A Mula, nova produção dirigida pelo lendário Clint Eastwood, já está em cartaz nos cinemas do Brasil. O filme marca a despedida do grande ator das telas, em sua proclamada aposentadoria das atuações. No entanto, como diretor, o veterano ícone de Hollywood deve seguir trabalhando.
E como toda homenagem é pouco para esta verdadeira força da natureza, o CinePOP resolveu criar uma nova lista, com os melhores filmes dirigidos pelo mestre Clint. E como selecionar os 10 melhores trabalhos comandados por ele seria uma tarefa muito ingrata, deixamos nas mãos de vocês, o grande público, mais uma vez. Somos acima de tudo extremamente democráticos, por isso não iremos usar como parâmetro somente nossa opinião ou a opinião dos críticos – e sim a de todos. E para esta tarefa, nossos amigos do Imdb nos darão uma mão.
Então, vem conhecer os 10 melhores filmes dirigidos por Clint Eastwood na opinião dos fãs e não esqueça de comentar.
10 | Sully – O Herói do Rio Hudson (2016)
Começamos com um dos filmes mais recentes na filmografia do diretor. Eastwood é patriota e gosta de enaltecer os heróis americanos. Depois da polêmica envolvendo Sniper Americano (2014), seu novo objeto de atenção se mostrou mais unânime no gosto popular – que o aceitou melhor de fato como herói. Trata-se do piloto de avião Chelsey Sullenberger (Tom Hanks), que para salvar toda a tripulação, precisou fazer um pouso forçado com a aeronave em pleno Rio Hudson, em Nova York, no dia 15 de janeiro de 2009. O filme foi indicado ao Oscar de edição de som.
09 | O Estranho Sem Nome (1973)
Voltando agora lá para o passado, para o segundo longa dirigido por Clint em sua carreira. O Estranho Sem Nome marca também o primeiro faroeste dirigido por Eastwood, num total de cinco filmes no gênero. Pegando muito do que havia aprendido com professores do calibre de Sergio Leone e Don Siegel, o cineasta conta a história de um forasteiro, conhecido apenas como “o estranho”, que chega a uma cidadezinha e se torna responsável por fazê-los aprender a lutar e a revidar. Pelo local, passarão três criminosos, e chegou a hora dos pobres habitantes começarem a se defender por conta própria. Eastwood também protagoniza.
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08 | As Pontes de Madison (1995)
Os brutos também amam. Eastwood já havia demonstrado sensibilidade antes em sua carreira e dirigido romances (Interlúdio de Amor, 1973) e homenagens a famosos músicos (Bird, 1988), deixando florescer em tela sua paixão pelo jazz. No entanto, com este longa, Eastwood dá o passo além e cria um dos filmes mais românticos dos últimos 30 anos. Baseado no livro de Robert James Waller, Clint protagoniza ao lado da grande Meryl Streep, num caso tórrido e proibido. Ele vive um fotógrafo solteirão e conquistador, que ao passar por uma cidadezinha se apaixona por uma mãe de família, sozinha enquanto seu marido e filhos saem em viagem. O filme foi indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz para Streep (e você tinha dúvida?).
07 | A Troca (2008)
Outro filme no qual Eastwood participa apenas como diretor. Este é um dos favoritos pessoais deste amigo que vos fala. Quem estrela aqui é Angelina Jolie, na pele de uma mãe solteira em plena época da recessão norte-americana, na Los Angeles de 1928. Baseado numa incrível história real, Jolie vive Christine Collins, uma mulher que para sustentar o filho pequeno precisa trabalhar. Num dia, ela volta para casa e não encontra seu filho. Ao acionar as autoridades, uma outra criança é devolvida em seu lugar. Um dos motes do longa é apontar a inaptidão e corrupção da polícia de LA na época. O filme recebeu indicações ao Oscar nas categorias de melhor atriz para Jolie, melhor fotografia e melhor direção de arte.
06 | Josey Wales – O Fora da Lei (1976)
Mais uma volta no passado, este foi o quinto filme de Eastwood como diretor e seu segundo no gênero faroeste. Além disso, Josey Wales marca a primeira parceria de Clint com Sondra Locke, sua musa dentro e fora das telas – num total de 6 longas. A trama, baseada no livro de Forrest Carter, traz Eastwood como o personagem título, um fazendeiro que se junta ao exército confederado. Após o fim da Guerra, ele parte em busca de vingança aos homens que mataram sua família. O filme foi indicado ao Oscar na categoria melhor trilha sonora.
05 | Cartas de Iwo Jima (2006)
Segunda parte de um filme “duplo” dirigido por Eastwood, que emplacou no Oscar. A proposta do diretor aqui é recontar a famosa Batalha de Iwo Jima na Segunda Guerra Mundial, entre EUA e Japão. Assim, o cineasta lançou primeiro A Conquista da Honra, a história contada do ponto de vista dos soldados americanos, e a lenda por trás da icônica estátua dos seis homens apoiando a bandeira. A segunda parte foi a que obteve prestígio de verdade, contando o ponto de vista dos soldados japoneses que lutaram na Guerra. A Conquista da Honra foi indicado para dois Oscar (melhor edição de som e melhor mixagem de som); enquanto Cartas de Iwo Jima recebeu quatro indicações (melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro original) e levou a de edição de som.
