Enquanto 2024 vem nos entregando diversas produções impecáveis e que automaticamente caíram no gosto da crítica e do público, existe o outro lado do jogo que preferimos esquecer.
Vários longas-metragens falharam em cumprir com as expectativas, transformando-se em narrativas clichês, cansativas e, muitas vezes, risíveis – como foi o caso de ‘Madame Teia’, a mais recente entrada do universo ‘Homem-Aranha’ nos cinemas, ou o frustrante terror ‘Mergulho Noturno’, cuja mitologia não foi forte o suficiente para esquivar as investidas das mais óbvias fórmulas.
Pensando nisso, preparamos uma lista com os DEZ piores filme do ano até agora.
Confira abaixo as nossas escolhas:
10. BACK TO BLACK
“Dirigida por Sam Taylor-Johnson, a produção procura explorar a transição de Amy Winehouse para o estrelato mundial, nos guiando até os momentos que antecederam sua morte – e, é claro, esquadrinhando as polêmicas em que se envolveu e que atraíram olhares maldosos dos paparazzi e de uma mídia que não tinham quaisquer interesses em protegê-la ou em trazer a verdade à tona, preferindo pintá-la como uma mulher louca e rendida às drogas e ao álcool. E, concretizando o que todos temiam, o longa-metragem é frustrante em sua estrutura estética e criativa, bem como redutivo a ponto de desumanizá-la mais do que já conseguiram em um passado não muito distante” – Thiago Nolla
9. IMAGINÁRIO: BRINQUEDO DIABÓLICO
“Um dos deslizes principais é o roteiro. Assinado por Jeff Wadlow, Greg Erb e Jason Oremland, a história poderia ter sido mais bem aproveitada caso não quisesse se valer de uma mitologia muito complexa e que envolve muitas subtramas. Afinal, temos explicações constantes de como o amigo imaginário de Alice corresponde a uma entidade cuja manifestação pode caminhar de duas maneiras – uma protetora e outra vingativa, como é o caso de Chauncey. E isso também se relaciona com o laço que une Alice e Jess e os segredos que se escondem no casarão, abrindo espaço para certas pulsões da psicologia que não deveriam existir, restringindo-se, sim, ao sobrenatural e às clássicas histórias de terror pelas quais somos apaixonados” – Thiago Nolla
8. OS ESTRANHOS – CAPÍTULO 1
Funcionando como um reboot da clássica franquia, ‘Os Estranhos – Capítulo 1’ tinha tudo para ser uma revitalização do gênero slasher e nos apresentou um material promocional bastante competente. Todavia, nem mesmo a química de Madelaine Petsch e Froy Gutierrez consegue salvar a produção de um fracasso iminente: segundo nossa jornalista Janda Montenegro, “o roteiro de Bryan Bertino, Alan R. Cohen e Alan Freedland faz os personagens tomarem decisões irracionais mesmo para uma situação de suspense (como decidir deliberadamente ignorar som de passos pela casa, sem sequer checar se é real) para fazer esta primeira parte render mais no enredo da trilogia, e isso também é frustrante”.
