2016) e Liga da Justiça (2017).

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Além da atmosfera de suspense que permeia a narrativa, de relacionamentos conturbados e personagens tentando cicatrizar feridas, um desejo de Flynn era, ao contrário do texto, enfatizar a fictícia Wind Gap. E aqui o lugar pulsa com vida. Os realizadores conseguem extrair grande sensação de pertencimento, é como se verdadeiramente estivéssemos naquelas esquinas, passando por entre lojas, parando para uma ligação no bar. Definitivamente, o interior dos EUA se destaca como um personagem em Objetos Cortantes. E um que, ao contrário dos fragilizados e feridos personagens, estaremos ansiosos em conhecer.


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Além do formato garantir mais espaço para o desenvolvimento da trama e dos personagens, outro acerto foi novamente trazer Flynn para adaptar um texto seu no roteiro. Assim como fez com Garota Exemplar, a escritora desenvolve sua obra para a próxima etapa, conhecendo melhor do que ninguém tal universo. Em entrevistas de divulgação, a autora comenta sobre como foi revisitar este que é seu primeiro livro, escrito há 12 anos. Durante este período, Flynn não teve contato algum com a obra. Ao mesmo tempo em que pôde perceber o quão diferente era na época, Flynn – a roteirista – teve total liberdade para aprimorar e evoluir os personagens e situações de sua obra literária. O corte da narração em off e uma melhor atenção aos coadjuvantes foram elementos trazidos ao jogo pela dona da história.

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Além do nome de peso de Flynn, existem outros dois grandes chamarizes aqui em Objetos Cortantes. O primeiro é Amy Adams, atriz cinco vezes indicada ao Oscar que, além de protagonizar no papel principal de Camille, assume a cadeira de produtora numa obra pela primeira vez. Isso ocorre quando atores confiam muito num material. E segundo, o comando do franco-canadense Jean-Marc Vallée, indicado ao Oscar por Clube de Compras Dallas (2013), à frente dos 8 episódios na direção. Lembrando que recentemente o cineasta esteve nos holofotes pelo estupendo trabalho em outra série, Big Little Lies, tirando do papel um celebrado livro igualmente – série a qual retornará (como produtor) ano que vem.

Vallée é conhecido como um diretor naturalista, seus sets não fazem uso de luzes artificiais e não existe marcação de atores ou ensaios. Ao contrário de tantos outros cineastas, ele se satisfaz com no máximo 3 takes e é conhecido por pegar atores em momentos de improviso. Essa atmosfera realista e pouco controlada pode ser percebida em Objetos Cortantes, um neo noir feminino, que abraça a nostalgia e descortina fantasmas do passado em meio a uma investigação no estilo whodunit.

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Na trama, Adams vive Camille Preaker, jornalista de Chicago que retorna para sua pequena cidade natal de Wind Gap, Missouri, a fim de cobrir uma história envolvendo o assassinato de duas adolescentes. A tarefa enevoada em mistério investigativo e clima pesado é difícil por si só, mas apenas piora para a protagonista, já que o local reserva grandes traumas que ela escolheu deixar para trás. Uma vez de volta, Camille precisará exorcizá-los, mas antes terá que encará-los.

A narrativa é contada em duas linhas temporais, que se mesclam de forma simbiótica, uma dependendo da outra para seguir adiante. No passado, Camille é interpretada pela jovem carismática Sophia Lillis. E para quem apostava em Adams como a contraparte adulta da personagem de Lillis em It: A Coisa – Capítulo 2 – papel que terminou com Jessica Chastain – pode se satisfazer com este prêmio de consolação. Outra curiosidade é ver Adams dentro de uma redação, interpretando uma jornalista. Esta, no entanto, é a versão mais sombria e disfuncional (com o alcoolismo e cortes no corpo implícitos) de Lois Lane – a atriz viveu a personagem das HQs no cinema, nos erráticos Batman vs Superman (2016) e Liga da Justiça (2017).

Além da atmosfera de suspense que permeia a narrativa, de relacionamentos conturbados e personagens tentando cicatrizar feridas, um desejo de Flynn era, ao contrário do texto, enfatizar a fictícia Wind Gap. E aqui o lugar pulsa com vida. Os realizadores conseguem extrair grande sensação de pertencimento, é como se verdadeiramente estivéssemos naquelas esquinas, passando por entre lojas, parando para uma ligação no bar. Definitivamente, o interior dos EUA se destaca como um personagem em Objetos Cortantes. E um que, ao contrário dos fragilizados e feridos personagens, estaremos ansiosos em conhecer.

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