segunda-feira , 4 novembro , 2024

‘Oldboy: Dias de Vingança’ | Os 10 Anos de um Remake Completamente Esquecido – Você Lembrava que ele tinha sido lançado?

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Algumas obras não americanas possuem uma qualidade cult tão grande que conseguem transcender e se tornar filmes populares, seja com os fãs de cinema, ou com o público casual. Este é exatamente o caso com ‘Oldboy’, produção sul-coreana de 2003, baseada em um manga (histórias em quadrinhos japonesas) que ganhou o mundo como um dos filmes mais queridos da década de 2000. O mundo consome em massa os produtores americanos, não tem como escapar. Os EUA são uma potência, e isso inclui seu cinema, fazendo de Hollywood o maior mercado exportador de filmes – uma verdadeira fábrica de conteúdo. Sempre foi assim desde a criação da sétima arte. Porém, de tempos em tempos temos aquelas produções vindas de outros países, da Ásia, Europa ou América Latina que desafiam os filmes hollywoodianos todo-poderosos.

Centenas de filmes são produzidos na Coreia do Sul todos os anos, mas apenas alguns deles conseguem destaque suficiente para se tornarem famosos no coração dos cinéfilos pelo mundo. É bem verdade que ultimamente as produções do país estão em alta, mas ao voltamos 20 anos no passado, poderemos perceber esse movimento inicial de popularidade com ‘Oldboy’, filme que, entre outras coisas, serviu para transformar o cineasta Park Chan-Wook em um dos artistas mais celebrados da atualidade pelos fãs de cinema – seguindo com obras como ‘Sede de Sangue’ (2009), ‘Segredos de Sangue ‘(2013), ‘A Criada’ (2016) e ‘Decisão de Partir’ (2022).

Antes de serem o vilão Thanos e a heroína Wanda na Marvel, Josh Brolin e Elizabeth Olsen estrelaram o remake de ‘Oldboy’.

Com sua história de vingança e cenas estranhas, mas interessantes, ‘Oldboy’ caiu nas graças do público, a cada ano sendo descoberto por mais fãs e pessoas com a mente aberta para tramas fora da caixinha. Escrito por Chan-Wook, o filme, que pode ser levado em conta como ficção e fantasia também, conta sobre um homem aprisionado por 15 anos sem grandes explicações. Um belo dia, ele é solto, depois de ter perdido a sanidade neste cárcere misterioso. Seu primeiro instinto é a vingança, descobrir quem está por trás de tamanha maldade e sadismo. Nessa trajetória, o “velhote” do título conhece uma jovem, que desenvolve um laço de afeto e começa a ajuda-lo.

Apesar de seu prestígio, ‘Oldboy’ não é um filme de fácil acesso, bem longe de ser recomendado para todos os públicos. Isso porque, entre outros elementos, utiliza em sua trama assuntos polêmicos como o incesto, além de violência extrema. Em uma das cenas mais marcantes e estilosas, o protagonista luta com dezenas de criminosos pelos corredores de um prédio, utilizando um martelo como arma de escolha para dar cabo dos malfeitores. ‘Oldboy’ é ainda hoje um dos filmes preferidos do grande público e marca o número 71 dentre os 250 melhores de todos os tempos na opinião dos usuários do IMDB, o maior site de cinema da rede. O aniversário de 20 anos de ‘Oldboy’ em breve será abordado em uma matéria aqui no CinePOP, afinal a data especial de um filme desses não pode passar em branco.

Muitas referências podem ser encontradas no remake de Spike Lee, e a cena do martelo não poderia ficar de fora.

No entanto, ‘Oldboy’ possui uma mancha em seu currículo. De certa forma. Isso porque 10 anos depois do lançamento do filme original, Hollywood achou que era tempo de trazer a história para solo norte-americano, e o fizeram da única maneira que sabem: através de um remake estadunidense. E bem, você já tinha ouvido falar? Pois é, o resultado infelizmente foi o que todos esperavam e o filme rapidamente caiu no ostracismo. Até mesmo quem assistiu a nova versão na época – que não é um filme ruim, muito pelo contrário -, esqueceu por completo de sua existência.

