A música sempre está presente da nossa vida e, como já dito em diversas outras matérias, tem um poder transformador inegável – servindo como estandarte para movimentos políticos, artísticos e sociais que nos acompanhamos dia após dia.
Não é surpresa que diversas obras fonográficas tenham recebido aclame por parte da crítica, além de terem causado um impacto inegável na cultura que é visto até hoje – ora, é costumeiro pensarmos em produções como ‘Lemonade’, de Beyoncé, e ‘Born This Way’, de Lady Gaga, como ícones revolucionários e que estendem suas influências a inúmeros artistas da nova geração.
Pensando nisso, preparamos uma lista especial elencando os dez melhores álbuns pop internacionais do século XXI até agora – escolhendo não apenas aqueles que tiveram uma sólida recepção dos especialistas, mas promoveram mudanças dentro de uma indústria em constante movimento.
Veja abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual o seu favorito:
10. RANDOM ACCESS MEMORIES, Daft Punk
As egrégias canções de ‘Random Access Memories’ são consideradas por inúmeros especialistas como o melhor compilado da carreira da extinta dupla Daft Punk (cujo sucesso é refletido nas múltiplas estatuetas do Grammy, incluindo uma de Álbum do Ano). Ao aliarem-se com nomes como The Weeknd e Pharrell Williams, o duo provou que se encaixava do modo mais inesperado tanto às subculturas quanto ao mainstream.
9. NORMAN FUCKING ROCKWELL!, Lana Del Rey
Apesar de sua costumeira doce sonoridade, Lana Del Rey vive dentro de belíssimas e sofridas contradições que, diferente do que poderíamos pensar, é o principal aspecto que sempre nos rouba a atenção quando anuncia uma peça musical nova ou um álbum em potencial. E é claro que, dois anos depois do lançamento de ‘Lust for Life’, ela retornaria com mais uma obra conceitual e nostálgica, sem perder sua originalidade e sua incrível habilidade como compositora. Nesse escopo, a parceria entre Del Rey e Jack Antonoff intitulada ‘Norman Fucking Rockwell!’ acerta em praticamente tudo a que se propõe a fazer – incluindo desenhar uma triste jornada amorosa que se desenvolve em mais de uma hora de duração.
8. THE FAME MONSTER, Lady Gaga
Ninguém acreditava que Lady Gaga repetiria o sucesso de ‘The Fame’, mas ‘The Fame Monster’ conseguiu superar as expectativas de todo mundo. Aclamado pela crítica especializada, o EP de apenas oito faixas trouxe as melhores produções de Gaga, incluindo “Bad Romance”, “Telephone”, “Alejandro” e “Dance in the Dark”, além de levar para casa três gramofones dourados. O álbum, inclusive, carrega consigo um legado extenso e que até hoje é revisitado por vários artistas.
7. BEYONCÉ, Beyoncé
Se os álbuns iniciais de Beyoncé tinham um elo mais forte com as tendências do escopo mainstream – fossem infundidos com R&B, pop ou rap -, seu álbum homônimo se afastaria dos convencionalismos em prol de uma abordagem mais conceitual e que reiterasse, novamente, uma habilidade incrível de reinvenção e repaginação. Mesmo que estejamos analisando a versão padrão do álbum, a sólida jornada sinestésica e multimidiática promovida pela cantora é de tirar o fôlego e é redescoberta em camadas e mais camadas de profundidade toda vez que a ouvimos e canalizamos nossa atenção para um aspecto em particular. Entretanto, o que se exalta em foco principal é a explosão de incursões inesperadas que regem cada canção, movendo-se graciosamente por instrumentos contrastantes e um time de produção que demonstra estar sempre atento aos mínimos detalhes.
6. OIL OF EVERY PEARL’S UN-INSIDES, SOPHIE
“Colocar tanto SOPHIE quanto sua magnum opus em um gênero é querer limitá-la a rótulos, algo que definitivamente não pode existir quando analisamos sua discografia: as dissonâncias cosmológicas dos sintetizadores e do industrial pop servem de base para declamações intimistas, como “It’s Okay to Cry”, enquanto a impactante des-organização proposital de “Whole New World/Pretend World” rende-se ao glitch e à maximização eletrônica conhecida como hyperpop; “Immaterial”, uma alusão às incursões oitentistas e noventistas, já se rende às peculiaridades do avant-pop à medida que critica e a reutilizada, numa desconstrução experimental e envolvente; mesmo “Infatuation”, que flerta com baladas, é diferente daquilo a que estamos acostumados, talvez tentando explicar o que significa estar apaixonado por alguém ou alguma coisa, talvez mostrando que tais explanações não são necessárias” – T.N.
5. MASSEDUCTION, St. Vincent
‘Masseduction’ recebeu aplausos diversos pelos especialistas internacionais e promoveu uma profunda mudança na identidade sonora de St. Vincent – que já havia entregado diversos álbuns incríveis. Focando em temas como sexo, drogas, tristeza e imperialismo predatório, o disco funde electro-pop, new wave e glam rock e conta com quatro singles oficiais, incluindo a irretocável faixa “Los Ageless”.
4. BODY TALK, Robyn
Em seu sétimo álbum de estúdio, a artista sueca Robyn continuou a ser adorada internacionalmente. ‘Body Talk’ foi aclamado pela crítica internacional, apesar de ter sido esnobado nas principais premiações musicais. Através de quinze faixas originais compostas em menos de seis meses, a compositora se transformou em uma das vozes da atualidade, entregando para o mundo impecáveis tracks como “Call Your Girlfriend” e “Dancing On My Own”.
3. BORN THIS WAY, Lady Gaga
Considerado por muitos especialistas, estudiosos e ouvintes como “a bíblia do pop”, ‘Born This Way’ não poderia ficar em outro lugar no ranking. Se há alguém que sabe o significado do verbo arriscar, essa pessoa é Lady Gaga. Dois anos depois de ‘The Fame Monster’, a cantora estreou em primeiro lugar na Billboard com hinos musicais em prol da comunidade LGBTQ+ que quebravam tabus religiosos e que cutucavam os membros conservadores e reacionários da sociedade – não é surpresa que as vendas do CD tenham caído exponencialmente na segunda semana, reafirmando sua importância política e ativista.
2. MELODRAMA, Lorde
Considerado um dos melhores e mais aclamados álbuns de todos os tempos, ‘Melodrama’ mostrou que a cantora e compositora neozelandesa Lorde ainda tinha muito a contar para seus fãs. Ovacionado pela crítica especializada pelo afastamento da obra anterior e pelas breves incursões ao conceitualismo musical, a produção foi indicada Álbum do Ano no Grammy e apareceu em diversas listas de fim de ano e de década.
1. LEMONADE, Beyoncé
Beyoncé tornou-se bastante conhecida no final da década de 1990 ao integrar o grupo conhecido como Destiny’s Child. Desde então, a cantora norte-americana construiu uma carreira marcada por diversos sucessos, consagrando-se como uma das maiores artistas da indústria musical de todos os tempos. Entretanto, não seria até 2016 que Beyoncé entregaria a seus fãs e ao público de todo o mundo o melhor álbum de sua carreira: ‘Lemonade’, cuja construção, desde sua pré-produção até a chegada nos serviços de streamings, louva a cultura negra e o empoderamento feminino de forma impecavelmente envolvente e numa fusão de diversos gêneros musicais que o transformou em um lançamento necessário e memorável para os anos seguintes.