04 | Sobre Meninos e Lobos (2003)
Enaltecido como o melhor filme da carreira do diretor que ele não participa como ator, Sobre Meninos e Lobos é baseado na obra do excelente romancista policial Dennis Lehane – que já rendeu textos de longas para o cinema como Medo da Verdade (2007) e Ilha do Medo (2010). A trama envolve abuso de menores e como este trauma pode ser levado por uma vida toda. No filme, três amigos de infância são abordados por desconhecidos e um deles é levado e abusado. Na vida adulta, os três seguiram caminhos muito diferentes: um se tornou policial (Kevin Bacon), o outro uma espécie de gangster do bairro (Sean Penn) e o terceiro um desajustado social (Tim Robbins). Então, surge um novo mistério, quando a filha de um deles é brutalmente assassinada. Eastwood dirige com maestria este filme visceral e emotivo. Não por menos, foi indicado para 6 Oscar, incluindo melhor filme e diretor, e levou os de ator e coadjuvante para Sean Penn e Tim Robbins respectivamente.
03 | Menina de Ouro (2004)
Sobre Meninos e Lobos pode ser o melhor suspense da carreira de Clint Eastwood como diretor, mas no ano seguinte, ele lançava seu melhor drama. Menina de Ouro é um destes filmes que faz doer o coração, ao ponto de apenas querermos ficar em posição fetal após seu desfecho. É sofrência em toda a sua glória magistral. Na trama, Eastwood protagoniza como um treinador de boxe envelhecido e amargurado, cujo único propósito de vida é a administração de sua academia. Afastado da família, ele desenvolve – mesmo inicialmente a contragosto – uma relação paternal com a jovem Maggie (Hilary Swank, fenomenal), garçonete aspirante à lutadora, tentando melhorar de vida. Dona de um talento nato, ela sobe rápido ao topo do esporte. Mas sua queda é igualmente colossal. Menina de Ouro se encontra entre os 250 melhores filmes de todos os tempos na opinião do grande público no Imdb (um grande prestígio), e foi indicado 7 prêmios no Oscar, incluindo ator para Eastwood (coisa que o veterano sempre almejou e nunca conquistou), e venceu melhor filme, melhor diretor, atriz para Swank e coadjuvante para Morgan Freeman.
02 | Gran Torino (2008)
Gran Torino representa o ápice de todos os elementos construídos ao longo da carreira de Clint Eastwood, seja como ator ou diretor. A figura do homem duro e turrão, de coração frio que aos poucos vai se descongelando devido a elementos exteriores em sua interação; tópicos relevantes para debate, sem desviar da polêmica (aqui o preconceito com asiáticos); e a justiça social realizada com as próprias mãos. O curioso neste filme (que foi por um bom tempo o último de sua carreira como ator – voltando depois em 2012 com Curvas da Vida, e agora com A Mula) é que seu status cult parece aumentar com o passar dos anos, despertando o interesse e paixão de novas gerações. Em seu lançamento, apesar das críticas favoráveis, Gran Torino não era tão único quanto se tornou agora. Ao ponto de atingir no gosto popular a segunda posição de todos os longas dirigidos por Clint. O ponto alto é a relação de amizade que se desenvolve entre o protagonista e seus jovens vizinhos. Obviamente, o filme é um dos três da lista que consta dentre os 250 melhores de todos os tempos na opinião do grande público.
01 | Os Imperdoáveis (1992)
Sempre é muito bom quando nosso gosto bate com o da maioria. E é exatamente isso o que acontece quando falamos do melhor filme da carreira de Eastwood como diretor. A maioria escolheu Os Imperdoáveis, e ele também se posiciona no topo do pódio no coração deste amigo que vos fala. O último faroeste da carreira do astro, que ajudou a cimentá-lo em nova fase do cinema (décadas de 1960, 1970 e 1980), tanto como protagonista quanto como diretor. E Clint não poderia ter se despedido de forma melhor do gênero que o abraçou, do que com esta belíssima homenagem. Fora isso, foi o último western a levar o prêmio máximo do cinema, o Oscar de melhor filme. Além deste, recebeu nada menos que 9 nomeações, incluindo ator para Eastwood, e ganhou os prêmios de diretor e coadjuvante para o grande Gene Hackman. Fora isso, é claro que está entre os 250 filmes preferidos do grande público. Na trama, Clint personifica pela primeira vez em sua carreira um caubói envelhecido, cujos dias de glória (todos os outros filmes que protagonizou no gênero) ficaram para trás. Fazendeiro e pai de família, ele decide ir atrás de um último trabalho, para fazer justiça a prostitutas atacadas por um grupo de rancheiros. Esta é uma destas histórias ambíguas, onde não existem realmente certos ou errados na hora de se fazer justiça. “Matar um Homem é uma coisa infernal. Você tira tudo o que ele tem e o que poderia ter um dia”.