Primeiro, preciso me posicionar e dizer que não tenho nada contra refilmagens, continuações, adaptações e por aí vai. Sou do princípio de que quanto mais, melhor. Muitas refilmagens são a porta de entrada para certos espectadores descobrirem os filmes originais. Porém, existe aquela parcela do público que automaticamente torce o nariz quando o assunto é refilmagem, cismando em afirmar que o original que é o bom. Na maioria dos casos isso é verdade, mas muitos remakes são abordagens diferentes de outros realizadores, como releituras de uma obra. Sempre penso que a regravação de uma música por outro cantor recebe menos rejeição. É só pensar que o original não deixará de existir e sempre poderá ser revisitado.

A história cult de vingança foi levada aos EUA pelas mãos do prestigiado Spike Lee, mas se tornou um filme rapidamente esquecido.

Sendo assim, de forma “independente”, sem ter nenhum grande estúdio ou produtora famosa por trás da obra (apesar de ser um lançamento da Universal Pictures na Europa), ‘Oldboy’ seria levado aos EUA, para se transformar num filme falado em inglês, com astros de Hollywood, um diretor badalado e ser apresentado para as audiências de lá – e por consequência do mundo. Diretores como Justin Lin e até Steven Spielberg estiveram envolvidos com o remake em certo estágio, mas logo a produção cairia nas mãos do diretor representativo Spike Lee. Muito associado ao cinema autoral, e emblemático por ser um dos primeiros diretores negros a se tornarem extremamente populares com seu discurso social inflamado – graças ao quintessencial ‘Faça a Coisa Certa’ (1989) – Spike Lee talvez tenha sido uma escolha inusitada ao projeto. Não que o cineasta não pudesse deixar sua marca com uma reimaginação ácida do filme original, e Lee já comandou filmes mais comerciais (como o sucesso ‘O Plano Perfeito’), mas aqui, desde os primórdios da produção, não conseguimos escapar do pensamento de que o cineasta foi apenas um “diretor de aluguel” para o longa – e o resultado corrobora ainda mais com esse pensamento.

Spike Lee realmente estava entre a cruz e a caldeirinha, já que fazer da refilmagem de ‘Oldboy’ um filme seu significaria mudar muita coisa da mitologia original, e enfurecer ainda mais os fãs raivosos, que aí sim teriam motivo de reclamar da descaracterização de sua querida história. É preciso lembrar que o remake ocorreu há 10 anos, numa época em que os estúdios ainda não peitavam muitas mudanças importantes em obras queridas, mesmo para adequá-las socialmente a outras culturas. A única solução de Lee foi se manter o mais fiel possível ao material fonte.

O remake de ‘Oldboy’ contou com mais uma veterana da Marvel no elenco, Pom Klementief foi a vilã Haeng-Bok.

Uma das ideias abandonadas, e que era muito anunciada na época, foi ter Will Smith no papel protagonista. Não sabemos em que estágio estavam as negociações ou se Smith de fato toparia (apostamos que não), mas a da hipótese de se ter o astro no papel principal foi recebida de forma tão negativa, que talvez realmente não fosse uma boa ideia insistir no ator de qualquer forma – mesmo que topasse. Para o papel protagonista então entrava em cena Josh Brolin, que já tinha uma indicação ao Oscar no currículo por ‘Milk’ (2008).

Aliás, para os fãs de filmes de super-heróis e as superproduções da Marvel, aqui temos uma curiosidade no elenco. Temos em cena protagonizando quatro veteranos do universo cinematográfico Marvel – com Josh Brolin (Thanos), Elizabeth Olsen (Feiticeira Escarlate), Samuel L. Jackson (Nick Fury) e Pom Klementieff (Mantis). Jackson interpreta o vilão responsável pelo cativeiro do protagonista, que esconde o vilão principal da trama; enquanto Klementieff é mais uma das personagens dúbias do longa. A protagonista feminina, porém, é Elizabeth Olsen, que realiza uma cena intensa de sexo com Brolin, 21 anos mais velho que ela, e encara cenas ousadas de nudez. Dessa relação é de onde sai uma das maiores reviravoltas do longa, de explodir mentes – muito marcante e comparável ao cult ‘Incêndios’ (2010), de Denis Villeneuve.

A jovem Elizabeth Olsen, então com 23 anos, realiza uma cena ousada de nudez e sexo ao lado de Josh Brolin.

