sexta-feira , 22 novembro , 2024

Opinião | Aos poucos, Sony dá forma ao seu universo ‘episódico’ do Homem-Aranha além do MCU

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, evite esta matéria, pois ela contém spoilers.



Desde que acertou a parceria com a Disney para compartilhar o Homem-Aranha com o Universo Cinematográfico Marvel, a Sony começou a experimentar bilheterias que jamais tinha alcançado com o herói. A escolha de Tom Holland para o papel principal criou uma ponte legal com o público jovem e suas participações nos filmes dos Vingadores agradaram aos fãs em geral. Com isso, o estúdio começou a desenvolver seu próprio projeto para explorar o universo do Cabeça de Teia sem necessariamente precisar envolver o Homem-Aranha nisso. No entanto, esse projeto acabou gerando filmes episódicos, tanto para os personagens geridos diretamente pela Sony quanto para os filmes solo do Aranha da Marvel, tendo alguns deles, inclusive, aparecendo momentaneamente no MCU, como é o caso do Venom de Tom Hardy, que deixou seu bebê no universo dos Heróis Mais Poderosos da Terra e só. Sua participação é resumida a uma piada e a um gancho para um filme futuro. Isso pode não ser um problema para alguns, mas acaba criando filmes muito abaixo do que esses personagens tão marcantes, tão icônicos dos quadrinhos, podem render.

Quando lançado, Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017) veio na ressaca de Capitão América: Guerra Civil (2016), após a brilhante introdução do herói no MCU. Era a primeira aventura solo do Teioso de Tom Holland nesse universo mágico, no qual, nos quadrinhos, o Aranha é um dos pilares. Porém, a história desse filme não agregou em muito àquele universo, tampouco trouxe uma trama grandiosa que fizesse justiça à expectativa criada ao seu entorno.

Ao optar por uma história de menor impacto, mas ainda precisando inserir a megalomania do mundo dos Vingadores, o longa saiu como um filho de pais divorciados. Sem saber se abraça o lado do pai ou da mãe, De Volta ao Lar não consegue ir a fundo na abordagem intimista de uma história mais voltada para o lado Amigão da Vizinhança e também não chega a grandiosidade dos Heróis Mais Poderosos da Terra. É praticamente uma aventura “filler”, assim como aquelas revistinhas mensais que saíam entre uma grande saga e outra que precisavam ser lançadas para que o público se mantivesse fiel ao herói, mesmo que não acrescentasse muito para a mitologia do personagem. Estava ali para “cumprir tabela”.

Mesmo assim, De Volta ao Lar foi um bom filme, que fez boa bilheteria e recebeu boas críticas. Diante desse cenário positivo, a Sony colocou em desenvolvimento seu plano de ter um universo próprio voltado para o herói sem precisar necessariamente dele. Vale lembrar que a ideia desses spin off‘s vinha desde a fracassada franquia estrelada por Andrew Garfield, que, segundo depoimentos e especulações, pretendia explorar um filme do Sexteto Sinistro, da Gata Negra e até mesmo um longa dedicado à Tia May. Mas, com o mau desempenho da saga, esses projetos foram por água abaixo. Com o sucesso das aparições de Tom Holland, era hora de reviver esse “AranhaVerso”. O primeiro filme, obviamente, foi voltado para um dos maiores vilões do herói, o Venom.

Estrelado por Tom Hardy, o longa foi um fracasso colossal de críticas, virando piada no meio cinematográfico e sendo menosprezado por muitos. No entanto, a bilheteria foi surpreendente, chegando muito próxima da casa do bilhão. Com essa fortuna, a Sony prontamente aprovou a sequência e o próximo spin off: Morbius. É interessante ver como Venom (2018) conseguiu mesmo dar esse pontapé inicial numa franquia sobre um vilão sem precisar do herói para sustentá-lo. É uma história boba e voltada para a comédia que consegue se manter, mas segue com o problema dos bastidores influenciando na trama.

Em vários momentos, o roteiro faz pequenas referências ao Homem-Aranha, mas sem especificar qual versão do herói poderia ser aquela. Isso porque, na época, havia uma expectativa dos executivos de que Venom fosse integrado ao MCU, o que viria a render um embate entre empresas que quase terminou com a saída precoce do Aranha de  Holland do Universo Cinematográfico Marvel.

