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Os 10 Melhores Filmes de Rob Reiner


O mundo ficou em choque ontem com a notícia da morte do cineasta Rob Reiner, aos 78 anos. O diretor foi encontrado morto em sua casa ao lado da esposa, Michele Singer, de 68 anos. A investigação policial das mortes aponta para o assassinato, já que o casal foi encontrado com marcas de ferimentos de faca no corpo. O mais triste e assustador disso tudo não para por aí, pois o principal suspeito do crime neste momento é Nick Reiner, de 32 anos, o filho do casal. Nick tem histórico de problemas com drogas. Ele está detido pela polícia.

Rob Reiner era também ator, e foi assim que começou sua carreira, ainda na década de 1960. Seu papel mais marcante, muitos dirão, foi na série Tudo em Família (All in the Family), que fez sucesso nos lares americanos de 1971 a 1979, com um total de 9 temporadas. No programa, Reiner interpretava o filho, de apelido “Meathead”. Porém, ele encontraria sucesso mesmo ao passar para trás das câmeras e se tornar diretor. Foi neste segundo momento de sua carreira que ele chamaria atenção com trabalhos marcantes em diferentes gêneros. O consenso sobre sua carreira como diretor é que Rob Reiner entregou filmes emblemáticos pela maioria dos gêneros em que se aventurou, como por exemplo thrillers, comédias românticas, filmes de amadurecimento, fantasia e aventura, drama de tribunal, e por aí vai.

Em sua carreira, Rob Reiner foi indicado ao Oscar apenas uma vez, como produtor de ‘Questão de Honra’, o qual igualmente dirigiu. ‘Questão de Honra’ foi indicado a 4 Oscar, incluindo melhor filme. Em homenagem a este grande artista, resolvemos escolher os 10 melhores filmes de sua carreira como diretor. Confira.



10) Antes de Partir

O que você faria se soubesse que seu tempo aqui na Terra não iria durar muito? Como viveria seus últimos dias? Essa é a proposta deste filme agridoce estrelado pelos monstros Jack Nicholson (um dos últimos de sua carreira) e Morgan Freeman. No filme a dupla interpreta dois idosos, que se conheceram no hospital. O personagem de Nicholson está com uma doença terminal. Assim, resolve fazer uma lista com tudo o que sempre quis realizar, e resolve gastar todo o seu dinheiro para concretizar.

09) O Primeiro Amor

O Primeiro Amor’ foi o filme que Rob Reiner fez a seguir, depois de ‘Antes de Partir’, e significou um divisor de águas em sua carreira ao adentrar uma nova década. Isso porque a partir daqui Reiner realizaria trabalhos menores e mais desconhecidos, que não causariam o mesmo impacto de antes, com muitos deles sendo lançamentos direto no mercado de home vídeo no Brasil. Mas, mesmo assim podermos dizer que ‘O Primeiro Amor’ foi seu último grande filme e o melhor dessa nova fase mais “low profile”. Quando pensamos em filmes “coming of age” na carreira do diretor, é claro que o que vem à mente é ‘Conta Comigo’, porém, ‘O Primeiro Amor’ (Flipped) não deve ser menosprezado. Baseado em um romance, o longa conta sobre o despertar para o amor adolescente entre um rapaz e uma moça na década de 1950.

08) Isto é Spinal Tap

O primeiro trabalho como diretor da carreira de Rob Reiner, ‘Isto é Spinal Tap’ é também sinônimo de “mockumentary” até hoje. Este é o termo usado para aqueles documentários falsos. E inspirou, por exemplo, gente como Taika Waititi, em ‘O que Fazemos nas Sombras’. Icônico e ainda citado até hoje, graças à suas frases emblemáticas, ‘Isto é Spinal Tap’ é sinônimo de comédia cult. A história segue a turnê de uma banda de rock fictícia e os momentos engraçados envolvendo seus integrantes. O filme, no entanto, nunca emplacou aqui no Brasil como lá nos EUA. Seu status de cult fez gerar uma sequência este ano e uma terceira parte estava pronta para o lançamento ano que vem. Ambas ainda dirigidas por Reiner.