Fora a má vontade de parte do público não dar sequer uma chance para o remake americano – ou seja, a parte que conhecia o original -, ‘Oldboy: Dias de Vingança’ (como ficou conhecida por aqui a refilmagem) teve sua própria cota de problemas de bastidores. Isso porque o diretor Spike Lee havia planejado seu corte original com mais desenvolvimento de personagens e suas relações – o que aumentaria consideravelmente o tempo de projeção do longa para 2h20min. O estúdio, por outro lado, terminou picotando o filme e o reduzindo a 1h44min, tirando meia hora do filme. O cineasta não ficou nada satisfeito com o tratamento e deserdou a obra, chegando inclusive ao ponto de não colocar seu costumeiro “A Spike Lee Joint” antes do título. Enfatizando dessa forma que realmente foi apenas um trabalhador “braçal” no projeto.

Oldboy’ não é ‘Oldboy’ sem a icônica cena de luta no corredor, e Josh Brolin a reproduz para Spike Lee no remake.

O mesmo ocorreu com Josh Brolin, que terminou não curtindo muito o resultado final do longa, ainda mais comparando com a produção original, vindo em defesa de seu diretor com o argumento de que a versão final de Spike Lee era muito melhor do que a que de fato vemos em tela no remake. Quem sabe caberia algum dia o estúdio lançar essa edição especial com o corte do cineasta – uma manobra muito comum atualmente nos grandes estúdios de Hollywood. Mas para isso é necessário que haja o mínimo de interesse do público. E ‘Oldboy: Dias de Vingança’ é um filme que poucos viram e tantos outros sequer conhecem. Quando os cinéfilos pensam no título, é ao original que se referem imediatamente.

Com um orçamento de US$30 milhões, ‘Oldboy: Dias de Vingança’ arrecadou apenas US$2.1 milhões nos EUA, e mais US$3 milhões pelo resto do mundo, chegando ao total de US$5 milhões e se tornando assim o maior fracasso da carreira dos envolvidos. Muitos podem acusar o filme de já ter “nascido morto”. O que acontece é que o original é simplesmente ainda muito querido pelos cinéfilos, e para que essa refilmagem ressurgisse algum dia como cult, seria necessário que influenciadores e personalidades saíssem em defesa dele, mudando o jogo para o filme de Spike Lee. Quem sabe daqui a uma nova geração. Talvez seja necessário esperar mais 10 anos, porque nesses primeiros 10, o filme apenas desapareceu de todos os radares.

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Algumas obras não americanas possuem uma qualidade cult tão grande que conseguem transcender e se tornar filmes populares, seja com os fãs de cinema, ou com o público casual. Este é exatamente o caso com ‘Oldboy’, produção sul-coreana de 2003, baseada em um manga (histórias em quadrinhos japonesas) que ganhou o mundo como um dos filmes mais queridos da década de 2000. O mundo consome em massa os produtores americanos, não tem como escapar. Os EUA são uma potência, e isso inclui seu cinema, fazendo de Hollywood o maior mercado exportador de filmes – uma verdadeira fábrica de conteúdo. Sempre foi assim desde a criação da sétima arte. Porém, de tempos em tempos temos aquelas produções vindas de outros países, da Ásia, Europa ou América Latina que desafiam os filmes hollywoodianos todo-poderosos.

Centenas de filmes são produzidos na Coreia do Sul todos os anos, mas apenas alguns deles conseguem destaque suficiente para se tornarem famosos no coração dos cinéfilos pelo mundo. É bem verdade que ultimamente as produções do país estão em alta, mas ao voltamos 20 anos no passado, poderemos perceber esse movimento inicial de popularidade com ‘Oldboy’, filme que, entre outras coisas, serviu para transformar o cineasta Park Chan-Wook em um dos artistas mais celebrados da atualidade pelos fãs de cinema – seguindo com obras como ‘Sede de Sangue’ (2009), ‘Segredos de Sangue ‘(2013), ‘A Criada’ (2016) e ‘Decisão de Partir’ (2022).

Antes de serem o vilão Thanos e a heroína Wanda na Marvel, Josh Brolin e Elizabeth Olsen estrelaram o remake de ‘Oldboy’.

Com sua história de vingança e cenas estranhas, mas interessantes, ‘Oldboy’ caiu nas graças do público, a cada ano sendo descoberto por mais fãs e pessoas com a mente aberta para tramas fora da caixinha. Escrito por Chan-Wook, o filme, que pode ser levado em conta como ficção e fantasia também, conta sobre um homem aprisionado por 15 anos sem grandes explicações. Um belo dia, ele é solto, depois de ter perdido a sanidade neste cárcere misterioso. Seu primeiro instinto é a vingança, descobrir quem está por trás de tamanha maldade e sadismo. Nessa trajetória, o “velhote” do título conhece uma jovem, que desenvolve um laço de afeto e começa a ajuda-lo.