Enquanto isso, no MCU, as participações do Homem-Aranha seguiam melhorando e fazendo a alegria dos fãs em filmes como Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019). Esse crescimento do personagem nos filmes grandes da Disney só fazia com que suas aventuras solo – que nunca foram efetivamente “solo”, já que contavam com outros heróis da casa influenciando muito no roteiro – tivessem mais esse jeito de filmes episódicos.

A confirmação disso veio em 2019, com Homem-Aranha: Longe de Casa, que acabou trazendo mais uma história que não se decidiu entre se render à grandiosidade do MCU ou seguir mais fiel ao universo próprio do Aranha, criando outra aventura indecisa e com consequências menores, além de seguir apoiando o herói em outros personagens da empresa, como se o Homem-Aranha por si só não fosse o bastante para sustentar um filme.

A resposta da crítica foi novamente positiva, assim como a bilheteria, que bateu US$ 1 bilhão em um filme “solo” do herói pela primeira vez, o que encheu os olhos – e os bolsos – da Sony para negociar um novo acordo com a Disney, senão tiraria o herói do MCU sem mais nem menos. Foi uma batalha de bastidores gigante que terminou com a Disney cedendo aos desejos da Sony, incluindo aquele antigo de colocar o Venom no MCU.

Assim, Venom: Tempo de Carnificina (2021) chegou aos cinemas em mais uma aventura episódica, gastando um tempo brincando com o que supostamente viria no futuro, mas que desenvolveu de forma estranha – não que isso seja negativo – a relação de Eddie Brock com o simbionte Venom, enquanto enfrentaram um dos vilões clássicos do herói nos quadrinhos, o Carnificina (Woody Harrelson). Mesmo não sendo lá essas coisas, os dois filmes do anti-herói conseguiram desenvolver bem seu protagonista. Sendo este um ponto polêmico quando o assunto era o Homem-Aranha, já que alguns fãs acreditavam que o Peter conseguia se desenvolver mais nos filmes dos Vingadores/ Capitão América do que em suas aventuras solo.

Porém, como visto em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021), o diretor Jon Watts conseguiu driblar essa insegurança dos fãs quanto ao Peter de Holland e enfim trouxe um caminhão de desenvolvimento para o personagens, trazendo drama, emoção e responsabilidade para o herói. Mais do que isso, a grande surpresa do filme foi que eles tenham conseguido trazer os Homens-Aranha de Tobey Maguire e Andrew Garfield de volta sem ofuscar o desenvolvimento da versão do Tom Holland.

Esse era um medo gigantesco dos fãs, que agora vão ganhar de bandeja uma nova trilogia do herói no MCU e provavelmente vão rever o Aranha do Tobey mais uma vez, em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, que estreia daqui a uns meses.

Agora podendo trabalhar com o herói em uma versão mais fiel aos quadrinhos e organizada dentro do conceito do que é o personagem, a saga do Aranha de Holland parece deixar esse conceito mais episódico de lado, ganhando vida própria e eventualmente participando dos futuros filmes dos Vingadores. Da mesma forma, eles vão poder usar o Venom sem precisar da ligação com os filmes do Tom Hardy, permitindo que eles façam todo tipo de maluquice na franquia sem precisar se preocupar em influenciar no MCU ou não, já que agora eles terão seu próprio simbionte, que deve vir de forma mais fidedigna às HQs nessa nova vida do Peter em Nova York.

Mas engana-se quem pensa que a Sony vai abrir mão de seus filmes episódicos. Agora que praticamente desistiram de integrar seu universo com os longas da Disney e tiveram uma resposta absurdamente positiva do público quanto ao Homem-Aranha do Andrew Garfield, o Aranha mais injustiçado provavelmente vai ganhar uma segunda chance nas telonas, principalmente porque seu intérprete é fanático pelo herói e sabe que seus filmes não fizeram justiça ao Cabeça de Teia.

Em outras palavras, Sem Volta Para Casa foi o laboratório de testes perfeito para a Sony poder ter seu próprio “AranhaVerso” com um coadjuvante de luxo: o Aranha do Andrew Garfield.

Alguma dúvida de que esse cartaz vai mudar nos cinemas?

