quarta-feira , 4 dezembro , 2024

Os 10 Melhores Álbuns de 2024

Por incrível que pareça, 2024 está chegando ao fim – e, felizmente, tivemos uma coleção considerável de ótimas produções musicais que conquistaram o público e a crítica (e ajudaram a aumentar ainda mais as nossas playlists).

Dentre os artistas que fizeram um retorno significativo, podemos citar o ótimo Orquídeas, de Kali Uchis, a infusão country-gospel de Cowboy Carter, que continuou a trilogia de Beyoncé iniciada com ‘Renaissance’, a antecipada volta de Billie Eilish com Hit Me Hard and Soft e de Ariana Grande com Eternal Sunshine – e vários outros.



Pensando nisso, montamos um ranking elencando os dez melhores álbuns do ano.

Veja abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual foi o seu favorito:

10. ONLY GOD WAS ABOVE US, Vampire Weekend

only god was above us

Indie rockchamber popneo-psychedelia são os estilos musicais que regem a soberba e inebriante arquitetura de Only God Was Above Us. O quinto álbum de uma das melhores bandas de rock da atualidade, Vampire Weekend, é inesperadamente emblemático para o grupo em si, funcionando como uma melódica exploração de seus membros em um intrincado enredo pelo conflito entre beleza e feiura, melodia e silêncio. E, talvez, o aspecto de maior sucesso seja a capacidade da banda em condensar temas de difícil escrutínio em apenas dez faixas simples e muito funcionais.

9. ETERNAL SUNSHINE, Ariana Grande

Álbuns,Música,2024

“Enquanto muitos poderiam estar com um pé atrás com a suposta pressa com que o álbum foi construído, é notável como eternal sunshine é uma obra pensada com minúcia e muita atenção a cada um dos detalhes. O resultado é uma gloriosa jornada tour-de-force que nos guia por um amadurecimento compulsório, um abandono da imagem que Grande carregava consigo e a abertura de um novo capítulo recheado de questões pendentes que só podem ser resolvidas com seu próprio eu – e que a eterniza como uma das vocalistas e compositoras mais honestas da contemporaneidade” – T.N.

8. TIGERS BLOOD, Waxahatchee

imagem 2024 06 30 155808389

Waxahatchee, projeto musical firmado por Katie Crutchfield, parece existir em uma suspensão animada que não lhe dá o devido crédito – e, por mais um ano em que nos agracia com sua música, ela volta a criar mágica com o idílico Tigers Blood. O álbum, cujo lançamento foi precedido pelos singles “Right Back to It”“Bored”“365”, é um compilado de contos elegíacos que se abrem em um intimismo universalizante ao narrar histórias sobre conflitos amorosos ou amizades fragilizadas pelo tempo – tudo acompanhado de versos e construções sonoras deslumbrantes.

7. ORQUÍDEAS, Kali Uchis

imagem 2024 06 30 155717239

É inegável como Kali Uchis vem se mostrando uma power-house da música ano após ano, investindo esforços em uma transmutação artística que une passado, presente e futuro em um mesmo cosmos. Logo, não é nenhuma surpresa que Orquídeas seja mais uma obra-prima de sua discografia: ao unir forças com nomes como Peso PlumaKarol GRauw Alejandro, Uchis denota sua predileção para o R&B, o reggaeton e o pop em catorze faixas bem articuladas e estilizadas ao bel-prazer da performer.

6. ALL BORN SCREAMING, St. Vincent

Álbuns,Música,2024

Se St. Vincent havia nos presenteado com uma impecável jornada indie-rock com ‘Daddy’s Home’ lá em 2021, ela estava apenas preparando terreno para um comeback espetacular, narcótico e viciante com a explosão artística de All Born Screaming. Em seu sétimo compilado de originais, a artista usa e abusa de suas habilidades para uma mixórdia inescapável e indesculpável de art rockrock industrial, reiterando sua importância no cenário contemporâneo da música e o motivo pelo qual é considerada uma das melhores guitarristas de todos os tempos.

