quarta-feira, setembro 11, 2024

Opinião | Dez anos depois, os fãs de heróis seguem esperando uma produção tão surpreendente quanto ‘Guardiões da Galáxia’

Sucesso de crítica e bilheteria, Guardiões da Galáxia completou 10 anos nas últimas semanas. O filme angariou uma legião de fãs, mas sua real importância no Universo Cinematográfico Marvel é muito maior do que o valor arrecadado na aventura inicial: ele foi responsável por uma verdadeira revolução de conceitos no MCU.

Na época em que foi anunciado, o filme sofreu com uma grande desconfiança por parte dos fãs. Em meio a projetos como Capitão América 2: O Soldado Invernal e Thor: O Mundo Sombrio, personagens que já estavam com uma base de fãs consolidada, a galera viu Guardiões como uma grande incógnita, ainda mais com uma direção que vinha de projetos indie e um elenco cujos vazamentos de insiders pareciam mais animadores do que os nomes escalados. Quis o destino que aquilo que mais preocupou os fãs fosse justamente o que faria desse filme um dos maiores acertos de toda a história da Marvel.

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A ideia de fazer um filme sobre personagens praticamente desconhecidos do grande público era uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que o projeto poderia sofrer com o desinteresse do público, a equipe criativa teria mais liberdade para trabalhar a adaptação desses personagens, que era uma crítica muito comum ao MCU naquela época: faltava liberdade criativa.

Diante disso, Kevin Feige ousou e trouxe James Gunn, um cineasta cujos maiores trabalhos consistiam nos roteiros das adaptações Live Action de Scooby-Doo e do remake de Madrugada dos Mortos, e na direção dos filmes Seres Rastejantes, um terror alternativo sensacional, e Super. Este último, inclusive, foi o filme que convenceu Feige a trazer Gunn para o projeto.

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Super conta a história de um fracassado que perde a esposa para um traficante. Após assistir um programa adolescente cristão, ele passa por uma experiência supostamente divina bizarra e acredita ter se tornado um super-herói.

É um longa com o típico humor ácido de James Gunn. E o mais curioso é que o filme traz uma série de atores que viriam a integrar a mitologia dos Guardiões nos cinemas, já que integrava o time de confiança do diretor. Infelizmente, logo Rainn Wilson (o Dwight de The Office) acabou ficando de fora dessa transição de filme indie para o MCU. A aventura esquisitona se constrói de forma interessante e muito original. Essa originalidade e a forma carismática de retratar perdedores foi tudo que Feige queria para os anti-heróis espaciais.

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Não deixe de assistir:

Para o elenco, foram vazados nomes como Jason Momoa para o papel de Drax, Jim Carrey como Rocket Raccoon e Adam Sandler como Groot. No fim das contas, nenhum deles realmente fechou com a Marvel, mas o elenco escolhido foi perfeito. O Rocket Raccoon de Bradley Cooper se tornou um dos personagens mais amados do MCU, o Groot de Vin Diesel virou xodó e o Senhor das Estrelas acabou por transformar Chris Pratt em um dos maiores astros de Hollywood.

Com uma visão muito própria, Gunn conseguiu trazer um frescor que todos queriam, mas foi além. Ele trouxe uma visão criativa que moldou todo o universo cósmico da Marvel, que passaria a ditar os rumos de todo esse universo. Inclusive, o conceito das Joias do Infinito nos cinemas foi criado pelo diretor, que recebeu a missão de apresentar oficialmente esses objetos em seu longa. Pouca responsabilidade, né?

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Transcendendo o próprio Universo Cinematográfico Marvel, não é exagero dizer que Gunn remodelou todo o cinema ‘pop’ da atualidade. Parte fundamental do filme ter o que chamamos de ‘coração’ foi a forma como ele manejou a trilha musical. Com uma playlist escolhida a dedo, apostando em canções parcialmente conhecidas, mas não extremamente populares, o diretor tratou a trilha como se fosse um personagem vivo.

Essa abordagem foi repetida à exaustão em projetos seguintes que nada tinham a ver com a Disney ou a Marvel. Ficou a sensação de que todos os jovens diretores queriam uma Awesome Mix para chamar de sua. No fim das contas, apenas um grande realizador conseguiu manejar a trilha musical de forma tão espetacular quanto Gunn, que foi o sensacional Edgar Wright no amado Em Ritmo de Fuga, mais conhecido como Baby Driver.

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No fim das contas, os Guardiões da Galáxia saíram de um bando de desconhecidos para alguns dos personagens mais amados da Cultura Pop mundial. Sua pequena revolução no MCU foi fundamental para o sucesso de longas como Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato, que concluíram a primeira grande era dos heróis ‘compartilhados’ nas telonas. E até hoje, uma década depois, os fãs seguem esperando uma surpresa tão boa e marcante quanto o primeiro Guardiões no MCU.

Guardiões da Galáxia está disponível no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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