Por exemplo, em um mundo normal, sem Ômicron, hoje (27/01) o Brasil estaria assistindo a Morbius, o filme que trouxe referências a universos dos três Homens-Aranha no trailer e também uma piada com o próprio Venom. Essa confusão pode ser claramente uma pegadinha de edições feitas exclusivamente para a divulgação, assim como o próprio adiamento do filme para Abril deste ano. Afinal, não é nada difícil mudar a imagem na parede do Aranha do Tobey para uma foto do Homem-Aranha do Andrew Garfield, que é referenciado pelo menos umas quatro vezes no trailer.

Da mesma forma, a piada dele nunca ter lutado contra um alienígena é praticamente uma pergunta ao público se eles gostariam de vê-lo enfrentar o Venom, e a resposta foi um categórico “SIM”.

E caso confirmem esse retorno de Garfield ao herói, a Sony terá encontrando uma nova mina de ouro para seus filmes. Porque eles poderão continuar com seus longas focados em vilões assumindo papéis de anti-heróis, mas também conseguirão trazer mais desse lado vilanesco deles colocando seus protagonistas para enfrentarem um Homem-Aranha. Acabou essa história de fazer referências abstratas a alguém que pode ou não ser o Cabeça de Teia.

Se quiserem, também poderão reviver a franquia fracassada do Garfield, já que os fãs querem ver mais dele e o ator está implorando para retornar. Se antes de Sem Volta Para Casa, o futuro desse AranhaVerso da Sony era nebuloso, agora ele parece ver uma luz no fim do túnel para ser melhor desenvolvido.

Da mesma forma, os filmes do Tom Holland, que anteriormente eu havia citado como “filhos de pais separados” vivenciou uma reunião que culminou em um acordo visando o melhor para esse filho, que agora terá um desenvolvimento mais focado e entranhado no crescimento do personagem quase do zero em um mundo cheio de heróis. Ele conseguirá ser o Amigão da Vizinhança, com seus problemas, dilemas e sofrimentos, mas também fará suas participações luxuosas no mundo cheio de glamour dos Vingadores, com essas duas vertentes caminhando para um mesmo rumo.

Essa quase retcon do herói permitirá uma pegada mais séria e isolada, abrindo os caminhos para que personagens que não seriam tão aproveitados assim nessa linha do tempo do MCU possam render em outra franquia, se atendo exclusivamente a ela.

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa está em exibição nos cinemas. Morbius estreia em 1º de abril de 2022.

 

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Desde que acertou a parceria com a Disney para compartilhar o Homem-Aranha com o Universo Cinematográfico Marvel, a Sony começou a experimentar bilheterias que jamais tinha alcançado com o herói. A escolha de Tom Holland para o papel principal criou uma ponte legal com o público jovem e suas participações nos filmes dos Vingadores agradaram aos fãs em geral. Com isso, o estúdio começou a desenvolver seu próprio projeto para explorar o universo do Cabeça de Teia sem necessariamente precisar envolver o Homem-Aranha nisso. No entanto, esse projeto acabou gerando filmes episódicos, tanto para os personagens geridos diretamente pela Sony quanto para os filmes solo do Aranha da Marvel, tendo alguns deles, inclusive, aparecendo momentaneamente no MCU, como é o caso do Venom de Tom Hardy, que deixou seu bebê no universo dos Heróis Mais Poderosos da Terra e só. Sua participação é resumida a uma piada e a um gancho para um filme futuro. Isso pode não ser um problema para alguns, mas acaba criando filmes muito abaixo do que esses personagens tão marcantes, tão icônicos dos quadrinhos, podem render.

Quando lançado, Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017) veio na ressaca de Capitão América: Guerra Civil (2016), após a brilhante introdução do herói no MCU. Era a primeira aventura solo do Teioso de Tom Holland nesse universo mágico, no qual, nos quadrinhos, o Aranha é um dos pilares. Porém, a história desse filme não agregou em muito àquele universo, tampouco trouxe uma trama grandiosa que fizesse justiça à expectativa criada ao seu entorno.

Ao optar por uma história de menor impacto, mas ainda precisando inserir a megalomania do mundo dos Vingadores, o longa saiu como um filho de pais divorciados. Sem saber se abraça o lado do pai ou da mãe, De Volta ao Lar não consegue ir a fundo na abordagem intimista de uma história mais voltada para o lado Amigão da Vizinhança e também não chega a grandiosidade dos Heróis Mais Poderosos da Terra. É praticamente uma aventura “filler”, assim como aquelas revistinhas mensais que saíam entre uma grande saga e outra que precisavam ser lançadas para que o público se mantivesse fiel ao herói, mesmo que não acrescentasse muito para a mitologia do personagem. Estava ali para “cumprir tabela”.