5. GNX, Kendrick Lamar

gnx kendrick lamar

Não é nenhuma surpresa dizer que Kendrick Lamar é um dos artistas de maior prestígio do século – e, álbum após álbum, consegue se renovar à medida que se mantém fiel à imagem que construiu desde sua estreia no cenário musical. Com GNX, um disco surpresa que em pouco tempo conquistou os ouvintes ao redor do mundo, ele presta homenagens ao hip hop da Costa Oeste dos Estado Unidos em uma mimética produção que conta com nomes como Jack AntonoffMustard – e que reitera sua visão única dentro de uma sinestésica dimensão fonográfica.

4. HIT ME HARD AND SOFT, Billie Eilish

Álbuns,Música,2024

Hit Me Hard and Soft não foca apenas em um mercadológico produto para alimentar sua crescente legião de fãs, como posa em um conceitualismo marcante que amalgama diversos gêneros em um microcosmos vibrante e recheado de inflexões rítmicas arrepiantes e que nos mantêm dinamizados e energizados dentro de uma jornada sinestésica. À medida que Billie e Finneas continuam a se aventurar nos altos e baixos da indústria e firmam seus nomes para as futuras gerações de artistas, percebe-se uma renegação do que está em voga e um contraposto movimento de vaivém que nos impede de imaginar o que eles estão nos preparando” – T.N.

3. CAJU, Liniker

caju liniker

Em seu primeiro álbum de estúdio solo, ‘Índigo Borboleta Anil’Liniker mostrou que veio para ficar – e sagrou-se como uma das maiores artistas brasileiras da atualidade. Com sua mais nova incursão fonográfica, CAJU, a cantora e compositora reiterou seu importante status no cenário musical brasileiro ao apresentar uma amálgama explosiva e bastante sólida de inúmeros gêneros musicais (incluindo soul, samba, MPB, housejazz e vários outros), permitindo se deixar levar por um intimismo expansivo de tirar o fôlego e de nos envolver do começo ao fim.

2. BRAT, Charli XCX

Palavra "brat" em fundo verde.

“É notável como, partindo da premissa de que Charli tem uma afeição descomunal pelo experimentalismo, ela poderia escorregar em repetições cansativas e que poderiam não trazer nada de novo à sua discografia. Todavia, ela sabe como trabalhar cada uma de suas eras a fim de construir um laço que as una em uma identidade vulcânica e disruptiva, sem ceder às falácias de uma pseudo-reinvenção. É claro que temos a presença do hyperpop, do club e do synth regendo a estrutura das faixas, mas a comunhão dos instrumentos é rearranjada a seu bel-prazer, pincelada com excessos viciantes que nos convidam a uma aventura como nenhuma outra – e é essa beleza que nos chama mais a atenção em relação a BRAT” – T.N.

1. COWBOY CARTER, Beyoncé

Álbuns,Música,2024

“Já é redundante dizer que Beyoncé faz mágica com seus álbuns – e ‘Act II: Cowboy Carter é uma excelente adição a uma discografia que beira a transcendentalidade. Mais uma vez, nossa Queen B reitera seu inescapável status na indústria fonográfica com um disco que celebra a cultura negra não apenas ao reavivá-la, mas ao reclamá-la e retirá-la da subjugação a uma supremacia artística branca que se esquece do que veio antes e de quem merece, de fato, ser idolatrado como precursor e pioneiro” – T.N.

