Aniversário da franquia mostra que sua influência em diversos mercados ainda é presente
Durante todo o ano de 2021 será comemorado o 25º aniversário da franquia Pokémon. Justamente porque em 1996 foi lançado o primeiro produto da franquia: o jogo Monsters Red and Green para Game Boy. Esse, no entanto, foi apenas o primeiro passo rumo a uma expansão poucas vezes vista no mercado de entretenimento japonês, bem como formando um legado de inspiração para diversas outras propriedades.
Outro elemento que garantiu a perpetuação da franquia ao longo das décadas foi a sobrevivência do seu conceito base, principalmente quando se trata dos jogos. Mudanças foram inevitáveis, graças ao avanço da tecnologia de desenvolvimento em games e mudanças de tendência no próprio mercado, mas a ideia apresentada originalmente em 1996 se manteve.
Monsters Red and Green se apresenta como um RPG japonês com elementos popularizados por jogos anteriores, como Final Fantasy e Dragon Warrior. Apesar de não apresentar uma trama tradicional toda a ideia gira em torno da jogabilidade de exploração e recrutamento (ou captura) de criaturas para integrar sua equipe. Dessa forma o jogador controla um personagem sem nome ou traços de personalidade que deve navegar pela região de Kanto, capturando os pokémons mais fortes e vencendo os líderes de ginásios.
A ideia nasceu de um hobby praticado pelo diretor do projeto, Satoshi Tajiri, ainda nos anos da juventude quando o mesmo colecionava diferentes tipos de insetos (também chamada de entomologia). A inspiração, tão logo, ficou ainda mais intensa quando ele viu em primeira mão a inovação proporcionada pelo Game Boy em que dois aparelhos poderiam se conectar por meio de uma ligação à cabo.
Essa mecânica foi essencial para Pokémon em seus primórdios pois garantia uma sobrevida ao jogo a partir do momento que o jogador não mais tivesse interesse em explorar o cenário e em enfrentar NPCS (personagens controlados pelo próprio jogo); agora era necessário apenas dois jogadores com um cabo de conexão para que batalhas de pokémons pudessem ocorrer em qualquer lugar.
As versões Red e Blue (inicialmente chamada de Green) do jogo vendeu mais de um milhão de unidades no Japão em 1996 mostrando para a distribuidora do produto, a Nintendo, que a ideia era rentável e que valia a pena investir em uma expansão. Isso leva a 1997 quando é lançado o primeiro episódio de Pokémon, a adaptação em anime do jogo para Game Boy.
Lançado pela OLM, Inc. (mesmo estúdio que produziu a primeira adaptação de Berserk) o anime seguia quase que em concordância a estrutura dos jogos, salvo algumas modificações. O objetivo final do protagonista ainda era o de derrotar os líderes dos diferentes ginásios do país e o foco do produto continuava nos pokémons utilizados pelo mesmo para lutar, bem como formar laços emotivos.
Porém, por motivos de coesão narrativa, agora havia a presença inédita de um protagonista com nome e personalidade bem estabelecidos, assim como a expansão do elenco de coadjuvantes. A resposta positiva ao anime também é bem conhecida, tendo sido ele o primeiro contato de muitos à marca Pokémon; atualmente com mais de vinte temporadas o anime conta também com mais de vinte longas animados, dentre eles, os mais populares ainda sendo os primeiros Pokémon: O Filme e Pokémon 2000.
Voltando à 1996 houve o lançamento do terceiro pilar de sustentação da franquia: o card game. Nascida de uma parceria entre a Creatures Inc. e a Media Factory as cartas relacionadas à franquia dos monstros japoneses tinham uma estrutura muito similar à de Magic: The Gathering no quesito variação dos monstros e atributos concedidos a eles quando expostos a determinado cenário ou carta bônus.
Tanto é que entre 1998 e 2003 a Wizards of the Coast, empresa dona do Magic, foi responsável pela venda dos cards de Pokémon nos Estados Unidos. O ano de 2019 foi especialmente bom para o jogo pois, segundo a Pokémon Company International, foram reportados um aumento no número de vendas tanto no Reino Unido (24.1%) quanto na Alemanha (100.6%). Além de 2019 ter marcado também o primeiro longa-metragem em live action da franquia, Pokémon: Detetive Pikachu, com a voz de Ryan Reynolds.
Não importa o setor, por diversas vezes a marca Pokémon já mostrou que tem capacidade de dialogar com diferentes frentes, garantindo uma renovação constante com o público e evitando ficar marcado como um produto de nicho.