07) A Princesa Prometida

Por falar em filmes que cult que fazem muito mais sucesso nos EUA do que no Brasil, temos um dos mais queridos da carreira de Rob Reiner nesta aventura épica de fantasia e comédia. Lançado em 1987, ‘A Princesa Prometida’ foi um destes filmes que não fez o sucesso esperado nas telonas, porém, foi redescoberto no auge das videolocadoras, se tornando um favorito do público na época. Esse mesmo público o passa através de gerações, o tornando um dos mais emblemáticos cult dos anos 80.

Porém, esta paixão pelo longa nunca chegou ao Brasil da mesma forma, e foi só através da era da internet e do mundo digital que muitos o descobriram por estes lados. Seja como for, esta é uma aventura repleta de frases memoráveis, personagens icônicos e participações mais que especiais. Para muitos, a atriz Robin Wright foi descoberta em ‘Forrest Gump’, porém, anos antes ela já havia sido revelada como a princesa Buttercup neste filme. O filme também foi homenageado na edição especial de ‘Deadpool 2’. ‘A Princesa Prometida’ foi indicado ao Oscar de melhor canção original.

06) Meu Querido Presidente

Agora temos uma comédia romântica diferente de tudo o que já foi feito no cinema. Isso porque este é também um filme político, que mostra os bastidores da Casa Branca e da presidência americana – numa época em que isso ainda era algo respeitável. ‘Meu Querido Presidente’ também foi indicado ao Oscar, o de melhor trilha sonora. O filme traz Michael Douglas em um de seus papeis mais marcantes, como o presidente dos EUA Andrew Shepherd, um viúvo que termina se apaixonando e iniciando uma relação com uma lobista ambiental – papel de Annette Bening. ‘Meu Querido Presidente’ está completando 30 anos de sua estreia em 2025, e teve roteiro assinado por ninguém menos que o vencedor do Oscar Aaron Sorkin. Uma curiosidade é que quatro anos depois Sorkin criaria a série ‘The West Wing’, também sobre os bastidores da presidência americana.

05) Fantasmas do Passado

Todos os filmes da carreira de Rob Reiner são bastante diferentes uns dos outros. Mas também possuem um elo que os liga – a alma totalmente humana do diretor. Reiner passeou como poucos por todos os gêneros, mudando a narrativa de suas histórias e inclusive aplicando tons mais leves ou densos. Este, por exemplo, é seu filme mais pesado. Seu segundo drama de tribunal depois do estonteante ‘Questão de Honra’, aqui o cineasta aborda feridas ainda muito abertas no coração do país mais poderoso do mundo.

O longa faz uma boa dobradinha com ‘Tempo de Matar’, de Joel Schumacher, lançado no mesmo ano, por tratarem de assuntos similares: o racismo entranhado no sul dos EUA e os crimes hediondos dos quais os homens são capazes. Este, no entanto, é baseado em uma história real, sobre o assassinato de um homem negro. Whoopi Goldberg vive a viúva do sujeito, Alec Baldwin é o advogado que pretende jogar a luz no caso e James Woods vive o odioso assassino, e pelo papel foi indicado ao Oscar. O filme ainda recebeu uma nomeação de melhor maquiagem.

04) Harry e Sally – Feitos um para o Outro

Embora não tenha tido a fama de grandes nomes do cinema, como Steven Spielberg ou Martin Scorsese, podemos dizer que Rob Reiner fez filmes que se tornaram os favoritos de muita gente dentro de gêneros específicos. Por exemplo, quando falamos no subgênero “mockumentary”, ‘Isto é Spinal Tap’ ainda é referência. Se falamos de aventura e fantasia de capa e espada, ‘A Princesa Prometida’ se encontra no top 5 de muitos ainda. E quando falamos nas melhores comédias românticas da história do cinema, pode ter certeza que ‘Harry e Sally’ entrará na conversa. Enaltecido até hoje como o filme máximo de tal subgênero, a história traz Billy Crystal e Meg Ryan como um casal improvável, amigos que dão o próximo passo em sua relação. Mas será que o sexo pode estragar tudo? O filme tornou Meg Ryan a namoradinha da América e foi indicado a melhor roteiro no Oscar.