Mesmo assim, De Volta ao Lar foi um bom filme, que fez boa bilheteria e recebeu boas críticas. Diante desse cenário positivo, a Sony colocou em desenvolvimento seu plano de ter um universo próprio voltado para o herói sem precisar necessariamente dele. Vale lembrar que a ideia desses spin off‘s vinha desde a fracassada franquia estrelada por Andrew Garfield, que, segundo depoimentos e especulações, pretendia explorar um filme do Sexteto Sinistro, da Gata Negra e até mesmo um longa dedicado à Tia May. Mas, com o mau desempenho da saga, esses projetos foram por água abaixo. Com o sucesso das aparições de Tom Holland, era hora de reviver esse “AranhaVerso”. O primeiro filme, obviamente, foi voltado para um dos maiores vilões do herói, o Venom.

Estrelado por Tom Hardy, o longa foi um fracasso colossal de críticas, virando piada no meio cinematográfico e sendo menosprezado por muitos. No entanto, a bilheteria foi surpreendente, chegando muito próxima da casa do bilhão. Com essa fortuna, a Sony prontamente aprovou a sequência e o próximo spin off: Morbius. É interessante ver como Venom (2018) conseguiu mesmo dar esse pontapé inicial numa franquia sobre um vilão sem precisar do herói para sustentá-lo. É uma história boba e voltada para a comédia que consegue se manter, mas segue com o problema dos bastidores influenciando na trama.

Em vários momentos, o roteiro faz pequenas referências ao Homem-Aranha, mas sem especificar qual versão do herói poderia ser aquela. Isso porque, na época, havia uma expectativa dos executivos de que Venom fosse integrado ao MCU, o que viria a render um embate entre empresas que quase terminou com a saída precoce do Aranha de  Holland do Universo Cinematográfico Marvel.

Enquanto isso, no MCU, as participações do Homem-Aranha seguiam melhorando e fazendo a alegria dos fãs em filmes como Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019). Esse crescimento do personagem nos filmes grandes da Disney só fazia com que suas aventuras solo – que nunca foram efetivamente “solo”, já que contavam com outros heróis da casa influenciando muito no roteiro – tivessem mais esse jeito de filmes episódicos.

A confirmação disso veio em 2019, com Homem-Aranha: Longe de Casa, que acabou trazendo mais uma história que não se decidiu entre se render à grandiosidade do MCU ou seguir mais fiel ao universo próprio do Aranha, criando outra aventura indecisa e com consequências menores, além de seguir apoiando o herói em outros personagens da empresa, como se o Homem-Aranha por si só não fosse o bastante para sustentar um filme.

A resposta da crítica foi novamente positiva, assim como a bilheteria, que bateu US$ 1 bilhão em um filme “solo” do herói pela primeira vez, o que encheu os olhos – e os bolsos – da Sony para negociar um novo acordo com a Disney, senão tiraria o herói do MCU sem mais nem menos. Foi uma batalha de bastidores gigante que terminou com a Disney cedendo aos desejos da Sony, incluindo aquele antigo de colocar o Venom no MCU.

Assim, Venom: Tempo de Carnificina (2021) chegou aos cinemas em mais uma aventura episódica, gastando um tempo brincando com o que supostamente viria no futuro, mas que desenvolveu de forma estranha – não que isso seja negativo – a relação de Eddie Brock com o simbionte Venom, enquanto enfrentaram um dos vilões clássicos do herói nos quadrinhos, o Carnificina (Woody Harrelson). Mesmo não sendo lá essas coisas, os dois filmes do anti-herói conseguiram desenvolver bem seu protagonista. Sendo este um ponto polêmico quando o assunto era o Homem-Aranha, já que alguns fãs acreditavam que o Peter conseguia se desenvolver mais nos filmes dos Vingadores/ Capitão América do que em suas aventuras solo.

