sexta-feira, setembro 6, 2024

Os 10 Melhores Filmes de Todos os Tempos

A cinema não possui a alcunha de sétima arte por qualquer motivo: afinal, é ele quem conflui todas as outras expressões artísticas em um mesmo lugar, seja nos enquadramentos e nas fotografias (emulando a própria pintura), seja no uso da música como potencializador narrativo.

E, desde a consagração do cinema como “arte” no sentido factual do termo, inúmeros títulos carregam o lendário título de revolucionários, por terem modelado diversas “regras” ou “formulações” a serem seguidas por cineastas, auxiliando-os inclusive a desmistificar convencionalismos em prol de impulsões que caem no gosto dos espectadores e dos especialistas.

Pensando nisso, tivemos a árdua tarefa de eleger os dez melhores longas-metragens da história do cinema.

Confira abaixo as nossas escolhas:

10. NOSFERATU (1922)

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A história do cinema é acompanhada de diversas escolas fílmicas de importância inestimável para os vários gêneros que existem nos dias de hoje – e uma delas é a escola expressionista. E, nessa importante escola (que inclusive serve de base para incontáveis filmes de terror contemporâneos), ‘Nosferatu’ é um dos títulos que mais se sobressai: dirigido por F.W. Murnau e inspirado no romance gótico ‘Drácula’, de Bram Stoker, o filme serviu de inspiração inúmeros cineastas, incluindo Alfred Hitchcock e Guillermo del Toro. A história gira em torno de um corretor de imóveis chamado Hutter (Gustav von Wangenheim) que precisa vender um castelo cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock (Max Schreck). O conde, na verdade, é um vampiro milenar que espalha o terror na região de Bremen, na Alemanha e se interessa por Ellen, a mulher de Hutter.

9. 2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO (1968)

2001

Stanley Kubrick é conhecido por títulos que marcaram época e que reiteraram sua importância na sétima arte – incluindo ‘O Iluminado’‘De Olhos Bem Fechados’. Em 1968, o cineasta entregou o que apenas podemos considerar uma das marcas principais do gênero sci-fi com ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’. O épico tratou com precisão aplaudível os voos espaciais e se tornou pioneiro nos efeitos visuais e na imagética ambígua – motivo pelo qual Kubrick conquistou uma merecida indicação ao Oscar de Melhor Direção e faturou a estatueta de Melhores Efeitos Visuais.

8. O SENHOR DOS ANÉIS: O RETORNO DO REI (2003)

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Não deixe de assistir:

‘O Retorno do Rei’ traz uma história maravilhosa contada com detalhes impressionantes que honram o nome de J.R.R. Tolkien. Entretanto, ele não merece reconhecimento apenas por isso, e sim por representar a excelência em relação aos primores técnicos. Se o diretor Peter Jackson conseguiu criar mágica nas obras anteriores, aqui ele supera a seus próprios limites ao não apenas orquestrar coreografias perfeitas e fluidas, mas por unir investidas artísticas e metodológicas em uma só atmosfera: cada frame se assemelha a uma pintura barroca pela composição paradoxal de luz e sombra, seja nos momentos de glória dos personagens, nos reflexivos ou nos derradeiros. Em adição, os enquadramentos e movimentos de câmera são tão fluidos que parecem dançar conforme seguem os guerreiros em suas tentativas de prevalecer perante a ruína iminente.

7. CASABLANCA (1942)

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O primor fílmico com o qual o diretor Michael Curtiz conduz o icônico ‘Casablanca’ é impecável. Ele faz questão de mesclar sua habilidade fotográfica com estéticas expressionistas e melodramáticas equilibradas, sem ceder a exageros. Não é à toa que, em grande parte das sequências ambientadas no bar, o rosto dos personagens esteja à meia-luz: cada um deles, seja na pluralismo dos inúmeros outros refugiados que buscam se esconder dos comandos nazifascistas, seja na feição dos protagonistas em questão, esconde segredos complicados e que não podem ser revelados sob nenhuma circunstância. Para alguns, o ritmo da montagem e a arquitetura imagética podem parecer monótonos; entretanto, elas são de extrema importância para ratificar o peso dramático e até mesmo histórico do longa. 

6. CHINATOWN (1974)

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‘Chinatown’ não é apenas um filme com uma narrativa redonda: ele é, na verdade, uma homenagem às tragédias gregas e shakespearianas que tanto influenciam realizadores e romancistas, cronistas e artistas, a delinear apresentações perfeitas que nos levem a um crescente estado de catarse cuja epifania é irreversível e irretocável. Essa representação neo-noir não apenas lançou a carreira de Jack Nicholson e reafirmou Faye Dunaway como um dos rostos mais prolíficos do entretenimento, mas mudou o espectro familiar e repetitivo dos contos de mistério e suspense, descontruindo e reerguendo estereótipos, como o fato da personagem de Dunaway dizer adeus do modo mais abrupto possível.

5. DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (1964)

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Três anos antes de ter encabeçado o ótimo ‘Terra em Transe’Glauber Rocha causou um impacto inestimável na cenário nacional com o lançamento de ‘Deus e o Diabo na Terra do Sol’. O longa-metragem, que trouxe nomes como Geraldo Del ReyYoná Magalhães e Othon Bastos no elenco, foi escolhido para representar o país no Festival de Cannes e indicado ao Grand Prix, e para o Oscar de Melhor Filme Internacional. O enredo acompanha Manuel, um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes e acaba matando-o em uma briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços e foge com sua esposa Rosa, juntando-se aos seguidores do beato Sebastião, que promete o fim de qualquer sofrimento. Porém ao presenciar a morte de uma criança, Rosa mata o beato. Enquanto isso, Antônio das Mortes, um matador de aluguel que presta serviço à Igreja Católica e aos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.

4. METRÓPOLIS (1927)

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O filme, um dos principais títulos do expressionismo alemão, é considerado um dos primeiros longas-metragens do gênero sci-fi e, embora tenha sido muito criticado em seu lançamento, construiu um legado inexplicavelmente aplaudível ao antecipar diversas incursões do gênero na atualidade – e foi revisitado por inúmeros especialistas, que perceberam seu memorável impacto. Ambientada na cidade futurística de Metrópolis, a trama acompanha uma população que se divide em dois patamares. No primeiro, uma elite dominante aproveita os prazeres da vida, enquanto os trabalhadores que mantém a cidade funcionando lutam para sobreviver no subterrâneo.

3. OS SETE SAMURAIS (1954)

os sete samurais

Akira Kurosawa não é considerado um dos melhores realizadores do cinema por qualquer motivo – e sua obra-prima, ‘Os Sete Samurais’, é referenciado até os dias de hoje em uma série de referências e homenagens. O filme insurge como um marco criativo e técnico não apenas no escopo japonês, mas no mundial, estendendo suas ramificações desde o drama épico ao steampunk dos videogames, passeando pelas space operas e culminando nos wuxias e nos pachinkos. Na trama, um samurai atende a um pedido de proteção contra bandidos à uma vila japonesa. Ele convida outros seis samurais para ajudá-lo a ensinar às pessoas a como se defenderem sozinhas. O povoado da vila fornece comida aos soldados. A grande batalha acontece quando 40 bandidos atacam a vila.

2. O PODEROSO CHEFÃO (1972)

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‘O Poderoso Chefão’, comandada pelo icônico cineasta Francis Ford Coppola e baseada no romance homônimo de Mario Puzo, é um épico criminal ambientado entre os anos de 1945 e 1955, que conta a história da família Corleone sob o patriarcado Vito Corleone (Marlon Brando), focando essencialmente na tranformação do filho mais novo, Michael (Al Pacino), de relutante forasteiro em um impiedoso chefe da máfia. Contando com um elenco estelar, que também incluiu James CaanRichard CastellanoRobert DuvallSterling HaydenJohn MarleyDiane KeatonRichard Conte, o filme se tornou um sucesso de crítica e de público e ditou as regras do gênero gângster ao longo de sua sequência ‘O Poderoso Chefão – Parte II’.

1. CIDADÃO KANE (1941)

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Escolher o melhor filme de todos os tempos não é uma tarefa fácil – especialmente com vários títulos que merecem o topo da lista. Todavia, é notável como ‘Cidadão Kane’ carrega um legado que se estende até os dias de hoje, sagrando-se o suprassumo da sétima arte com uma técnica impressionante e um apreço artístico aplaudível e que permanece original mais de oitenta anos depois de sua estreia.

É importante ressaltar que o realizador Orson Welles tinha plena liberdade como diretor, autor e produtor com o longa-metragem: movido pelas vanguardas de final de século da Europa e pela busca de novas técnicas de filmagem que procuravam fornecer uma nova perspectiva para o cinema norte-americano, ele conseguiu transformar sua própria obra em uma investida avant-garde que influenciaria inúmeros outros nomes da esfera do entretenimento – e não, não estou exagerando ou fazendo apologias forçadas: ser considerado o melhor longa-metragem de todos os tempos é um título incontestável por uma série de razões.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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