7. URSINHO POOH: SANGUE E MEL 2
“Um dos equívocos mais imperdoáveis cometidos pelo longa é sua previsibilidade – e não estou comentando da “temporada de matança” promovida por Pooh e os outros, mas sim por tentar construir um mistério a ser resolvido que é ridiculamente calculável e ajuda a acabar com a magia promovida conforme nos aproximamos da conclusão. E, como se não bastasse, a adição de Tigrão (Lewis Santer), um dos personagens mais famosos do cosmos do Ursinho Pooh, é desperdiçado e tem protagonismo em apenas uma determinada cena que, de fato, não serve para muita coisa além de aumentar as camadas do slasher” – Thiago Nolla
6. MERGULHO NOTURNO
“Dirigido por Bryce McGuire em sua estreia oficial no circuito de longas-metragens, a inesperada trama acompanha uma família que se muda para uma casa que contém uma belíssima piscina. Lá, o jogador de basebol aposentado Ray Weller (Wyatt Russell) procura construir uma nova vida ao descobrir que sofre de uma doença degenerativa cujas medidas são, àquele momento, apenas paliativas. Entretanto, ele começa a apresentar uma melhora significativa de saúde poucos dias depois, levando-os a desconfiar de uma força maligna que emana da própria piscina e que pode trazer caos e ruína. Apesar do surpreendente escopo narrativo, era notável que o projeto poderia ser um “tiro no pé” – e, infelizmente, foi isso o que aconteceu” – Thiago Nolla
5. REBEL MOON – PARTE 2
“Antes de tudo, acho válido dizer que faço parte do grupo que não achou ‘Rebel Moon –Parte 1′ um desastre completo. Por mais que tivesse elementos retirados diretamente de ‘Star Wars’, com alguns personagens sendo praticamente os mesmos da saga da família Skywalker, havia coisas boas ali e ideias interessantes que poderiam ser desenvolvidas na sequência para expandir esse universo. Infelizmente, minha surpresa se deve ao baixíssimo nível do conteúdo trazido pelo diretor na ‘Parte 2′. A sensação que fica é que Zack Snyder conseguiu fazer duas horas do mais puro nada. Alguns podem chamar a trama de genérica, mas é algo tão pobre de inspiração que chega a ser questionável se chega a merecer o termo genérico” – Pedro Sobreiro
4. PEDIDO IRLANDÊS
“[No filme], percebemos desde o começo que as engrenagens essenciais do filme não se completam em nenhum momento: logo de cara, temos uma cansativa sequência na festa de lançamento do novo romance de Paul em Nova York, apresentando através de planos sem inspiração cada um dos personagens; pouco depois, a fragmentada montagem dá um salto significativo no tempo até contrastar com as bucólicas e místicas paisagens da Irlanda, premeditando os acontecimentos que irão reger a vida da protagonista a partir de então. Cena a cena, vemos que os personagens não têm qualquer desenvolvimento palpável, reduzidos a uma mixórdia de estereótipos e a descartes fajutos de personas que já vimos em títulos muito melhores.
3. A MÃE DA NOIVA
“É notável como o espectro estrutural do longa-metragem parte de uma premissa bastante conhecida dentro do gênero das rom-coms. Aqui, temos uma predileção do diretor Mark Waters e do roteirista Robin Bernheim para uma espécie de comédia de costumes que foca no lovers-to-enemies-to-lovers em uma tentativa celebratória da importância da família e do amor – e nada disso seria um empecilho caso o projeto, em si, não procurasse dar um passo maior que a perna ou ao menos fingisse se importar com alguma coisa além de um produto manufaturado e sem vida. E tudo soa mais escabroso quando percebemos que absolutamente nenhum ator ou atriz possui química, entregando diálogos vencidos apenas para tapar os enormes buracos em cada ato” – Thiago Nolla
2. NOSSO LAR 2
“Com orçamento estimado de R$7 milhões, poderíamos imaginar que a estética do longa-metragem ao menos viria como um aspecto positivo – entretanto, não é isso o que acontece. De um lado, temos uma melodramática e mandatória trilha sonora que impede que os espectadores sintam o que querem sentir, sendo condicionados a entrar numa atmosfera que, no final das contas, traz mensagens de bonança e de amor que são bem costumeiros de obras desse gênero; de outros, temos efeitos especiais que mais parecem um show de mágica do que auxiliam na compreensão do que são as Colônias Espirituais e de que forma e de que forma estamos conectados ao mundo superior – e qual a nossa missão na Terra. Por fim, o roteiro e a direção fingem terminar a narrativa mais de uma vez, estendendo o tempo da obra mais do que deveriam” – Thiago Nolla
1. MADAME TEIA
Ninguém poderia nos preparar para o desastre descomunal que ‘Madame Teia’ seria ao chegar aos cinemas. Apesar do instigante trailer promocional, o longa-metragem falhou em absolutamente todos os aspectos, desde o decepcionante e risível roteiro a atuações desastrosas que, na verdade, não tiveram muito o que fazer com diálogos tão ridículos. Como se não bastasse, todo o potencial é desperdiçado em uma mixórdia inexplicável de fórmulas e convencionalismos que nos faz contorcer de vergonha alheia – uma bomba atômica de proporções desastrosas, para dizer o mínimo.