Estamos caminhando para a metade dos anos 2020 e, até agora, inúmeros artistas pararam o mundo com lançamentos impecáveis e que, de fato, ficaram marcados na memória recente.
Apenas nos últimos anos, tivemos nomes como Beyoncé, Taylor Swift, Ariana Grande, Lady Gaga e vários outros que trouxeram composições incríveis e arranjos memoráveis que dominaram as playlists ao redor do mundo e, pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando os dez melhores álbuns pop internacionais da década (até agora).
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós o seu favorito:
10. 30, Adele (2021)
“Já tendo passado dos trinta anos, a única direção em que a performer poderia seguir era o do amadurecimento – da mesma maneira que vimos acontecer com nomes como Lady Gaga, Gwen Stefani e Taylor Swift. É claro que ‘30’, desde seu inesperado lançamento, já fomentava inúmeras expectativas e um dos comebacks mais aguardados da década, algo que Adele definitivamente cumpriu com enorme êxito. Seu quarto álbum de estúdio, estendendo-se por doze faixas de puro êxtase criativo, é uma carta de amor para si mesma e a representação do profundo processo de cura em que se lançou após o divórcio (uma drástica mudança para qualquer um que enfrente algo similar). Novamente se apoiando no soul, no pop e no jazz, a cantora explorou territórios ainda inóspitos dentro de sua carreira, mas sem deixar sua identidade de lado – o que significa vocais esplêndidos, versos de tirar o fôlego e uma produção aplaudível do começo ao fim.” – T.N.
9. FUTURE NOSTALGIA, Dua Lipa (2020)
“Dua Lipa prova que veio para ficar – e que está pronta para fazer parte das A-Lists da esfera musical. Ao longo de onze canções unidas em um mesmo pano de fundo e convergindo para uma homenagem aplaudível àquilo que a inspira desde sempre, a cantora representa uma urgência coletiva, um pastiche cultural que é canalizado sem qualquer presunção (e era de se esperar que alguém recuperasse a união de vários segmentos, visto que há tempos não víamos isso com tanta expressividade no panorama geral). “Cool”, por exemplo, exala as repetições clássicas de bandas como Pearl Jam e mostra como alinhar os acordes retumbantes da bateria eletrônica e os bruscos cortes antes de voltar ao seu escopo onírico; “Physical” faz uma impactante e sexy declaração de amor a Olivia Newton-John e nos convida para dançar como se não houvesse amanhã; e “Break My Heart”, último single divulgado, deixaria Diana Ross muito orgulhosa.” – T.N.
8. HIT ME HARD AND SOFT, Billie Eilish (2024)
“O compilado de apenas dez faixas originais é uma celebração artística de sua própria mente criativa – e veio acompanhado de um marketing pontual, sem a divulgação de singles ou de videoclipes, aumentando as nossas expectativas. E, considerando o sucesso imensurável de seus discos anteriores, sabíamos que Eilish tinha um objetivo claro em mente, alcançando-o de forma objetiva e espetacular com uma construção atemporal na medida certa. A obra, dessa forma, não é apenas um dos melhores lançamentos de 2024, como também da breve carreira de Billie, revelando um amadurecimento sonoro e midiático de tirar o fôlego e que nos vicia do começo ao fim em uma jornada sobre libertação sexual, empoderamento, decepções amorosas e uma reflexão mais melancólica e letárgica sobre a vida” – T.N.
7. WHAT’S YOUR PLEASURE, Jessie Ware (2020)
Jessie Ware fez um estrondoso e aplaudível retorno para o mundo da música com o lançamento de ‘What’s Your Pleasure’, seu quarto álbum de estúdio. Sua arquitetura requintada e a ressonância que criou com o hi-NRG e com o post-disco transformaram o que poderia ser uma produção qualquer em um escapismo de alta qualidade, pincelado com as conhecidas incursões semi-melancólicas e uma narcótica jornada arranjada com perfeição ao longo de doze faixas – T.N.