Porém, como visto em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021), o diretor Jon Watts conseguiu driblar essa insegurança dos fãs quanto ao Peter de Holland e enfim trouxe um caminhão de desenvolvimento para o personagens, trazendo drama, emoção e responsabilidade para o herói. Mais do que isso, a grande surpresa do filme foi que eles tenham conseguido trazer os Homens-Aranha de Tobey Maguire e Andrew Garfield de volta sem ofuscar o desenvolvimento da versão do Tom Holland.

Esse era um medo gigantesco dos fãs, que agora vão ganhar de bandeja uma nova trilogia do herói no MCU e provavelmente vão rever o Aranha do Tobey mais uma vez, em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, que estreia daqui a uns meses.

Agora podendo trabalhar com o herói em uma versão mais fiel aos quadrinhos e organizada dentro do conceito do que é o personagem, a saga do Aranha de Holland parece deixar esse conceito mais episódico de lado, ganhando vida própria e eventualmente participando dos futuros filmes dos Vingadores. Da mesma forma, eles vão poder usar o Venom sem precisar da ligação com os filmes do Tom Hardy, permitindo que eles façam todo tipo de maluquice na franquia sem precisar se preocupar em influenciar no MCU ou não, já que agora eles terão seu próprio simbionte, que deve vir de forma mais fidedigna às HQs nessa nova vida do Peter em Nova York.

Mas engana-se quem pensa que a Sony vai abrir mão de seus filmes episódicos. Agora que praticamente desistiram de integrar seu universo com os longas da Disney e tiveram uma resposta absurdamente positiva do público quanto ao Homem-Aranha do Andrew Garfield, o Aranha mais injustiçado provavelmente vai ganhar uma segunda chance nas telonas, principalmente porque seu intérprete é fanático pelo herói e sabe que seus filmes não fizeram justiça ao Cabeça de Teia.

Em outras palavras, Sem Volta Para Casa foi o laboratório de testes perfeito para a Sony poder ter seu próprio “AranhaVerso” com um coadjuvante de luxo: o Aranha do Andrew Garfield.

Alguma dúvida de que esse cartaz vai mudar nos cinemas?

Por exemplo, em um mundo normal, sem Ômicron, hoje (27/01) o Brasil estaria assistindo a Morbius, o filme que trouxe referências a universos dos três Homens-Aranha no trailer e também uma piada com o próprio Venom. Essa confusão pode ser claramente uma pegadinha de edições feitas exclusivamente para a divulgação, assim como o próprio adiamento do filme para Abril deste ano. Afinal, não é nada difícil mudar a imagem na parede do Aranha do Tobey para uma foto do Homem-Aranha do Andrew Garfield, que é referenciado pelo menos umas quatro vezes no trailer.

Da mesma forma, a piada dele nunca ter lutado contra um alienígena é praticamente uma pergunta ao público se eles gostariam de vê-lo enfrentar o Venom, e a resposta foi um categórico “SIM”.

E caso confirmem esse retorno de Garfield ao herói, a Sony terá encontrando uma nova mina de ouro para seus filmes. Porque eles poderão continuar com seus longas focados em vilões assumindo papéis de anti-heróis, mas também conseguirão trazer mais desse lado vilanesco deles colocando seus protagonistas para enfrentarem um Homem-Aranha. Acabou essa história de fazer referências abstratas a alguém que pode ou não ser o Cabeça de Teia.

Se quiserem, também poderão reviver a franquia fracassada do Garfield, já que os fãs querem ver mais dele e o ator está implorando para retornar. Se antes de Sem Volta Para Casa, o futuro desse AranhaVerso da Sony era nebuloso, agora ele parece ver uma luz no fim do túnel para ser melhor desenvolvido.

Da mesma forma, os filmes do Tom Holland, que anteriormente eu havia citado como “filhos de pais separados” vivenciou uma reunião que culminou em um acordo visando o melhor para esse filho, que agora terá um desenvolvimento mais focado e entranhado no crescimento do personagem quase do zero em um mundo cheio de heróis. Ele conseguirá ser o Amigão da Vizinhança, com seus problemas, dilemas e sofrimentos, mas também fará suas participações luxuosas no mundo cheio de glamour dos Vingadores, com essas duas vertentes caminhando para um mesmo rumo.

Essa quase retcon do herói permitirá uma pegada mais séria e isolada, abrindo os caminhos para que personagens que não seriam tão aproveitados assim nessa linha do tempo do MCU possam render em outra franquia, se atendo exclusivamente a ela.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
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