MENÇÃO HONROSA: HARLEQUIN, Lady Gaga

lady gaga

“O disco, que conta com nada menos que treze faixas, é um encontro explosivo entre passado e presente, mesmo deslizando em pontuais momentos. Logo de início, podemos sentir a veia teatral e camp da performer permeando com precisão cada uma das notas, entregando-se de corpo e alma conforme busca elementos de Judy GarlandMickey RooneyBetty Noyes e Gene Kelly para nos transportar a uma época saudosista e que, de certa maneira, estende seu legado à contemporaneidade” – T.N.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Dentre os artistas que fizeram um retorno significativo, podemos citar o ótimo Orquídeas, de Kali Uchis, a infusão country-gospel de Cowboy Carter, que continuou a trilogia de Beyoncé iniciada com ‘Renaissance’, a antecipada volta de Billie Eilish com Hit Me Hard and Soft e de Ariana Grande com Eternal Sunshine – e vários outros.

Pensando nisso, montamos um ranking elencando os dez melhores álbuns do ano.

Veja abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual foi o seu favorito:

10. ONLY GOD WAS ABOVE US, Vampire Weekend

only god was above us

Indie rockchamber popneo-psychedelia são os estilos musicais que regem a soberba e inebriante arquitetura de Only God Was Above Us. O quinto álbum de uma das melhores bandas de rock da atualidade, Vampire Weekend, é inesperadamente emblemático para o grupo em si, funcionando como uma melódica exploração de seus membros em um intrincado enredo pelo conflito entre beleza e feiura, melodia e silêncio. E, talvez, o aspecto de maior sucesso seja a capacidade da banda em condensar temas de difícil escrutínio em apenas dez faixas simples e muito funcionais.

9. ETERNAL SUNSHINE, Ariana Grande

Álbuns,Música,2024

“Enquanto muitos poderiam estar com um pé atrás com a suposta pressa com que o álbum foi construído, é notável como eternal sunshine é uma obra pensada com minúcia e muita atenção a cada um dos detalhes. O resultado é uma gloriosa jornada tour-de-force que nos guia por um amadurecimento compulsório, um abandono da imagem que Grande carregava consigo e a abertura de um novo capítulo recheado de questões pendentes que só podem ser resolvidas com seu próprio eu – e que a eterniza como uma das vocalistas e compositoras mais honestas da contemporaneidade” – T.N.

8. TIGERS BLOOD, Waxahatchee

imagem 2024 06 30 155808389

Waxahatchee, projeto musical firmado por Katie Crutchfield, parece existir em uma suspensão animada que não lhe dá o devido crédito – e, por mais um ano em que nos agracia com sua música, ela volta a criar mágica com o idílico Tigers Blood. O álbum, cujo lançamento foi precedido pelos singles “Right Back to It”“Bored”“365”, é um compilado de contos elegíacos que se abrem em um intimismo universalizante ao narrar histórias sobre conflitos amorosos ou amizades fragilizadas pelo tempo – tudo acompanhado de versos e construções sonoras deslumbrantes.

7. ORQUÍDEAS, Kali Uchis

imagem 2024 06 30 155717239

É inegável como Kali Uchis vem se mostrando uma power-house da música ano após ano, investindo esforços em uma transmutação artística que une passado, presente e futuro em um mesmo cosmos. Logo, não é nenhuma surpresa que Orquídeas seja mais uma obra-prima de sua discografia: ao unir forças com nomes como Peso PlumaKarol GRauw Alejandro, Uchis denota sua predileção para o R&B, o reggaeton e o pop em catorze faixas bem articuladas e estilizadas ao bel-prazer da performer.

6. ALL BORN SCREAMING, St. Vincent

Álbuns,Música,2024

Se St. Vincent havia nos presenteado com uma impecável jornada indie-rock com ‘Daddy’s Home’ lá em 2021, ela estava apenas preparando terreno para um comeback espetacular, narcótico e viciante com a explosão artística de All Born Screaming. Em seu sétimo compilado de originais, a artista usa e abusa de suas habilidades para uma mixórdia inescapável e indesculpável de art rockrock industrial, reiterando sua importância no cenário contemporâneo da música e o motivo pelo qual é considerada uma das melhores guitarristas de todos os tempos.