Apesar de seu prestígio, ‘Oldboy’ não é um filme de fácil acesso, bem longe de ser recomendado para todos os públicos. Isso porque, entre outros elementos, utiliza em sua trama assuntos polêmicos como o incesto, além de violência extrema. Em uma das cenas mais marcantes e estilosas, o protagonista luta com dezenas de criminosos pelos corredores de um prédio, utilizando um martelo como arma de escolha para dar cabo dos malfeitores. ‘Oldboy’ é ainda hoje um dos filmes preferidos do grande público e marca o número 71 dentre os 250 melhores de todos os tempos na opinião dos usuários do IMDB, o maior site de cinema da rede. O aniversário de 20 anos de ‘Oldboy’ em breve será abordado em uma matéria aqui no CinePOP, afinal a data especial de um filme desses não pode passar em branco.

Muitas referências podem ser encontradas no remake de Spike Lee, e a cena do martelo não poderia ficar de fora.

No entanto, ‘Oldboy’ possui uma mancha em seu currículo. De certa forma. Isso porque 10 anos depois do lançamento do filme original, Hollywood achou que era tempo de trazer a história para solo norte-americano, e o fizeram da única maneira que sabem: através de um remake estadunidense. E bem, você já tinha ouvido falar? Pois é, o resultado infelizmente foi o que todos esperavam e o filme rapidamente caiu no ostracismo. Até mesmo quem assistiu a nova versão na época – que não é um filme ruim, muito pelo contrário -, esqueceu por completo de sua existência.

Primeiro, preciso me posicionar e dizer que não tenho nada contra refilmagens, continuações, adaptações e por aí vai. Sou do princípio de que quanto mais, melhor. Muitas refilmagens são a porta de entrada para certos espectadores descobrirem os filmes originais. Porém, existe aquela parcela do público que automaticamente torce o nariz quando o assunto é refilmagem, cismando em afirmar que o original que é o bom. Na maioria dos casos isso é verdade, mas muitos remakes são abordagens diferentes de outros realizadores, como releituras de uma obra. Sempre penso que a regravação de uma música por outro cantor recebe menos rejeição. É só pensar que o original não deixará de existir e sempre poderá ser revisitado.

A história cult de vingança foi levada aos EUA pelas mãos do prestigiado Spike Lee, mas se tornou um filme rapidamente esquecido.

Sendo assim, de forma “independente”, sem ter nenhum grande estúdio ou produtora famosa por trás da obra (apesar de ser um lançamento da Universal Pictures na Europa), ‘Oldboy’ seria levado aos EUA, para se transformar num filme falado em inglês, com astros de Hollywood, um diretor badalado e ser apresentado para as audiências de lá – e por consequência do mundo. Diretores como Justin Lin e até Steven Spielberg estiveram envolvidos com o remake em certo estágio, mas logo a produção cairia nas mãos do diretor representativo Spike Lee. Muito associado ao cinema autoral, e emblemático por ser um dos primeiros diretores negros a se tornarem extremamente populares com seu discurso social inflamado – graças ao quintessencial ‘Faça a Coisa Certa’ (1989) – Spike Lee talvez tenha sido uma escolha inusitada ao projeto. Não que o cineasta não pudesse deixar sua marca com uma reimaginação ácida do filme original, e Lee já comandou filmes mais comerciais (como o sucesso ‘O Plano Perfeito’), mas aqui, desde os primórdios da produção, não conseguimos escapar do pensamento de que o cineasta foi apenas um “diretor de aluguel” para o longa – e o resultado corrobora ainda mais com esse pensamento.

Spike Lee realmente estava entre a cruz e a caldeirinha, já que fazer da refilmagem de ‘Oldboy’ um filme seu significaria mudar muita coisa da mitologia original, e enfurecer ainda mais os fãs raivosos, que aí sim teriam motivo de reclamar da descaracterização de sua querida história. É preciso lembrar que o remake ocorreu há 10 anos, numa época em que os estúdios ainda não peitavam muitas mudanças importantes em obras queridas, mesmo para adequá-las socialmente a outras culturas. A única solução de Lee foi se manter o mais fiel possível ao material fonte.