6. SAWAYAMA, Rina Sawayama (2020)
“‘SAWAYAMA’ segue o caminho de revitalização da música mainstream e indie e equipara-se a tantos ótimos álbuns lançados em 2020. Rina, por sua vez, mostra-se como um nome que tem muito a oferecer nos próximos anos, talvez representando um futuro brilhante para a esfera fonográfica: suas habilidades criativas são invejáveis e aplaudíveis em todos os sentidos – conseguindo enterrar os poucos deslizes do álbum em performances implacáveis.” – T.N.
5. CHROMATICA, Lady Gaga (2020)
“O pecado de Lady Gaga é nos deixar querendo por mais – e talvez esse pecado seja expurgado em um piscar de olhos, seja quando nos deliciamos com a envolvência gritante de “Enigma”, com a viciante balada desconstruída “Sine From Above”, proferida ao lado de Sir Elton John, ou com a elegíaca house pop que ganha forma com “1000 Doves”. E, em um complementar ápice, “Babylon” é uma conclusão sem quaisquer defeitos que nutre de similaridades progressivas com as icônicas produções dos anos 1990, apesar de pincelá-las com um dêitico coro gospel que não poderia ter vindo em melhor hora.” – T.N.
4. SOS, SZA (2022)
SZA parou o mundo ao retornar ao mundo da música com um impecável segundo álbum de estúdio. Intitulado ‘SOS’, a produção é regida pelo R&B e pelo hip hop dentro de um escopo pop e, ao mesmo tempo, mercadológico e conceitual – que reiterou sua versatilidade artística e sua importância no cenário mainstream. Não é surpresa que seu álbum tenha sido considerado um dos melhores da década e até mesmo do século, conquistando inúmeros prêmios e sendo injustamente esnobado na cerimônia do Grammy ao não ter levado a estatueta de Álbum do Ano para casa.
3. ETERNAL SUNSHINE, Ariana Grande (2024)
“Enquanto muitos poderiam estar com um pé atrás com a suposta pressa com que o álbum foi construído, é notável como ‘eternal sunshine’ é uma obra pensada com minúcia e muita atenção a cada um dos detalhes. O resultado é uma gloriosa jornada tour-de-force que nos guia por um amadurecimento compulsório, um abandono da imagem que Grande carregava consigo e a abertura de um novo capítulo recheado de questões pendentes que só podem ser resolvidas com seu próprio eu – e que a eterniza como uma das vocalistas e compositoras mais honestas da contemporaneidade” – T.N.
2. THAT! FEELS GOOD!, Jessie Ware (2023)
“É quase impossível escolher um ponto alto da produção, visto que ela, em sua completude, é inenarrável e indescritível. Afinal, Jessie não apenas nos convida para um convite deliciosamente anacrônico, perpassando as várias fases de um estilo de música que sofre constantes revisitações e redescobertas; ela dilui as barreiras entre som e imagem, criando uma confluência de textura que nos transporta a outro mundo – um mundo sem estresses contínuos e que a única obrigação é se divertir e aproveitar o que há de ser oferecido. Não é à toa que boa parte da temática adote uma persona sensual, livre de amarras e que é movida pelo poder empoderador da música” – T.N.
1. RENAISSANCE, Beyoncé (2022)
“Temos um electro-trap e um synth-trap que se inicia com a sensual “Thique”, que migra para as dissonâncias robóticas e ecoantes de “All Up In Your Mind”, atravessa o uptempo marcante da autoconsciente “America Has a Problem” e culmina no ostensivo equilíbrio de electro-house e neo-disco de “Pure/Honey” (que é resumida pelo honrável verso “deve custar um bilhão para parecer tão bem”). Mas nada poderia nos preparar para a estonteante conclusão intitulada “Summer Renaissance”, cujas conhecidas peculiaridades de Beyoncé são interpoladas pela clássica “I Feel Love”, honrando a parceria entre Summer e o imortal pai do disco Giorgio Moroder, em uma expressividade hi-NRG de tirar o fôlego” – T.N.