2024 vem se provando um ótimo para a música – com o retorno de nomes como Ariana Grande, Taylor Swift, Beyoncé e tantos outros para o cenário fonográfico.
E, enquanto as canções nutrem de um apreço gigantesco pelos fãs, é inegável que uma parte importante desse escopo são os videoclipes.
Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando os melhores videoclipes do ano (até agora).
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual foi o seu favorito:
10. BROKEN MAN, St. Vincent
St. Vincent sempre prezou pela simplicidade – e conseguiu transformá-la em algo propositalmente exagerado com o single “Broken Man”. Sagrando-se como uma das maiores artistas de todos os tempos e contando com uma discografia impecável, a faixa de estreia de seu mais recente álbum de estúdio, ‘All Born Screaming’, é guiada por um clipe minimalista e sagaz do começo ao fim, arquitetado na ilusão de um plano-sequência que é bombardeado por um show pirotécnico e uma rendição performática instigante e divertida da artista.
9. LUNCH, Billie Eilish
O aclamado ‘Hit Me Hard and Soft’, terceiro álbum de Billie Eilish, causou um enorme impacto ao ser lançado, por continuar a identidade dark-pop e instigante da cantora e compositora – pouco depois dela ter levado sua segunda estatueta do Oscar para casa. E o lead single “LUNCH” mergulhou de cabeça em uma simples e funcional estética do final dos anos 1990 e começo dos anos 2000, colocando Eilish em um amplo espaço, trajando um figurino camp (e dentro da estética que vem promovendo desde sua estreia no cenário musical), além de promover uma nostálgica e narcótica jornada a um passado não muito distante.
8. FORTNIGHT, Taylor Swift feat. Post Malone
Swift fez seu retorno ao mundo da música com o ambicioso ‘The Tortured Poets Department’, um compilado dividido em duas partes e que contou com nada menos que 31 faixas que imediatamente caíram no gosto de sua legião de seguidores. E o lead single dessa nova aventura fonográfica contou com o lead single “Fortnight”, performado ao lado de Post Malone – cujo videoclipe trouxe inúmeras referências à escola cinematográfica do expressionismo, prestando homenagens também ao recente ‘Pobres Criaturas’, bem como aos filmes estrelados por Clara Bow (que é mencionada diretamente no álbum).
7. BOA, Megan Thee Stallion
Megan Thee Stallion também voltou ao mundo da música com seu terceiro álbum de estúdio, ‘MEGAN’, e apostou fichas em três singles promocionais. Um deles, intitulado “Boa”, veio acompanhado de um ótimo videoclipe que presta homenagens a diversos ícones da cultura pop – seja com os videoclipes ‘Mortal Kombat’ e ‘Dance Dance Revolution’, ou com os filmes ‘Jumanji’ e ‘Scott Pilgrim’. Aqui, a metadiegese fala mais alto conforme é pincelado com a medida certa de camp, prezando por paletas de cor vibrantes e por um inesperado gore que nos conquista desde os primeiros segundos.
6. ESPRESSO, Sabrina Carpenter
“Espresso” é um dos videoclipes mais exagerados do ano – mas no melhor sentido do termo. A breve produção presta homenagem a inúmeros títulos recentes que prezam pela riqueza e pelo bem-estar, como ‘The White Lotus’, elevando a imponência e a ostentação à enésima potência. Aqui, a quente paleta de cores dialoga de forma explícita com os versos, corroborada por enquadramentos superssimétricos, uma deliciosa atmosfera vintage e tons pastéis que explodem tanto nos figurinos quanto no forte filtro que toma conta das telas.
5. 360, Charli XCX
‘BRAT’ é um marco na carreira de Charli XCX – e o melhor disco de sua carreira até hoje. Superando todas as expectativas, é notável como a cantora, compositora e produtora está sedenta por continuar a explorar as múltiplas incursões do PC music e do pop industrial – e isso não se limita apenas à sonoridade, mas à imagética. É por isso que “360” é construído sobre uma estrutura belíssima: o clipe, movido pela simetria, pela sóbria paleta de cores e por uma fluida montagem (isso sem mencionar a participação de Rachel Sennott, Chloe Sevigny e Julia Fox no elenco) entra em conflito com os poderosos sintetizadores da track em uma vibrante e dançante jornada sensorial.
4. WE CAN’T BE FRIENDS (WAIT FOR YOUR LOVE), Ariana Grande
Depois de quatro anos sem lançar quaisquer compilados de originais, Ariana Grande regressou de forma gloriosa com a estreia de ‘eternal sunshine’. Seu sétimo álbum de estúdio trouxe nada menos que dois singles promocionais – e “we can’t be friends (wait for your love)” emergiu como uma escolha certeira. O videoclipe, dirigido por Christian Beslauer, nos leva a um futuro não muito distante em que Grande interpreta Peaches, uma mulher que deseja apagar as memórias de seu ex-amante da mente – permitindo que ela entregue uma atuação aplaudível e emocionante à medida que navega em uma atmosfera à la ‘Black Mirror’.
3. CHIHIRO, Billie Eilish
Billie Eilish vem se provando uma das artistas mais completas de sua geração – e, com certeza, do século – ao saber exatamente o que quer fazer com a própria arte. Nesse tocante, “CHIHIRO”, segundo single do álbum ‘Hit Me Hard and Soft’, é uma celebração de uma visão aplaudível e indesculpavelmente envolvente cujo clipe presta homenagem à clássica animação ‘A Viagem de Chihiro’, seja nos planos, seja nos enquadramentos – enquanto preza por um conceitualismo estético e imagético que varia desde o found footage a páginas emprestadas do movimento conhecido como Dogma 95.
2. NOT LIKE US, Kendrick Lamar
Kendrick Lamar não é um dos melhores artistas de todos os tempos por qualquer motivo – e, neste ano, reiterou sua genial mentalidade com o lançamento da diss track “Not Like Us”, continuando sua rixa com o rapper Drake e colocando uma pá de cal sobre o assunto ao, finalmente, vencer o embate com uma produção que amalgama hip hop e rap de maneira sublime. O videoclipe que acompanhou o single, por sua vez, é uma jornada absurdista, melodramática e ácida recheada de referências às conturbações entre os dois artistas, contando com um corpo de baile impecável e uma sólida direção que co-assinou ao lado de Dave Free.
1. GENESIS., RAYE
Se RAYE já havia feito uma grande estreia com ‘My 21st Century Blues’ no ano passado, ela apenas estava começando. Com o lançamento de “Genesis.”, single inédito que fará parte de seu próximo compilado musical, a artista britânica nos convida a uma experiência sensorial que se estende por nada menos que sete minutos – e é claro que o videoclipe oficial partiria de uma estética similar. Navegando por uma quantidade exorbitante de estéticas, desde o teor vintage dos filmes-B dos anos 1980 até a sinestesia constante dos dramas melancólicos da contemporaneidade, ela une forças com Otis Dominique para um arauto de explorações imagéticas de tirar o fôlego.