O remake de ‘Oldboy’ contou com mais uma veterana da Marvel no elenco, Pom Klementief foi a vilã Haeng-Bok.

Uma das ideias abandonadas, e que era muito anunciada na época, foi ter Will Smith no papel protagonista. Não sabemos em que estágio estavam as negociações ou se Smith de fato toparia (apostamos que não), mas a da hipótese de se ter o astro no papel principal foi recebida de forma tão negativa, que talvez realmente não fosse uma boa ideia insistir no ator de qualquer forma – mesmo que topasse. Para o papel protagonista então entrava em cena Josh Brolin, que já tinha uma indicação ao Oscar no currículo por ‘Milk’ (2008).

Aliás, para os fãs de filmes de super-heróis e as superproduções da Marvel, aqui temos uma curiosidade no elenco. Temos em cena protagonizando quatro veteranos do universo cinematográfico Marvel – com Josh Brolin (Thanos), Elizabeth Olsen (Feiticeira Escarlate), Samuel L. Jackson (Nick Fury) e Pom Klementieff (Mantis). Jackson interpreta o vilão responsável pelo cativeiro do protagonista, que esconde o vilão principal da trama; enquanto Klementieff é mais uma das personagens dúbias do longa. A protagonista feminina, porém, é Elizabeth Olsen, que realiza uma cena intensa de sexo com Brolin, 21 anos mais velho que ela, e encara cenas ousadas de nudez. Dessa relação é de onde sai uma das maiores reviravoltas do longa, de explodir mentes – muito marcante e comparável ao cult ‘Incêndios’ (2010), de Denis Villeneuve.

A jovem Elizabeth Olsen, então com 23 anos, realiza uma cena ousada de nudez e sexo ao lado de Josh Brolin.

Fora a má vontade de parte do público não dar sequer uma chance para o remake americano – ou seja, a parte que conhecia o original -, ‘Oldboy: Dias de Vingança’ (como ficou conhecida por aqui a refilmagem) teve sua própria cota de problemas de bastidores. Isso porque o diretor Spike Lee havia planejado seu corte original com mais desenvolvimento de personagens e suas relações – o que aumentaria consideravelmente o tempo de projeção do longa para 2h20min. O estúdio, por outro lado, terminou picotando o filme e o reduzindo a 1h44min, tirando meia hora do filme. O cineasta não ficou nada satisfeito com o tratamento e deserdou a obra, chegando inclusive ao ponto de não colocar seu costumeiro “A Spike Lee Joint” antes do título. Enfatizando dessa forma que realmente foi apenas um trabalhador “braçal” no projeto.

Oldboy’ não é ‘Oldboy’ sem a icônica cena de luta no corredor, e Josh Brolin a reproduz para Spike Lee no remake.

O mesmo ocorreu com Josh Brolin, que terminou não curtindo muito o resultado final do longa, ainda mais comparando com a produção original, vindo em defesa de seu diretor com o argumento de que a versão final de Spike Lee era muito melhor do que a que de fato vemos em tela no remake. Quem sabe caberia algum dia o estúdio lançar essa edição especial com o corte do cineasta – uma manobra muito comum atualmente nos grandes estúdios de Hollywood. Mas para isso é necessário que haja o mínimo de interesse do público. E ‘Oldboy: Dias de Vingança’ é um filme que poucos viram e tantos outros sequer conhecem. Quando os cinéfilos pensam no título, é ao original que se referem imediatamente.

Com um orçamento de US$30 milhões, ‘Oldboy: Dias de Vingança’ arrecadou apenas US$2.1 milhões nos EUA, e mais US$3 milhões pelo resto do mundo, chegando ao total de US$5 milhões e se tornando assim o maior fracasso da carreira dos envolvidos. Muitos podem acusar o filme de já ter “nascido morto”. O que acontece é que o original é simplesmente ainda muito querido pelos cinéfilos, e para que essa refilmagem ressurgisse algum dia como cult, seria necessário que influenciadores e personalidades saíssem em defesa dele, mudando o jogo para o filme de Spike Lee. Quem sabe daqui a uma nova geração. Talvez seja necessário esperar mais 10 anos, porque nesses primeiros 10, o filme apenas desapareceu de todos os radares.

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