5. GNX, Kendrick Lamar

gnx kendrick lamar

Não é nenhuma surpresa dizer que Kendrick Lamar é um dos artistas de maior prestígio do século – e, álbum após álbum, consegue se renovar à medida que se mantém fiel à imagem que construiu desde sua estreia no cenário musical. Com GNX, um disco surpresa que em pouco tempo conquistou os ouvintes ao redor do mundo, ele presta homenagens ao hip hop da Costa Oeste dos Estado Unidos em uma mimética produção que conta com nomes como Jack AntonoffMustard – e que reitera sua visão única dentro de uma sinestésica dimensão fonográfica.

4. HIT ME HARD AND SOFT, Billie Eilish

Álbuns,Música,2024

Hit Me Hard and Soft não foca apenas em um mercadológico produto para alimentar sua crescente legião de fãs, como posa em um conceitualismo marcante que amalgama diversos gêneros em um microcosmos vibrante e recheado de inflexões rítmicas arrepiantes e que nos mantêm dinamizados e energizados dentro de uma jornada sinestésica. À medida que Billie e Finneas continuam a se aventurar nos altos e baixos da indústria e firmam seus nomes para as futuras gerações de artistas, percebe-se uma renegação do que está em voga e um contraposto movimento de vaivém que nos impede de imaginar o que eles estão nos preparando” – T.N.

3. CAJU, Liniker

caju liniker

Em seu primeiro álbum de estúdio solo, ‘Índigo Borboleta Anil’Liniker mostrou que veio para ficar – e sagrou-se como uma das maiores artistas brasileiras da atualidade. Com sua mais nova incursão fonográfica, CAJU, a cantora e compositora reiterou seu importante status no cenário musical brasileiro ao apresentar uma amálgama explosiva e bastante sólida de inúmeros gêneros musicais (incluindo soul, samba, MPB, housejazz e vários outros), permitindo se deixar levar por um intimismo expansivo de tirar o fôlego e de nos envolver do começo ao fim.

2. BRAT, Charli XCX

Palavra "brat" em fundo verde.

“É notável como, partindo da premissa de que Charli tem uma afeição descomunal pelo experimentalismo, ela poderia escorregar em repetições cansativas e que poderiam não trazer nada de novo à sua discografia. Todavia, ela sabe como trabalhar cada uma de suas eras a fim de construir um laço que as una em uma identidade vulcânica e disruptiva, sem ceder às falácias de uma pseudo-reinvenção. É claro que temos a presença do hyperpop, do club e do synth regendo a estrutura das faixas, mas a comunhão dos instrumentos é rearranjada a seu bel-prazer, pincelada com excessos viciantes que nos convidam a uma aventura como nenhuma outra – e é essa beleza que nos chama mais a atenção em relação a BRAT” – T.N.

1. COWBOY CARTER, Beyoncé

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“Já é redundante dizer que Beyoncé faz mágica com seus álbuns – e ‘Act II: Cowboy Carter é uma excelente adição a uma discografia que beira a transcendentalidade. Mais uma vez, nossa Queen B reitera seu inescapável status na indústria fonográfica com um disco que celebra a cultura negra não apenas ao reavivá-la, mas ao reclamá-la e retirá-la da subjugação a uma supremacia artística branca que se esquece do que veio antes e de quem merece, de fato, ser idolatrado como precursor e pioneiro” – T.N.

MENÇÃO HONROSA: HARLEQUIN, Lady Gaga

lady gaga

“O disco, que conta com nada menos que treze faixas, é um encontro explosivo entre passado e presente, mesmo deslizando em pontuais momentos. Logo de início, podemos sentir a veia teatral e camp da performer permeando com precisão cada uma das notas, entregando-se de corpo e alma conforme busca elementos de Judy GarlandMickey RooneyBetty Noyes e Gene Kelly para nos transportar a uma época saudosista e que, de certa maneira, estende seu legado à contemporaneidade” – T.N.

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