domingo , 22 dezembro , 2024

Opinião | ‘Perdida’ pode dar nova vida às produções adolescentes nacionais

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Em meio a tantos lançamentos internacionais que marcam este mês de julho, há uma produção mais tímida e modesta no orçamento que vale a pena ganhar sua atenção. Produzida pela Star Original Productions, Perdida é uma adaptação de um livro nacional homônimo que foi sucesso de vendas e agora chega aos cinemas para tentar repetir o bom desempenho comercial que teve nas páginas. E vale ressaltar que mesmo sendo distribuído pelo Star+, o filme não será lançado no streaming tão cedo. O longa foi tão bem cotado internamente que acreditaram valer a pena ser lançado nas telonas.



A história é bem simples e criativa. Sofia é uma jovem desiludida com os últimos encontros que teve, então focou 100% no seu trabalho de designer para uma editora de livros, em que tenta convencer os executivos a lançarem uma nova coleção das obras de Jane Austen com uma identidade visual retrô. Só que as coisas não saem conforme o esperado e ela entra numa espiral de negatividade complicada. Porém, ao usar um telefone emprestado em uma emergência, Sofia é transportada magicamente para uma cidade no Século XIX, ao melhor estilo Jane Austen, onde vai viver uma aventura romântica enquanto tenta encontrar uma forma de voltar para o presente.

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Estrelado por um elenco que mistura nomes mais jovens, como Giovanna Grigio, Bruno Montaleone e Sérgio Malheiros, com atores mais experientes, como Lucinha Lins e Hélio de La Peña. Essa combinação traz um equilíbrio interessante para o filme, que se mostra uma divertida e criativa aventura anacrônica. Logo de cara, pelo material de divulgação, é engraçado ver como acontece um pré-julgamento de parte do público, causado principalmente por algumas adaptações bastante questionáveis de histórias adolescentes da gringa, que acabam sendo bastante vulgares e não se comunicam tanto com o estilo narrativo nacional. No entanto, vale ressaltar que Perdida passa longe desse estilo. É um filme que fala bem com a juventude atual sem apelar para a baixaria. É aquele típico longa que passaria numa das sessões das tardes da TV aberta e teria boa repercussão.

Só que o mais importante desse projeto é que ele ousa ser diferente. Em tempos em que os cinemas estão com dificuldades para encher sessões de filmes nacionais, Perdida claramente aposta na força dos fãs para fazer uma boa bilheteria, mas até mesmo quem não leu a obra de Carina Rissi vai se entreter. É que se tornou bastante comum os longas adolescentes nacionais adaptarem livros de sucesso. No entanto, são histórias geralmente focadas nas relações entre mães e filhas ou fãs e seus ídolos, o que é bastante válido. Temos bons filmes que se construíram assim. Mas aqui é uma história que traz algo fora do banal. Envolve viagem no tempo, abusa de cenários e figurinos de época, mantém uma linguagem atual em outras épocas e explora outras relações além das familiares. Pode parecer besteira, mas é uma forma muito eficaz de oxigenar as histórias contadas para os jovens. E se esse filme render o esperado na bilheteria, passará uma mensagem ótima para os estúdios de que o povo brasileiro quer ver mais dessas histórias que fujam do padrão.

Sei que é complicado tirar um tempo e abrir o bolso para ver tudo que está em cartaz nos cinemas, ainda mais nesse período pós-pandemia, em que os grandes lançamentos estão praticamente encavalados um atrás do outro, mas se tiver a chance, vale a pena dar uma oportunidade para Perdida. No pior dos cenários, você incentivará a arte nacional, o que é sempre bom. No melhor dos cenários, poderá se divertir com uma história criativa feita por uma equipe promissora, que pode até mesmo voltar para adaptar os outros livros da série.

Perdida está em cartaz nos cinemas.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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A história é bem simples e criativa. Sofia é uma jovem desiludida com os últimos encontros que teve, então focou 100% no seu trabalho de designer para uma editora de livros, em que tenta convencer os executivos a lançarem uma nova coleção das obras de Jane Austen com uma identidade visual retrô. Só que as coisas não saem conforme o esperado e ela entra numa espiral de negatividade complicada. Porém, ao usar um telefone emprestado em uma emergência, Sofia é transportada magicamente para uma cidade no Século XIX, ao melhor estilo Jane Austen, onde vai viver uma aventura romântica enquanto tenta encontrar uma forma de voltar para o presente.

Estrelado por um elenco que mistura nomes mais jovens, como Giovanna Grigio, Bruno Montaleone e Sérgio Malheiros, com atores mais experientes, como Lucinha Lins e Hélio de La Peña. Essa combinação traz um equilíbrio interessante para o filme, que se mostra uma divertida e criativa aventura anacrônica. Logo de cara, pelo material de divulgação, é engraçado ver como acontece um pré-julgamento de parte do público, causado principalmente por algumas adaptações bastante questionáveis de histórias adolescentes da gringa, que acabam sendo bastante vulgares e não se comunicam tanto com o estilo narrativo nacional. No entanto, vale ressaltar que Perdida passa longe desse estilo. É um filme que fala bem com a juventude atual sem apelar para a baixaria. É aquele típico longa que passaria numa das sessões das tardes da TV aberta e teria boa repercussão.

Só que o mais importante desse projeto é que ele ousa ser diferente. Em tempos em que os cinemas estão com dificuldades para encher sessões de filmes nacionais, Perdida claramente aposta na força dos fãs para fazer uma boa bilheteria, mas até mesmo quem não leu a obra de Carina Rissi vai se entreter. É que se tornou bastante comum os longas adolescentes nacionais adaptarem livros de sucesso. No entanto, são histórias geralmente focadas nas relações entre mães e filhas ou fãs e seus ídolos, o que é bastante válido. Temos bons filmes que se construíram assim. Mas aqui é uma história que traz algo fora do banal. Envolve viagem no tempo, abusa de cenários e figurinos de época, mantém uma linguagem atual em outras épocas e explora outras relações além das familiares. Pode parecer besteira, mas é uma forma muito eficaz de oxigenar as histórias contadas para os jovens. E se esse filme render o esperado na bilheteria, passará uma mensagem ótima para os estúdios de que o povo brasileiro quer ver mais dessas histórias que fujam do padrão.

Sei que é complicado tirar um tempo e abrir o bolso para ver tudo que está em cartaz nos cinemas, ainda mais nesse período pós-pandemia, em que os grandes lançamentos estão praticamente encavalados um atrás do outro, mas se tiver a chance, vale a pena dar uma oportunidade para Perdida. No pior dos cenários, você incentivará a arte nacional, o que é sempre bom. No melhor dos cenários, poderá se divertir com uma história criativa feita por uma equipe promissora, que pode até mesmo voltar para adaptar os outros livros da série.

Perdida está em cartaz nos cinemas.

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