03) Conta Comigo

Agora chegamos ao top 3 dos melhores filmes de Rob Reiner, com um que facilmente ficaria no topo de grande parte dos fãs. ‘Conta Comigo’ é considerado uma das melhores adaptações de Stephen King para o cinema, e o mais curioso é que não se trata de um filme de terror, e sim de um drama realista sobre a relação de amadurecimento de quatro amigos adolescentes. Lá em cima eu falei sobre os filmes “coming of age” e como ‘O Primeiro Amor’ também se enquadra nesta categoria. No entanto. ‘Conta Comigo’ é o filme definitivo deste subgênero para grande parte dos fãs.

Esse foi também o primeiro grande sucesso da carreira de Rob Reiner e ainda hoje um dos filmes mais queridos dos anos 80. Na trama, quatro amigos, interpretados por Corey Feldman, River Phoenix, Jerry O’Connell e Will Wheaton ficam sabendo que existe um corpo de um menino caído na linha de trem, e decidem embarcar numa jornada a pé para encontra-lo. ‘Conta Comigo’ é considerado um filme que definiu uma geração e foi indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado.

02) Louca Obsessão

Em segunda posição está outra adaptação de Stephen King, que igualmente se encontra entre as mais celebradas. Essa aqui também não é uma obra de terror – bem, isso depende de sua definição de terror, mas podemos dizer que não existe nenhum elemento sobrenatural ou de fantasia – tudo aqui é bem real e justamente por isso, bem mais assustador. King brinca com sua própria persona, utilizando metalinguagem para contar sobre o autor Paul Sheldon, interpretado por James Caan.

O nome do personagem é uma homenagem ao escritor Sidney Sheldon, porém, ele é muito mais baseado no próprio King e em seus fãs fanáticos. Aqui, o protagonista sofre um acidente de carro durante uma nevasca, após se isolar para escrever seu mais recente livro. Ferido e à beira da morte, ele é resgatado pela enfermeira Annie Wilkes (Kathy Bates), que diz ser sua maior fã. Ela o ajuda a se recuperar, mas aos poucos o escritor irá perceber que a mulher não bate bem das ideias e que ele se encontra prisioneiro. Bates levou o Oscar por uma das vilãs mais memoráveis da sétima arte.

01) Questão de Honra

Sem sombra de dúvida, o melhor filme da carreira de Rob Reiner é ‘Questão de Honra’. Aliás, não apenas da carreira do diretor, como também um dos melhores da história do cinema. Novamente escrito por Aaron Sorkin, ‘Questão de Honra’ é um destes filmes perfeitos, redondinhos, nos quais é difícil apresentar qualquer furo. Tudo parece alinhado num destes eventos cósmicos que só ocorrem de tempos em tempos. O filme conta com dois dos maiores astros dos anos 90, Tom Cruise e Demi Moore – e o melhor, evitando o clichê, sua relação não é amorosa, mas sim de respeito mútuo.

Ambos interpretam oficiais advogados da marinha, se deparando com o maior caso de suas carreiras. Moore vive a obstinada Galloway, e Cruise é o bon vivant Kaffee – que passará por uma das mais interessantes jornadas de amadurecimento e evolução de um personagem na dramaturgia. E tudo é sentido nas telas. O tal caso envolve a morte de um soldado em uma base militar em Cuba. Sua morte pode ter sido um homicídio, causado por um trote na própria base.

Ao desvendar tais mistérios, a dupla chegará ao alto escalão militar dos EUA, e irão se deparar com a muralha conhecida como Jack Nicholson, no papel do Coronel Jessep. Nicholson aparece em tela por poucos minutos, no total de três cenas, mas rouba os holofotes e foi indicado ao Oscar. Sua frase: “você não aguenta a verdade” se tornou uma das mais icônicas da história. ‘Questão de Honra’ ainda foi indicado a melhor filme, melhor edição e melhor som.

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